Ieshua é O Caminho

Mário Moreno/ outubro 27, 2017/ Artigos

Ieshua é O Caminho

Ieshua é O Caminho

As palavras de Ieshua permanecem vivas em nossa mente e a cada dia que as observamos percebemos o quão verdadeiras são. O próprio Ieshua nos disse:

“Respondeu-lhe Ieshua: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Iochanan/João 14:6).

Ieshua é o ponto central de nossa confiança. Se somos seguidores de Ieshua – e consequentemente somos também judeus messiânicos – e se Ele se estabeleceu como sendo o Caminho, então conhecer o Caminho passa por conhecê-Lo intimamente.

Mas o que significa ser “o caminho”?

Neste texto a palavra “caminho” vem do termo hebraico “derek” que significa “caminho, estrada, jornada”. Refere-se a um caminho gasto, batido, de tanto andar-se nele. A primeira vez que esta palavra aparece nas Escrituras é em Gn 3.24, onde está escrito: “E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida”.

Então podemos começar nossa reflexão dizendo que Ieshua é o caminho que conduz o homem de volta à árvore da vida! É impressionante notarmos que as palavras de Ieshua nos remetem totalmente de volta à Torah!

A Missão de Ieshua não foi somente a de salvar e redimir o homem da perdição; Ele é também o “derek” [caminho] que nos conduzirá de volta à nossa condição primordial, perdida em Adam: a de sermos novamente eternos, assim como ele era!

De fato, as Escrituras nos afirmam:

“Pois o Ungido é o objetivo da Torah para justificar a todo aquele que crê” (Ruhomayah/Romanos 10:4). Estas palavras de Sha´ul nos remetem a algo também extraordinário: ele afirma que Ieshua é o cumprimento das palavras da Torah e esse cumprimento n´Ele traz a justificação ao homem! Por isso chamamos Ieshua de “A Torah viva”.

O próprio Ieshua nos afirma:

“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, viverá; entrará e sairá, e achará pastagens… As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; Eu lhes dou a vida eterna, e jamais morrerão; e ninguém as arrebatará da minha mão. Mas Ieshua falara da sua morte; eles, porém, entenderam que falava do repouso do sono” (Iochanan/João 10:9,27-28). Mais uma vez Ieshua usa uma palavra singular para falar de si mesmo. A palavra “porta” vem do termo hebraico “petah” e significa “abertura, entrada, porta”. Este termo tem uma associação curiosa em Oséias 2.15: “E lhe darei as suas vinhas dali, e o vale de Acor, por porta de esperança: e ali cantará, como nos dias da sua mocidade, e como no dia em que subiu da terra do Egito”. Neste verso a palavra “porta” – petah – vem ligada ao termo “esperança”. Mais uma vez podemos notar que quando Ieshua definiu-se como “porta” Ele estava dizendo que Ele é a porta da esperança para aqueles que creem n´Ele!

Certamente os judeus que o ouviam chegaram a esta mesma conclusão e por isso Ele tinha cada vez mais seguidores, pois suas palavras foram entendidas de forma correta pelos judeus que o associaram não somente à Torah, mas também com as palavras dos profetas!

Desde os primórdios, o Caminho vem sendo preparado para este momento, em que conheceríamos a Ieshua e adentraríamos as portas da vida eterna:

“Avraham, vosso pai, desejava ver o meu dia; viu-o, e alegrou-se“ (Iochanan /João 8:56).

“Pois se [realmente] confiásseis em Moshe, confiaríeis em Mim; porque de Mim ele escreveu” (Iochanan/João 5:46).

“Felipe achou a Natan’el, e disse-lhe: Acabamos de achar aquele de quem escreveram Moshe na Torah, e os profetas: Ieshua Ben Iossef, de Natseret” (Iochanan/João 1:45).

De fato, é impossível cumprir a Torah, sem termos fé em Ieshua, pois a Torah afirma:

“Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em Meu Nome, eu o requererei dele” (Devarim/Deuteronômio 18:18-19).

É interessante que esta profecia é atemporal, ou seja, o Eterno não fala da época em que ela se cumpriria, mas fica subentendido que os judeus deveriam ficar alertas todo o tempo, pois este profeta viria e falaria em nome do Eterno e as suas palavras seriam requeridas caso não fossem ouvidas e obedecidas!

Assim sendo, com a vinda de Ieshua temos o cumprimento da última mitsvá (mandamento) que nos foi dado por Elohim, tornando-a plena. Isto é, o Caminho é plenamente revelado.

A Estratégia do Adversário

Considerando que Ieshua é o nosso Caminho, isto é, o centro da nossa confiança, então isto significa que o Adversário certamente não deseja que O conheçamos de forma plena. Assim sendo, o Adversário investe pesadamente no ataque contra a pessoa de Ieshua. Algumas vezes os ataques são pesados e frontais; outras vezes não. Muitas vezes os ataques são sutis: É muito fácil perceber a mão do inimigo quando alguém nega Ieshua de forma plena. Todavia, bem mais sutil é quando o inimigo, elemento por elemento, desconstrói a figura de Ieshua. De fato, Sha’ul nos alertou quanto a isso, ao afirmar:

“Estou sem palavras quanto a quão rapidamente vós vos voltastes do Ungido, o qual vos chamou por sua graça, para outra mensagem a qual não existe. Porém, há homens que vos confundem e desejam distorcer a mensagem do Ungido. Mesmo se nós, ou até um mensageiro dos céus, anunciar algo diferente do que vos fora anunciado, que seja amaldiçoado. Como disse antes, assim digo novamente: Qualquer homem que vos anunciar algo diferente do que recebeste seja amaldiçoado” (Galutyah/Gálatas 1:6-9).

É, portanto, crucial para os crentes que seguem a Ieshua, e ponto central de nosso manifesto, afirmar a identidade d´Ele em sua

– Ieshua é judeu

– Ieshua é o Salvador

– Ieshua é Melech HaMashiach (o Rei Ungido)

– Ieshua é o Cohen Gadol (Sumo Sacerdote)

– Ieshua é plenamente homem

– Ieshua é o Nosso Adon (Senhor)

– Ieshua representou o IHVH

Negar estes aspectos é comprometer a figura de Ieshua. Em alguns casos, é negar a própria salvação. Por esta razão, apresentamos aqui todos os elementos da identidade do Ungido:

Ieshua é judeu

Em seu diálogo com a mulher de Shomron (Samaria), Ieshua afirma:

“Aquilo que ele tem visto e ouvido, isso testifica; mas vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos; porque a salvação vem dos judeus” (Iochanan/João 4:22). Neste diálogo acontece mais uma vez algo impressionante: enquanto Ieshua fala com a mulher, Ele me momento algum se apresenta a ela. Mas quando diz estas palavras citadas acima Ele usa um termo conhecido para definir “salvação”: Ieshuah! Ou seja, Ele falava d´Ele mesmo como sendo aquele que salvaria a humanidade, porém esta “salvação” é aquela que vem dos judeus! O Ungido é judeu e os seus discípulos seriam judeus. A mulher que falava com Ele também sabia que o Ungido viria e anunciaria todas as coisas que eles precisavam ouvir. O anuncio do Ungido era conhecido, mesmo por aqueles que não eram considerados “judeus”; todos esperavam a salvação dos judeus para ver se, de alguma maneira, poderiam desfrutar desta salvação para si próprios também!

Ieshua era chamado por seus talmidim (discípulos) de “rabi”, título reservado aos mestres da Torah nos tempos de Ieshua:

“E em meio a todas estas coisas, os seus talmidim lhe pediam, dizendo a Ele: Rabi, come” (Iochanan/João 4:31).

“Disse-lhe Ieshua: Miriam! Ela, virando-se, disse-lhe em hebraico: Raboni! [que quer dizer, meu Mestre]” (Iochanan/João 20:16).

Aqui vemos a importância da judaicidade de Ieshua. Pois de fato, Elohim tem como plano que a Casa de Iehuda seja o elemento que no fim dos tempos traria o Seu conhecimento às nações:

“Assim diz IHVH Tseva’ot: Naquele dia sucederá que pegarão dez homens, de todas as línguas das nações, pegarão, sim, na orla das vestes de um judeu, dizendo: Iremos convosco, porque temos ouvido que Elohim está convosco” (Zechariyah/Zacarias 8:23).

Infelizmente, hoje em dia, a maioria dos seguidores de Ieshua comete o mesmíssimo erro que a mulher de Shomron: adoram o que não conhecem, pois, ao criarem uma nova religião completamente independente do Judaísmo, jogaram fora todo o contexto judaico do Ungido.

A fim de resgatar esse contexto, abaixo apresentamos um paralelo entre Ieshua e os sábios judeus de seu tempo.

Ieshua, Hillel e Menachem

Nos tempos de Ieshua, havia 4 grandes grupos religiosos que dominavam a vida religiosa de Israel:

os p’rushim (fariseus) da Beit Hillel (Casa de Hillel)

Fariseu (do hebraico פרושים) é o nome dado a um grupo de judeus devotos à Torah, surgidos no século II a.C.. Opositores dos saduceus, criam uma Lei Oral, em conjunto com a Lei escrita, e foram os criadores da instituição da sinagoga. Com a destruição de Jerusalém em 70 d.C. e a queda do poder dos saduceus, cresceu sua influência dentro da comunidade judaica e se tornaram os precursores do judaísmo rabínico.A palavra Fariseu tem o significado de “separados”, ” a verdadeira comunidade de Israel”, “santos”.

Sua oposição ferrenha ao Cristianismo rendeu-lhes através dos tempos uma figura de fanáticos e hipócritas que apenas manipulam as leis para seu interesse. Esse comportamento deu origem à ofensa “fariseu”, comumente dado às pessoas dentro e fora do Cristianismo, que são julgados como religiosos aparentes.

Hilel, o Ancião, (em hebraico: הלל; c. 60 a.C. – c.9 é o nome pelo qual é conhecido um célebre líder cabalista, que viveu durante o reinado de Herodes, o Grande na época do Segundo Templo. Estudioso respeitado em seu tempo, Hilel é associado à diversos

os p’rushim (fariseus) da Beit Shamai (Casa de Shamai)

Shamai 50 a.C.– 30 d.C.) foi um estudioso judeu do primeiro século e uma das figuras mais importantes da Mishná. Fundou uma escola conhecida como Beit Shamai. Geralmente é associado a Hilel, o ancião de quem foi contemporâneo e oponente sobre as interpretações que deveriam ser dadas aos mandamentos da Halachá.

os tsedukim (saduceus)

Saduceus (em hebraico: צְדוּקִים – Ṣĕdûqîm bnê Sadôq, sadoquitas, em grego: Saddoukaios) é a designação da segunda escola filosófica dos judeus, ao lado dos fariseus.

Também para esta seita ou partido é difícil determinar a origem. Sabemos que existiu nos últimos dois séculos do Segundo Templo, em completa discórdia com os fariseus. O nome parece proceder de Sadoc, hierarca da família sacerdotal dos filhos de Sadoc, que segundo o programa ideal da constituição de Ezequiel devia ser a única família a exercer o sacerdócio na nova Judéia. De modo que, dizer saduceus era como dizer “pertencentes ao partido da estirpe sacerdotal dominante”. Diferiam dos fariseus por não aceitarem a tradição oral. Na realidade, parece que a controvérsia entre eles foi uma continuação dessa hostilidade que havia começado no templo dos macabeus, entre os helenizantes e os ortodoxos. Com efeito, os saduceus, pertencendo à classe dominadora, tendo a miúdo contato com ambientes helenizados, estavam inclinados a algumas modificações ou helenizações. O conflito entre estes dois partidos foi o desastre dos últimos anos da Jerusalém judia.

os assa’im (essênios)

Os Essênios (Issi’im) constituíam um grupo ou seita judaica ascética que teve existência desde mais ou menos o ano 150 a.C. até o ano 70 d.C. Estavam relacionados com outros grupos religioso-políticos, como os saduceus.

O nome essênio provém do termo sírio asaya, e do aramaico essaya ou essenoí, todos com o significado de médico, passa por orum do grego (grego therapeutés), e, finalmente, por esseni do latim. Também se aceita a forma esseniano.

No primeiro século antes da vinda de Ieshua, havia uma grande proximidade entre os assa’im (essênios) e os p’rushim (fariseus) da Beit Hillel (Casa de Hillel). A Beit Shamai (Casa de Shamai) era vista como adversária de ambos.

Inicialmente, a vida religiosa de Israel era gerida por Hillel (Nassi) e Menachem, o essênio (Av Beit Din). Segundo a Mishná, havia harmonia entre ambos. Todavia, a perseguição dos p’rushim (fariseus) a Menahem e aos assa’im (essênios) os levou a um isolamento do Sanhedrin. Nessa época, provavelmente prevaleceu a visão da Beit Shamai, pois Shamai foi escolhido para substituir Menachem como Av Beit Din.

Sobre isso, a Mishná Haguigá 2:2 diz:

“Hillel e Menachem não divergiam, mas Menachem saiu, e Shamai entrou.”

As relações entre os p’rushim (fariseus) da Beit Hillel e da Beit Menachem não foram das mais amistosas – e resultaram inclusive no assassinato de muitos membros da Beit Hillel.

Isto posto, não é de se estranhar que os ensinamentos de Ieshua tragam fortes paralelos para com tanto a Beit Hillel quanto para com os assa’im (essênios), visto que a relação amistosa entre ambas as seitas judaicas provavelmente perdurou até a destruição de Israel por parte de Roma. Abaixo, veremos alguns dos paralelos entre os ensinamentos de Ieshua, a Beit Hillel, e os assa’im (essênios):

Paralelos com a Beit Hillel

1) A Escola de Hillel disse: ”se alguém busca te fazer o mal, farás bem em orar por ele” (Testamento de Iossef XVIII.2).

Ieshua disse:  “Eu vos digo ainda: Amai aos inimigos de vocês, e orai pelos que vos perseguem” – Matitiyahu (Mateus) 5:44.

2) Em Menahot 4, no Talmud, encontramos o Rabino Shamai querendo fazer tsitsit mais largos do que os seguidores da Escola de Hillel (Menahot 4)

Ieshua disse: ”Todas as suas obras eles fazem a fim de serem vistos pelos homens; pois alargam as tiras dos seus tefilin, e aumentam os tsitsiyot dos seus mantos” – Matitiyahu (Mateus) 23:5.

3) A Escola de Hillel disse: ”Se o mundo inteiro estivesse reunido para destruir o yud, que é menor letra da Torah, eles não seriam bem sucedidos” (Shir HaShirim Rabá 5.11; Vayicrá Rabá 19). “Nenhuma letra da Torah jamais será abolida” (Shemot Rabá 6.1).

Ieshua disse: ”Não penseis que vim abolir a Torah ou os profetas; não vim abolir, mas cumprir. Amen, e eu vos digo pois que, até que os céus e a terra passem, de modo nenhum passará da Torah um só Iud ou um só traço, até que tudo seja cumprido.” – Matitiyahu (Mateus) 5:17-18.

4) A Escola de Hillel disse: ”Aquele que é misericordioso para com os outros receberá misericórdia dos Céus” (Talmud – Shabat 151b;);

Ieshua disse: ”Benditos os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia” – Matitiyahu (Mateus) 5:7.

5) A Escola de Hillel disse: ”Eles falam ‘Remova o cisco do seu olho?’ Ele retrucará, ‘Remova trave do seu próprio olho” (Talmud – Bava Batra 15b).

Ieshua disse: ”E por que vês o cisco no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho?” – Matitiyahu (Mateus 7:3).

6) A Escola de Hillel disse: “É lícito violar um Shabat para que muitos outros possam ser observados; as leis foram dadas para que o homem vivesse por elas, não para que o homem morresse por elas”. Todas as seguintes coisas eram lícitas no Shabat, segundo a escola de Hillel (os p’rushim que debatiam com Ieshua certamente eram da escola de Shamai): salvar vidas, aliviar dores agudas, curar picadas de cobra, e cozinhar para os doentes (Shabat 18.3; Tosefta Shabat 15.14; Yoma 84b; Tosefta Yoma 84.15)

Ieshua disse: ”Então lhes perguntou: É lícito no Shabat fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida ou matar? Eles, porém, se calaram” – Marcus 3:4.

7) ”o Shabat foi feito para o homem, e não o homem para o Shabat,” também aparece em material rabínico (Mekilta 103b, Yoma 85b). Além disto, os Rabinos da escola de Hillel frequentemente citavam Hoshea (Oséias) 6:6 para argumentar que ajudar os outros eram mais importantes do que observar ritos e costumes (Suká 49b, Devarim Rabá em 16:18, etc.).

Ieshua disse: ”E prosseguiu: O Shabat foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do Shabat” – Marcus 2:27.

8) A respeito dos exageros nos rituais de purificação, um rabino da escola de Hillel, Yohanan ben Zakai, contemporâneo de Ieshua, disse: ”Na vida não são os mortos que te fazem impuros; nem é a água, mas a ordenança do Rei dos Reis, que purifica” – compare com o relato de Marcus 7.

9) Os rabinos da escola de Hillel também eram partidários da tese de que é pela graça do Eterno que somos salvos, e não por mérito de obras: ”Talvez Tu tenhas grande prazer em nossas boas obras? Mérito e boas obras não temos; aja para conosco em graça” (Tehillim Rabá 119:123).

10) A Escola de Hillel também teve disputas com Saduceus a respeito da questão da ressurreição dos mortos. Veja o que o rabino Gam’liel, neto de Hillel e contemporâneo de Ieshua, disse, referindo os Saduceus a Devarim (Deuteronômio) 11:21 ou Shemot (Êxodo) 6:4, ”a terra que IHVH jurou dar aos seus pais”, o argumento é lógico e convincente: “os mortos não podem receber, mas eles viverão novamente para receber a terra” (Talmud – Sanhedrin 90b)

Ieshua disse: ”Mas que os mortos hão de ressurgir, o próprio Moshe o mostrou na passagem a respeito da sarça, quando chama a IHVH: Elohim de Avraham, e Elohim de Its’chaq e Elohim de Ia’aqov. Ora, ele não é Elohim de mortos, mas de vivos; porque para Ele todos vivem” Lucas 20:37-38.

11) O rabino Iochanan ben Zakai também conta parábola semelhante à de Ieshua, a respeito de convidados de um rei para o banquete Messiânico, ao comentar Iesha’yahu (Isaías) 65:13 e Cohelet (Eclesiastes) 9:8 (vide Talmud – Shabat 153a).

12) O próprio Hillel disse: “Sejam discípulos de Aharon, amando a paz e perseguindo a paz, amando as pessoas e as trazendo para perto da Torah” (m.Avot 1:12).

Ieshua disse: ”Benditos os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Elohim” Matitiyahu (Mateus) 5:9.

“Uma nova mitsvá vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros” Iochanan (João) 13:34.

13) A “Regra de Ouro” de Hillel: “…e [Hillel] disse a ele ”Não faça aos outros o que não deseja que façam a você: esta é toda a Torah, enquanto o resto é comentário disto; vai e aprende isto” (b.Shab. 31a).

Esta regra, que era a base de todo talmid (discípulo) da escola de Hillel, é citada explicitamente por Ieshua em: ”Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós a eles; porque esta é a Torah e os profetas” – Matitiyahu (Mateus) 7:12.

Paralelos com os Assa’im

1) Os essênios promoviam a unidade (Yachad) em amor. (Filo; A Hipotética 11:2)

Ieshua disse: ”para que todos sejam um; assim como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste” – Iochanan (João) 17:21.

2) Os essênios estabeleciam um conselho de 12 para direcionar a comunidade (1Q58:1). Compare isto com a autoridade dada a Ieshua para os 12 talmidim (discípulos), a fim de que eles pudessem gerenciar o povo.

3) Os essênios eram frontalmente contra juramentos (Documento de Damasco – Geniza A; Col. 15; Linhas 1-3) – compare com Matitiyahu (Mateus) 5:33-37.

4) Sobre as viagens dos essênios para pregarem a Palavra do Eterno, veja o que diz o historiador Flavio Josefo: ”…e se alguém do segmento deles vem de outros lugares, o que eles têm permanece aberto a eles, como se fossem um deles… como se fossem conhecidos deles de muito tempo. Por esta razão eles não levam nada consigo quando viajam a lugares remotos, apesar de ainda levarem suas armas, por medo de ladrões. Da mesma forma, existe em cada cidade onde eles vivem, alguém com a atribuição particular de cuidar dos estranhos, e prover roupas e outras necessidades para eles” (Josefo; Guerras 2:8:4) – compare com Matitiyahu (Mateus) 10:9-11 e Lucas 22:38.

5) A questão do divórcio: “… eles são pegos em duas armadilhas: fornicação, por pegarem duas esposas ao longo de suas vidas apesar do princípio da criação ser: “macho e fêmea Ele os criou” (Documento de Damasco – Col. 4 – linha 20a Col. 5 – linha 1).

Ieshua disse: ”Respondeu-lhe Ieshua: Não tendes lido que o Criador os fez desde o princípio homem e mulher, e que ordenou: Por isso deixará o homem pai e mãe, e unir-se-á a sua mulher; e serão os dois uma só carne? Assim já não são mais dois, mas um só carne. Portanto o que Elohim ajuntou, não o separe o homem” – Matitiyahu (Mateus) 19:4-6.

6) A Halacha sobre a questão de “Korban” (uma oferta) ser usada como desculpa para violar a Torah (vide Matitiyahu / Mateus 15:1-8) – é encontrada de forma similar entre os essênios (Documento de Damasco 16:13).

7) No capítulo 4 de Iochanan (João) encontramos a alegoria da “Água Viva” saindo do poço de Ia’akov e trazendo a salvação e a vida eterna. No Manual de Disciplina dos essênios, a lição da “água viva” é encontrada e retirada simbolicamente do poço de Bamidbar (Números) 21:8, identificado pelo pergaminho como sendo a Torah.
Podemos concluir que Iochanan (João) 4 é uma Midrash (interpretação alegórica), baseada num conceito existente entre os essênios naquela época, para concluir que Ieshua é a Torah Viva, nossa fonte de vida eterna (Compare Iochanan / João 4:10 e Documento de Damasco VI, 4-5; VII, 9 – VII, 21).

8) O uso do Seder de Pessach (a ceia da “Páscoa Judaica”) como sendo um banquete messiânico, também era um conceito essênio (Josefo – Guerras 2:8:5; Manual de Disciplina 6:3-6 e 1QSa. 2, 17-21).

9) O conceito de serem ‘Bnei Or’ (Filhos da Luz – compare Lucas 16:8 e Iochanan / João 12:36 com Manual de Disciplina 1,9: 2,24; 1QM).

10) Ieshua conhecia bem o Messias esperado pelos essênios. Veja a explicação que ele deu a Iochanan Bar Zacharias (João Batista) em Lucas 7:22: ”Então lhes respondeu: Ide, e contai a Iochanan o que tens visto e ouvido: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres são anunciadas as Boas Novas”.

Agora compare com o critério do Messias esperado pelos essênios:

“[os céus] e a terra ouvirão ao Seu Messias, e ninguém se afastará dos mandamentos dos santos. Vocês que buscam a IHVH, fortaleçam-se no serviço dEle! Todos vocês esperançosos em (seu) coração, vocês não encontrarão IHVH nisto? Porque o IHVH considerará os pios e chamará os justos pelo nome. Sobre os pobres o Seu espírito pairará e renovará os fiéis com o Seu poder. E Ele glorificará os pios no trono do Reino Eterno. Ele que libera os cativos, restaura a visão dos cegos, endireita os [tortos]… E IHVH fará coisas gloriosas que nunca houveram… Pois Ele curará os feridos, e reviverá os mortos e trará as Boas Novas aos pobres…” (4Q521).

11) O conceito da “luz da vida” (Iochanan / João. 8:12; Man. Disc. 3, 7).

12) As famosas bem-aventuranças do sermão da montanha (vide Matitiyahu/Mateus 5) encontram grande paralelo com o que foi encontrado no manuscrito 4QBeat, cuja fórmula também se inicia com frases que dizem “bem-aventurados os que…”

13) Os assa’im (essênios), a exemplo dos seguidores de Ieshua, se denominavam “os do Caminho”, e aqueles que “preparavam o caminho de IHVH no deserto”) (compare 1QS 9:17-26 com Mt. 3:3 e At. 19:19).

Conclusão

Todos estes exemplos nos mostram que há uma unidade muito grande entre Ieshua e o judaísmo e podemos concluir também que Ieshua além de ser judeu, praticou e pregou o judaísmo puro aos que eram seus ouvintes.

Estes fatos nos mostram que o Ungido não veio criar um novo movimento ou religião; Ele veio para restaurar em Israel a pureza da Torah e a obediência aos mandamentos do Eterno.

O que originou toda esta confusão que temos em nossos dias foram as traduções confusas das Escrituras que, sendo feitas por pessoas que desconhecem o judaísmo, imprimiram nas traduções um padrão ocidental – romano – muito forte, e isso dificulta não somente a compreensão dos leitores como também dificulta a visualização da unidade das Escrituras, pois as contradições são muitas e são grandes.

Ieshua é o caminho preparado pelo Eterno para que o homem possa alcançar salvação, redenção e santificação. Mas estes são os primeiros passos apenas de uma vida com o Ungido; após estes passos existem prerrogativas que precisam ser observadas e estas são aquelas que estão ligadas ao judaísmo de forma plena. Não dá para separar as Escrituras do Judaísmo; isso é impossível.

E Ieshua sendo judeu, viveu como judeu, obedeceu aos mandamentos do Eterno, veio para salvar os judeus e suas palavras somente são plenamente entendidas dentro de um contexto judaico!

Se você é temente ao Eterno, um crente genuíno, certamente buscará a pureza das Escrituras para que possa então compreender que tudo o que se relaciona ao Eterno está ligado a Israel. Nada, absolutamente nada nas Escrituras diz respeito a um outro povo a não ser Israel.

Restauração, este é o caminho para entendermos quem é Ieshua e como é bela a sua Palavra. Não há como buscar desvios ou atalhos que nos levem diretamente ao Eterno. Necessitamos entender primeiro quem somos, quem é Ieshua e o que Ele de fato fez por nós para que possamos temer ao Eterno e também possamos nos postar de maneira correta na Sua Presença.

O Prometido das Nações é Ieshua, o judeu. Ele é a única solução para qualquer problema ou mal que se apresente diante de nós.

Por isso o maligno tentou, tenta e sempre tentará obscurecer a verdade, ou mesmo muda-la em mentira. Esse é o seu papel. Ao longo dos séculos o Adversário tem conseguido tirar o foco do Eterno e coloca sobre si mesmo os holofotes da glória! Por isso há uma rejeição muito grande a Israel, aos judeus e a todo aqueles que ama e que deseja obedecer á Palavra do Eterno.

Fica aqui o nosso alerta: o Ungido muito breve voltará para buscar seu povo. Mas há muitos descrentes que até mesmo zombam dessa possibilidade… Enquanto outros buscam trabalhar pela restauração e ajudar a preparar a Noiva – Israel e os crentes – para encontrarem-se com o seu querido Ungido, Ieshua.

Que não nos esqueçamos que o único caminho é Ieshua; Ele é a porta de nossa esperança e vai nos conduzir de volta ao padrão de eternidade que perdemos em Adam. Mas para que isso aconteça temos de obedecer, orar e vigiar para que o momento de sua volta não nos pegue de surpresa.

Que possamos estar prontos para o Grande dia em que Ieshua virá nos buscar!

Baruch ha Shem ha cadosh Baruch hu!

Mário Moreno.

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