Mário Moreno/ setembro 13, 2017/ Artigos

Balbúrdia teológica

Já não é de hoje que temos assistido a muitos exemplos de “abusos” e também de “falcatruas teológicas” que tem feito do povo do Eterno simplesmente uma “marionete” nas mãos de líderes que tem se aproveitado da inocência e da credibilidade das pessoas.

Mas, quando e como tudo isso começou?

Podemos afirmar que a nossa atual situação é fruto de uma série de “episódios” que culminaram na atual balbúrdia teológica que parece não ter fim!

Esta balbúrdia tem sua origem no desvio ocasionado já após a morte dos últimos enviados de Ieshua; eles eram os “guardiões” da pureza das Escrituras e buscavam zelosamente fazer com que as pessoas que recebiam as boas novas acerca do Ungido fossem instruídas de forma muito clara e precisa acerca das origens de sua fé.

Neste momento temos dois grupos que deveriam ser trabalhados de forma diferente: os judeus dispersos por todo o império romano e os gentios. Os judeus não precisavam “converter-se” mas somente completarem-se com o Ungido. Eles já tinham uma confiança no Eterno e conheciam bem Sua Palavra, por isso precisavam saber as boas novas acerca do Ungido para que sua fé pudesse ser completa. Sendo assim não deixariam o judaísmo mas o completariam com a mensagem recém-recebida. Já com os gentios isso seria diferente, pois precisavam de fato fazer “teshuvá” que é o retorno ao D-us verdadeiro – o Eterno – através do arrependimento. Isso implicaria em deixar todas as práticas passadas e aprender tudo novamente; isso pressupõe que alguém que dominasse as Escrituras – um judeu ou um discípulo que fora ensinado por um judeu – faria este trabalho ensinando a Torah (a base de todo o conhecimento humano) levando esta pessoa a obedecer aos mandamentos do Eterno. Isso sem falar que estes ensinos deveriam ser baseados nos originais em hebraico!

Tudo isso parece simples, mas na realidade não foi bem assim, pois o tempo foi passando e os gentios que chegaram para a fé no Ungido foram pouco a pouco dilapidando os ensinamentos judaicos e foram feitas pequenas “concessões” e adaptações que fariam com que um número maior de pessoas tivesse acesso às boas novas. Esta atitude descaracterizou os judeus crentes no Ungido e os gentios crentes; esta foi uma tentativa bem-sucedida das trevas de “mudar” aquilo que fora estabelecido nas Escrituras.

Sua tentativa bem-sucedida continuou quando se fez necessário traduzir as Escrituras do hebraico para outras línguas. Todos sabemos que a Brit Hadasha foi escrita originalmente em hebraico e não em grego! Hoje existem provas arqueológicas, históricas e evidências textuais que comprovam isso. Então quando foi feita a tradução do hebraico para o grego o desastre começou a acontecer! Certamente quem fez esta primeira tradução NÃO CONHECIA do idioma hebraico – ou conhecia muito pouco – pois não conseguiu “traduzir” determinadas palavras que tem uma importância fundamental na compreensão das Escrituras. Este desastre tornou-se ainda maior e chegou aos nossos dias com profundas modificações na Estrutura do texto sagrado e isso ocorreu de tal forma que muitas doutrinas foram criadas a partir destas “confusões teológicas”.

Vamos falar um pouco sobre “T, T, M”.

O primeiro é “T” é de “tradução” onde uma palavra deveria ser vertida de sua língua original com o significado mais aproximado da palavra para aquele contexto respeitando-se a tradição onde foi originada a língua e posteriormente o texto que produziu o documento em questão.

O segundo “T” é “transliteração”, que é uma técnica usada para verter uma palavra com caracteres diferentes da língua original – neste caso dos caracteres hebraicos para os latinos – para haver entendimento daquilo que está escrito. Isso não significa que NÃO deve haver a tradução; este é somente um recurso para a leitura daqueles que não dominam a língua original.

O terceiro é “M” que significa “modificação”. Este recurso é aplicado quando alguém deseja imprimir a um texto suas opiniões e pensamentos, então esta pessoa deliberadamente muda o texto tirando dele o sentido real e original em que foi escrito.

Aplicando o TTM

Quem fez as primeiras traduções de nossas Bíblias para o português infelizmente seguiu estes critérios listados acima: traduziu uma parte, transliterou outras e modificou uma parte significativa do texto!

Como podemos provar isso? É fácil, acompanhe nosso raciocínio:

A tradução feita a partir de qualquer texto tem de levar em conta as tradições que o cercam – conforme dito acima – e um exemplo muito interessante de tradução malfeita é a palavra “lei” que vem do original Torah. Quando ouvimos a palavra “lei” a primeira coisa que nos vem a mente é uma “imposição”, pois temos ouvido sempre que “as leis devem ser cumpridas”; então pessoas criam leis e nós devemos cumprí-las! Esta é uma conotação extremamente negativa que foi atribuída à palavra em todo o mundo o que ajudou a “desgastar” este termo dando-lhe uma conotação de peso e dureza, pois obedecer à lei não é bom!

Porém a palavra “Torah” tem como primeiro significado “ensino”; depois “lei”. Mas o que isso muda na minha compreensão das Escrituras? Tudo! Vamos dar como exemplo as leis de trânsito. Tais leis primeiro precisam ser “ensinadas” aos futuros condutores para que eles possam conduzir seus veículos de forma a não prejudicarem outras pessoas e também a si mesmos. Ou seja, a obediência às leis de trânsito só trazem benefícios à ambas partes, condutor e pedestres! Este é o mesmo padrão da Torah, que significa “ensino”; então quando o homem é ensinado nos princípios da Torah ele os obedece automaticamente – pois foram incorporados ao seu dia-a-dia – e isso traz a ele e aos demais cidadãos que estão ao seu redor somente benefícios, pois a Torah trata basicamente de dois níveis de relacionamento: com o Eterno e com o próximo!

Este foi um erro grosseiro de tradução e que tem custado muito caro aos crentes pois a impressão que se tem é que a “Lei” não é nada boa! A tragédia já é tão grande que quando falamos dos “Dez mandamentos” – que fazem parte da Torah – os crentes dizem que “obedecem”, mas quando paramos para fazer uma análise fria, isso não acontece! Esta atitude de “dizer que faço mas não faço” é típica de uma auto-defesa, pois fomos ensinados que devemos dizer às pessoas que somos “perfeitos” quando na realidade não o somos – ainda.

Veja que as consequências da tradução malfeita estão tomando dimensões gigantescas, isso por que falamos apenas de uma palavra! Mas só para completar, ainda falando sobre o termo “lei” – Torah – na tradução da Brit Hadasha os tradutores generalizaram e usaram o termo “lei” de forma irresponsável, traduzindo palavras que não significam “lei” e isso é muito claro nas cartas de Sha´ul, principalmente Romanos e Gálatas. Por isso as cartas de Sha´ul são interpretadas de forma tão grotesca, nascendo delas grandes absurdos teológicos que tem levado muitas pessoas a fazerem afirmações simplesmente estúpidas por causa da tradução totalmente equivocada que temos em mãos!

A transliteração

Esta foi uma das “formas” que os tradutores usaram e com isso criaram novas palavras – neologismos – o que dificulta cada vez mais o entendimento das Escrituras e afasta as pessoas do entendimento original do texto.

Vamos dar dois exemplos que poderão nos ajudar a entender o tamanho do problema que temos em nossas mãos!

O primeiro é a palavra “Amém” que tem sido traduzida por séculos por “Assim seja!”. Isso está errado, pois esta palavra é um acróstico em hebraico da frase “El melech ne emam” que significa “D-us meu rei é fiel”. Isso é muito mais do que “assim seja”. Um fato agravante é que em diversos livros a frase “em verdade” provém do termo hebraico “Amém”! Isso nos mostra o quanto perdemos de significa com a transliteração, pois neste caso este recurso deixa à mercê de alguns a tarefa de interpretar esta palavra, o que foi e tem sido feito de maneira completamente ineficiente e errônea!

Certamente esta palavra é o termo mais falado em todo o mundo e isso tem um peso muito grande, pois neste caso a palavra foi totalmente descaracterizada com a finalidade de fazer com que ela perdesse sua força original e seu significado. Neste caso quando as pessoas dizem “Amém” elas acham que estão simplesmente concordando com algo. Agora sabemos que isso vai muito além; então quando continuamos a análise da palavra descobrimos que Amém é uma Pessoa! Isto está escrito no livro de Apocalipse 3.14, que diz: “Escreve também ao mensageiro da congregação que está em Laodicéia: Isto diz o Amém, o testemunho fiel e verdadeiro, o princípio da criação de Elohim”. Então podemos afirmar que o “Amém” é Ieshua e quando dizemos esta palavra estamos na realidade declarando a fidelidade do Eterno em nossas vidas através de Ieshua!

Nada disso está acessível na simples transliteração e na “explicação” dada pela tradição “cristã”. Para um entendimento mais extenso sobre esta palavra consulte artigo em nosso site.

Um outro exemplo está na palavra “Cristo” que provém do termo hebraico “Mashiach” que significa “Ungido”. Este é o mesmo significado de “Cristos” na língua grega. A transliteração fez com que o cristianismo incorporasse este “título” de Ieshua considerando-o como uma espécie de “sobrenome”. A palavra “cristo” dentro da tradição cristã está associada ao sofrimento de um homem com a finalidade de redimir a humanidade. A ligação com o sofrimento e com os problemas é tão clara que criamos expressões idiomáticas que refletem isso quando dizemos: “Ele foi pego para “Cristo””; isso reflete a conotação negativa que esta palavra ganhou ao longo dos séculos, além de criar uma nova religião! E tudo isso baseado num erro na tradução – neste caso a transliteração – que fez com que os homens então “criassem” o cristianismo e os cristãos como seguidores de Cristo! Isso nunca aconteceria se o tradutor tivesse traduzido a palavra Mashiach por Ungido! Certamente a história tomaria rumos diferentes daqueles que conhecemos até então.

Este é de longe o caso mais crítico de uma transliteração que causou e ainda causa grandes problemas para a humanidade, pois se Ieshua o Ungido tivesse sido reconhecido como tal pelos tradutores eles entenderiam que a sua missão era a redenção da humanidade e ele fora “Separado” e investido de autoridade para exercer seu ministério. Isso é “ser ungido”. A conotação é positiva e poderia ao final da missão de Ieshua terminar em morte, para que as profecias se cumprissem! Mas a transliteração “matou” este significado e as pessoas em geral tem uma visão muito deturpada do título “Cristo”.

No caso do tradutor ter “acertado” na tradução então ele teria dado uma continuidade histórica ao judaísmo messiânico que é justamente aquilo que foi dito no livro de Atos, onde está escrito: “E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela congregação e ensinaram muita gente. E em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados ungidos (ou messiânicos)”. Os judeus estavam se completando através de Ieshua e os gentios se convertendo; portanto recebiam o nome de “ungidos” por serem seguidores do Ungido judeu chamado Ieshua.

A Modificação

A modificação consiste nisto mesmo: mudar uma palavra com o objetivo de um “melhor entendimento” ou para fazer com que suas convicções – do tradutor – possam ser inferidas através desta mudança.

O caso mais evidente de “modificação” está relacionado aos nomes contidos nas Escrituras: de pessoas, de lugares, de países; tudo foi alterado deliberadamente.

Vamos novamente citar dois casos para entendermos o que ocorreu:

Todos conhecem um personagem bíblico chamado “Ia´aqov”. Seu nome é na realidade Ia´aqov. Este nome significa em hebraico “calcanhar do Eterno”. A teologia “tradicional” ensina que este nome significa “suplantador, enganador”. Bem, para nossa surpresa isso está completamente errado e no mundo cristão o patriarca Ia´aqov não passa de um trapaceiro, um farsante! E o pior nisso é que ele dá origem – de forma direta – às doze tribos de Israel, e de uma destas tribos viria a Ungido!

Parece que a falta de conhecimento fez com que Ia´aqov fosse “demonizado” e Esav – Esaú fosse tido como o “bom homem” na história… Certamente os nossos amados líderes NÃO LERAM esta parte das Escrituras que falam sobre estes dois personagens e não entenderam que por trás dos acontecimentos há uma forte carga da tradição judaica que explica tudo. A “demonização” de Ia´qov é forte em púlpitos, seminários e até em conversas corriqueiras entre crentes! Alguns dizem: “Ele foi um safado; roubou seu irmão”; outros ainda falam que os judeus, por procederem de Ia´aqov trazem consigo esta má “fama” e que por isso tem uma reputação “duvidosa”.

O que eu acho mais interessante é que o Eterno avalizou os atos de Ia´aqov e a história deu continuidade através dele, enquanto que Esav – o “bonzinho” – desaparece dos anais da história! Um outro fato é que o Eterno envia mensageiros para acompanharem Ia´aqov à casa de Labão, o abençoa em tudo e ele volta para sua casa muito rico e finalmente o próprio Elohim encontra-se com ele para mudar sua estrutura interior – alma! Isso me parece bom para um farsante!

Neste caso a modificação e a má leitura e interpretação das Escrituras fez um efeito devastador e difícil de ser “destruído” na mente das pessoas, pois quando se fala sobre Ia´aqov o que vem à mente é “enganador, suplantador”.

Um outro caso, ainda mais grave é o de Ieshua, que os tradutores conseguiram transformar em “Jesus”! Neste caso o nome do salvador foi atingido em cheio e isso tem causado uma crise de autoridade em todo o universo.

Esta “mudança de nome” havia sido profetizada por Jeremias, quando ele disse: “E eu era como um manso cordeiro, que levam à matança; porque não sabia que imaginavam projetos contra mim, dizendo: Destruamos a árvore com o seu fruto, e cortemo-lo da terra dos viventes, e não haja mais memória do seu nome”. Se lermos o versículo atentamente veremos que ele se refere a Ieshua, pois a pessoa de quem fala Jeremias é comparado a um “cordeiro” que deveria ser levado à matança; ele é chamado de “árvore” que deve ser destruída para que pereçam seus frutos! O texto finaliza dizendo: “e não haja mais memória de seu nome”. Como “riscar” a memória do nome de alguém? Mudando-o! Este foi um dos mais “brilhantes” trabalhos que o maligno conseguiu encetar em toda a história da humanidade; o maligno mudou radicalmente o nome do Ungido e com isso ele tira do Ungido a autoridade inerente ao seu nome! O nome retrata não somente a pessoa em si, mas também sua história e feitos e seu caráter. Neste caso estamos falando do nome sagrado do Ungido que foi dado pelo Eterno através de um mensageiro e através deste nome a humanidade seria salva!

Vejamos o que nos diz a Escritura sobre isso: “E, no sexto mês, foi o mensageiro Gabriel enviado por IHVH a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão cujo nome era Iosef da casa de David; e o nome da virgem era Mirian. E, entrando o mensageiro onde ela estava, disse: Salve, agraciada; o IHVH é contigo; bendita és tu entre as mulheres. E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras e considerava que saudação seria esta. Disse-lhe, então, o mensageiro: Mirian, não temas, porque achaste graça diante de Elohim, E eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Ieshua. Este será grande e será chamado filho do Altíssimo; e o IHVH Elohim lhe dará o trono de David, seu pai, e reinará eternamente na casa de Ia´aqov, e o seu Reino não terá fim” Lc 1.26-33. Este fato é confirmado quando Ieshua vai ser circuncidado: “E, quando os oito dias foram cumpridos para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Ieshua, que pelo mensageiro lhe fora posto antes de ser concebido” Lc 2.21.

Devemos nos recordar que isso aconteceu em ISRAEL e que lá NINGUÉM falava português, portanto o nome do menino não poderia ser Jesus! Um outro detalhe importante é que na língua hebraica NÃO existe a letra “jota”.

Então você pode estar se perguntando: “De onde veio o nome Jesus?” Vamos lhe mostrar a origem através de um artigo publicado pela SBB que diz:

JESUS OU IESHUA”?

As explicações da Comissão de Tradução, Revisão e Consulta da SBB sobre o nome “Jesus”, tema que vem despertando dúvidas em vários leitores.

Pergunta:

Tem fundamento a afirmativa de que o nome de Jesus é de origem grega e não hebraica?

Resposta:

Não, não tem. Esse nome transliterado para o grego como Iesous, é hebraico e vem de Ieshua” (as aspas representam a letra hebraica ayin). A forma plena da palavra é Yeoshua”, que, a partir do cativeiro, passou a dar lugar, à forma mais abreviada Ieshua”.

Até o começo do segundo século d.C. Iesous (Ieshua”) era um nome muito comum entre os judeus. Na Septuaginta, versão do Antigo Testamento que os judeus fizeram entre os anos 285 e 150 a.C., do hebraico para o grego, o nome Iesous aparece para referir-se tanto a Josué (quatro indivíduos) como aos oito Jesua mencionados em Esdras e Neemias.

Iesous não é nome de nenhum deus da mitologia grega, tanto que não aparece em nenhum clássico grego. Ver, por exemplo, o Dictionaire Grec-Français, de C. Alexandre, que, no apêndice de nomes históricos, mitológicos e geográficos, traz no verbete Iesous apenas o seguinte: “Jesus, nome hebraico”.

Pergunta:

Como o nome Yehoshua” se tornou Jesus?

Resposta:

Já vimos que o vocábulo Jesus não se deriva diretamente de Yehoshua”, mas da forma abreviada Ieshua”, através do grego e do latim. A letra j inicial se explica da seguinte forma: os judeus da Dispersão, empenhados em traduzir as Escrituras do hebraico para o grego (a Septuaginta), não encontraram nessa língua uma consoante correspondente no hebraico. A solução, então, foi recorrer à vogal grega iota, que corresponde ao nosso i. Então escreveram Ieremias, começando com i, e assim por diante, inclusive Iesous.

Mas como foi que esse i se tornou j? Foi através do latim, que deu origem às línguas neolatinas, entre as quais está o português. No latim posterior à Idade Média, começou a aparecer na escrita a distinção que já existia na pronúncia entre i vogal e i consoante, o qual passou a ser grafado como j. Por isso, o Dicionário Latino-Português, de Santos Saraiva, traz verbetes como estes: Iesus ou Jesus; Ieremias ver Jeremias.

Agora a explicação para o s médio de Jesus. No vocábulo hebraico Ieshua” o grupo sh representa a consoante shin. Por não haver em grego som correspondente a essa consoante fricativa palatal (que soa como a letra x em “eixo”), os judeus a substituíram por sigma, também fricativa mas linguodental (que em grego, mesmo entre as vogais, soa como nosso ss). O ditongo grego ou soa u.

O aparecimento do s final do nome Jesus se explica pela necessidade de tornar esse nome declinável: os judeus substituíram a letra ayin final pela letra sigma (o s do grego) do caso nominativo. Nos outros casos a palavra se declina assim: Iesou (genitivo), Iesoi (dativo), Iesoun (acusativo) e Iesou (vocativo). Com isso, foram resolvidos dois problemas de uma só vez: o nome ficou declinável, e o ayin final, que não tem equivalente em grego, foi substituído por um sigma (letra s).

Fato semelhante se deu com Judas, que reflete a forma grega Ioudas, que em hebraico é Yehudah (Judá). Outros nomes hebraicos que terminam com a gutural “he” tem em grego, em latim e em português o som s: Isaías, Jeremias, Josias e Sofonias. Outro exemplo é o vocábulo Mashiac, que termina com a gutural sonora cheth (ch), a qual em grego, em latim e em português deu lugar ao som de s: Messias.

A evolução do termo de uma língua para outra é a seguinte: Ieshua” (hebraico) -> Iesous (grego) -> Jesus (latim) -> Jesus (português).

Artigo extraído da revista “A Bíblia no Brasil” edição de julho a dezembro de 1.995 – página 27.

Este artigo no mostra que foi feito um “esforço” muito grande para que a mudança fosse perpetrada! Esta mudança nunca foi permitida pelas Escrituras; elas pelo contrário dão ordem para que não sejam feitas quaisquer alterações no texto sagrado e neste caso – como em muitos outros – o texto sagrado foi alterado substancialmente! A consequência disso é tão abrangente que certamente não podemos entender na sua plenitude o que aconteceu, pois é em nome de Ieshua que as pessoas recebem salvação, como está escrito: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo dos céus nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” At 4.12.

Ainda podemos dizer que este nome foi dado a Ieshua pelo Eterno, pois está escrito: “Pelo que também Elohim o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Ieshua se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Ieshua o Ungido é o Senhor, para glória de Elohim pai” Fp 2.9-11.

Finalizamos dizendo que o papel daqueles que traduziram nossas Bíblias foi no mínimo questionável, pois as informações que temos é que tais pessoas são conhecedoras das línguas originais e também das tradições que as cercam, assim como informações sobre os avanços e descobertas nesta área.

Conclusão:

Mas em termos de traduções nada mudou… o que temos em nossas mãos hoje é muito parecido com o que existe desde há muito e ninguém há que tenha coragem de romper a barreira levantada pelas poderosas “sociedades bíblicas” que monopolizam a tradução das Escrituras, sua impressão o papel utilizado, sua comercialização, etc…

Parece que a atuação do maligno em “desfigurar” as Escrituras não se limitou aos tempos antigos e isso tem continuidade ainda hoje perpetuando-se em organismos que deveriam nos municiar com as “Escrituras da Verdade”.

O que faremos agora?

Necessitamos de uma profunda restauração naquilo que conhecemos como a “Noiva do Cordeiro” e que hoje está totalmente desfigurada como “Noiva” que deveria ser em função daquilo que tem recebido dos púlpitos, escolas e locais onde é ensinada a Escritura. A restauração começa pelas escrituras e termina com uma mudança em nosso povo que alcançará a muitos e fará com que de fato sejamos tidos como a “Noiva de Ieshua”.

O que o Adversário fez para nos roubar na tradução das Escrituras e no conhecimento da Palavra hoje estamos fazendo para restaurar e devolver à Noiva a Palavra verdadeira e o ensino que advém desta palavra restaurada!

Que o Eterno nos ajude em nome de Ieshua.

Mário Moreno.