Mário Moreno/ março 8, 2018/ Artigos

Inveja

Os antigos sábios judeus ensinavam que a maioria das pessoas “morrem” (se definham e etc.) por causa de inveja (ou seja, a “lascívia” que exprime o egoísmo, mesquinhez, cobiça, a maldade e etc. ).
No entanto, uma vez que Iosef absteve-se de olhar com cobiça a esposa de Potifar, Jacó profeticamente o abençoou dizendo que ele (e seus descendentes) era (seria) um ‘filho frutífero no olho’ (בּן פּרָת עֲלֵי־עָיִן), implicando que o Ayin Tová (עַיִן טוֹבָה) ‘olho bom’ de sua fé, iria permitir-lhe vencer o mal (a inveja) – (Genesis 49:22).
Da mesma forma O Messias Ieshua disse que o olho é a ‘chama de luz do corpo’.
Quando o nosso é Ayin Tová – Olho Bom (generoso, não invejoso…) todo o nosso corpo está cheio de luz, mas quando é um Ayin Hará – Olho Mal (olho da inveja, invejoso, sovina, mesquinho…) nosso corpo é cheio de escuridão. Portanto, tenhamos cuidado para que a chama de luz em nós não vire escuridão (Lucas 11:34-35).
A ‘chama de luz’ – Ayin Tová (עַיִן טוֹבָה) – pode tornar-se em ‘escuridão’ ao não acreditar que D-us tem profundos propósitos e significados ocultos em várias tribulações e desacertos que passamos em nossas vidas.
Iosef usou o ‘olho bom – Ayin Tová (עַיִן טוֹבָה)’ e mais tarde testemunhou que D-us destinou tudo o que havia acontecido com ele – incluindo a traição por seus próprios irmãos – para o Bem – Le’Tová:
וְאַתֶּם חֲשַׁבְתֶּם עָלַי רָעָה אֱלהִים חֲשָׁבָהּ לְטבָה
לְמַעַן עֲשׂה כַּיּוֹם הַזֶּה לְהַחֲית עַם־רָב
Ve’Atem haShavitem alai Raá Elohim haShava Le’Tová
Le’Maan asô ka’Yom Hazê Le’hachayot Am Rav
Vocês planejaram o mal contra mim, mas Elohim o tornou para o bem, para que hoje fosse preservada a vida de muitos” (Gn 50:20).
Iosef usou o “olho bom” para apreender a finalidade oculta para a tribulação, ele enfrentou… Ele viveu em confiança consciente que D-us o amava e tinha um plano para sua vida (lembre-se dos sonhos de Jose) apesar da traição e rejeição dolorosa de sua própria família, ele enfrentou tudo em confiança.
O olho da Emuná (fé – fidelidade), fielmente, sempre afirma: Gam zu le’tová (גַּם זוּ לְטוֹבָה) – “Isso também é para o bem” (comp. Rm 8:28) a Emuná (fé –fidelidade) ‘vê o que é invisível’ (II Co 4:18) e compreende (ou seja, aceita) que a ‘forma atual deste sistema de mundo está passando e se esvaindo’ para fins que são para o bem (I Co 7:31).
Uma pessoa com Emuná (Fé) afirma que a subjacente aparência superficial desta vida (Hayei sha’ah) é uma realidade mais profunda (Hayei Olam) que é, em última análise real, existente e, finalmente, projetada para o amor Redentor de D-us para ser plenamente expresso.
Neste mundo nós devemos “ver através de” um espelho (ou seja, indiretamente) para começar a ver o amanhecer de uma Nova Era; mas um dia nós iremos contemplar Panim el Panim (פָּנִים אֶל־פָּנִים), “face a Face” (I Co 13:12).
A história de Iosef nos revela e nos ensina que D-us pode usar sofrimentos ou tribulações em nossas vidas para propósitos ocultos que não entendemos ainda para um futuro bom ou para o Bem…
Afinal de contas, Adonay Elohim é o Senhor dos Universos que pode anular qualquer expressão do mal para o seu bem maior.

Um dos desafios é aprender a observar a vida com os olhos da fé

Ninguém pode ignorar Seus decretos ou suplantar Seu poder e autoridade soberana sobre toda a criação, anjos, satanás, demônios e etc., nada está fora da autoridade e soberania de D-us, absolutamente nada!
Os olhos da fé, no entanto, não veem “em retrospectiva” com relação a como todas as coisas cooperam para o bem… Pelo contrário, a fé vê o Mal real, encontra a hora presente da escuridão (não finge que não está nada acontecendo de ruim) mesmo assim ainda declara firmemente que D-us irá reverter a intenção do mal ou a situação para sua honra e glória e operar sua bondade e graça… (vide o livro de Salmos).
Sendo assim nossa postura final deve sempre ser a de não somente discernir o que está acontecendo como também declarar que o Justo Juiz julgará nossas causas e dará um fim a todo o sofrimento e angústia que vivemos. Assim como Iosef, pagaremos o mal com a bondade e seremos sempre generosos – teremos um “olho bom” – plantando ao longo de nossa caminhada para que, antes de finalizarmos nossa jornada, possamos também colher aquilo que plantamos!

Baruch ha Shem!

Adaptação: Mário Moreno.