Mário Moreno/ março 19, 2018/ Parasha da semana

Tzav (Ordena)

Lv 6.1–8.36 / Jr 7.21-9.23 / Hb 9:11-28

        Na Parashá desta semana estaremos abordando o tema das leis pelos dos sacrifícios pelas várias modalidades de pecados. Veremos também qual foi a metodologia utilizada pelo Eterno a fim de que Ele pudesse consagrar homens para o ministério sacerdotal.

O primeiro passo na questão dos sacrifícios é o sacrifício pelos pecados voluntários. Este tipo de sacrifício é descrito no versículo 2 em diante. Está escrito assim: “Quando alguma pessoa pecar, e transgredir contra o IHVH, e negar ao seu próximo o que lhe deu em guarda, ou o que deixou na sua mão, ou o roubo, ou o que reteve violentamente ao seu próximo” (Lv 6.2). A primeira coisa que percebemos aqui é que o Eterno define muito bem o que se passa com o homem. A tradução da palavra “pessoa” em hebraico é nepesh e significa “vida, alma, criatura, mente”. Já a palavra “pecar” em hebraico é hata´ e significa “errar, sair do caminho, pecar, tornar-se culpado”. Significa ainda “errar o alvo”, ficar aquém do padrão. A idéia que o texto transmite aqui é que o pecado é algo pensado, arquitetado pela mente e logo após é posto em execução pelo corpo! Isso tudo acontece primeiro à nível mental para depois transformar-se numa atitude! Veja que esse pecado é cometido “contra o Senhor” e a palavra Senhor aqui em hebraico é IHVH! Novamente a palavra “transgredir” em hebraico é ma´al e significa “delito, falta”. Esta palavra vem de uma raiz meil que significa “manto, túnica, capa” (Ver também I Sm 24.5; 28.14; I Cr 15.27). O termo ma´al denota a “quebra ou violação do ensino religioso” (Torah) como um ato consciente de traição e a vitima de tal ato é D-us! O que significa isso? Significa que aquilo que fazemos contra Aquele que se torna aquilo que precisamos que Ele se torne para nós, quando é algo errado implica numa falta, num delito e isso retira de sobre nós (ainda que temporariamente) a nossa “cobertura”, deixando-nos assim vulneráveis aos ataques de fora! Todo pecado voluntário e intencional traz sobre o pecador conseqüências graves (mesmo que não sejam imediatas)!

Um outro detalhe a ser observado é que o texto nos informa que esse tipo de pecado foi cometido contra nosso próximo! Mas como? É simples, pois somos informados que quando tomamos algo emprestado, ou aquilo que é até mesmo “furtado” ou “tirado sem querer” ou violentamente é considerado como um delito contra o Senhor (IHVH). A palavra “violentamente” em hebraico é ´ashaq e significa “oprimir, conseguir fraudulentamente, enganar, praticar violência”. Já o termo “próximo” em hebraico é amit e significa “companheiro, colega, parente”. Percebemos que este ato de “violência” tem várias nuances e formas de ser executado contra aqueles que estão ao nosso redor!

O texto continua dizendo: “Ou que achou o perdido, e o negar com falso juramento, ou fizer alguma outra coisa de todas em que o homem costuma pecar; será pois que, como pecou e tornou-se culpado, restituirá o que roubou, ou o que reteve violentamente, ou o depósito que lhe foi dado em guarda, ou o perdido que achou, ou tudo aquilo sobre que jurou falsamente; e o restituirá no seu todo, e ainda sobre isso acrescentará o quinto; àquele de quem é o dará no dia de sua expiação. E a sua expiação trará ao Senhor: um carneiro sem defeito do rebanho, conforme à tua estimação, para expiação da culpa trará ao sacerdote; e o sacerdote fará expiação por ela diante do IHVH, e será perdoada de qualquer das coisas que fez, tornando-se culpada” (Lv 6.3-7). Notemos ainda que nem aquilo que achamos – que foi perdido por outrem – deve ser tido como nossa possessão, pois se o dono aparecer não poderemos de forma alguma negar que achamos o objeto. A punição para isso está bem clara no verso 5 quando a palavra “no seu todo” ensina-nos que a restituição deve ser plena daquilo que foi tirado! No hebraico aparece a expressão “shalam rosh”, que traduzido literalmente é “principal completo”. Existe ainda a “multa” de 20% (vinte por cento) sobre o valor principal que deve ser acrescido como um pagamento de indenização sobre o objeto roubado ou tomado sem autorização do proprietário. Devemos ainda salientar que todo este processo é necessário porque ligado à shalam está shalom! Ou seja, enquanto não houver restituição não haverá paz! Isso deverá ser feito no dia da sua expiação. Esta palavra em hebraico é ashma e significa “pecado, ações pecaminosas, culpabilidade”. Isso nos fala sobre o dia em que ambos – transgressor e ofendido – comparecem diante do sacerdote e ali resolvem a questão, havendo então a liberação do perdão ao ofensor por parte do ofendido!

Outro detalhe importante está no verso 6, onde temos a palavra “expiação” ali aparece o termo ashma que significa “pecado, ações pecaminosas, culpabilidade, reconhecer uma ofensa, transgredir”. Este termo vem de uma raiz com os seguintes significados: ashma, “pecado”; asham, “culpabilidade”; ashêm; “em falta”. Este termo está ligado à palavra “Senhor” (IHVH) que demonstra nossa atitude em reconhecer diante do IHVH nossa culpa e clamar para que o sacrifício (o cordeiro) seja suficiente para nos trazer perdão!

Quando todos os passos são cumpridos, então vem o perdão! A palavra “perdoar” em hebraico é salah e significa “perdoar”. Nós sabemos que o perdão inclui a libertação da culpa que outrora estava sobre o ofensor. Agora já não poderá mais haver uma “cobrança” quanto à culpa por parte do maligno, pois a mesma já foi levada pelo sangue do cordeiro que ali foi oferecido diante de IHVH!

Agora temos então, na continuidade: “Dá ordem a Aharon e a seus filhos, dizendo: Esta é a lei do holocausto; o holocausto será queimado sobre o altar toda a noite até pela manhã, e o fogo do altar arderá nele” (Lv 6:9). O Eterno nos fala sobre uma ordem que deveria ser dada à Aharon e seus filhos. A palavra “ordem” em hebraico é tsawã e significa “ordenar, incumbir”. Isso significa que essa seria a incumbência deles acerca do holocausto, ou seja, Aharon e seus filhos deveriam ter tal prática diária e deveriam cumpri-la e forma obrigatória. Não há escolha! O texto continua dizendo que esta é a “lei” do holocausto. A palavra “lei” em hebraico é torah e significa “ensino, lei”. Foi através da Torah que D-us mostra seu interesse por todos os aspectos da vida humana, a qual deve ser vivida debaixo da direção e cuidados divinos. E esta Torah só foi dada à nação que entrou em aliança com D-us. Por estarem intimamente ligadas (ensino [torah] e aliança) infringir uma é infringir a outra. A Torah traz consigo bênçãos e maldições. Aquele que segue seus preceitos (por estar em aliança com D-us) é abençoado, mas todo aquele que violar será amaldiçoado!

Uma outra atribuição da Torah era determinar o caráter dos israelitas e também servia guiar a nação por todos os dias de sua vida.

Há também detalhe do holocausto. A palavra “holocausto” em hebraico é Olah e significa “subida, escadaria”. O holocausto é o único meio de fazer o ofertante “subir” até a presença de D-us. A fumaça da oferta queimada é o símbolo da vida do ofertante que está sobre o altar e é queimada, devorada pelo fogo! A palavra Olah significa também “oferta total”, “oferta inteira”; o ato de queimar é secundário em relação à entrega da criatura toda ao Senhor.

Há uma identificação do ofertante com o holocausto, o que simbolizava uma substituição. O altar era reservado para as coisas santas. Aquilo que é oferecido sobre o altar deve ser santo.

O animal deveria ser do rebanho do ofertante, simbolizando que aquilo que era oferecido seria o melhor que ele possuía. Isso envolvia um vínculo emocional entre a oferta e o adorador!

A oferenda da vida ao D-us da vida faz a diferença entre um simples abate de animal e uma oferta sacrificial aceitável.

Os cohanim recebem a mitsvá de recolher as cinzas do altar todos os dias

D’us ordenou a Moshê: “É uma mitsvá para o cohen ir toda manhã ao altar e retirar as cinzas dos corbanot queimados com uma pá. Deve colocar as cinzas no chão próximo à rampa do altar, sempre no mesmo local.”

Esta mitsvá é chamada de terumá hadeshen (recolher parte das cinzas).

Nossos sábios nos contam que ocorria um milagre com as cinzas, depois que o cohen as colocava no chão. O solo as engolia, e não ficava nenhum traço delas no local. Este milagre era um sinal de D’us que ele estava satisfeito com a avodá e lembraria sempre o mérito dos corbanot queimados. Por que D’us ordenou que as cinzas fossem retiradas do altar todos os dias?

Você poderá pensar que o objetivo desta mitsvá era o de limpar o altar das cinzas. Talvez fosse esta a razão, mas na verdade retirar uma pá repleta de cinzas não limpava realmente o altar. (Na verdade, o altar era completamente limpo de tempos em tempos. Sempre que a pilha de cinzas ficava muito alta, um cohen levava a pilha toda para um lugar especial fora de Yerushaláyim.) Se era assim, qual o propósito da mitsvá diária de terumat hadeshem, tirar uma pá cheia de cinzas do altar?

Não sabemos o que D’us tinha em mente quando nos deu esta mitsvá. Apesar disso, podemos aprender um conceito importante:

Um cohen devia sentir-se orgulhoso por ser uma pessoa especial. De todos os judeus, apenas os cohanim foram escolhidos por D’us para fazer a avodá. E apenas eles vestiam bigdê kehuná, lindas vestes que eram vedadas ao judeu comum. A mitsvá de terumat hadeshen ensinava os cohanim a serem humildes. A primeira avodá que tinham que fazer pela manhã era retirar cinzas do altar e colocá-las no chão. Um cohen poderia ter pensado que este não era um trabalho apropriado e digno para ele. Poderia ter preferido ordenar a um não-cohen para fazer este “trabalho insignificante”.

Mas D’us ordenou que somente um cohen o fizesse e que ao fazê-lo estivesse vestido com suas roupas especiais. A mitsvá também ensinava ao cohen que ele era simplesmente um servo de D’us e que é a Ele que devemos todos servir e honrar.

Nossos sábios explicam:

 A qual cohen a mitsvá de terumat hadeshen era designada no Bet Hamicdash

Quem dentre os cohanim recebia a mistvá de retirar as cinzas do altar?

Primeiramente, qualquer cohen de plantão no Bet Hamicdash naquela manhã poderia decidir que queria fazer terumat hadeshen. Quem primeiro começasse, recebia a mitsvá.

Se vários cohanim desejassem fazer terumat hadeshen, correriam pela rampa do mizbêach. Aquele que atingisse primeiro o topo da rampa, tinha o direito de cumprir a mitsvá. Certa vez, entretanto, um triste incidente ocorreu. Dois cohanim chegaram ao topo ao mesmo tempo. Um deles estava tão ansioso para conseguir a mistvá que empurrou o outro cohen para fora da rampa. O homem rolou para baixo e quebrou a perna. Os juízes do Sanhedrin perceberam que as regras teriam de ser mudadas. Decidiram: “Como os cohanim amam até mesmo essa aparentemente humilde avodá a ponto de competirem por ela, de agora em diante deverá ser compartilhada da mesma maneira que os outros avodot (serviços) do Bet Hamicdash: por sorteio.”

O “sorteio” no Bet Hamicdash era feito de maneira especial:

Os cohanim formavam um círculo. Cada cohen levantava um dedo, e o cohen encarregado do sorteio pegava um certo número, por exemplo trinta e sete. Então ele começava a contar os dedos levantados, começando de qualquer ponto do círculo e seguindo em volta. O cohen cuja contagem o atingia no número “trinta e sete” era o escolhido para a avodá. O cohen escolhido para a avodá de terumat hadeshen vestia bigdê kehuná, pegava uma pequena pá de prata e subia no altar. Enchia a pá com cinzas e depositava as cinzas no lado da rampa.

Quando falamos sobre o holocausto entendemos que tal tipo de sacrifício deveria ser feito a qualquer momento em que houvesse a necessidade do mesmo! O texto ainda nos informa que: “O fogo que está sobre o altar arderá nele, não se apagará; mas o sacerdote acenderá lenha nele cada manhã, e sobre ele porá em ordem o holocausto e sobre ele queimará a gordura das ofertas pacíficas” (Lv 6:12).

As ofertas contínuas que ofereciam duas vezes ao dia, sem falta, eram uma expressão da dedicação de Israel ao seu D-us. O sacerdote deveria “queimar” a gordura! A palavra “queimar” em hebraico é qatar e significa “fazer subir em fumaça”! O objetivo de tal queima é transformar a coisa ofertada em fumaça que subiria até a divindade como um aroma suave. Mas, o que deveria “transformar-se em fumaça?” A gordura. A palavra “gordura” em hebraico é heleb. A oferta da gordura, que era a parte mais saborosa, simbolizava o desejo de oferecer o melhor à D-us. Também é um símbolo de fartura, prosperidade e quando o ofertante a leva para ser queimada no altar isso significava que ele estava entregando à D-us toda a sua fartura e sua prosperidade, como um ato de adoração ao Senhor, sobre o altar!

Mas, a queima desta “gordura” deveria ter um objetivo. E qual seria ele então? Esta queima é chamada de “oferta pacífica”. Esta palavra “pacífica” em hebraico vem do termo shelem e que significa “paz, saúde, inteiro”. Falava da inteira dedicação da parte do ofertante e da paz de D-us a quem as oferece. As gorduras somente eram queimadas, e as carnes eram consumidas pelos sacerdotes e pelo povo, numa ceia de aliança solene, à qual os pobres eram convidados e que prenunciava a paz que seria trazida aos homens pela obra de Ieshua – que a si mesmo se oferecia sobre o altar do D-us Eterno – a fim de trazer paz aos homens através deste sacrifício! Aí está o objetivo de tal sacrifício: o de trazer paz, saúde, algo completo, pleno à vida do ofertante!

Mas há ainda mais: O significado da raiz da palavra, shlm é “terminar ou completar algo” – de entrar num estado de integridade e unidade, de participação de um relacionamento restaurado.

Os desdobramentos da raiz nos mostram outras coisas mais:

Shalêm – estar completo, sadio.

Shelem – oferta pacífica

Shalam – estabelecer uma aliança de paz

Shalem – perfeito, inteiro, completo (significava também as pedras inteiras (i. é. não cortadas) do altar e também as pedras lavradas do Templo.

Shillem – recompensa

Através da oferta pacífica o Eterno tinha a intenção de colocar o ofertante num nível de relacionamento com Ele mesmo (D-us) restaurado! Então estará sendo completado o ciclo de morte e expiação (perdão) do pecado, o que dará ao ofertante a condição de ter a sua santidade restaurada por causa do sangue! E também o ofertante receberá do Eterno a paz que é a conseqüência do perdão! Isso restituirá ao ofertante a sua saúde, e ele novamente estará “completo” diante do Eterno pois entre eles foi restabelecida uma aliança de paz!

O shelamim oferecido para agradecer a D’us por um milagre

Na Parashá Vayicrá, a Torah explicou que se um judeu deseja oferecer um corban shelamim,

uma oferenda que expressa sua felicidade para D’us, pode fazê-lo. Partes do shelamim são comidas trazidas pelo ofertante e sua família.

Esta Parashá acrescenta que se alguém está numa situação perigosa e D’us milagrosamente o salvou, deve oferecer um sacrifício de shelamim para agradecer a D’us. Este shelamim especial é chamado shalmê todá.

Existem quatro situações especiais após as quais uma pessoa deve oferecer um shalmê todá:

  1. Se estava seriamente doente e se recuperou.
  2. Se atravessou um deserto em segurança.
  3. Se voltou em segurança de uma viagem por mar.
  4. Se foi libertado da prisão.

Se esteve em quaisquer outras situações perigosas e D’us o salvou, deve também oferecer um shalmê todá.

Como alguém oferece um shalmê todá?

O judeu oferecendo o shalmê todá deve trazer 40 pães ao Bet Hamicdash juntamente com seu animal. O proprietário deve comer a carne e 36 dos pães no dia em que o corban é oferecido, ou durante a noite seguinte. É claro que ele e a família não podem comer 36 pães neste curto espaço de tempo. O que fazer então? Convida os parentes e amigos a uma se’udat hoda’a, a refeição de agradecimento, para ajudá-lo a comer tudo.

Isto é exatamente o que D’us deseja que ele faça! Eis porque Ele ordenou que o proprietário oferecesse tantos pães! Pois durante a refeição, é claro que perguntarão ao dono: “Por que trouxe este shalmê todá ao Bet Hamicdash?” Ele começará a contar a história, com palavras como estas: “Na semana passada eu atravessei um deserto assustador e solitário. De repente, um lobo começou a uivar perto de mim. Juntaram-se a ele, uma enorme matilha de lobos famintos, e começaram a perseguir-me… não fosse pelo grande chêssed (bondade) de D’us, eu não estaria vivo para contar essa história.”

Os ouvintes então se conscientizam da grande bondade e misericórdia de D’us. Começariam a louvá-Lo pelos grandiosos milagres que Ele faz por todos nós. Este é o objetivo de trazer o shalmê todá; faz com que o dono e todos aqueles que tomam parte na refeição reflitam no quanto D’us cuida de nós e louvem-No por isso.

Tudo isso apontava para aquilo que Ieshua faria por nós e para o perdão que nos seria oferecido através de seu sangue. Só então teríamos condições de oferecer-lhe nossa “gordura” – aquilo que temos de melhor – a fim de vivermos um relacionamento perfeito, pleno e restaurado com o Senhor!

Esta seção finaliza com o seguinte verso: “O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará” (Lv 6:13). Veremos o que significa este verso, pois o fogo no altar tem um sentido muito forte na Escritura. A palavra “fogo” em hebraico é esh e significa “fogo”. A palavra ocorre num contexto de revelação de D-us a respeito de si mesmo ao homem ou da aproximação do homem em relação à D-us (adoração e sacrifício). Devemos notar que em todo o sacrifício há o contexto da adoração! Percebemos que, quando a Escritura fala sobre o sacrifício há sempre uma revelação, uma liberação de perdão e uma lição que é aprendida através daquele ato.

  • Em Gn 5.17 – Como clímax da aliança de D-us com Avraham uma tocha de fogo move-se entre as partes do sacrifício dos animais, como se fosse a assinatura de D-us no contrato.
  • Em Ex 3.2 D-us aparece à Moshe como chama de fogo que ardia na sarça.
  • D-us responde a Elias com fogo que vem do céu, consumindo o holocausto, e lambendo, inclusive a água que estava ao redor do altar!
  • O fogo é símbolo de juízo e também purificação; ele mata e aprimora.

O interessante é que esse fogo deveria arder continuamente sobre o altar. A palavra “arderá” em hebraico é yaqad e significa “queime, inflame”. O lugar de sacrifícios deverá permanecer sempre queimando, inflamado. O local está sempre pronto esperando apenas pelo holocausto! Isso significa que o Eterno estará sempre à nossa disposição aguardando somente a nossa ação em sua direção para então podermos receber dele o perdão! Este fogo é tamiydcontinuação, constante, constantemente; regular (diariamente), ininterrupto, diariamente, perpétuo”. Percebemos que essa ordem foi dada por um simples motivo: o primeiro fogo que acendeu a lenha do sacrifício depois da consagração formal de Aharon como sacerdote foi ateado por D-us (Lv 9.24). Esta origem sobrenatural do fogo no altar serve para nos ensinar que se um sacrifício pode ser feito pelo homem, mas é só a graça de D-us que o consome, que o torna aceitável, que faz dele um meio de expiação. Nenhum fogo feito pelo homem poderia ser usado no altar do Senhor, e por isso mesmo era tão importante que os sacerdotes conservassem sempre acesa a chama que veio a existir de maneira tão notável. O pecado de oferecer sacrifícios com “fogo estranho”, fogo ateado por homens e não por D-us, foi justamente o que provocou a morte de Nadabe e Abiú (Lv 10.1-2).

Agora temos novamente a descrição de outra oferta que deve ser feita pelo homem ao Senhor. “E esta é a lei da oferta de alimentos: os filhos de Aharon a oferecerão perante o IHVH diante do altar” (Lv 6:14). A primeira coisa que devemos notar aqui é que a palavra “lei” em hebraico é torah e significa “ensino, instrução”. O que significa isso? O eterno quer primeiro nos ensinar como devemos servi-lo através das ofertas, pois cada uma delas contém significado profético e aponta para uma realidade espiritual maior.

A palavra “oferta” em hebraico é minhã e significa “oferta de manjares”. Da raiz mnh, que significa “dar”. Remonta a outra raiz nhh, que significa “liderar”, “dirigir”. A palavra indica um presente dado aos superiores, especialmente aos reis, indicando uma atitude de respeito e submissão àquela pessoa. Vejamos isso então: esta oferta era trazida ao Eterno como um sinal da gratidão do ofertante para com aquilo que Ele já havia feito em sua vida! Os filhos de Israel são ensinados a darem aquilo que tem de melhor alegremente; assim eles se dirigem ao Eterno para “dar” como um sinal de sua gratidão e também de sua submissão Àquele que é a fonte de todas as coisas!

Esta oferta seria feita assim: “E dela tomará um punhado da flor de farinha, da oferta e do seu azeite, e todo o incenso que estiver sobre a oferta de alimentos; então o acenderá sobre o altar, cheiro suave é isso, por ser memorial ao IHVH” (Lv 6:15). Devemos notar aqui algo interessante: esta oferta é feita com farinha (que é o produto final da moagem do trigo) juntamente com azeite; e a isto deveriam acrescentar o incenso! Bem, nós sabemos que a farinha representa a vida do ofertante que foi “moída” pelo Eterno e que agora está pronta para ser oferecida à Ele de forma correta. Já o azeite representa a unção do Espírito de D-us sobre o homem! Ele não poderá ser aceito como “oferta” pelo Eterno se sobre ele não houver unção! Não devemos nos esquecer que a unção “quebra” qualquer tipo de jugo sobre a vida das pessoas e é a unção – azeite – que faz com que a massa fique pronta para ir ao forno! Um outro detalhe é que tudo isso deve ser feito com oração! O incenso, segundo nos informa o livro de Apocalipse, representa as orações dos santos!

Então entendemos que esta oferta é levada ao Eterno como uma representação do próprio ofertante que se oferece ao Senhor e em oração se consagra à Ele pois quando a oferta é queimada ela exala um cheiro suave e se torna um memorial diante do Senhor. A palavra “memorial” em hebraico é azkarah e significa “porção memorial”. Para que D-us se lembre, uma recordação. Isto era feito como um ato profético no sentido comemorativo! O ofertante já celebrava a vitória e comemora-a através de seu ato diante de D-us.

O interessante é que esta oferta possui também um outro detalhe nela: ela é dada ao Eterno e também partilhada pelo ofertante e pelos demais (sacerdotes) que oficiam na casa do Senhor. “E o restante dela comerão Aharon e seus filhos; ázimo se comerá no lugar santo, no pátio da tenda da congregação o comerão” (Lv 6:16). Esta oferta é feita com pão ázimo (sem fermento), o que representa uma vida de santidade do ofertante e justamente por isso deveria ser consumida no lugar santo (dentro do tabernáculo). Isso deveria acontecer no pátio. A palavra “pátio” em hebraico é chatser e significa “pátio”. Estas ofertas eram consumidas no pátio do tabernáculo. O ato de consumir as ofertas (ou desfrutar das bênçãos) é somente um passo a ser dado, porém ainda fora do lugar santo. Aquilo que é material deveria ser consumido no pátio para depois poder-se entrar no lugar santo. O homem, depois de saciado fisicamente (abençoado) entra na presença de D-us tranqüilo, e então pode dedicar-se à comer da Palavra, receber a unção e entrar em oração e adoração.

Devemos perceber que este tipo de oferta não poderia ser fermentada! “Levedado não se cozerá; sua porção é que lhes dei das minhas ofertas queimadas; coisa santíssima é, como a expiação do pecado e como a expiação da culpa” (Lv 6:17). A pureza – falta de fermento – desta oferta simboliza que o ofertante já se apresenta diante do Eterno sem culpa, pois o pão ázimo é oferta de gratidão e não como oferta para expiação do pecado. Esta oferta é tida como oferta pelo pecado; ou seja, ela é algo santíssimo ao Senhor. A oferta pelo pecado tinha a propriedade de trazer o perdão por causa do pecado. Esta palavra “pecado” em hebraico é hata’ e significa “errar, sair do caminho, pecar, tornar-se culpado”. Significa ainda “errar o alvo”, “ficar aquém do padrão”. A santidade da oferta trazia o ofertante novamente para dentro do padrão do Senhor, recolocando-o na posição correta!

Até mesmo Aharon e os seus deveriam oferecer ao Eterno ofertas. O processo seria assim: “Esta é a oferta de Aharon e de seus filhos, a qual oferecerão ao IHVH no dia em que ele for ungido; a décima parte de um efa de flor de farinha pela oferta de alimentos contínua; a metade dela pela manhã, e a outra metade à tarde” (Lv 6:20). A “oferta” aqui é definida como qorban e esta palavra em hebraico designa “a oferta a divindade, no sentido do que há de ser sacrificado”. Esta oferta seria feita por Aharon e seus filhos no dia de sua unção (consagração) ao Senhor. Há um outro detalhe aqui: a palavra que define o Eterno em hebraico é IHVH (tetragrama)! Isso significa que o próprio D-us se tornaria para Aharon e seus filhos a unção e a consagração que eles tanto necessitariam! O interessante é que a palavra “unção” em hebraico é mashah e significa “ungir, espalhar um líquido”. Se ligarmos isso ao significado do nome do Eterno teremos então o Senhor se “espalhando” sobre o corpo de Aharon e seus filhos, preenchendo assim cada milímetro do corpo deles com Sua presença! Mas ainda há mais: a raiz desta palavra nos fala também de:

Mishhã – óleo de unção

Moshhã – porção

Mashiah – aquele que é ungido

Mimshah – expansão.

O que acontece quando somos “ungidos” pelo Eterno? A primeira coisa é que recebemos do óleo de sua unção – O Espírito Santo – sobre nós. Isso conseqüentemente nos torna “ungidos” do Senhor. Deste termo “Ungido” (Mashiah) vem a palavra Messias! Após isso ter acontecido vem também sobre nós a porção do Eterno para aquele dado momento e nossas vidas – e ministérios – expande-se de forma maravilhosa!

Agora falaremos sobre duas proibições muito importantes constantes desta seção. A primeira é sobre não comer gordura animal! “Fala aos filhos de Israel, dizendo: Nenhuma gordura de boi, nem de carneiro, nem de cabra comereis” (Lv 7:23). A proibição quanto ao consumo da gordura por parte do homem está ligada à questão da finalidade da gordura. Nós já vimos que a gordura é um símbolo da fartura e prosperidade que o Eterno dá ao homem. E isso deve ser “devolvido” ao Senhor sobre o altar. É justamente por isso que ao homem é vetado o direito de consumi-la! Quando existe a obediência por patê do homem o Eterno traz sobre sua vida o acréscimo de bênçãos diárias que suprem-lhe todas as necessidades. Quando o israelita queimava a gordura sobre o altar – e o cheiro subia até a presença do Eterno – da Eternidade descia sobre a vida do ofertante as bênçãos necessárias para o suprimento das necessidades daquele que assim procedia!

Uma outra proibição diz respeito ao consumo de sangue. “E nenhum sangue comereis em qualquer das vossas habitações, quer de aves quer de gado” (Lv 7:26). A palavra “sangue” em hebraico é dam, significando “sangue”. A palavra ocorre em duas categorias gerais.

  1. Derramamento de sangue por morte, violência ou destruição, como acontece na guerra ou num homicídio.
  2. Derramamento de sangue, sempre resultando em morte num sacrifício à D-us.

Desde que o derramamento de sangue representava perda de vida, e que o sangue assim derramado era só usado para expiação, nunca se podia comer ou beber. Comer sangue é proibido porque nós não recebemos a vida de uma forma mágica, através da ingestão do sangue, como ocorre com as divindades pagãs (ex. o vampiro).

O sangue derramado tinha a função de cobrir o pecado, o que não aconteceria se ele fosse ingerido! Então, após o sangue ter sido derramado (e conseqüentemente uma vida já ter sido dada por outra) o sacrifício poderia então ser oferecido, pois nesse momento o ofertante já teria sido santificado, podendo então oferecer um sacrifício santo à D-us!

Outro detalhe importante é que o sangue circula por todo o corpo humano, sendo o veículo que conduz à todo o corpo a “saúde” ou a “doença” contida naquele organismo. Portanto a ingestão de sangue contaminado por qualquer enfermidade trará sobre o consumidor o risco de também portar a enfermidade que o animal possuía! O Eterno em sua sabedoria escolheu dar ao seu povo ensinamentos e normas a fim de poupar-nos de tal perigo de contaminação e conseqüentemente de sofrimento e até mesmo de morte prematura! São justamente estes os motivos da proibição da ingestão do sangue.

O próximo passo agora é a consagração de Aharon e de seus filhos para o sacerdócio. “Então disse Moshe à congregação: Isto é o que o IHVH ordenou que se fizesse. E Moshe fez chegar a Aharon e a seus filhos, e os lavou com água” (Lv 8:5-6). O primeiro passo é que Moshe cumprirá em Aharon e seus filhos a determinação do Eterno para que eles possam oficiar o sacerdócio. Aqui Moshe é aqui um tipo de Ieshua, que em primeiro lugar “lava” aqueles que irão oficiar no ministério para depois então proceder com o restante dos atos necessários para o exercício de suas funções.

Os sacerdotes receberão todo um paramento que os habilitará ao serviço do Senhor. “E vestiu-lhe a túnica, e cingiu-o com o cinto, e pôs sobre ele o manto; também pôs sobre ele o éfode, e cingiu-o com o cinto de obra esmerada do éfode e o apertou com ele. Depois pôs-lhe o peitoral, pondo no peitoral o Urim e o Tumim; e pôs a mitra sobre a sua cabeça; e sobre esta, na parte dianteira, pôs a lâmina de ouro, a coroa da santidade, como o Senhor ordenara a Moshe” (Lv 8:7-9). Devemos perceber que após ter sido “lavado” e consequentemente purificado, Aharon e os seus estão habilitados a receberem agora aquilo que veremos é a “armadura” de guerra dos ministros do Eterno!

O primeiro item a ser citado aqui é a túnica. Este paramento é o vestido que cobre todo o corpo do homem e por ser feita de linho é símbolo dos atos de justiça daquele que a veste; é também uma figura que acorre em paralelo com a descrição de Paulo em Efésios. Além disso há também o cinto, que simboliza o envolvimento do peito e das costas pela verdade da Palavra do Eterno. Ela dá segurança e “reveste” a parte mais importante de nosso corpo – o tórax – contra os ataques certeiros no coração. Há também o manto. Nós cremos que isso é uma figura do tallit – o manto de orações que os judeus usam – que é símbolo da cobertura do Eterno sobre a vida daquele que o usa. Há também o éfode, que é um paramento composto de uma sobrepliz e de um peitoral contendo as doze pedras que simbolizam as doze tribos de Israel sobre o peito! Dentro do peitoral estão o Urim e o Tumim, que em hebraico significam “Luzes e perfeições” e que se localizam sobre o coração! Estes objetos – o Urim e o Tumim – eram duas pedras de duas faces cada, tendo em cada face escritas as palavras “Sim” e “Não”. Sua função era decidir – em caso de falta de qualquer tipo de revelação direta do Eterno – o que seria feito em um determinado caso. Quando ambas pedras mostravam a face do “Sim” a resposta era “Sim”. Quando ambas as pedras mostravam a face do “Não”, a resposta era “Não”. E quando haviam faces alternadas, “Sim” e “Não”, então a resposta era “espere”.

Há ainda a mitra, que simboliza cobertura e autoridade! Esta peça do vestuário do sacerdote é semelhante a um chapéu alto e ponteagudo e aqui é um antecessor do moderno kipá. O sentido de ambos é o mesmo: estar debaixo da autoridade e da cobertura do Eterno! Um detalhe é importante citar: o sacerdote oficiava descalço! Isso acontecia para que ele se lembrasse de quem ele era: pó da terra! O contado deste homem com o solo tinha a propriedade de lembra-lo de sua origem e de sua humanidade!

Você notará que faltam dois elementos aqui, se compararmos esta lista com Efésios: a espada e os calçados dos pés! Devemos perceber que a armadura do sacerdote continha apenas instrumentos de defesa e não de ataque! Um outro detalhe é que os pés estariam descalços por que não havia ainda sido proclamado o Evangelho – que significa boas novas – que trariam paz aqueles que o recebessem!

Agora então é o momento da unção, pois armadura sem unção é igual à guerra feita na carne! “Então Moshe tomou o azeite da unção, e ungiu o tabernáculo, e tudo o que havia nele, e o santificou” (Lv 8:10).  O processo de unção tem início primeiro pelo Tabernáculo – o lugar onde habitaria o Eterno e depois os que ali trabalhariam! A palavra Tabernáculo em hebraico é mishkan e significa o Tabernáculo; perceba que o lugar onde o sacerdote ministrava foi ungido e santificado antes do próprio Aharon, pois como poderia um homem santo entrar num lugar impuro?

Agora vem a unção que Aharon tanto precisava: “Depois derramou do azeite da unção sobre a cabeça de Aharon, e ungiu-o, para santificá-lo” (Lv 8:12). Percebemos o que está dito aqui, que o azeite foi derramado sobre a cabeça de Aharon… A palavra “derramar” em hebraico é yatsaq, e significa “derramar, também indica que a unção”:

  • veio do alto
  • não foi pouca
  • deveria envolver o sacerdote.

        Um outro detalhe é que esta unção deveria vir a partir da cabeça! A cabeça nós sabemos que é a parte do homem que controla todo o corpo. É justamente por isso que a unção deveria ter início pela cabeça… Uma cabeça santa traz santidade à todo o restante do corpo…

O processo agora passa pelo sacrifício de três animais até que tudo esteja legalmente pronto para o exercício do ministério. O primeiro passo é dado em Levítico 8:14, que diz: “Então fez chegar o novilho da expiação do pecado; e Aharon e seus filhos puseram as suas mãos sobre a cabeça do novilho da expiação do pecado”. A palavra “pecado” em hebraico é hata´e significa “errar, sair do caminho, pecar, tornar-se culpado”. Significa ainda “errar o alvo”, ficar aquém do padrão. Quando Aharon e seus filhos puseram as mãos sobre o novilho da expiação, isto significava que os pecados do ofertante se imputavam à oferta pela culpa, que tinha de morrer para fazer expiação pelos sacerdotes. Nisto se vê um claro tipo de expiação substitutiva realizada pela morte de Ieshua há Mashiach para perdoar nossos pecados. Fala-se dos pecados do corpo.

Já num segundo momento ocorre uma outra situação: em Levítico 8:18 está escrito assim: “Depois fez chegar o carneiro do holocausto; e Aharon e seus filhos puseram as suas mãos sobre a cabeça do carneiro”. A palavra “holocausto” em hebraico é olah e significa “subida, escadaria”. O holocausto é o único meio de fazer o ofertante “subir” até a presença de D-us. A fumaça da oferta queimada é o símbolo da vida do ofertante que está sobre o altar e é queimada, devorada pelo fogo. A palavra olah significa também “oferta total”, “oferta inteira”; o ato de queimar é secundário em relação à entrega da criatura toda ao Senhor.

Há uma identificação do ofertante com o holocausto, o que simbolizava uma substituição. Este sacrifício nos fala sobre um posicionamento de nossa alma diante do Eterno que “sobe” à presença do Criador através do holocausto!

Num terceiro momento acontece assim: “Depois fez chegar o outro carneiro, o carneiro da consagração; e Aharon com seus filhos puseram as suas mãos sobre a cabeça do carneiro” (Lv 8:22). Agora temos finalmente a “consagração” do ofertante ao Eterno. A palavra “consagração” em hebraico é millum’im e quer dizer “preenchimentos”, ou “ações de encher”. Esse é o momento em que o espírito do homem assume – e também recebe – uma posição de estar sendo totalmente dedicado Àquele que o criou. É o retorno à D-us e a sua vontade que são expressos num sacrifício que aponta para um ato de “conversão” do homem para D-us. Nós temos então três momentos:

–    novilho da expiação do pecado.

  • Carneiro do holocausto.
  • Carneiro da consagração.

Aharon teve de passar pelo processo de consagração submetendo-se às ordenanças de D-us, para depois ministrar ao povo! Ele precisou ser profeticamente restaurado nas três áreas que são parte do homem – corpo, alma e espírito – para então poder ter condições de ministrar ao seu povo!

Antes de tornar-se sacerdote, Aharon teve de ser ofertante, identificando-se inteiramente com a oferta dada ao Senhor.

Agora temos o processo final de consagração de Aharon: “E degolou-o; e Moshe tomou do seu sangue, e o pôs sobre a ponta da orelha direita de Aharon, e sobre o polegar da sua mão direita, e sobre o polegar do seu pé direito” (Lv 8:23). O sangue derramado sobre a orelha, o polegar direito e o polegar do pé direito do sacerdote simbolizavam sua consagração completa para ouvir, ensinar e observar a Palavra de D-us. O sangue indica redenção destes órgãos e sentidos para se tornarem aptos para o serviço do Eterno!

Agora há um incremento no processo de unção: “Tomou Moshe também do azeite da unção, e do sangue que estava sobre o altar, e o espargiu sobre Aharon e sobre as suas vestes, e sobre os seus filhos, e sobre as vestes de seus filhos com ele; e santificou a Aharon e as suas vestes, e seus filhos, e as vestes de seus filhos com ele” (Lv 8:30). O óleo e sangue foi usado porque os sacerdotes eram ungidos assim, representando respectivamente duas bênçãos que haveriam de ser derramadas sobre o povo de D-us com a vinda de Ieshua: a unção do Espírito e o sacrifício expiatório.

Finalmente, Aharon e seus filhos passaram um período na tenda da congregação para somente depois deste período serem considerados prontos para darem início ao sacerdócio. “Também da porta da tenda da congregação não saireis por sete dias, até ao dia em que se cumprirem os dias da vossa consagração; porquanto por sete dias ele vos consagrará” (Lv 8.33). Os sacerdotes, antes de iniciarem seu trabalho, passaram sete dias na tenda da congregação, simbolizando com isso que sua preparação espiritual para o sacerdócio foi completa! Eles fecharam o ciclo completo de D-us (simbolizado pelo número sete) e somente então puderam sair da tenda da congregação para servirem ao Eterno. Isso significa que há um período ideal, completo, pleno de preparação que cada pessoa deve passar junto à tenda da congregação a fim de, depois de cumprido o tempo, eles então poderem sair para o serviço do Senhor!

Que o Eterno nos ajude a entender seus propósitos hoje e sempre!

Baruch Há Shem!

Mário Moreno