Mário Moreno/ janeiro 23, 2018/ Artigos

O retorno a Sião

Foi a aliança de D-us com os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó feita para durar para sempre?

D-us prometeu que os judeus, dispersos pelo mundo, iriam um dia voltar para sua terra ancestral?

Está o moderno Estado de Israel ligado ao Israel bíblico?

Se é assim, da mesma forma que D-us trouxe os filhos de Israel para a terra prometida por meio de Josué, como Ele tem feito para trazer de volta o povo judeu em nossos dias?

Inúmeros crentes tem me perguntado sobre o estabelecimento do moderno estado de Israel. Para obtermos a resposta, precisamos examinar bem atentamente Israel, para que vejamos como D-us tem permanecido fiel às suas promessas com Israel, cumprindo assim Sua palavra profética.

Muitos crentes comentam comigo em suas visitas à Israel, “teria sido empolgante visitar Israel nos dias bíblicos”, quando D-us estava realmente fazendo alguma coisa aqui.

E eu sempre respondo, “estes tem sido dias bíblicos, e D-us está definitivamente trabalhando hoje”. De fato, tem sido dito que há mais profecias bíblicas afetando os eventos globais sendo então cumpridas em nossa geração, do que em qualquer outra época na história.

Certamente, este é um tópico bíblico bastante empolgante para estudarmos justos.

Israel e a Bíblia

Primeiramente, daremos uma olhada nos registros das Escrituras que falam a respeito da aliança de D-us com Israel e o povo judeu: passado, presente e futuro.

Após a queda do homem, D-us implementou Seu plano de salvação do mundo. Ele encontrou um homem (Abraão) e disse que iria levá-lo a uma terra que Ele lhe mostraria (Israel). Através de Abraão e seus descendentes, D-us tinha um plano de abençoar o mundo.

Em Gn 12.1-3, nós vemos D-us esboçando seu plano de abençoar o mundo através de Abraão e seus descendentes. “Ora, o IHVH disse a Avram: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12:1-3).

D-us confirmou esta aliança com Abraão, seu filho Isaque e seu neto Jacó. Foi através desta linhagem específica que a aliança com a terra e um povo passaria. “E estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência depois de ti em suas gerações, por aliança perpétua, para te ser a ti por Elohim, e à tua descendência depois de ti. E te darei a ti e à tua descendência depois de ti, a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão e ser-lhes-ei o seu Elohim” (Gn 17:7-8).

Foi através do povo judeu, escolhidos de D-us ou povo da aliança que nós recebemos a salvação. Eles foram escolhidos para viver na terra de D-us, Israel, mostrando assim ao mundo a bênção de servir ao D-us único e verdadeiro.

Eles foram também escolhidos para ouvir, receber e registrar a palavra de D-us para que pudéssemos então ter a Bíblia – 64 dos 66 livros da Bíblia foram escritos por judeus.

E seria através deles que o Ungido viria para salvar Israel e o mundo.

Esta aliança com a terra e o povo judeu é uma aliança eterna. Enquanto a qualidade de vida naquela terra era condicional, a fixação não era: “Assim diz o IHVH, que dá o sol para luz do dia, e as ordenanças da lua e das estrelas para luz da noite, que agita o mar, bramando as suas ondas; o IHVH dos Exércitos é o seu nome. Se falharem estas ordenanças de diante de mim, diz o IHVH, deixará também a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre” (Jr 31:36).

Toda vez que Israel pecava, eles eram julgados ou exilados. Mas D-us em sua misericórdia, tem trazido-os de volta à sua posição na terra. O sol, a lua e as estrelas ainda estão brilhando no céu, e também hoje, Israel ainda é uma nação e D-us tem mostrado a sua fidelidade à Sua Palavra.

Por um lado todos nós sabemos a respeito dos exílios e retornos do povo judeu registrados na Bíblia, mas o que sabemos sobre os últimos 2.000 anos da história de Israel?

Após a época de Ieshua, aconteceram duas revoltas judaicas contra Roma, as quais resultaram na destruição do Templo de Herodes e também de grande parte de Jerusalém. Esta, ultimamente, foi reconstruída como uma cidade romana. E porque os romanos queriam apagar a conexão de D-us entre a terra e o povo judeu, o imperador Adriano renomeou a terra para Palestina, em homenagem aos arqui-inimigos de David, os filisteus.

Do último grande exílio dos romanos até fins de 1800, muito embora houvesse uma pequena parcela da presença judaica na terra, a grande maioria vivia fora da terra onde é chamada de Diáspora.

No entanto, D-us disse que antes do Ungido voltar, Ele traria seu povo de volta para Israel e restauraria a terra preparando-a para este grande evento. D-us não somente preservou seu povo, Israel, mas também sua aliança com a terra. O Israel antigo e o moderno são ambos parte do grande plano de redenção de D-us.

Há uma multidão de profecias com relação ao reajuntamento do povo judeu do exílio ao redor do mundo, para uma terra infrutífera que teria a sua glória restaurada.

Isaías 11.11,12: “E há de ser que naquele dia o IHVH tornará a pôr a sua mão para adquirir outra vez o remanescente do seu povo, que for deixado, da Assíria, e do Egito, e de Patros, e da Etiópia, e de Elã, e de Sinar, e de Hamate, e das ilhas do mar. E levantará um estandarte entre as nações, e ajuntará os desterrados de Israel, e os dispersos de Judá congregará desde os quatro confins da terra”.

Isaías 35.1: “O deserto e o lugar solitário se alegrarão disto; e o ermo exultará e florescerá como a rosa”.

Amós 9. 14,15: “E trarei do cativeiro meu povo Israel, e eles reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão, e plantarão vinhas, e beberão o seu vinho, e farão pomares, e lhes comerão o fruto. E plantá-los-ei na sua terra, e não serão mais arrancados da sua terra que lhes dei, diz o IHVH teu Elohim”.

Ezequiel 36 nos dá uma descrição mais completa das condições da terra e do povo um pouco antes da sua restauração.

Aqui, D-us fala sobre uma terra infrutífera e seca, e diz que ela será frutífera novamente, cultivada e semeada, que seu povo Israel retornará e reconstruirá as cidades arruinadas e habitará nos lugares devastados (versos 8-11). D-us então diz que Ele trará seu povo, Israel, de volta, e quando as nações vizinhas virem isso, saberão que Ele, o Senhor D-us de Israel, fez isso pela integridade do seu santo nome. D-us fez uma aliança e Ele pretende mantê-la para sempre.

Tem havido uma presença judaica na terra de Israel por mais de 3000 anos, prevalecendo e fluindo através de sua turbulenta história, permanecendo lá sempre de alguma forma. Muito sabemos sobre o período de Abraão, também dos primeiros séculos da Igreja, mas somos quase sempre ignorantes quanto ao período moderno. Basta dizer que o povo judeu tem permanecido fiel à sua terra ancestral. Mesmo quando exilado da terra, a oração feita em toda a refeição de Pesach (Páscoa) era e é: “No próximo ano em Jerusalém!”. O foco das orações e o ciclo de feriados está sempre em sincronia com Israel. Por exemplo, os judeus que vivem no hemisfério sul celebram a páscoa (um festival da primavera) em março-abril, exatamente como é celebrado em Israel. Entretanto, abaixo da linha do Equador em março-abril é outono, não primavera.

A multidão de profecias bíblicas com relação ao ajuntamento do povo judeu de todo o mundo para uma terra infrutífera que seria restaurada a sua antiga glória começou a se desdobrar nos fins de 1800.

Governo turco 1516 – 1917

Sob os 400 anos de severo governo turco, a terra estava muito pouco ocupada, eram na sua maioria povos nômades, áreas pouco cultivadas e uma grande extensão de colinas em erosão, desertos arenosos e pântanos contaminados pela malária. Seu antigo sistema de irrigação, cidades e vilas tinha se desintegrado, e suas florestas eram desmatadas para abastecer as máquinas a vapor que carregavam produtos entre Istambul, Beirute, Damasco e Cairo. A “Palestina” era verdadeiramente uma terra de ninguém, pobre, negligenciada, sem cidades importantes, a qual era administrada por senhorios ausentes.

Mark Twain visitou a Palestina em 1867, e a descreveu como um “lugar desolado cujo solo é bastante rico, mas totalmente entregue às ervas daninhas – uma lamentável vastidão silenciosa… nós nunca encontramos sequer um indivíduo pelo caminho… era raro encontrar uma árvore ou um arbusto em qualquer lugar. Até mesmo a oliva e o cactos, fiéis amigos do solo sem valor, tinham quase abandonado o país” (The Innocentes Abroad).

O relatório da comissão Real da Palestina cita um relato da rota costeira em 1913:

“A estrada que vai de Gaza para o norte era simplesmente um caminho apropriado para camelos e carroças… não se via laranjal, pomar ou vinhas até se chegar a vila Yavne… as casas eram todas de barro. Escolas não existiam… A parte oeste, que dava para o mar era quase sem população… muitas vilas eram abandonadas por seus habitantes”.

O autor francês Voltaire, descreveu a Palestina como “um lugar sombrio e sem esperança”. Em resumo, nas mãos dos turcos, a terra sofreu com a negligência e a baixa população.

Hoje, a terra está regozijando com a vida que está voltando ao país desde que o povo judeu começou a voltar em fins de 1800. Isaías 35.1 afirma: “O deserto e o lugar solitário se alegrarão disto; e o ermo exultará e florescerá como a rosa”. A cada primavera, mesmo o deserto infrutífero floresce em cores brilhantes e a grama verde e as flores multicoloridas formam um tapete na paisagem em uma aparente celebração, exatamente como está escrito na Bíblia.

Este processo não aconteceu sem suas dificuldades. Entretanto, quando nós lemos o livro de Josué, vemos que embora D-us tenha dito que Ele estava trazendo os israelitas de volta para a terra prometida, esta volta não aconteceria sem grandes problemas. Os inimigos da Bíblia e dos planos de D-us estão sempre em oposição.

Em 1880, durante o governo turco, os judeus começaram a emigrar para a Palestina vindos do sul do Yemem, do norte da Rússia, do oeste do Marrocos e do leste do Iraque. Esta mudança para Israel foi o início do cumprimento da volta profética a Sião, que tem acontecido nos últimos 120 anos numa série de Alyah, ou grandes mudanças da população judaica para a terra de Israel (Alyah é um termo hebreu para “subir” ou “emigração”).

Todavia, as muitas dificuldades não impediram milhões de judeus de retornar a Sião.

A primeira imigração começou em 1880, quando as novas comunidades começaram a surgir. Os judeus adquiriram terras por um alto preço. 73% delas eram de proprietários árabes que vivam no Cairo, Damasco e Beirute. Cerca de 80% dos árabes residentes na Palestina tinham vindo trabalhar para estes proprietários e eram camponeses endividados, semi-nômades e beduínos. Grande parte da terra adquirida não tinha sido cultivada anteriormente, porque era como um pântano, cheia de pedras, arenosa ou por outra razão que a tornara sem condições de cultivo.

De acordo com a comissão “Peel” (1937): “A comissão dos árabes de que os judeus têm adquirido uma população muito grande numa terra muito boa, não pode ser mantida. Grande parte da terra que agora tem laranjas era, antes, dunas de areia ou pântanos e não eram cultivadas quando foram compradas”.

Além disso, o preço que os judeus pagaram por essa terra improdutiva foi exorbitante. Moshe Aumann, em seu livro “Land Ownership in Palestine (Posse da terra na Palestina): 1880-1948”, afirma: “Em 1944, os judeus pagaram entre U$ 1.000 e U$ 1.100 por acre na Palestina, em sua maioria terras áridas ou semi-áridas; no mesmo ano, um solo fértil em Yowa era vendido por cerca de U$ 110 por acre (EUA – Departamento de Agricultura).

Em 1897, líderes judeus, conduzidos por Theodor Herzl, organizaram o movimento sionista no primeiro congresso sionista na Suíça. Eles reivindicaram a restauração do Lar Nacional Judeu na Palestina, onde os judeus poderiam ter santuário, autodeterminação e o renascimento de sua antiga civilização e cultura.

A Segunda onda de emigração judaica, aconteceu no início de 1900. Eles vieram da Rússia em conseqüência da perseguição. O filme “Fiddler on the roof” retrata a vida dos judeus na Rússia desta época, quando então muitos foram obrigados a ir embora – alguns vieram para a Palestina.

Assim que os judeus imigraram e começaram a desenvolver a região, árabes de muitas partes do pobre e decadente Império Otomano do Oriente Médio, correram para a Palestina para conseguir trabalho. Muitos dos “palestinos” de hoje são descendentes deste recém-chegados.

Governo Britânico: 1917 – 1948

No começo do governo britânico no Oriente Médio, após a primeira guerra mundial, houve um esforço no sentido de reforçar as aspirações nacionais de ambos judeus e árabes da região. Uma vez que o Império Turco estava sendo dissolvido e dividido entre vários grupos étnicos, o horizonte parecia brilhante para a criação de um estado judeu no Oriente Médio.

Em 1917, a Inglaterra emitiu a Declaração Balfour: “O governo de sua majestade apoia o estabelecimento na Palestina, de um estado para o povo judeu, e se esforçará para facilitar esta aquisição, fica claramente entendido que nada se fará para prejudicar os direitos civis das comunidades não judaicas existentes ou os direitos e status político gozado pelos judeus em qualquer país”.

A Declaração Balfour ganhou a aprovação dos Estados Unidos e também de outras potências. A princípio, havia uma esperança de que os árabes também aceitariam, uma vez que tanto árabes quanto judeus estavam rompendo com o jugo do Império Otomano.

Emir Faisal, filho do conceituado líder árabe, Sherif Hussein, encontrou o Dr. Chaim Weizmann e outros líderes sionistas durante a conferência de paz em Paria, em 1919. Eles assinaram um acordo que, “conscientes dos laços de parentesco racial entre o povo árabe e judeu”, declarou que “o meio mais certo de se elaborar a consumação de suas aspirações nacionais é através da íntima colaboração possível do desenvolvimento do Estado Árabe e da Palestina” (em 1919, a Palestina foi considerada a porção do Oriente Médio designada para o povo judeu).

O acordo visava o cumprimento da Declaração Balfour e também reivindicava “todas as medidas necessárias… para encorajar e estimular a emigração de judeus para a Palestina em grande escala, e o mais rápido possível assentar os imigrantes judeus na terra através de um extenso cultivo do solo”.

No dia 3 de março, um dia após Weizmann Ter apresentado o caso sionista à conferência de paz, Faissal escreveu para Félix Frankfurter, líder do movimento sionista e da Suprema Corte de Justiça dos Estados Unidos declarando:

“Os árabes, especialmente os mais educados entre nós encaram com profunda simpatia o movimento sionista… desejaremos aos judeus calorosas boas-vindas… estamos trabalhando juntos por um Oriente próximo reformado e melhorado e nossos dois movimentos se completam. O movimento judaico é nacionalista e não imperialista. O nosso movimento é nacionalista e não imperialista. E há espaço na Síria para todos nós (sob o governo turco a Síria incluiu parte da Palestina). De fato eu penso que nenhum deles será um sucesso de verdade sem o outro”.

Faisal condicionou sua aprovação ao cumprimento das promessas britânicas aos árabes, os quais ansiavam pela independência de uma grande parte do Império Otomano.

Mas estas esperanças terminaram temporariamente quando os franceses assumiram o mandato na Síria e Faisal foi levado à força para Damasco, de onde tinha sido proclamado rei da Síria. Como consolação, os britânicos nomearam Faisal rei do Iraque. E na ânsia de agradar os árabes, o secretário britânico Winston Churchill cortou 80% do território nacional judaico na Palestina, com cerca de 35.000 milhas quadradas, e criou uma entidade árabe, chamada Transjordânia, e empossou o irmão de Faisal, Abdullah, como Emir (Abdullah é o avô do rei Hussein da Jordânia). A Grã-Bretanha administrou a Transjordânia até 1946, quando então a independência foi concedida e o nome da área se tornou Reino Hashemite da Jordânia.

Esta repartição – a primeira divisão da Palestina e do prometido território nacional judaico – foi como um golpe para os sionistas. O povo judeu aceitou relutantemente esta divisão porque simultaneamente o governo britânico assumiu o Mandato da Liga das Nações para a Palestina, em 1922, e eles realmente não tinham a quem apelar.

Deveria ser enfatizado que a esperança árabe por um vasto império tem desde então se realizado. Hoje, a liga árabe inclui 21 estados independentes cobrindo uma área de 5.000.000 de milhas quadradas. Entretanto, há somente um estado judeu que consiste de 8.000 milhas quadradas.

A princípio, os árabes demonstraram sinais precoces de aprovação quanto ao estado judeu na Palestina em 1919. Mais tarde, podia-se notar que, tendo uma vez experimentado o gosto do poder da independência, eles rapidamente perderam o interesse de incentivar a imigração e o estado judeu.

Todavia, a terceira imigração (aliyah) começou em 1919, motivada pela Declaração Balfour e uma grande oportunidade de trazer judeus oprimidos do leste da Europa e também aqueles fugindo do comunismo que estava tomando conta da Rússia e nações circunvizinhas. Entretanto, em 1920, os árabes mudaram de opinião e começaram a atacar os judeus da Palestina seriamente. A luta começou do lado árabe por se negar a aceitar o estado judeu.

Nesse meio tempo os britânicos temeram que suas relações com os árabes fossem prejudicadas e trataram de proteger seus interesses pelo petróleo no Oriente Médio. Uma vez que já se poderia vislumbrar a Segunda Guerra Mundial no horizonte, o petróleo se tornou uma preocupação suprema, o interesse na conciliação britânica com a causa árabe e contra os judeus na Palestina era óbvio. Eles limitaram bastante a imigração judaica durante o mandato britânico.

De 1936 a 1939, houve uma revolta árabe onde 100.000 pessoas foram mortas. Os ingleses foram bastante clementes no início, o que resultou em desastre – foram mortos: 1000 britânicos, 500 judeus e 8500 árabes (a maioria deles foi morta por outros árabes competindo pelo controle). No final, os britânicos tiveram de adotar a política do punho de ferro para deter a revolta. Este acontecimento os amedrontou bastante, o que fez com que limitassem a imigração judaica. O ápice foi o Papel Branco Britânico, em 1939, o qual ordenava que futuras imigrações judaicas seriam limitadas a 10.000 por ano, durante cinco anos, e um adicional de 25.000 refugiados do nazismo, 75.000 ao todo. Isto era muito pouco se considerarmos que Hitler estava matando 6.000.000 de judeus durante o mesmo período. Ao final do período de 10 anos, o Papel Branco reivindicou um estado independente na região – o Estado Árabe.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Hay Amin Al-Husseini, Ministro de Jerusalém (tio do atual Ministro de Jerusalém, da Autoridade Palestina, Faisal Husseini), se encontrou com Adolf Hitler para organizar o extermínio das populações judaicas no Oriente Médio. Yasser Arafat está também relacionado com esta família, por parte de mãe.

Plano de Partilha das Nações Unidas de 1947

Assim que a Segunda Guerra Mundial acabou, revelando, então a extensão da catástrofe que sucedeu ao povo judeu na Europa, houve exigência por toda a parte no sentido de se tomar uma atitude imediata para restabelecer aqueles que tinham sobrevivido ao Holocausto através da criação do estado judeu.

Os britânicos tentaram, mas falharam ao chegar a um acordo aceitável para ambos, árabes e judeus. Então, eles entregaram o problema para as Nações Unidas, no início de 1947.

As Nações Unidas enviaram uma comissão especial (UNSCOP) para a Palestina para ser investigada. A UNSCOP encontrou dois grupos de pessoas, árabes e judeus, ambos reivindicando todo o país. A fim de satisfazer as aspirações nacionais de ambos, UNSCOP propôs o término do mandato britânico e a partilha da área em estado árabe e estado judeu, com base na concentração populacional. Jerusalém seria uma zona internacional. O Estado Judeu já existia, mas só no nome. Então, ávidos por independência, os judeus na Palestina estavam dispostos a aceitar o compromisso – partilha. Mas os árabes boicotaram o plano da UNSCOP (Comissão Especial das Nações Unidas).

A opinião mundial favoreceu grandemente a resolução das Nações Unidas e foi adotado por uma votação de 33 a favor, 13 contra e 10 abstenções, em 29 de novembro de 1947.

A Guerra de 1948

Durante o debate das Nações Unidas, em 1947, a Alta Comissão Árabe da Palestina ameaçou guerrear. Por outro lado, o porta-voz da agência judaica apelava para a paz.

Jamal Husseini, porta-voz do comitê árabe, disse às Nações Unidas, no dia 24 de novembro de 1947: “A linha de partilha proposta não será nada mais que a linha de fogo e sangue”.

Cinco dias depois, a ONU votou pela partilha e os árabes começaram a guerra para impedir a implementação da resolução da ONU. Ruas foram repletas de minas, estabelecimentos judaicos isolados e escoltas sofreram emboscadas. No final daquela semana, 05 judeus foram mortos.

Mais tarde, apartamentos em Jerusalém foram explodidos e mais de 50 homens, mulheres e crianças foram mortos. Trinta e cinco estudantes de uma universidade hebraica foram massacrados nas rodovias perto de Jerusalém. A agência judaica foi bombardeada e muitos foram feridos gravemente. Uma escolta judaica foi bombardeada no caminho para o Hospital Hadassah, no Monte Scopus e 77 médicos, enfermeiras e cientistas judeus morreram.

Todavia, no dia 14 de maio de 1948, o Estado de Israel foi declarado independente. Os árabes continuaram a rejeitar a partilha e a aceitar a sua própria porção da terra.

Ao invés disso, cinco forças armadas árabes (Egito, Síria, Transjordânia, Líbano e Iraque) invadiram imediatamente Israel esperando varrer os israelitas para o mar. No dia 15 de maio de 1948, Azzam Pasha, secretário Geral da Liga Árabe, disse no Cairo: “Esta será uma guerra de extermínio e massacre momentâneo, a qual será lembrada como os massacres mongólios e as cruzadas”.

Felizmente, estas palavras não foram proféticas e Israel não somente conservou o que lhe foi dado pela ONU, mas também um pouco mais. Todas aquelas áreas designadas por outros países árabes: a área oeste (do rio Jordão) pela Jordânia e a Faixa de Gaza, pelo Egito.

Após o estabelecimento do Estado de Israel, refugiados judeus da Segunda Guerra Mundial e de outros países muçulmanos do Oriente Médio começaram a chegar em grande quantidade.

De 1948-1972, mais de 1.400.000 imigrantes vieram para Israel. Todos tiveram de fixar residência, ser treinados, Ter aulas de hebraico e muitos deles necessitaram de cuidados médicos. Todo este custo caiu sobre os ombros dos israelitas e da comunidade judaica em todo o mundo.

Para os árabes palestinos do oeste da Palestina, a sua rejeição do plano de partilha de 1947 e a escolha pela guerra, fez com que eles perdessem a primeira de muitas oportunidades em conseguir um território nacional – devido a sua insistência em manter a política do “tudo ou nada”.

Nas negociações por um Acordo de Trégua, em 1949, os árabes, tendo perdido, insistiram que Israel então aceitasse as linhas de partilha de 1947 como fronteiras antes deles negociarem. Na verdade, o que eles estavam exigindo após sua derrota, era o que eles poderiam ter conseguido antes da invasão sem sequer dar um tiro.

O propósito da declaração feita pelos árabes era o de aparecer como defensores das resoluções das Nações Unidas, e acusar Israel de violação. O oposto é que era verdade.

Este modelo criou um conceito novo, o qual os árabes usam até hoje: a doutrina do dever da guerra. Sob esta teoria, um agressor pode rejeitar um acordo e pode arriscar o jogo da guerra a fim de ganhar tudo de maneira mais confortável, ou seja, mesmo se ele falhar, poderá insistir em restabelecer o compromisso original e reivindicar seus direitos. Este tem sido o padrão de todas as guerras: 1948, 1956, 1967, 1973, 1982 e até mesmo nas declarações atuais de Yasser Arafat, principal autoridade Palestina.

Israel ou Palestina?

Atualmente, a Palestina tem sido definida como somente a região oeste do Rio Jordão. Esta região consiste em Israel, a Área oeste e Gaza. A propaganda árabe afirma ter Israel usurpado “tudo na Palestina”, deixando o povo Palestino sem nada. E este não é exatamente o caso.

A independência da Transjordânia, se tornando então Jordânia, em 1946, levou a uma redefinição artificial da “Palestina” a qual incluía somente a área oeste do rio Jordão, restringindo-a, assim a 20% da Palestina original. O que a partilha das Nações Unidas, de 1947, fez foi distribuir os 20% da porção remanescente em outro estado árabe e judeu. Entretanto, isso não muda o fato da Jordânia ser ainda parte da Palestina também, com mais de 70% de sua população formada de árabes palestinos (o rei Hussein era árabe saudita. Este território foi dado à sua família, pelos ingleses após a Segunda Guerra Mundial). Com a Jordânia ignorando a partilha das Nações Unidas e anexando a área Oeste, em 1949, os árabes palestinos sob a sombra da Jordânia controlavam 82,5% do mandato palestino dado aos judeus. Por outro lado, o estado judeu compreendia simplesmente 17,5%.

Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel foi atacado pelo Egito e Jordânia e venceu, defensivamente, a área de Oeste e Gaza. A Jordânia perdeu aquela guerra. Todavia a Jordânia ainda se constitui estado palestino árabe em território e população, num total de 80% da Palestina original. Apesar de que os palestinos dizem, Israel não usurpou toda a Palestina e nem tampouco ficaram os árabes sem um Estado Palestino.

A despeito do fato de que toda a Jordânia é Palestina também, sob o acordo de Oslo, Israel concordou em ceder cessões territoriais a oeste do rio Jordão para a Organização da Libertação da Palestina (OLP) sob os auspícios da Autoridade Palestina (AP), cujo líder é Yasser Arafat. Os jordanianos não cederam nenhuma parte da terra no acordo.

Atualmente, a disputada área Oeste e o território de Gaza está dividido em três áreas: área A, B e C. A Área A, que foi dada a Autoridade Palestina (AP), a qual tem total controle da população. Israel é responsável pelo controle da segurança da área B, enquanto a Autoridade Palestina (AP) tem o controle civil. A área C continuará sob o controle e segurança de Israel, por causa de sua população judaica.

O “Estado Palestino” existe na Jordânia com uma população palestina. Novas áreas têm sido transferidas por Israel do território oeste do Rio Jordão. Mas isso não é suficiente. Os palestinos querem mais.

Uma nota final sobre a Palestina: ela nunca foi um estado soberano e de alguma forma foi ofuscada pela guerra e por isso necessita ser reintegrada à família das nações. O que os palestinos estão pedindo é a criação de uma nova identidade nacional.

Palestina foi um nome regional imposto na área pelo Imperador romano Adriano, o qual veio reprimir a Segunda revolta judaica, em 135 d.C. Ele estava com tanto ódio dos judeus que, quis humilhá-los e deixou claro que a nação judaica tinha perdido o direito a terra sob o domínio romano. O nome, Palestina, era originalmente em adjetivo derivado de Philistia, os arqui-inimigos dos israelitas. Adriano também mudou o nome de Jerusalém para Aelia Capitolina por causa do nome de sua família, Aelia. Ele também proibiu os judeus de entraram na cidade com exceção do 9º dia do mês hebraico, para prantear sua destruição. Uma vez que ele era considerado um D-us no Império Romano, esta foi sua tentativa de romper a aliança de D-us com o povo judeu e sua terra.

Isto efetivamente declarou sua autoridade pagã sobre Jerusalém, a qual tinha sido o lugar da presença do D-us de Israel. Para o dia de hoje, a Palestina contradiz Israel e todo este assunto pode ser resumido a uma batalha religiosa (espiritual) por uma terra cujo destino será decidido pelo D-us da Bíblia, sendo que esta é a sua terra (Lv 25.23)!

A Batalha por Jerusalém

Em violação do acordo de Oslo, Yasser Arafat tem declarado repetidas vezes que ele quer as Áreas B e C completamente sob seu controle, e que ele irá declarar o Estado soberano da Palestina, e fará Jerusalém sua capital. Ele diz que irá erguer a bandeira palestina nos muros da antiga cidade de Jerusalém e também nos topos das mesquitas e igrejas.

Israel já colocou toda Jerusalém como sua capital e não concordará com isso. Todavia, se Yasser Arafat persistir neste plano, então a guerra será inevitável. Isto porque muitas nações irão oficializar a declaração de Arafat, e Israel por outro lado a rejeitará. Nesta altura, Jerusalém se tornará um lugar perigoso, pois dividirá as nações.

Zacarias 12.2-3 afirma: “Eis que eu farei de Jerusalém um copo de tremor para todos os povos em redor, e também para Judá, durante o cerco contra Jerusalém. E acontecerá naquele dia que farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que a carregarem certamente serão despedaçados; e ajuntar-se-ão contra ela todo o povo da terra”.

Como crentes na Bíblia, precisamos nos certificar de que estamos do lado de D-us nesta questão quando a inevitável batalha por Jerusalém ocorrer. Deveríamos também escrever para os líderes do governo implorando-os para manterem seu apoio a Israel. Aqueles países que tentarem dividir Jerusalém e forem contra os planos de D-us para aquela cidade (uma vez que nos preparamos para a volta do Ungido), estarão lutando contra o próprio D-us!

Participe dos planos de D-us.

Neste meio tempo, o plano profético de D-us para Israel continua a progredir enquanto a terra se desenvolve, as antigas ruínas são reerguidas, os campos abundam em frutos frescos e legumes e o povo de D-us continua a retornar.

A mais recente imigração (alyah) começou em 1930, quando D-us cumpriu Isaías 43.5-6, o que diz: “Não temas, pois, porque estou contigo; trarei a tua descendência desde o oriente, e te ajuntarei desde o ocidente. Direi ao norte: Dá; e ao sul: Não retenhas; trazei meus filhos de longe e minhas filhas das extremidades da terra”.

Em 1990-91, a Cortina de Ferro do comunismo no norte se desmoronou e os judeus começaram a jorrar em Israel – mais de 700.000 até a presente data. Do sul, os judeus da Etiópia deixaram seus vilarejos para voltar para “casa”, para Sião, e quando eles chegaram ao aeroporto em Adis Abeba, o governo marxista os reteve por mais de um ano. Miraculosamente, aquele governo foi destronado e na confusão, Israel pode enviar mais de 35 aviões de todo o tipo para transportar mais de 15.000 judeus da Etiópia para Israel em apenas um dia. D-us disse ao sul “não retenhas”, e quando Ele fala o milagre acontece!

A Bíblia afirma claramente que os não-judeus participarão deste grande movimento profético para Sião. “Assim diz o Senhor D-us: Eis que levantarei a minha mão para os gentios, e ante os povos arvorarei a minha bandeira; então trarão os teus filhos nos braços, e as tuas filhas serão levadas sobre os ombros” (Is 49:22).

E os filhos dos estrangeiros edificarão os teus muros, e os seus reis te servirão; porque no meu furor te feri, mas na minha benignidade tive misericórdia de ti. E as tuas portas estarão abertas de contínuo, nem de dia nem de noite se fecharão; para que tragam a ti as riquezas dos gentios, e, conduzidos com elas, os seus reis” (Isaías 60:10-11).

Somos chamados a ser atalaias sobre os muros de Jerusalém. Isaías 62.6-7, lembra a todos de orar ao D-us da Bíblia para “não se calar e não dar a D-us descanso até que Ele ponha Israel por louvor sobre a terra”. Sim, D-us está no controle e Sua palavra será cumprida. “Eis que não tosquenejará nem dormirá o guarda de Israel” (Sl 121:4).

Sejamos participantes com D-us neste novo mover profético.

Oremos por Israel e pela paz em Jerusalém, pois somente a paz de D-us será duradoura!

Mário Moreno.

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