O Tabernáculo de Moshe

Mário Moreno/ novembro 8, 2017/ Artigos

O Tabernáculo de Moshe

Qual é a nossa posição diante do Eterno?

O Tabernáculo (Mikdash em hebraico – significa santuário, tabernáculo) nos fala sobre muitas coisas e a principal delas é mostrar-nos a nossa posição em relação à nossa vida para com D-us. Qual é o nosso grau de avanço e de intimidade com o Eterno? Estamos nós em processo de crescimento ou simplesmente nos acomodamos numa determinada posição e lá ainda estamos? Que tipo de pessoas somos? Após nossa conversão (retorno ao Eterno), o que aconteceu conosco?

Neste estudo teremos a oportunidade de ver e avaliar nossa posição em relação ao Tabernáculo e o que é necessário fazermos a fim de que possamos crescer e alcançar a plenitude em nosso relacionamento com o Eterno!

De que partes se compõe o Tabernáculo?

O Tabernáculo, assim como o homem é composto de três partes principais: o Pátio, o Lugar Santo e o Santo dos Santos (visto de fora para dentro). Uma curiosidade é que quando o Tabernáculo era montado, a cada vez que o povo de Israel parava no deserto, ele era montado de dentro para fora, ou seja do Santo dos Santos até o átrio! Já aprenderemos aqui que o Eterno inicia seu tratamento conosco a partir de dentro, daquilo que temos de mais interior: o espírito! As divisões citadas do tabernáculo representam corpo, alma e espírito. E é justamente por causa disso que o Eterno inicia seu processo de redenção no homem a partir do espírito, pois o Espírito de D-us tem comunhão com o nosso espírito nos re-ligando ao nosso Criador!

Já após nossa conversão, a evolução do homem em sua caminhada para com o Eterno acontece de fora para dentro. Nossa caminhada tem início pelo pátio em direção ao Santo dos Santos.

O PÁTIO

O pátio era o local mais exterior do Tabernáculo. Era totalmente descoberto e compunha-se de três elementos: a porta, o altar e a pia.

A porta: A porta é o local por onde entramos no Tabernáculo! Não se pode entrar ali por outro lugar. A porta é Ieshua: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens” (Jo 10:9). A porta do Tabernáculo ficava virada para o leste, o lado onde nasce o sol. Quando o dia nascia a primeira coisa que viam era o nascimento do Sol da Justiça! Ieshua.

Isto nos fala de nossa primeira experiência com o Eterno: a Salvação! Quando passamos pela porta, saímos do mundo e entramos numa nova vida. Nossa vida recomeça então a partir do zero, pois iniciamos uma nova caminhada, só que agora com D-us. Nosso objetivo e alvo é crescermos até a estatura de “varão perfeito” no Ungido.

O altar: o altar é o local de morte. É ali que nossa vida é colocada como um sacrifício para D-us. No altar nós morremos para as nossas próprias convicções, vontades, desejos, expectativas, etc… No altar morremos para a nossa vida a fim de podermos viver uma nova vida para com D-us. No altar tem fim o velho homem. O desejo do coração do Eterno é que, após termos um verdadeiro encontro com Ele, possamos verdadeiramente morrer. Quando o sacrifício queimava, subia um cheiro que se desprendia da vítima! E é isso que o Eterno espera, que quando nossa vida for a ele oferecida, possamos liberar um cheiro suave a fim de agradarmos ao Senhor! “Assim queimarás todo o carneiro sobre o altar; é um holocausto para o IHVH, cheiro suave; uma oferta queimada ao IHVH” (Êx 29:18).

A pia: A pia nos fala sobre mais um aspecto da vida com o Eterno: a imersão. Após a nossa “morte”, agora temos de consolidar nossa vida com o Eterno testemunhando de forma plena a experiência da conversão. Por isso a pia nos fala de “limpeza”, onde os pecados são “lavados” publicamente e somos integrados a uma nova realidade. Tipifica nossa morte e ressurreição a fim de vivermos uma nova vida com Ungido. “De sorte que fomos sepultados com ele pela imersão na morte; para que, como Ungido foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida” (Rm 6:4).

O Pátio: O pátio ficava na parte mais exterior do tabernáculo e era descoberto. Isso significa que quem está ali (e a maioria dos crentes ainda estão no pátio) está exposto às intempéries do tempo – sol, chuva, ventos, etc… – além de tipificar a primeira experiência que todo homem deve ter para com D-us. Essa experiência é fundamental, porém ainda é parcial. Não é algo profundo, que possa realmente impactar a vida do homem. Esta fase nos fala que o pátio é somente uma parte do caminho a ser percorrido!

O LUGAR SANTO

O Lugar Santo é uma fase mais interior do Tabernáculo e ele representa a alma. É ali que adentramos na presença do Eterno, pois todos os mobiliários do Lugar Santo são de ouro. E o ouro nos fala da divindade, nos fala da realeza e da eternidade!

A Mesa dos Pães: A mesa dos pães nos fala do alimento que provém do Eterno a fim de saciar nossa fome. Mas o que é o pão? Em primeiro lugar, o pão é a Palavra do D-us Eterno, que nos foi dada a fim de saciar a fome de nosso espírito por D-us. Em segundo lugar, o pão é o próprio Ieshua, que disse: “E Ieshua lhes disse: eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede” (Jo 6:35). Um detalhe interessante é que os pães eram colocados em duas fileiras de seis, perfazendo um total de doze pães. Já isso nos fala das doze tribos de Israel. O Eterno nos ensina que o pão que alimenta (o verdadeiro) viria das doze tribos de Israel (a palavra e o próprio Ieshua).

A Menorah: A Menorah é a outra coisa que vemos no Lugar Santo. A palavra Menorah é um acróstico de Zc 4.6, que diz: “…Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o IHVH dos Exércitos” (Zc 4:6). Então a Menorah nos fala de várias coisas, como por exemplo: tudo o que conseguimos ou é feito no reino de D-us deve ser obtido pelo mover do Espírito. Nunca pela força ou por violência! A Menorah nos fala ainda da presença do Espírito o Santo em nossas vidas! Isso nos lembra que a Menorah era alimentada pelo óleo, que nos fala da unção do Eterno sobre nossas vidas. Já o fogo nos fala da iluminação que precisamos a fim de caminharmos com Ele. Iluminação em nossa vida e também na Palavra, que somente nos pode ser revelada se o Espírito de D-us iluminá-la para nós!

O Altar de Incenso: O Altar de Incenso nos fala sobre nossas orações. Aqui é que acontecem as verdadeiras orações do crente! Aqui ele não ora mais segundo seus desejos carnais. É no Lugar Santo que suas orações são feitas no Espírito! “Fazendo sempre com alegria oração por vós em todas as minhas súplicas…” (Fp 1:4). Aqui as orações não são um peso, elas se transformam em prazer! Elas são acompanhadas da verdadeira adoração e louvor! Há uma diferença muito grande deste tipo de oração para a oração que é feita no pátio! Enquanto que no pátio oramos sem entendimento, buscando apenas o perdão e ocasionalmente louvando, no Lugar Santo nossas orações são dirigidas pelo Espírito o Santo. Enquanto no pátio oramos para satisfazermos a nós mesmos, no Lugar Santo desejamos satisfazer os desejos do coração do D-us Eterno! Aqui há realmente uma nova dimensão da oração do crente!

O SANTO DOS SANTOS

Este é o lugar mais interior do Tabernáculo. Ali há somente a arca e a presença do Eterno! Ali tudo pára: o tempo, nossa vida, nossos anseios e finalmente poderemos desfrutar da presença do Pai e receber d’Ele aquilo que está em seu coração.

O véu: O véu é a única coisa que separa o Lugar Santo do Santo dos Santos! E como fazer para entrarmos no Santo dos Santos? O véu nos mostra que a barreira é muito fina, mas que somente poderemos entrar ali pela oração! A oração é a chave para penetrarmos na doce presença do Altíssimo! Com a morte de Ieshua, algo aconteceu: “E o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo” (Mc 15:38). Agora temos livre acesso à presença do Eterno!

A Arca da Aliança: A Arca da Aliança é o objeto mais sagrado de todo o Tabernáculo, e é sobre a arca que o Eterno se manifestava em Israel. Ali é o lugar onde Ele vinha para falar com Moshe e com seu povo! Dentro da arca haviam três objetos:

As Tábuas da Torah – Isto nos fala da Palavra do Eterno D-us que nos foi dada como uma dádiva a fim de que o conheçamos. Esta não é uma Palavra comum. Aqui estão as tábuas que Ele mesmo havia escrito e dado ao povo! Isso tipifica a pureza da Palavra, escritas em tábuas lavradas por Moshe, porém com o conteúdo divino!

O maná – O maná nos fala do alimento diário que foi dado por D-us ao seu povo enquanto caminhavam no deserto durante quarenta anos! O alimento era diário, mostrando-nos que a cada dia nos dá o Senhor a sua porção! Outra coisa interessante é que este alimento originava-se dos céus. Era o pão dos anjos que fora dado ao povo a fim de se alimentarem! Novamente aprendemos que o Eterno nos dá o alimento diário e se preciso for seremos socorridos pelo alimento celestial, trazido pelos próprios anjos a fim de não perecermos! Durante todo o período de provação no deserto seremos alimentados e cuidados pelo Senhor!

A vara de Arão que florescera – A vara nos fala da autoridade conferida a alguém. Esta autoridade fora colocada diante do Eterno e floresceu! Ou seja, nossa autoridade quando colocada diante do Eterno brota, aparece para que todos vejam e saibam que nosso ministério foi realmente dado a nós por D-us!

Lembremo-nos do seguinte: tudo isso acontece no Santo dos Santos! O desejo do coração do Eterno é que todos nós estejamos em sua presença neste lugar! Ele quer que possamos adquirir uma maturidade tal que possamos iniciar nossa vida com Ele no Pátio, passando depois pelo Lugar Santo e chegando finalmente ao Santo dos Santos, que é o ponto alto e final de nossa comunhão com o Eterno. Quem chega ali não quer mais abandonar aquele lugar, pois é o melhor lugar do mundo para se adorar ao Eterno.

Baruch há Shem!

(Bendito o Nome!)

Mário Moreno.

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