Ieshua e os cemitérios
Ieshua e os cemitérios
Iochanan nos relata uma história interessante no capítulo 11 de suas boas novas. É a história de um homem chamado El´azar, que morava na cidade de Beit ania. Ieshua está em viagem e é informado que seu amigo, a quem amava muito estava doente. Suas irmãs pedem à Ieshua que apresse-se em ir à Beit ania para orar por ele e curá-lo. Mas Ieshua demora-se ainda dois dias e quando chega à cidade de Beit ania El´azar já havia morrido e sido sepultado há quatro dias. Aqui começa uma nova etapa da história. Martah, irmã de El´azar sai ao encontro de Ieshua e lhe diz: “Disse, pois, Martah a Ieshua: Adoni, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido” Jo 11.21, pois ela cria que Ieshua era poderoso para curá-lo, caso tivesse chegado a tempo, antes de sua morte. Martah nos dá a entender que sua fé se limitava a este ponto: Ieshua poderia curar a El´azar, mas não ressuscitá-lo naquela hora: “Mas também agora sei que tudo quanto pedires a Elohim, Elohim to concederá. Disse-lhe Ieshua: Teu irmão há de ressuscitar” Jo 11.22,23.
Após este diálogo Ieshua solicita à Martah que o leve ao cemitério (a Bíblia diz que Ieshua pediu que o levassem ao lugar onde havia sido sepultado). Ali no cemitério havia um clima de morte, tristeza, desapontamento, angústia: “Tendo, pois, Mirian chegado aonde Ieshua estava, e vendo-o, lançou-se aos seus pés, dizendo-lhe: Adoni, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Ieshua pois, quando a viu chorar, e também chorando os judeus que com ela vinham, moveu-se muito em espírito, e perturbou-se” Jo 11.32,33. Mas a presença de Ieshua no cemitério é algo perturbador! E ali está presente a própria vida! Que disparate! A vida presente num ambiente onde reina a morte e todo o tipo de sentimentos relacionados a ela. Enquanto estes fatos se desenrolavam na terra, nas regiões celestiais estavam os salvos, e entre eles El´azar de Beit ania, que na ocasião deveria estar compartilhando da presença dos santos e deveria estar alegremente conversando com algum de seus companheiros como Iosef, Avraham, Moshe, ou quem sabe até com um dos profetas. Mas, na terra as coisas estão acontecendo de outra forma. Neste instante Ieshua pede que seja removida a pedra que tampava o sepulcro: “Disse Ieshua: Tirai a pedra. Martah, irmã do defunto, disse-lhe: Adoni, já cheira mal, porque é já de quatro dias” Jo 11.39. Martah tenta argumentar com Ieshua dizendo-lhe que o corpo de seu irmão já esta em estado de putrefação (estava em estado de decomposição) e por isso já cheirava mal. Era como se ela dissesse: “Senhor, você chegou tarde, agora poupe-nos de tal situação, pois isto nos seria incômodo! Deixe-o lá; agora já não podes fazer nada!” Só que com Ieshua as argumentações mais racionais são sempre rebatidas pela sua palavra vivificadora. Agora Ieshua responde: “Disse-lhe Ieshua: Não te hei dito que, se confiares, verás a glória de Elohim?” Jo 11.40. Neste instante as pessoas devem ter ficado atônitas e curiosas, pois não entendiam o motivo de Ieshua estar fazendo tudo aquilo. Eles simplesmente não criam que algo de extraordinário poderiam acontecer. Eles não sabiam que estavam diante do Príncipe da Vida, que já havia declarado: “Eu sou a ressurreição e a vida!” Jo 11.25. Ieshua não estava dizendo palavras sem sentido, apenas para impressionar, mas dizia claramente à sua plateia: “Eu sou o Elohim de vossos pais, o Elohim que vossos pais adoravam na antiguidade está agora entre vós para vos trazer vida, pois eu sou o princípio da própria vida, tudo iniciou-se em mim!”
Novamente Ieshua faz algo de inusitado para o momento: Ele começa a orar. Mas sua oração é diferente das orações que estamos acostumados a ouvir. Para Ieshua o céu parece um lugar muito próximo, pois Ele simplesmente conversa com o Pai de como se estivessem lado a lado e de forma rápida e simples sabendo que o Pai o ouvira e que o coração do Pai ansiava por este momento. Então acontece algo incrível: Ieshua agora dirige-se ao defunto! Parece que Ele está maluco, pensam os seus ouvintes, pois agora Ele está falando com o defunto e só malucos conversam com mortos! Ieshua diz a El´azar: “El´azar, sai para fora” Jo 11.43. Tudo pára naquele instante na terra e todos esperam apreensivamente para verem o que acontecerá agora. Só que no céu está acontecendo um reboliço tremendo, pois um anjo chega-se à El´azar e lhe diz: “El´azar, vamos retornar à terra, pois o Príncipe da Vida te chama, e ao ouvir o seu chamado não podemos resistir à suas ordens”. El´azar poderia ter argumentado: “Espere, aqui está tão bom, eu não quero voltar atrás, aqui é meu lar”. Mas novamente o anjo lhe diz: “El´azar, eu sei de tudo isso, mas a própria VIDA te chama de volta. Voltemos então!” E então o inusitado, o impossível acontece: o defunto aparece na entrada do sepulcro, vivo, com seu corpo físico totalmente restaurado! Calcule qual deve ter sido a reação daqueles que ali estavam, pois agora estavam petrificados, imóveis ante a ressurreição daquele homem. Ieshua precisa dar uma ordem dizendo: “Desatai-o e deixai-o ir” Jo 11.44b, pois em Israel os mortos eram envoltos e amarrados por faixas antes de serem sepultados. As pessoas devem ter corrido até El´azar para desatá-lo e confirmar in loco o acontecido.
Festa num cemitério? Com Ieshua tudo é possível. Para Êle, uma visita a um cemitério para chorar a morte de um amigo transforma-se num momento de júbilo, pois até mesmo nos lugares onde reina a morte é possível trazer o sopro de vida e contemplar ressurreições sem fim. (Nada atrapalha mais os cemitérios do que as ressurreições!).
Aqui entre nós: nem mesmo os cemitérios são páreo para o Senhor da Vida! Aleluia!
Mário Moreno.