Velas de Shabat: Luz Espiritual

Mário Moreno/ março 16, 2018/ Artigos

Velas de Shabat: Luz Espiritual

No Talmud está escrito que acendemos as velas de Shabat para trazer paz ao nosso lar, iluminar, e não tropeçarmos ou cairmos no escuro. Nos dias atuais, não seria mais fácil (e seguro) acendermos as luzes?

Uma das sete mitsvot instituídas por nossos antigos sábios consiste no acendimento das velas de Shabat toda sexta-feira, antes do pôr do sol. Nossos sábios não queriam que, por falta de luz, as pessoas tropeçassem em obstáculos em suas casas, evitando, assim, acidentes, e trazendo paz e tranquilidade ao lar. Portanto, essa mitsvá não se resume apenas ao acendimento das velas em um canto da casa, mas nos obriga a manter iluminados todos os ambientes que serão frequentados na noite de Shabat, quando não há luz natural. Atualmente acendemos lâmpadas elétricas, mas não precisa ser em cada cômodo, como em dormitórios, nos quais uma luz acesa impediria que uma pessoa dormisse. Nossos sábios instituíram que próximo à mesa de jantar fossem acesas velas adicionais, mesmo que o ambiente já esteja bem iluminado, com o objetivo de acrescentar prazer à refeição. Para essa mitsvá há uma bênção específica, e cabe às mulheres o mérito de cumpri-la. Essas velas devem preferencialmente ser acesas com uma chama, e não com lâmpadas elétricas, pelos motivos enumerados abaixo:

Já que o intuito não é apenas de iluminar, mas cumprir um preceito, os sábios especificaram que as luzes devem ser acesas com certos tipos de óleos ou outro material combustível (como cera ou parafina) e um pavio único para cada vela, para não ser considerada uma fogueira. Uma lâmpada elétrica não tem essa composição. Existem autoridades rabínicas que afirmam que o filete de metal da lâmpada incandescente exerce a função de pavio, e a própria eletricidade ou o combustível das termoelétricas fazem o papel do óleo. Há controvérsias, já que não foi esse o pavio e combustível instituídos originalmente. Além disso, o filete da lâmpada incandescente é feito de forma espiral, o que pode ser considerado como vários pavios, portanto desapropriado para essa mitsvá.

A vela de Shabat deve ser acesa pela mulher no horário certo, mesmo que haja outras velas acesas na casa. Caso seja acesa muito antes do prazo, deve- se apagá-la e novamente acendê-la. Muitas autoridades consideram que o acendimento de uma lâmpada elétrica não é atribuído àquele que ligou o interruptor, já que este apenas libera uma corrente elétrica preexistente ao fechar um circuito. Assim, ativando essa corrente a pessoa não estará cumprindo a mitsvá como aquele que acende uma chama. Além disto, as velas de Shabat têm um enorme significado espiritual, muito mais profundo. A alma judaica é chamada metaforicamente pelo rei Salomão de a ‘vela de D’us’. Ao acender as velas de Shabat, a dona de casa transmite uma luz Divina que ilumina todas as pessoas do lar. Por isso o costume de se acender uma para cada membro da família. A alma é comparada à vela por estar em constante movimento de ascensão e devoção, tal como a chama que quer desprender-se do pavio e voltar à sua origem. O mesmo movimento inexiste numa lâmpada elétrica.

Nossos sábios disseram que D’us prometeu ao povo de Israel: “Se vocês acenderem as velas de Shabat, Eu lhes mostrarei as velas de Tsion”. Que possamos muito em breve ver essa profecia revelada na iminente vinda de Mashiach.

Retirado da WEB.

Mário Moreno.

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