Corach (Coré)
Nm 16:1–18:32; I Sm 11:14-12:22; At 5:1-11
“E Coré, filho de Jizar, filho de Coate, filho de Levi, tomou consigo a Datã e a Abirão, filhos de 
Eliabe, e a Om, filho de Pelete, filhos de Rúben, e levantaram-se perante Moshe com duzentos e cinquenta homens dos filhos de Israel, maiorais da congregação, chamados ao ajuntamento, varões de nome” (Nm 16: 1-2).
No estudo da Torah, após os 12 “espiões” retornarem de sua missão de espiar Canaã, os israelitas ameaçaram um motim. Eles escolheram acreditar no relatório maligno e entraram em pânico ao primeiro sinal de dificuldade, dizendo: “E diziam uns aos outros: Levantemos um capitão [diferente de Moshe], e voltemos ao Egito” (Nm 14:4).
Na porção desta semana, vemos que as sementes da revolta que tinha já sido plantadas e só estavam esperando para sair e explodir em plena rebelião.
Basicamente, três grupos expressaram descontentamento com a liderança de Moshe e Aharon: Corach (um levita), Datã e Abirão (da tribo de Reuven) e 250 líderes israelitas que foram nomeados membros do Conselho.
No final, D-us confirma Moses & Aharon e pune severamente aqueles que juntaram-se a rebelião engolindo-os dentro da terra. Era como se D-us houvesse criado um pequeno terremoto para dar fim aos conflitos na Comunidade.
“E eles e tudo o que era seu desceram vivos ao sepulcro, e a terra os cobriu, e pereceram do meio da congregação” (Nm 16:33).
Lições a serem aprendidas de Corach
Esta porção da Torah apresenta muitas lições valiosas sobre oração, atitude, conduta, relações e a resposta adequada para D-us e a sua liderança nomeada.
Aqui estão os doze lições de Corach:
1) Ninguém é imune à influência de más companhias.
“Não se enganem. Más conversações corrompem os bons costumes” (I Co 15:33, veja também Provérbios 22: 24-25).
No deserto, as tribos de Reuven e Levi marcharam lado a lado, de acordo com comentário rabínico e isto é como eles chegaram a traçar sua conspiração conjunta.
Temos que escolher cuidadosamente as pessoas com quem podemos nos associar intimamente!
2) Precisamos estar cientes do que motiva nossa ação.
“Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos, mas o IHVH pesa os espíritos” (Pv 16:2).
Podemos olhar para a origem do motim para ver os motivos pessoais dos rebeldes que se levantaram contra a liderança de Israel.
Datã e Abirão, que eram da tribo de Reuven, pareciam ainda carregar a dor de ter perdido o ‘direito’ de Israel (Gênesis 49:3–4) e, talvez, esforçavam-se para recuperar sua posição primária.
Corach, um levita, tinha inveja da posição de liderança de Moshe e de Aharon.
Esta inveja combinado com ambição egoísta, resultando em conflitos e rebelião.
O que causa brigas e brigas? Inveja, ambição egoísta e motivos errados.
“Porque, onde há inveja e contenda, aí há perturbação e toda obra perversa” (Tg 3:16).
Nós podemos contrastar os motivos destes líderes e compará-los a David quando Ele lutou contra Golias.
Os motivos dele veio sob escrutínio, quando seus irmãos o acusaram de ser arrogante e perverso (I Sm 17:28). Mas os motivos de David eram puros; Ele procurou trazer glória ao D-us de Israel.
“David porém disse ao filisteu: Tu vens a mim com espada, e com lança, e com escudo; porém eu venho a ti em nome do SENHOR dos exércitos, o El dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado. Hoje mesmo o IHVH te entregará na minha mão, e ferir-te-ei, e te tirarei a cabeça, e os corpos do arraial dos filisteus darei hoje mesmo às aves dos céus e às bestas da terra: e toda a terra saberá que há Deus em Israel: E saberá toda esta congregação que o IHVH salva, não com espada, nem com lança; porque do IHVH é a guerra, e ele vos entregará na nossa mão” (I Sm 17: 45-47).
David enfrentou Golias para revelar a grandeza de D-us, não dele próprio. Nós podemos comparar a sua motivação com a de Elias quando ele apareceu aos profetas de Baal para demonstrar que D-us é poderoso, não seu próprio.
“O D-us que responder com fogo – esse é D-us” (I Rs 18:24).
Sempre devemos perguntar-nos, “Quais são os meus motivos? Eu estou buscando para trazer a glória de Deus?”
Só aquelas coisas que fazemos com motivos puros para propósitos eternos resistirá ao teste de fogo (I Co 3:12–23).
3) A unidade é preciosa e poderosa.
“E em Judá esteve a mão de Elohim, dando-lhes um só coração, para fazerem o mandado do rei e dos príncipes, conforme à palavra do IHVH” (II Cr 30:12).
Há uma unção e a bênção de uma vida que se caracteriza pela unidade.
Moshe e Aharon mantiveram-se unidos perante o desafio e não permitiram que houvesse uma quebra em suas relações uns com os outros ou com D-us.
“OH! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união! É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Aharon, e que desce à orla dos seus vestidos. Como o orvalho de Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o IHVH ordena a bênção e a vida para sempre” (Sl 133: 1-3).
Devemos procurar viver uma vida liderada pelo espírito de D-us, ao invés de nossa própria carne.
O fruto do espírito – amor, paz, alegria, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio – devem ser evidentes no nosso viver diário (Gl 5: 13 – 23). Claro, só o espírito de D-us pode fazer isso; trabalha em nós, e isso se trata de uma obra da graça de D-us.
4) Nada de bom vem da contenda.
“Como o soltar as águas, é o princípio da contenda; deixa por isso a porfia, antes que sejas envolvido” (Pv 17:14).
Se nossa vida é caracterizada por conflitos, nós podemos ter certeza de que algo está errado em nossa caminhada com D-us, desde que a Bíblia diz que D-us odeia a pessoa que incita contendas entre irmãos.
“Estas seis cousas aborrece o IHVH, e a sétima a sua alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, e mãos que derramam sangue inocente: coração que maquina pensamentos viciosos; pés que se apressam a correr para o mal; testemunha falsa que profere mentiras: e o que semeia contendas entre irmãos” (Pv 6: 16-19).
Contenda destrói a unidade que traz benção, unção, poder, e prosperidade de uma casa, família, negócios ou Ministério.
Argumentos e vozes não trazem a presença do Ruach (Espírito o Santo); em vez disso, repelem o espírito. Quando estamos em conflitos, no entanto, nós podemos orar como David fez quando ele caiu em pecado:
“Cria em mim, ó Elohim, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito o Santo. Torna a dar-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário” (Sl 51: 10-12).
5) Devemos procurar e ouvir conselhos sábios.
No primeiro verso desta porção, um homem chamado On é mencionado como um dos rebeldes, mas nunca é mencionado novamente. O que aconteceu a On? Ele pode ter ouvido o Conselho de Moshe e Aharon e voltou-se de sua rebelião contra D-us.
Diz a lenda rabínica, no entanto, que foi a sua mulher que repreendeu-o por participar de uma rebelião e assim salvou-o da destruição. Um piedoso cônjuge muitas vezes pode salvar-nos de ir para o caminho errado, se estamos abertos a seus sábios conselhos.
A Bíblia diz que uma boa esposa é extremamente valiosa e deve ser estimada mais do que pedras preciosas (Pr 18:22, 19:14, 31:10).
Também lemos na Brit Chadashá a parcela que a esposa de Ananias – Safira, ficou com ele em pecado e foi destruída. Apesar de um marido e uma mulher devem mutuamente submeter-se um ao outro (Ef 5:21), não devem submeter-se ao pecado.
6) Qualquer pessoa pode cometer enganos.
“E levantaram-se perante Moshe com duzentos e cinquenta homens dos filhos de Israel, maiorais da congregação, chamados ao ajuntamento, varões de nome” (Nm 16:2).
Quem se juntou a rebelião? Não a ralé da sociedade, mas os príncipes, os eleitos – 250 homens de renome e status (Nm 16:2-3). Estes foram os homens que foram tragados pela terra.
Até mesmo os eleitos da sociedade podem ser enganados. Os rebeldes apelaram para o orgulho dos homens dizendo vigorosamente, “você é apenas tão Santo como Moshe e D-us não está com cada um de vocês também?”
Os homens que se rebelaram contra D-us e sua liderança nomeada eram líderes eles mesmos. Eles não estavam imunes à rebelião e estavam com raiva que Moshe houvesse concedido a Aharon o sacerdócio (kehunah).
“E se congregaram contra Moshe e contra Aharon, e lhes disseram: Demais é já, pois que toda a congregação é santa, todos eles são santos, e o IHVH está no meio deles: por que pois vos elevais sobre a congregação do IHVH?” (Nm 16:3).
Eles se viam como sendo dignos do sacerdócio e, conseqüentemente, de oferecer o incenso (ketoret) para o Senhor, perecendo no processo.
Infelizmente, até mesmo os líderes às vezes podem ultrapassar os limites de sua vocação, levando seus seguidores ao erro.
7) A vingança deve ser deixada para D-us.
Moshe não tentou justificar-se, preferiu deixar D-us defendê-lo. Como na porção na semana 
passada, quando a irmã de Moshe se rebelou contra ele, a reação dele à rebelião de Corach foi de humildade.
Da mesma forma, nós também, devemos confiar no D-us que vê e ouve. Ele diz para deixar a vingança para ele (Dt 32:35; Rm 12:9), e adverte-nos para não tomar vingança contra aqueles que nos ferem ou difamam-nos.
Ieshua mostrou esse tipo de amor e perdão, quando ele disse, “Pai, perdoa-lhes…” mesmo que ele morreu nas mãos de seus acusadores (Lc 23:34).
Se somos tentados a pensar, sim, mas ele é o Messias, podemos também lembrarnos o exemplo de Estevão que clamou e foi apedrejado até a morte, “Senhor, não inpute a eles este pecado” (At 7:60).
Ao invés de atacar aqueles que falam contra nós ou nos machucam, devemos orar por eles (Mt 5:44).
8) Contentamento vale mais.
“Piedade com contentamento é grande ganho” (I Tm 6:6).
Em números 16, Moshe disse essencialmente de Corach, “Disse mais Moshe a Coré: Ouvi agora, filhos de Levi: Porventura pouco para vós é que o Elohim de Israel vos separou da IHVH de Israel, para vos fazer chegar a si, a administrar o ministério do tabernáculo do IHVH e estar perante a congregação para ministrar-lhe: e te fez chegar, e todos os teus irmãos, os filhos de Levi, contigo; ainda também procurais o sacerdócio?” (Nm 16: 8-10).
Estamos satisfeitos com nossa sorte na vida? Nós apreciamos quanto temos e nos foi dado? Ou nós desejamos e cobiçamos a posição, posses, e relacionamentos dos outros?
Como seguidores do mestre, nossas vidas devem ser caracterizadas por uma generosidade de espírito que vem de ser grato e feliz.
“Eu aprendi a contentar-me de que quaisquer que sejam as circunstâncias“ (Fp 4:11).
9) Liderança nomeada por Deus deve ser respeitada.
Os rebeldes negligenciaram o fato de que Moshe e Aharon não se apontaram a si mesmos, mas foram escolhidos. D-us chamou e os nomeou para servi-lo para uma finalidade específica.
Muitas pessoas que foram usadas por D-us e com relutância se apresentaram à sua chamada depois da luta, por exemplo, Gideão e Jeremias.
10) Intercessão toca o coração de D-us.
“A oração de um homem justo é poderosa e eficaz” (Tg 5:16).
D-us ia destruir toda a Congregação pela segunda vez, mas quando Moshe intercedeu por eles, D-us lhes deu um jeito de serem salvos, desde que ouvissem o Conselho de Moshe (Nm 16:22).
Isso é tão importante que nós somos um povo que ora pelos outros e que outros estão orando e intercedendo por nossa vida. Graças a D-us por Ieshua quem se senta à mão direita de D-us e continuamente intercede por nós (Rm 8:34)!
11) Não ser arrebatado por uma rebelião.
“E falou à congregação, dizendo: Desviai-vos, peço-vos, das tendas destes ímpios homens, e não toqueis nada do que é seu, para que porventura não pereçais em todos os seus pecados” (Nm 16:26).
Depois que Moshe intercedeu em nome dos israelitas, eles tinham que fazer uma escolha – juntar-se com os rebeldes, ou ir para fora do caminho deles e rápido!
Hoje, D-us parece estar advertindo os crentes a separar-se de qualquer tipo de idolatria e paganismo, desde que essas coisas não são dele.
O primeiro mandamento diz para não ter nenhum outro D-us. Nós, o povo da aliança de D-us, não pode manter um pé em seus caminhos e um pé no paganismo e idolatria. Esta é uma mistura perigosa.
Temos de nos separar, não importa quão alto o custo para determinar sair daquele lugar de rebelião.
“Retirai-vos, retirai-vos, saí daí, não toqueis cousa imunda: saí do meio dela, purificai-vos, os que levais os vasos do IHVH” (Is 52:11).
12) D-us julgará seus inimigos.
“E o fogo veio do IHVH e consumiu os 250 homens que estavam oferecendo o incenso” (Nm 16:35). Nesta porção, chamas devoraram os 250 homens que presunçosamente ofereceram incenso (Nm 16:35).
A Profecia do fim dos tempos nos diz que os inimigos de Israel que marcharem contra ela na batalha final entre D-us e Magog serão todos devorados por fogo que vem dos céus (Ez 39:6, veja também Ap 20:7-9).
No jardim do Éden, as sementes da rebelião foram plantadas em toda a humanidade através do veneno da serpente. Felizmente, nossos nomes podem ser escritos no livro da vida e poderemos ser salvos do julgamento através de Ieshua.
O mesmo não pode ser dito de quem se recusar o Presente de D-us, a salvação através de Ieshua.
“Se o nome de alguém não foi encontrado escrito no livro da vida, ele será jogado no lago de fogo” (Ap 20:15).
Apocalipse 21 descreve a nova Jerusalém. Não podemos imaginar como é maravilhoso; Ele vai estar lá.
Ainda assim, a Bíblia torna claro que seremos felizes lá.
“E ouvi uma grande voz dos céus, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Elohim com os homens, e com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Elohim estará com eles e será o seu Elohim. E Elohim limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas” (Ap 21:3-4).
Como sabemos que nosso nome vai estar escrito no livro da vida?
Iochanan nos diz: “E, como Moshe levantou a serpente no deserto, assim importa que o filho do homem seja levantado, para que nenhum que nele crê pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Elohim amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:14-16)
Mesmo que cometamos erros, saimos da perfeita vontade de D-us, nós podemos ainda voltar a D-us e servi-lo com todo nosso coração, confiando na bondade e misericórdia de D-us para restaurar e resgatar.
Tradução: Mário Moreno.