Ninrode

Mário Moreno/ dezembro 28, 2017/ Artigos

Ninrode

Quem foi este homem que se fala tão pouco, mas que ao mesmo tempo foi o protagonista de algo que irou grandemente ao Eterno?

“E Cush gerou a Ninrode; este começou a ser poderoso na terra. E este foi poderoso caçador diante da face do IHVH; pelo que se diz: Como Ninrode, poderoso caçador diante do IHVH. E o princípio do seu reino foi Babel, e Ereque, e Acade, e Calne, na terra de Sinear” Gn 10.8-10.

A historicidade de Ninrode

Os escritos rabínicos derivaram o nome Ninrode do verbo hebraico ma·rádh, que significa “rebelar”. Assim, o Talmude Babilônico (Erubin 53a) declara: “Então, por que foi ele chamado de Ninrode? Porque incitou todo o mundo a se rebelar (himrid) contra a Sua soberania.” — Encyclopedia of Biblical Interpretation (Enciclopédia de Interpretação Bíblica), de Menahem M. Kasher, Vol. II, 1955, p. 79.

Segundo a Bíblia, o reinado de Nimrod incluía as cidades de Babel, Ereque, Acade e Calné, todas na terra de Sinear ou Senaar (Gênesis 10:10). Foi, provavelmente, sob o seu comando que se iniciou a construção de Babel e da sua torre. Tal conclusão está de acordo com o conceito judaico tradicional.

Sobre este homem, Josefo escreveu: “Pouco a pouco, transformou o estado de coisas numa tirania, sustentando que a única maneira de afastar os homens do temor a D-us era fazê-los continuamente dependentes do seu próprio poder. Ele ameaçou vingar-se de D-us, se Este quisesse novamente inundar a terra; porque construiria uma torre mais alta do que poderia ser atingida pela água e vingaria a destruição dos seus antepassados. O povo estava ansioso de seguir este conselho, achando ser escravidão submeter-se a D-us; de modo que empreenderam construir a torre […] e ela subiu com rapidez além de todas as expectativas.” — Jewish Antiquities (Antiguidades Judaicas), I, 114, 115 (iv, 2, 3)

Parece que Nimrod estendeu o seu domínio ao território da Assíria e construiu ali “Nínive, e Reobote-Ir, e Calá, e Resem, entre Nínive e Calá: esta é a grande cidade” (Génesis 10:11, 12 NM). Miquéias 5:6 informa: “Eles apascentarão a terra da Assíria pela espada e a terra de Nimrod pelo seu punhal” (BJ), o que parece associar a terra de Assur, em Génesis 10:11, com a Assíria. Visto que a Assíria evidentemente derivou seu nome de Assur, filho de Sem, Nimrod ou Ninrode, como neto de Cam, deve ter invadido território semita. Assim, parece que Nimrod começou a tornar-se um poderoso, ou herói, não só como caçador de animais, mas também como guerreiro, homem de agressão. (Génesis 10:8) A Cyclopædia de M’Clintock e Strong observa: “O que Ninrode fez ao sair no encalço como caçador era o primeiro indício do que conseguiu como conquistador. Pois a caça e o heroísmo, desde antigamente, estavam associados de modo especial e natural […] Os monumentos assírios representam também muitas proezas na caça, e a palavra é muitas vezes empregada para indicar uma campanha. […] A caça e a batalha, que no mesmo país, em tempos posteriores, estavam tão intimamente relacionadas, portanto, podem estar aqui virtualmente associadas ou identificadas. O significado, então, será que Ninrode foi o primeiro, depois do dilúvio, a fundar um reino, a unir os espalhados fragmentos do domínio patriarcal e a consolidá-los sob si próprio como único cabeça e senhor; e tudo isso em desafio a D-us, pois significava a intrusão violenta do poder camítico em território semítico.” — 1894, Vol. VII, p. 109.

A tradição judaica

A Torre de Babel

Somente trezentos anos se passaram após o dilúvio quando as pessoas perversas decidiram novamente se revoltar contra D’us.

O líder daquela geração era o rei Nimrod, monarca poderoso e forte. Em sua arrogância, afirmava ser um deus, porque queria dominar o mundo inteiro. Por isso, persuadiu as pessoas a não obedecer o Criador. Nimrod sugeriu:

“Vamos construir uma cidade na qual viveremos todos juntos. No meio da cidade, ergueremos uma torre bem alta. Se D’us mandar outro dilúvio, subiremos nela para ficarmos a salvo.”

A idéia foi recebida com muito entusiasmo. Algumas pessoas levaram a idéia até um pouco mais além, incitando:

“Vamos pôr um ídolo no topo da torre. Colocaremos uma espada em sua mão como sinal de que ele está lutando contra D’us.”

As pessoas uniram-se e juntas começaram a construir uma torre que levaria um ano para chegar ao topo.

D’us falou aos setenta anjos que ficam à Sua frente para servi-Lo:

“Desceremos e desfaremos todos os seus planos! Vou dividir este povo fazendo com que falem línguas diferentes.”

Até então, todos os habitantes da Terra falavam hebraico.

D’us desceu com Seus setenta anjos. Cada anjo fez com que um grupo de pessoas falasse uma língua diferente.

A confusão que se formou foi incrível! Um homem disse a outro: “Dê-me um tijolo.”

Ao invés disso, o outro pegou um martelo e bateu em sua cabeça. Um mal entendido levava a outro e logo reinava uma enorme confusão.

Os anjos espalharam as pessoas pelo mundo inteiro. Esta geração é chamada de Dor Hahaflagá, Geração da Dispersão, porque foram dispersos por D’us.

Por que não foi destruída esta geração perversa como foi exterminada a geração do dilúvio? As pessoas que construíram a Torre de Babel agiram em paz e com amizade entre si; não havia discórdia entre eles como na geração do dilúvio. Isto era tão importante para D’us que, apesar de elas terem se revoltado contra Ele, não as destruiu.

Ninrode é conhecido como um “principado” que atua na área da violência em todo o mundo.

Este principado é julgado durante a Festa de Purim e todas as imediações onde ele age são “libertas” da violência que advém de sua atuação.

Hoje sabemos que uma atitude do passado de um homem liberou espíritos poderosos que passaram a atuar não somente nas regiões celestiais como também na terra a fim de perpetrarem a violência e a morte entre os seres humanos.

Sabemos também que a única forma de “cancelar” a atuação destes demônios é obedecendo à Palavra do Eterno, que atua como um “escudo protetor” contra todas as formas de atuação maligna na vida do homem.

Precisamos então além de compreender quem são estes seres espirituais, compreender também que a atuação do Eterno em nossas vidas é maior e que é requerido de cada um de nós a obediência a fim de que o Eterno possa atuar contra estas forças espirituais cancelando sua força e poder e invadindo o planeta terra com o poder e a autoridade que repousam no nome de Ieshua.

Temer ao Eterno; essa é a nossa principal posição enquanto estamos neste mundo… o resto Ele fará por nós!

Que Ninrode e os demais se cuidem, pois a glória do Eterno tem vindo sobre a terra nestes últimos dias para não somente quebrar as cadeias do maligno mas para também preparar a volta do Messias em nossos dias.

Que assim seja!

Mário Moreno.

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