Mário Moreno/ novembro 7, 2017/ Artigos

Reforma / Restauração

Qual é a saída para a História?

O que é restauração e como ela acontece? Parece que até o presente momento a Igreja ainda não compreendeu o que realmente significa a restauração. Vejamos qual é o projeto real do Eterno em relação à Igreja e Israel no que diz respeito a restauração.

A definição de restauração

Restaurar não é reformar. A reforma é o ato de consertar um objeto usando qualquer tipo de material no conserto ou reconstituição. Na reforma o mais importante é o objeto em si e não o material utilizado para tal. Já a restauração trata as coisas de um ângulo diferente, pois na restauração a reconstituição é feita levando-se em conta o material original que foi utilizado. Esta é a definição real de restauração.

Qualquer pessoa é capaz de fazer uma reforma. Alguns a fazem de forma satisfatória, outros não. Isso não importa, pois não levam em conta a originalidade daquilo que está sendo reformado, mas sim o seu aspecto exterior. A restauração é diferente, pois deve-se levar em conta que são necessários os materiais originais, além de pessoas tecnicamente capazes a fim de realizarem a restauração, que nem sempre é rápida e eficiente. Às vezes ela é demorada, pois o objeto da restauração foi tão desfigurado que faz-se necessário ir fundo a fim de descobrirem e retirarem tudo o que obstrui a verdadeira aparência daquele objeto.

Qual seria então a forma utilizada pelo Criador para trabalhar com seu povo? Seria Ele adepto de grandes reformas, através de rápidos movimentos? Qual seria a estratégia bíblica utilizada pelo Eterno?

A restauração em Israel

Quem conhece a história de Israel sabe muito bem que o Eterno nunca reformou a nação! No decorrer da história houve sempre um anseio do Eterno a fim de restaurar em Israel sua presença, as práticas bíblicas (quando delas se desviavam) e a obediência à Sua Palavra.

Durante o período de Samuel, quando foi introduzida a monarquia em Israel, houve uma clara rejeição da Teocracia (governo do Senhor) sobre seus servos por parte do povo. Suas palavras espelham bem o que estava em seus corações: “Então todos os anciãos de Israel se congregaram, e vieram a Samuel, a Ramá, e disseram-lhe: Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações. Porém esta palavra pareceu mal aos olhos de Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei, para que nos julgue. E Samuel orou ao IHVH. E disse o IHVH a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não te têm rejeitado a ti, antes a mim me têm rejeitado, para eu não reinar sobre eles. Conforme a todas as obras que fizeram desde o dia em que os tirei do Egito até ao dia de hoje, a mim me deixaram, e a outros deuses serviram, assim também fazem a ti. Agora, pois, ouve à sua voz, porém protesta-lhes solenemente, e declara-lhes qual será o costume do rei que houver de reinar sobre eles” (1 Sm 8:4-9).

Após este pedido, Samuel explica qual seria a forma de agir de um rei – para que o povo estivesse consciente daquilo que viria sobre eles – mas mesmo assim todos os presentes optaram pela manutenção de seu pedido: eles realmente queriam um homem reinando sobre eles! “Porém o povo não quis ouvir a voz de Samuel; e disseram: Não, mas haverá sobre nós um rei. E nós também seremos como todas as outras nações; e o nosso rei nos julgará, e sairá adiante de nós, e fará as nossas guerras. Ouvindo, pois, Samuel todas as palavras do povo, as repetiu aos ouvidos do IHVH. Então o IHVH disse a Samuel: Dá ouvidos à sua voz, e constitui-lhes rei. Então Samuel disse aos homens de Israel: Volte cada um à sua cidade” (1 Sm 8:19-22).

Quando percebemos o resultado desta atitude compreendemos que o Eterno não desejou isso para seu povo! Ele apenas consentiu que eles tivessem um rei! Isso faz uma diferença muito grande, pois neste caso o eterno atendeu um pedido daqueles que insistiam em Ter uma identidade igual à dos demais povos da terra. Eles queriam ser iguais. O Eterno planejara que eles seriam diferentes!

A história continua seu curso e Israel continua se “misturando” com outros povos – e, consequentemente perdendo parte de sua identidade – quando o eterno intervém na história e envia seu próprio Filho a fim de trabalhar na restauração de Israel. Dá-se então o nascimento de Ieshua. Paulo faz uma afirmação surpreendente quanto a isso dizendo: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Elohim enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a Torah” (Gl 4:4). Paulo fala de algo completo, pleno, numa época já determinada pelo Eterno a fim de que esse homem especificamente, viesse a fim de mudar o curso da história e trabalhar na restauração daquilo que fora desfigurado pelo tempo! E assim foi!

Quando, aos 30 anos Ieshua inicia seu ministério, ele é compreendido por muito poucos, pois suas palavras parecem causar um impacto tão profundo na vida das pessoas que para alguns isso representa um grande perigo: mudar muito daquilo que os homens haviam introduzido como um legado seu na vida de Israel.

Ieshua então traz à tona conceitos muito conhecidos dos judeus. Todos estes conceitos faziam parte da Lei e dos profetas, mas ele os traz à tona de uma forma nova, restaurando o desejo inicial do eterno quanto à sua Palavra. Nada do que fora dito na Lei e nos profetas é revogado por Ieshua. Ele mesmo declara isso: “Não cuideis que vim destruir a Torah ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da Torah, sem que tudo seja cumprido” (Mt 5:17-18). Ieshua concordava com todas as palavras que haviam sido ditas anteriormente pelo Pai e pelo Espírito de D-us. Não poderia ser diferente, pois se Ieshua discordasse, a Escritura não seria confiável e nem mesmo D-us mereceria nosso crédito ou confiança! O que dizer de alguém que muda constantemente de opinião? Você confiaria em alguém que diz algo e depois fala outra coisa completamente diferente, anulando aquilo que fora dito anteriormente? Creio que não e esta também não foi a intenção de Ieshua quando esteve entre nós.

Fala-se muito do dualismo lei versus graça. Alguns teólogos pregam e ensinam que estamos na “Era da Graça”. Seria isso mesmo verdade? Vamos analisar os dois conceitos segundo seus defensores:

Na era da Lei os judeus deveriam cumprir a Lei à risca a fim de alcançarem o favor de D-us. Caso contrário morreriam.

Na era da graça, estamos livres do jugo da Lei e não precisamos mais cumpri-la, pois ela foi abolida completamente por Ieshua.

Como, na realidade, eram perdoados os pecados na época de Moshe e dos profetas? Bem, naquele tempo o pecador levava um animal até o sacerdote que o sacrificava a fim de que, através de seu sangue, os pecados do ofensor (pecador) fossem perdoados! Os teólogos chamam isso de Lei! Mas eu faria uma pergunta: como se chama o ato de alguém morrer por outrem? Quando uma pessoa inocente morre no lugar de um culpado, como chamamos isso? Isso é favor imerecido, ou seja, graça!

Agora, durante a época de Ieshua e até hoje, as pessoas não necessitam mais do sangue de animais, mas precisam sim, arrepender-se e clamarem pelo sangue de Ieshua que lhes purificará de todo o pecado.

Vamos a outro exemplo: na época de Moshe e dos profetas o adultério consistia num ato de infidelidade, quando um dos parceiros dentro de um casamento cometiam traição e mantinham uma sexual relação física com outrem. Já no período de Ieshua até hoje o adultério pode configurar-se num simples olhar: quando um homem olha para uma mulher e a deseja, está configurado o adultério! Agora cabe aqui a nossa pergunta: onde está a graça? Hoje, na realidade, temos uma lei muito mais severa e pesada sobre nossos ombros que nos obrigam a andarmos em santidade interior e exterior diante do D-us Eterno! Hoje não temos como nos “desculpar”, pois temos o Espírito de D-us vivendo dentro de nós!

O que Ieshua veio fazer, na realidade, foi restaurar aquilo que o Eterno desejara desde a fundação do mundo, mas que fora desvirtuado justamente porque os homens escolheram que um governo humano seria muito melhor do que ter o Criador reinando sobre eles!

Restauração na História de Israel

Após a dispersão do povo de Israel no ano 70 de nossa era, muitos dos judeus que foram espalhados por todo o mundo preservaram suas identidades, enquanto outros simplesmente a perderam de forma quase definitiva.

No ano de 1948 Israel milagrosamente reaparece como uma nação na terra que lhes fora dada pelo Eterno. Isso aconteceu para que fossem cumpridas várias profecias bíblicas nas quais o Senhor enfatiza que seu povo retornaria novamente – agora de forma definitiva – à posse de sua terra.

Porém, quando Israel retorna para sua terra, o povo que vem para ali habitar procede de pelo menos 89 nações diferentes do mundo! Isso significa uma pluralidade cultural, linguística e de costumes que poderia fazer de Israel uma verdadeira Babel nos dias atuais. Mas, o Eterno cuidou para que tudo saísse conforme Seus planos!

A restauração foi sendo efetuada gradativamente até atingir sua totalidade:

Israel volta para sua terra, conforme as promessas do Senhor;

A língua falada em Israel voltou a ser o hebraico – depois desta língua estar inativa por mais de 1900 anos;

A moeda corrente em Israel hoje é o shekel – ou em português, o siclo, conforme nossas traduções registram na Tanach (Velho Testamento);

A reunificação de Jerusalém e seu consequente retorno como a capital do Estado de Israel – assim como nos tempos bíblicos;

Ou seja, o Eterno realmente trabalhou – e ainda trabalha – a fim de que seu povo seja plenamente restaurado às práticas e tradições bíblicas, que realmente espelham o desejo de Seu coração para com seu povo.

Israel é o único país do mundo onde pode-se observar as normas e padrões bíblicos de forma plena e correta. Esteja um judeu onde estiver ele não é capaz de observar – e às vezes cumprir – tudo aquilo que está estabelecido na Tanach (Velho Testamento) em obediência ao Eterno e sua Palavra. Israel é não só um lugar especial como também tem um povo que é especial! Há ainda um mistério na razão pela qual o Eterno escolheu Israel a fim de manifestar neles seus propósitos eternos. A Escritura nos ensina: “O Senhor não tomou prazer em vós, nem vos escolheu, porque a vossa multidão era mais do que a de todos os outros povos, pois vós éreis menos em número do que todos os povos; mas, porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito. Saberás, pois, que o IHVH teu Elohim, ele é Elohim, o Elohim fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos. E retribui no rosto qualquer dos que o odeiam, fazendo-o perecer; não será tardio ao que o odeia; em seu rosto lho pagará” (Dt 7:7-10).

Isso somente faz com que nós tenhamos um maior temor diante do Eterno, pois realmente os seus propósitos jamais podem ser frustrados! O Eterno realmente tem o controle absoluto da história da humanidade e encaminha todas as situações a fim de que os seus desígnios se cumpram conforme Ele planejou!

Nós cremos que ainda restam algumas coisas a serem restauradas em Israel. Uma delas é o seu povo, que continuará a voltar à sua pátria ancestral, a fim de que se cumpra aquilo que foi dito pelo profeta Ezequiel: “Portanto assim diz o IHVH Elohim: Agora tornarei a trazer os cativos de Ia´aqov, e me compadecerei de toda a casa de Israel; zelarei pelo meu santo nome. E levarão sobre si a sua vergonha, e toda a sua rebeldia, com que se rebelaram contra mim, quando eles habitarem seguros na sua terra, sem haver quem os espante. Quando eu os tornar a trazer de entre os povos, e os houver ajuntado das terras de seus inimigos, e eu for santificado neles aos olhos de muitas nações, então saberão que eu sou o IHVH seu Elohim, vendo que eu os fiz ir em cativeiro entre os gentios, e os ajuntarei para voltarem a sua terra, e não mais deixarei lá nenhum deles” (Ez 39:25-28) – grifo nosso. Este aspecto tem sido fundamental na restauração do povo de Israel, pois o seu povo é parte integrante do projeto de D-us para trazer de volta à nação todos aqueles que outrora foram obrigados a fugirem em virtude das perseguições.

Outro aspecto que já está em andamento neste projeto de restauração é a reconstrução do Templo em Jerusalém. Nós sabemos da necessidade desta reconstrução – e esse fato funciona como um sinal de que Ieshua muito breve voltará – pois segundo Paulo é no Templo que o homem do pecado se assentará querendo exercer o papel divino em e sobre Israel! Isso está relatado em II Ts 2.3,4: “Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Elohim, ou se adora; de sorte que se assentará, como Elohim, no templo de Elohim, querendo parecer Elohim”. E o projeto de reconstrução do Templo já está pronto. Os objetos e vestuário que serão utilizados pelos sacerdotes já estão todos prontos em Jerusalém!

A restauração de Israel encaminha-se para seu ápice antes da volta de Ieshua. Isso está acontecendo de uma forma bem acelerada, demonstrando-se assim que o Eterno tem pressa na execução de seus planos a fim de que a história seja conduzida ao seu pleno cumprimento e assim atinja o propósito de D-us.

A Restauração da Noiva

Quem é a Noiva de Ieshua? A Noiva são todos os crentes em Ieshua – quer sejam eles judeus ou gentios – na realidade, judeus e gentios crentes formam um conjunto que a escritura chama de “Noiva”.

Como já dissemos, a dispersão dos judeus fez com que muitos deles perdessem suas verdadeiras identidades judaicas, e muitos, nem mesmo sabem que são judeus! Esse processo á chamado de “assimilação”, onde um judeu que perdeu suas raízes é assimilado de tal forma que perde, inclusive, a consciência de sua identidade nacional, tornando-se assim um cidadão comum no país em que vive. Isso, nos últimos tempos, já vem sendo restaurado pelo Eterno, pois o Senhor tem mostrado a muitas pessoas sua verdadeira identidade. Muitos tem descoberto de descendem de famílias ancestrais judaicas e, portanto, são também judeus! Esse aspecto acrescenta algo mais à vida destas pessoas, que via de regra são crentes salvos em Ieshua e que nada sabiam sobre “serem judeus” na carne!

Durante séculos de história a Igreja vem recebendo influências que mudaram o curso da mesma, conduzindo-a a uma condição de paganismo em vários aspectos de sua identidade. Prova disso é que foi feita uma “reforma” que é conhecida como “Reforma Protestante”. Essa reforma foi feita por Martinho Lutero (que era padre católico) e que “descobriu” que a salvação dava-se unicamente pela fé em Ieshua! Isso abriu uma perspectiva totalmente nova na época, pois cria-se que o homem poderia “comprar” sua salvação, assim como poderia “pagar” a fim de terem seus pecados perdoados. É assim que Lutero divide a Igreja Católica e nasce então a chamada Igreja Protestante. Esta igreja nasce já com alguns problemas que se agravariam durante o decorrer da história. Lutero preservou muito daquilo que ele havia aprendido na Igreja Católica, e entre estas coisas que foram “preservadas” por ele está o anti-semitismo (ódio contra os judeus), a abolição dos símbolos bíblicos e judaicos (colocando-se no lugar outros símbolos “cristãos”, como por exemplo a cruz), a teologia da substituição (que fala sobre o fato de Israel Ter falhado como nação que levaria a Palavra do Eterno e que agora foi substituído pela Igreja), etc…

Outro aspecto é que a chamada “Igreja de Cristo” recebeu através das eras uma nefasta “herança” espiritual que a corrompeu ainda mais e que permanece até hoje. Essa herança é composta de vários aspectos, quer sejam doutrinários, quer sejam culturais, quer sejam ministeriais. Isso fez com que a Igreja perdesse sua verdadeira identidade! Senão, vejamos alguns aspectos que nós “herdamos” de outras religiões:

O ministério proeminente do pastor, ou o sacerdócio “papal” dentro da Igreja. A Escritura é muito clara quando fala sobre os ministérios, e desde o Velho Testamento já nos é mostrado que há uma inter-relação entre os vários ministérios dentro do povo de Israel. Em Efésios 4.11 Paulo fala sobre os ministérios como ferramenta de edificação do Corpo. Mas, porque isso não acontece hoje? Por que temos tantos ministérios “singulares”? Por que temos tantos pequenos “papas” em nossas Igrejas?

A negação da Tanach (Velho Testamento). A grande maioria das Igrejas e pastores nega a Tanach, usando-a somente conforme a sua conveniência. Segundo estas pessoas, o Tanach ficou para trás e não precisa, necessariamente, ser obedecido. Essa linha de conduta nega totalmente a unidade das Escrituras e também a sua eficácia. Se a Tanach já não tem mais “tanta importância assim”, porque o mantemos em nossas Bíblias? Essa postura inclusive nos faz pensar que o próprio D-us não é uma pessoa em quem possamos confiar, pois se Ele deu ao seu povo uma palavra, e mais adiante mudou de idéia – pois nós não precisamos mais cumpri-la – então Ele não é digno de confiança, pois é extremamente inseguro quanto ao que diz!

A inserção de “Festas Pagãs ao Senhor” no calendário da Igreja. Hoje as “celebrações” das quais a Igreja participa – e até incentiva – não passam de festas pagãs maquiadas como “cristãs”. Exemplos disso são o Carnaval (igrejas desfilando com blocos e trios elétricos), a Páscoa (comemorada com coelhinho que bota ovo de chocolate), as Festas Juninas (os “arraiais dos crentes) e o Natal (com Papai Noel e a mentira de que Ieshua nasceu em 25 de dezembro).

A música profana dentro da Igreja. Hoje tudo vale dentro da Igreja. Alguns “santificaram” músicas e ritmos para o Senhor! Pessoas trazem para dentro da Igreja o samba, o reggae, o rock, e outros ritmos que estão (ou estiveram) em “alta” e adaptam estas músicas como “louvores” ao Senhor! Nós importamos aquilo que o mundo fez para “louvarmos” ao Senhor? Seria isso necessário? Será que o Eterno recebe estes “louvores”? Ou melhor, será que estes “louvores” trazem a presença do Eterno para o meio onde estão sendo entoados? Se a resposta for não, creio que o Senhor não está “recebendo” estas músicas!

As “campanhas” ou “desafios” para buscarmos bênçãos das mãos do Eterno. Nós realmente não encontramos nenhuma base para tais atitudes. Hoje vemos muitos crentes correndo atrás de bênçãos! O interessante é que mais uma vez o homem inverteu a palavra que lhe foi dada pelo Eterno! Fala-se muito de “buscar” à D-us, de ir à Igreja, de levar dízimos e ofertas ao altar, e como resultado dessas atitudes o crente receberia as bênçãos das quais ele tanto necessita. Ir à Igreja durante um certo período (sete, dez, treze) semanas seguidas somente buscando por aquele propósito certamente farão com que o Senhor “amoleça” seu coração e nos abençoe! Ou então o crente deve levar uma “oferta de sacrifício” e então fazer seu desafio à D-us! O resultado será que ele receberá cem vezes mais daquilo que ofertou! O interessante é que a Escritura nos informa que: “E será que, se ouvires a voz do IHVH teu Elohim, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o IHVH teu Elohim te exaltará sobre todas as nações da terra. E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do IHVH teu Elohim” (Dt 28:1-2) – grifo nosso. Moshe nos informa que a obediência faz com as bênçãos corram atrás de nós e não o contrário! Será que é por isso que muitos não estão recebendo o que pedem?

Poderíamos falar sobre muitas outras coisas, porém queremos apenas enfatizar que o eterno hoje está trazendo um avivamento ao seu povo no sentido de que ele retorne à Sua Palavra! Creio que quando retornarmos à Palavra do Senhor muitos de nossos problemas cessarão, pois estaremos abandonando práticas mundanas e retornando ao Senhor e àquilo que está escrito. Não creio em movimentos passageiros, mas sim na perpetuidade da Palavra que é a única capaz de produzir mudança na vida do homem e conduzi-lo à presença do Eterno!

Nós rogamos ao Senhor que possamos juntos participar deste imenso projeto de restauração da Noiva do Cordeiro. Isso requer várias coisas, mas creio que as mais importantes são:

Humildade em reconhecermos que precisamos voltar às nossas raízes e origens dentro da Palavra;

Honestidade a fim de reconhecermos que aprendemos e ensinamos muitas coisas erradas e que agora precisamos nos consertarmos a fim de consertarmos também o que dissemos aos nossos ouvintes;

Coragem, pois muitos nos acusarão de várias coisas, pois não compreendem que estamos no tempo do fim e que agora é a hora do Espírito de D-us atuar desta forma, pois a Noiva precisa muito de maturidade e equilíbrio a fim de receber o seu Noivo.

Amor, pois precisamos amar aos nossos irmãos que não entendem que a restauração começa no coração e se estende ao resto de nosso ser. É individual, mas atinge à coletividade. É lenta, mas às vezes rapidamente se propaga. Só depende de nós, pois o Senhor já iniciou o processo e espera nossa resposta a Ele.

Persistência, pois os resultados poderão não aparecer imediatamente, mas certamente virão e abençoarão a todo o Corpo do Messias.

Que o D-us Eterno nos ajude a entendermos e absorvermos em nossos corações tudo aquilo que Ele deseja para nós neste tempo do fim!

Mário Moreno.