Mário Moreno/ outubro 20, 2017/ Artigos

Nada a temer

Nada a temer além do medo

O que é o medo?

É somente uma sensação que nos leva a atitudes extremas ou é mais do que isso? Vejamos a definição do medo: “O medo é uma sensação que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como psicologicamente. Pavor é a ênfase do medo”.

O medo cria

Você sabia que o medo tem poder criativo? Tem o poder de criar a coisa que tememos, exatamente como a fé tem o poder de criar as coisas que cremos.

Há uma comprovação desse fato nas Escrituras: “Porque o que eu temia me veio; e o que receava me aconteceu” Jó 3.25. Então podemos dizer que os nossos maiores temores exercem um poder de criação que abre portas e perspectiva no reino do espírito para que aconteçam as coisas que justamente não queremos! E quando isso ocorre, nossos temores se tornam realidade e chegam a transformar-se em pavor, que é uma “amplificação” do medo, fazendo com que a pessoa em questão viva situações terríveis por conta daquilo que ela temia.

Portanto a máxima que conhecemos: “Você recebe o que você diz!” é verdadeira, pois quando nos concentramos em nossos medos e declaramos a sua força isso certamente permite que espíritos malignos ajam de forma a confirmar aquilo que dissemos, ou seja, se cremos em algo ruim, eles farão com que isso se torne realidade!

Isso acontece por que o medo é crer que alguma coisa ruim vai acontecer. O medo consiste em crer em alguma coisa ruim. O medo não passa de fé em alguma coisa que você não quer que aconteça.

De modo muito real, duvidar é uma forma de medo. Mas o que é a dúvida? Vejamos a sua definição:

“Dúvida (derivado do latim dubitare) é uma condição psicológica ou sentimento caracterizado pela ausência de convicção opondo-se à crença/fé e ao saber. Ela é a incerteza ou desconfiança em relação a uma ideia, um fato, uma ação, de uma asserção ou de uma decisão. Para que se estabeleça a dúvida em geral é necessária uma noção de realidade do fato em que existe a suspeita, e isto pode adiar a decisão de ações relevantes ao fato pois podem estar incorretas ou incompletas”.

Então a dúvida – que é a ausência da fé – traz consigo o medo, pois quando a fé de alguém falha, suas convicções acabam “desmoronando” e isso causa temor do que virá então.

Não temas!

Esta frase aparece por muitas vezes nas Escrituras e provém do termo hebraico “Al tirá”. É interessante que esta estrutura com estas palavras está sempre associada com livramento, redenção ou uma promessa que segue no texto. Não temer é de fato não aceitar aquilo que virtualmente estamos vendo ou vivendo; é saber que nossa vida está sendo direcionada pelo Eterno e que apesar das circunstâncias e aparências devemos confiar que aquilo que Ele nos prometeu será cumprido em nossas vidas!

A ocorrência desta frase com tamanha insistência nos leva a entender que o Eterno deseja avisar-nos sobre este aspecto. Por que? Certamente por um bom motivo: Ele sabe que o adversário nos atacaria buscando tirar de nós toda a certeza de Suas Promessas e seria necessário reafirmar cada vez mais que devemos confiar na Palavra do Eterno e não nas circunstâncias ou nas perspectivas negativas que se apresentam diante de nós.

O temor é um espírito das trevas que busca incessantemente injetar em nossos corações a certeza de nossa derrota! Veja o que nos diz as Escrituras sobre isso:

“Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, pai” Rm 8.15.

“Porque Elohim não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação.” II Tm 1.17.

Duas coisas precisam ser ditas aqui:

A escravidão – em qualquer nível – vem sobre uma pessoa através de um espírito! O Eterno NUNCA escraviza ninguém, pelo contrário, Ele liberta através de seu Filho Ieshua!

O espírito de temor não vem de Elohim – o D-us Criador – mas sim de uma outra fonte que tem como objetivo prender a pessoa através do medo!

A conclusão que chegamos é que o medo tem uma fonte que não é divina e o medo traz consequências tão terríveis para a nossa vida que chegamos a ficar paralisados por causa dele. É a fé na tragédia; é a certeza de que algo certamente vai dar errado!

E existem pessoas que dizem isso diariamente, citando a Lei de Murphy e vou citar aqui dez variações da mesma, que chega a ocorrer em cem versões diferentes:

  1. Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.

    2. Um atalho é sempre a distância mais longa entre dois pontos.

    3. Nada é tão fácil quanto parece, nem tão difícil quanto a explicação do manual.

  2. Tudo leva mais tempo do que todo o tempo que você tem disponível.

    5. Se há possibilidade de várias coisas darem errado, todas darão – ou a que causar mais prejuízo.

  3. Se você perceber que uma coisa pode dar errada de 4 maneiras e conseguir driblá-las, uma quinta surgirá do nada.
  4. Seja qual for o resultado, haverá sempre alguém para:
    a) interpretá-lo mal. b) falsificá-lo. c) dizer que já o tinha previsto em
    seu último relatório.
  5. Quando um trabalho é mal feito, qualquer tentativa de melhorá-lo piora.
    9. Acontecimentos infelizes sempre ocorrem em série.
  6. Toda vez que se menciona alguma coisa: se é bom, acaba; se é ruim, acontece.

Após lermos estas frases entendemos que o mundo se baseia numa conceituação de que o mal impera e que nada dará certo! As pessoas estão sendo treinadas para que isso ocorra e para que digam repetidamente que isso é assim, trazendo cada vez mais “fé” na desgraça que se aproxima delas!

Mas apesar disso aprendi que a fé é o antídoto do medo. Mas não uma fé qualquer. A fé de que falo é emunah – palavra hebraica que significa “confirmar aquilo que está escrito”, ou seja, obedecer.

Isso para mim é fé. A obediência nos mostra que quando dou um passo na direção que me foi dada pelo Eterno eu estou isento do medo, pois a história e a reputação do Eterno é que me garantem o sucesso! Por isso posso afirmar: “D-us é tão maior que nossos temores!”

Por que temer se o Criador nos enviou seu Filho para nos redimir e após o processo de redenção ter se completado Ele ainda envergonha as trevas vencendo-as e volta para o Pai para assentar-se sobre o trono da Majestade Eterna! Como não confiar tendo uma história destas e uma reputação de nunca ter perdido uma batalha sequer?

Por isso podemos afirmar que “não temer” é de fato obedecer às Escrituras e esperar sempre pelo melhor!

Baruch há Shem!

Mário Moreno.