Parasha Emor
Emor
Dize
Lv 21:1–24:23 / Ez 44:15-31 / Lc 14:12-24
Na Parasha desta semana estaremos abordando vários aspectos da Torah sobre os sacerdotes; sobre as coisas santas e também falaremos sobre as festas do Senhor.
No início de nosso texto temos o seguinte: “Depois disse o IHVH a Moshe: Fala aos sacerdotes, filhos de Aharon, e dize-lhes: O sacerdote não se contaminará por causa de um morto entre o seu povo, salvo por seu parente mais chegado: por sua mãe, e por seu pai, e por seu filho, e por sua filha, e por seu irmão. E por sua irmã virgem, chegada a ele, que ainda não teve marido; por ela também se contaminará” (Lv 21:1-3). O diálogo entre o Eterno e Moshe tem início com a apresentação do Senhor através do tetragrama (IHVH)! Ou seja, novamente o Eterno se tornará aquilo que seu povo precisa que Ele se torne para eles! O Eterno diz que Aharon e seus filhos não deveriam contaminar-se por causa de um morto entre seu povo. A palavra “contaminar-se” em hebraico é tame´ e significa “ser (ficar) impuro, imundo”. Em sua raiz está também o termo tumâ que significa “impureza”. Ora, o que seria esta impureza? A impureza é justamente o contato com a morte, pois ao sacerdote havia sido delegado o ministério de ter contato com o Eterno – que é a fonte e origem da vida – e o sacerdote, conseqüentemente, seria também o portador da vida, não podendo assim ter contato com outra fonte (que não fosse a da vida) para não se contaminar ficando assim impuro, imundo com a morte. Aqui temos também a palavra nepesh (que está subentendida no texto) e que significa vida, alma, criatura, mente. Já o termo “povo” em hebraico é am e é específico para designar o povo de Israel. Ou seja, o sacerdote não deveria contaminar-se por qualquer alma, criatura, pessoa, ainda que esta fizesse parte e seu povo (Israel). Fica subentendido também aqui que a contaminação não seria somente a nível físico e espiritual, mas também emocional. A nepesh (alma) do homem pode ser atingida e abalada de várias formas e em vários momentos de sua existência. No caso do sacerdote há um cuidado do Eterno para não expô-lo a determinadas situações, pois ele seria responsável pelo bem estar espiritual de todo o seu povo e por isso deveria receber alguns “cuidados” especiais!
O sacerdote poderia “contaminar-se” somente por causa de parentes muito próximos, mas mesmo assim não lhe seria dada a oportunidade de determinadas práticas que seriam consideradas naturais para outras pessoas.
É dito ainda sobre isso: “Ele sendo principal entre o seu povo, não se contaminará, pois que se profanaria. Não farão calva na sua cabeça, e não raparão as extremidades da sua barba, nem darão golpes na sua carne. Santos serão a seu Elohim, e não profanarão o nome do seu Elohim, porque oferecem as ofertas queimadas do IHVH, e o pão do seu Elohim; portanto serão santos” (Lv 21:4-6). A instrução aqui é muito clara, pois determina que aos sacerdotes é proibido contaminar-se por causa de pessoas importantes do povo! Novamente a palavra “povo” aqui é am! O fato de contaminar-se faria com que o sacerdote fosse “profanado” em sua santidade. A palavra “profanado” em hebraico é halal e significa “profanar, contaminar, poluir”. Isso nos mostra que o sacerdote não poderia poluir a santidade que lhe fora dada pelo Eterno nem mesmo por causa de um rei ou príncipe de Israel! Novamente o Eterno coloca-se acima destas pessoas e requer do sacerdote uma conduta tal que ele não “troque” a santidade que lhe foi conferida pelo Eterno nem pelo “amor” ou respeito tido por um rei terreno ou um de seus homens de confiança! Quando isso acontecesse ele seria halal, que também significa “profanado, desonrado, não santificado”! É natural que a quebra de uma condição produzisse outra em substituição à mesma! A quebra da santidade produziria algo que fora profanado, desonrado e por isso seria “não santificado”!
O mais importante é o que está dito a seguir: o sacerdote deveria ser santo a seu D-us! A palavra “santo” em hebraico é qadosh e significa “ser consagrado, ser santo, ser santificado, preparar, dedicar”. O sacerdote deveria manter-se consagrado, dedicado, santificado ao seu D-us! Uma das palavras que definem o Eterno em hebraico é Elohim e significa que o sacerdote precisa obedecer ao seu Criador para não tornar-se halal – profano – profanando assim o nome daquele que se tornara seu Criador (IHVH Elohim). Esta condição permitiria que eles assim pudessem continuar a oferecer as ofertas ao Senhor e o pão de seu D-us! O sacerdote tinha a função de oficiar e também de receber o alimento no santuário! E um outro ponto interessante é que a palavra “pão” em hebraico é lechem e significa “comida, pão cereal” e o termo que define o Eterno em hebraico é novamente Elohim! Isso nos fala novamente sobre a provisão diária que viria sobre os sacerdotes que receberiam também o seu alimento enquanto estivessem oficiando ao Eterno! O Eterno não desampara nem abandona aos seus!
Um cohen não deve tocar num corpo morto
Como os cohanim são o grupo mais sagrado da tribo de Levi, devem observar leis especiais.
Moshê ordenou aos cohanim: “Não podereis tocar nem carregar o corpo de um morto. Não podereis sequer permanecer sob um teto onde haja um corpo, e não podereis entrar num cemitério nem assistir ao enterro de outro judeu; não vos será permitido caminhar sobre um túmulo, nem tocá-lo. Porém, é uma mitsvá enterrar vossos sete parentes mais próximos, mesmo que isto os torne impuros.”
Os sete parentes mais próximos de um homem são:
Sua esposa
Sua mãe
Seu pai
Seu filho
Sua filha
Seu irmão
Sua irmã solteira (se a irmã do cohen for casada, este não pode enterrá-la)
Atualmente, essas leis especiais ainda se aplicam aos cohanim, devendo ser observadas por homens e meninos, porém não por mulheres e meninas.
Similarmente, os cohanim que oferecem os sacrifícios no Bet Hamicdash devem ser puros, sem impurezas que se impregnam em seus corpos.
Um Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) é ainda mais sagrado que um cohen comum. Ele não pode sequer enterrar seus sete parentes mais próximos. Existe uma única pessoa cujo enterro é uma mitsvá para ele: um met mitsvá. No trecho seguinte, mais detalhes sobre isto.
Até um Cohen Gadol deve sepultar um met mitsvá (o corpo de um judeu abandonado)
Se um Cohen Gadol ou cohen estiver andando por um caminho deserto e deparar-se com um judeu morto, deve proclamar: “Encontrei um judeu que necessita de sepultura! Por favor, se há alguém me ouvindo, que venha e o enterre!”
Se alguém escutar seu chamado, o cohen não deve sepultar o corpo. Contudo, se ninguém o escuta, o cohen deve enterrar este judeu morto. Um cohen que sepultar um met mitsvá ou um de seus parentes torna-se impuro. Na época do Templo, não lhe era permitido voltar ao Bet Hamicdash ou realizar a avodá até ser purificado com água misturada às cinzas da vaca vermelha.
Por estes motivos expostos acima a conduta do sacerdote deveria pautar-se por determinados princípios que são os seguintes: “Não tomarão mulher prostituta ou desonrada, nem tomarão mulher repudiada de seu marido; pois santo é a seu Elohim. Portanto o santificarás, porquanto oferece o pão do teu Elohim; santo será para ti, pois eu, o IHVH que vos santifica, sou santo. E quando a filha de um sacerdote começar a prostituir-se, profana a seu pai; com fogo será queimada” (Lv 21:7-9). A santidade dos sacerdotes passa também por seu casamento e por sua família. Por isso ele não poderia casar-se com uma mulher que havia sido prostituta ou desonrada. A palavra “prostituta” em hebraico é zanâ e significa “cometer fornicação, cometer prostituição”. A palavra “desonrada” em hebraico é garash e significa “repudiar, expulsar, divorciar, por fora, enxotar, jogar fora”. Na tradução que utilizamos faltou um termo entre estes dois, que é a palavra halal, cujo significado é “profanar, contaminar, poluir”. Ou seja, o sacerdote não poderia tomar mulher – casar-se – com uma pessoa que houvera cometido fornicação (relações sexuais ilícitas fora do casamento) ou mesmo que tivesse sido casado e se prostituído. Também não poderia casar-se com mulher que houvesse sido repudiada – largada – pelo marido, ou que tivesse se divorciado ou tivesse sido mandada embora, etc… Se isso fosse feito profanaria – quebraria – o padrão de santidade estabelecido pelo Eterno para eles!
Matrimônios proibidos a um cohen
A Torah proíbe um cohen de casar-se com uma dessas mulheres: (Estas leis também vigoram atualmente)
Chalalá: a filha de um cohen ou Cohen Gadol nascida de uma união que lhe é proibida; por exemplo, uma moça nascida do casamento entre um cohen e uma divorciada.
Zoná: uma mulher que teve relações proibidas.
Guiyoret: uma convertida. O cohen só pode casar-se com uma moça judia de nascimento.
Guerushá: uma mulher divorciada.
Um Cohen Gadol tem mais restrições ao escolher uma esposa que um cohen comum, por causa de sua santidade superior. Ele não pode desposar uma viúva. (Uma viúva está acostumada com os hábitos de seu primeiro marido, sendo-lhe mais difícil adaptar-se à nova posição de esposa do Cohen Gadol.) Ele deve desposar uma moça que nunca teve relações com outro homem. Se um cohen contrai matrimônio com uma mulher que lhe é proibida, e esta dá à luz um filho, este filho é chamado de chalal. Ele não é considerado cohen, nem pode realizar a avodá.
Ao sacerdote – e também a sua família – eram delegadas as obrigações de trazerem ao povo o padrão correto e aceitável do Senhor. É justamente por isso que para eles o padrão deveria ser mais elevado, perfeito, pois seria através deles que o povo reconheceria a santidade do Eterno em seus caminhos!
A punição para a quebra dos padrões estabelecidos pelo Eterno para o sacerdote e sua família seria a morte! O Eterno é muito severo e rígido quanto ao ato de uma quebra de seus mandamentos. O sacerdote jamais poderia ser profanado, pois ele também apontaria para Ieshua (o sumo-sacerdote) e por isso não poderia haver nele – nem em sua família – qualquer desqualificativo ético ou moral. É dito o mesmo por Sha´ul na carta a Timóteo: “Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da congregação de Elohom?); não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do diabo” (I Tm 3:1-7).
Outras instruções são dadas como segue: “E não se chegará a cadáver algum, nem por causa de seu pai nem por sua mãe se contaminará; nem sairá do santuário, para que não profane o santuário do seu Elohim, pois a coroa do azeite da unção do seu Elohim está sobre ele. Eu sou o IHVH. E ele tomará por esposa uma mulher na sua virgindade. Viúva, ou repudiada ou desonrada ou prostituta, estas não tomará; mas virgem do seu povo tomará por mulher. E não profanará a sua descendência entre o seu povo; porque eu sou o IHVH que o santifico” (Lv 21:11-15). As instruções seguem um tom pessoal e novamente tem início com a ênfase à vida – em contraste com a morte – pois fala sobre mão tocar e, cadáver algum para se contaminar. Novamente a palavra “contaminar-se” em hebraico é tame´ e significa “ser (ficar) impuro, imundo”. È acrescida aqui a ordem de “não sair do santuário” para que não haja uma profanação da “coroa do azeite da unção” que está sobre ele! Percebemos alguns detalhes interessantes: o primeiro é que ao sacerdote havia sido dado o santuário como se fosse o seu “lar”, pois ele e os levitas não possuíam herança física – material – no meio do povo de Israel. Abandonar este local seria como negar – e também rejeitar – a coroa, em hebraico nezer, que significa “dedicação, coroa da consagração”, do azeite da unção que havia sido posta sobre ele! Novamente aqui nos mostra o Eterno que ao sacerdote havia sido dado algo especial: a unção do Espírito que não deveria ser desprezada, abandonada como se fosse sem importância!
Novamente fica subentendido que caso isso acontecesse, o Eterno então se tornaria para ele o que ele precisaria receber: a punição! Isso transparece pelo fato do verso terminar com o termo IHVH!
É-lhe dito novamente sobre que tipo de mulher tomaria para sua esposa: uma virgem! A palavra virgem em hebraico é betêlim e significa virgindade. Não parece uma grande “coincidência” que Ieshua queira tomar para si também uma Noiva com as mesmas características? “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também o Ungido amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5:25-27). Um outro detalhe é que esta mulher deveria ser “do seu povo”. A palavra “povo” é o termo “am”, que como já vimos é a palavra usada para definir o povo de Israel! Ou seja, a Noiva do sacerdote deveria ser uma judia! Como seria então a Noiva de Ieshua? Fica aqui a pergunta!
Outros detalhes também são aqui explanados quanto ao sacerdócio: “Fala a Aharon, dizendo: Ninguém da tua descendência, nas suas gerações, em que houver algum defeito, se chegará a oferecer o pão do seu Elohim. Pois nenhum homem em quem houver alguma deformidade se chegará; como homem cego, ou coxo, ou de nariz chato, ou de membros demasiadamente compridos, ou homem que tiver quebrado o pé, ou a mão quebrada, ou corcunda, ou anão, ou que tiver defeito no olho, ou sarna, ou impigem, ou que tiver testículo mutilado. Nenhum homem da descendência de Aharon, o sacerdote, em quem houver alguma deformidade, se chegará para oferecer as ofertas queimadas do IHVH; defeito nele há; não se chegará para oferecer o pão do seu Elohim” (Lv 21:17-21). Aqui a palavra “descendência” em hebraico é zerá e significa “descendentes físicos”. Já a palavra “gerações” em hebraico é hayyâ e significa “ser vivente; também comunidade”. Ora, como ao sacerdote havia sido designada a função de oficiar perante o Eterno seriam-lhe exigidas algumas condições mínimas para que pudessem fazer isso! Entre elas estão na família do sacerdote não poderia haver pessoa defeituosa fisicamente. Estes “defeitos” são aqui listados: cegueira, homem coxo (com perna defeituosa), com nariz chato, os membros demasiadamente compridos, com pé ou mão quebrada (causando assim um defeito visível), homem corcunda, anão, com defeito nos olhos (seja de que tipo forem), que possuir sarna ou impigem (que são consideradas como “lepra”), ou problemas genitais.
Ora, diríamos nós, hoje estamos no tempo da graça e todos nós fomos chamados para sermos “reis e sacerdotes” diante do Eterno! Sim, é claro, diriam alguns! Porém há um detalhe a se considerar: quando o Eterno escolhe alguém, esta pessoa será sua “fachada” na terra; ele se apresentará como a boca, os olhos, a mente do Eterno entre os homens e se tal homem tiver um dos defeitos citados acima, como seria ele encarado pelos demais? O sacerdócio é algo que requer um padrão muito alto tanto espiritual, moral e ético, quanto físico! Para que esta pessoa possa oferecer as ofertas queimadas ao Senhor (e o termo que define o Eterno aqui é o tetragrama), assim como também o pão de Elohim, precisa cumprir os requisitos básicos citados nas Escrituras! Não é possível que creiamos que por estarmos – como dizem alguns – na “graça” nada mais precise ser observado e o sacerdócio possa ser exercido e vivido por qualquer homem! Nós cremos que os padrões do Eterno permanecem ainda válidos até que venha o Reino de D-us e Ieshua possa então reinar para sempre!
Já no capítulo 22, temos orientações que demonstram-nos que a santidade enquanto é cultivada “contamina” aos que a estão vivenciando. “Depois falou o IHVH a Moshe, dizendo: dize a Aharon e a seus filhos que se apartem das coisas santas dos filhos de Israel, que a mim me santificam, para que não profanem o meu santo nome. Eu sou o IHVH” (Lv 22:1-2). Aquilo que tinha sido ordenado deveria ser cumprido, mas a Aharon e a seus filhos bastava que tivessem acesso ao que lhes era de direito. Eles não deveriam tocar naquilo que era oferecido exclusivamente ao Eterno! O padrão de santidade dado por D-us deveria ser rigidamente obedecido, pois dele dependeriam suas vidas! As orientações são breves porém exatas: “Dize-lhes: Todo o homem, que entre as vossas gerações, de toda a vossa descendência, se chegar às coisas santas que os filhos de Israel santificam ao IHVH, tendo sobre si a sua imundícia, aquela alma será extirpada de diante da minha face. Eu sou o IHVH. Ninguém da descendência de Aharon, que for leproso, ou tiver fluxo, comerá das coisas santas, até que seja limpo; como também o que tocar alguma coisa imunda de cadáver, ou aquele de que sair sêmen da cópula, ou qualquer que tocar a algum réptil, pelo qual se fez imundo, ou a algum homem, pelo qual se fez imundo, segundo toda a sua imundícia; o homem que o tocar será imundo até à tarde, e não comerá das coisas santas, mas banhará a sua carne em água. E havendo-se o sol já posto, então será limpo, e depois comerá das coisas santas; porque este é o seu pão” (Lv 22:3-7). Tais regras e prescrições seriam necessárias para que os sacerdotes mantivessem um padrão não só para si mesmos mas também para apresentarem ao povo a representação dos desejos do Eterno para com eles como uma nação! Por isso os exemplos acima são dados:
- o imundo que se chagar às coisas santas deve morrer;
- o leproso e o que tem fluxo só participa das coisas santas quando estiver limpo;
- aquele que se contaminar só participará das coisas santas após cumprido o tempo de sua purificação;
- a purificação dependeria da lavagem do corpo com água!
- A pessoa não deve deixar de comer; este é o seu alimento e a sua fonte de vida!
Percebemos ainda outra coisa: “O corpo morto e o dilacerado não comerá, para que não se contamine com ele. Eu sou o IHVH. Guardarão, pois, o meu mandamento, para que por isso não levem pecado, e morram nele, havendo-o profanado. Eu sou o IHVH que os santifico” (Lv 22:8-9). Duas coisas destacam-se aqui: novamente, há uma chamada para nos apartarmos da morte! A morte contamina aos vivos e pode leva-los a um estágio horripilante de morte em vida! Outro detalhe é que a guarda dos mandamentos protege contra o pecado! Enquanto não pecamos a morte não nos pode alcançar! Já quando pecamos a morte tem então acesso às nossas vidas por causa da desobediência aos mandamentos que atuam como “cercas protetoras” ao nosso redor! E a esta palavra está associada a santidade: “Eu sou o IHVH que os santifico”! A guarda dos mandamentos faz com que o Eterno santifique seu povo cada vez mais!
A palavra “mandamento” em hebraico é mishmeret e significa “obrigação, serviço”. Já o termo “pecado” vem do termo hêt que significa “pecar, errar o alvo”. Em sua raiz está a palavra hata que significa “errar, sair do caminho, pecar, tornar-se culpado”. Estas duas palavras demonstram-nos que há uma ligação prática entre o mandamento – que é expresso como uma obrigação, um serviço – em contraste com o pecado que é a manifestação do erro, o desvio de um caminho que havia sido proposto anteriormente! Quando há obediência, então o Senhor (IHVH) torna-os santos para Ele! A santidade vem da obediência.
Kidush Hashem
Se ordenarem a um judeu que cometa assassinato, adore ídolos ou mantenha relações com alguém proibido, do contrário será executado, deve deixar que o matem. Sua morte então trará kidush Hashem, santificará o nome de D’us. Sua alma será recompensada no Mundo Vindouro.
Cada vez que oramos o versículo Shemá Israel, devemos nos lembrar que estamos dispostos a morrer antes de negar que D’us é o único D’us. Como se sabe, milhares e milhares de judeus, no transcorrer de nossa história, foram mortos por kidush Hashem. Destacar determinados mártires para ilustrar esta mitsvá seria injustiça para com inúmeros judeus, também em nossa época, que doaram a vida para santificar Seu Santo Nome. Homens, mulheres e mesmo crianças de nossa nação, incomparável em santidade, submeteram-se sem hesitar a horríveis torturas, morte na fogueira, pela espada, e toda sorte de métodos bárbaros e indescritíveis, a negar sua fé em D’us.
Toda pessoa pode santificar o Nome do Todo Poderoso sempre que se defrontar com a escolha de transgredir ou não um mandamento da Torah, ou cumprir ou não um mandamento positivo. Quando se abstém de cometer um pecado, ou cumprir uma mitsvá positiva, não porque se sente pressionado pelo ambiente ou a fim de receber recompensa; porém apenas por uma razão – pelo amor ao mandamento do Todo Poderoso, sua ação santifica o Nome de D’us. Sempre que um judeu age com esta motivação em mente (mesmo em particular), cumpre a mitsvá de Kidush Hashem.
Outra oportunidade de cumprir essa mitsvá é comportar-se de tal maneira que os que observam sejam tomados pela grandeza e dignidade de um judeu que foi educado nos caminhos de Torah. As atividades diárias de um judeu tornam-se umn exemplo para todos que estão à sua volta.
Rambam (Maimônides) descreve um judeu cuja aparência e conduta representam um verdadeiro Kidush Hashem como se segue: “Se um judeu versado em Torah dirige-se aos outros numa maneira gentil e amistosa, recebe-os com semblante aberto e receptivo, não os ofende mesmo se o insultam, honra até os que o tratam levianamente, dirige os negócios honestamente; é visto ocupando-se constantemente com Torah enquanto veste talit e coloca tefilin, e se ainda age em relação aos companheiros além do exigido por lei, então este judeu santifica o Nome Divino.”
Novamente aqui é falado sobre as ofertas que serão oferecidas ao Senhor: “Fala a Aharon, e a seus filhos, e a todos os filhos de Israel, e dize-lhes: Qualquer que, da casa de Israel, ou dos estrangeiros em Israel, oferecer a sua oferta, quer dos seus votos, quer das suas ofertas voluntárias, que oferecem ao IHVH em holocausto, segundo a sua vontade, oferecerá macho sem defeito, ou dos bois, ou dos cordeiros, ou das cabras. Nenhuma coisa em que haja defeito oferecereis, porque não seria aceita em vosso favor. E, quando alguém oferecer sacrifício pacífico ao IHVH, separando dos bois ou das ovelhas um voto, ou oferta voluntária, sem defeito será, para que seja aceito; nenhum defeito haverá nele” (Lv 22:18-21). Novamente aqui é enfatizado que o holocausto deveria ser oferecido voluntariamente. A palavra “holocausto” em hebraico é olâ e significa “oferta queimada, sacrifício queimado, oferta total”. Esta é a oferta que nos faz ascender, subir, à presença do Eterno. Porém ela deve ser feita de forma voluntária. A palavra “vontade” em hebraico é ratson e significa “prazer, satisfação, favor”. Este tipo de oferta deveria ser de um animal perfeito, geralmente o melhor do rebanho que seria então entregue ao Eterno como uma oferta que demonstraria o amor e a boa vontade do ofertante para com o Eterno! Tal atitude faria com que, no mundo espiritual houvesse uma “subida” do ofertante para mais perto de seu Criador!
Já no verso 21 temos a palavra “oferecer” que vem do termo hebraico qarab que significa “aproximar-se, chocar-se”. Isso nos mostra que, a intenção do ofertante ao levar a oferta é aproximar-se do Eterno de tal forma que os dois possam até mesmo “chocarem-se”! Este tipo de sacrifício é chamado de “pacífico”, pois ele vem do termo hebraico shelem que significa “de paz, pacífico”. Novamente é enfatizado aqui que a utilidade desta oferta seria a de restabelecer a paz entre o pecador (o ofertante) e o ofendido (D-us). Quando o ofertante (pecador) levava uma oferta de paz ao ofendido (D-us), então através do sangue do animal oferecido seria reatada a relação outrora quebrada pelo pecado. Novamente há paz entre o homem e seu Criador!
No capítulo 23 temos a determinação de quando e como deveriam ser feitas as festas do Senhor. Há uma chamada à obediência e logo após a sua relação com as festas instituídas pelo Eterno. “Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: As solenidades do IHVH, que convocareis, serão santas convocações; estas são as minhas solenidades” (Lv 23:2). Há um termo muito forte aqui: é a palavra “fala”, que em hebraico é qarã e significa “chamar, convocar, recitar”. Um outro destaque é a palavra “convocareis” que em hebraico é o termo miqra que significa “convocação, leitura”. Ambos os termos nos mostram que há da parte do Senhor uma preocupação em chamar – até nominalmente – seu povo para estas ocasiões, que são tidas como “santas convocações”; ou seja, períodos em que o Eterno convoca, lê o nome de cada “convidado” de uma lista prévia a fim de, através das festas, fazer com que seu povo seja plenamente cheio de sua bênção.
A primeira festa listada aqui está no verso 3: “Seis dias trabalho se fará, mas o sétimo dia será o sábado do descanso, santa convocação; nenhum trabalho fareis; sábado do IHVH é em todas as vossas habitações” (Lv 23:3). É interessante botarmos que a primeira festa listada aqui é o shabat! O shabat é considerado pelo Eterno como um dia de festa! Então termos as festas ditas como “móveis” – que são as que acontecem nas atas especificadas – e também a festa semanal e fixa que é o shabat! A cada semana o Eterno faz com seu povo – aqueles que guardam os mandamentos e lhe obedecem – uma festa particular! O interessante é que está dito que “sábado do Senhor é em todas as vossas habitações” e a palavra Senhor aqui é o tetragrama, o que significa que enquanto estamos “descansando” no shabat o Eterno se torna aquilo que precisamos. Um outro detalhe é a palavra “habitações” que em hebraico é moshab e significa “assento, assembleia”. Ou seja, o shabat é para ser guardado por todo o povo que se reúne em nome do Eterno como uma assembléia, como um povo unido e coeso, como por exemplo a Igreja! Poderemos comprovar isso em Hebreus, onde está escrito: “À universal assembléia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Elohim, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados” (Hb 12:23). Para quem seria então este mandamento? Somente para os judeus? Pense nisso e deduza por si mesmo!
A próxima festa que é comentada é justamente a festa de Pessach. “No mês primeiro, aos catorze do mês, pela tarde, é a páscoa do IHVH. E aos quinze dias deste mês é a festa dos pães ázimos do IHVH; sete dias comereis pães ázimos” (Lv 23:5-6). O que percebemos é que o Eterno instituiu que o calendário judaico começaria a partir de uma festa: Pessach! Esta palavra em hebraico significa passar por cima, saltar por cima. E esta festa é chamada de a “páscoa do Senhor”. A palavra Senhor é o tetragrama, o que significa que os israelitas deveriam lembrar-se daquilo que o Eterno havia feito no passado – tornando-se a libertação dos cativos no Egito – para então celebrarem o que o Eterno havia feito e profetizarem aquilo que Ele ainda faria no meio deles! A continuidade de Pessach é chamada de pães ázimos. Esta também é considerada uma festa (hag, em hebraico), pois ela nos fala sobre um período em que comemos o pão sem fermento como um ato profético e com isso dizemos que o Eterno, após nos libertar do Egito, agora está retirando todo o fermento (pecado) de nossa vida! Novamente a palavra que define o Eterno é IHVH com o mesmo significado acima. O período que comemos pão ázimo é de sete dias, demonstrando assim que deveríamos abrir e fechar um ciclo completo para então recebermos do Eterno aquilo que tanto buscamos: a libertação do pecado!
Após Pessach, há o período que é conhecido como “Contagem do Ômer”. “Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando houverdes entrado na terra, que vos hei de dar, e fizerdes a sua colheita, então trareis um molho das primícias da vossa sega ao sacerdote; e ele moverá o molho perante o Senhor, para que sejais aceitos; no dia seguinte ao sábado o sacerdote o moverá” (Lv 23:10-11). Neste texto a palavra “molho” em hebraico é ômer e significa “feixe”. Em sua raiz está também a palavra ´amar que significa “amarrar em feixes”. A contagem do ômer na realidade é a contagem do produto da colheita – que seria tão grande que demoraria muitos dias para finalizar-se (exatamente 49 dias). Isto deveria ser feito e levado ao Eterno para que fosse-lhe movido “perante” o Senhor. A palavra “perante” em hebraico é panim e significa “rosto, semblante”. Esta palavra está sempre no plural, talvez numa alusão a que o rosto é composto por uma combinação de diversos aspectos. Já o termo Senhor é o tetragrama (IHVH). Isso pode significar que quando há obediência, o rosto – face – do Eterno transforma-se de tal forma que expressa a sua satisfação por ver seus filhos cumprindo seus desejos que Ele então torna-se para eles as suas mais imediatas (e íntimas) necessidades!
Já quando falamos sobre a festa das primícias é dito o seguinte: “E a sua oferta de alimentos, será de duas dízimas de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta queimada em cheiro suave ao IHVH, e a sua libação será de vinho, um quarto de him” (Lv 23:13). A palavra “oferta” em hebraico é minhâ e significa “oferta, oferta de cereais, presente, dádiva”. Ela deverá conter ainda shemem, que significa “azeite, óleo”. Em sua raiz estão as palavras shamem, que significa “gordo, rico” e shaman que significa “gordura”. Isso deveria ser queimado em cheiro suave ao Senhor (IHVH). Novamente percebemos que quando oferecermos de nossas primícias ao Eterno devemos trazer-lhes isso sempre acompanhadas de farinha e azeite. A farinha significa que tal oferta deverá ser feita como se fosse uma parte de nós mesmos, pois a farinha vem de trigo – é trigo moído – e o trigo fala sobre os salvos. Mas, não é só isso! A nossa vida deve ser trazida – junto com a oferta – e também com unção e a direção do Espírito de D-us, que é o simbolismo do azeite! Não poderemos ofertar ao Senhor de qualquer forma! Existe um padrão aceitável para que Ele receba o que estamos nos propondo a dar-lhe.
Deste ponto em diante já há a preparação para uma nova festa: Shavuot. “E não comereis pão, nem trigo tostado, nem espigas verdes, até aquele mesmo dia em que trouxerdes a oferta do vosso Elohim; estatuto perpétuo é por vossas gerações, em todas as vossas habitações. Depois para vós contareis desde o dia seguinte ao sábado, desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras serão. Até ao dia seguinte ao sétimo sábado, contareis cinqüenta dias; então oferecereis nova oferta de alimentos ao IHVH. Das vossas habitações trareis dois pães de movimento; de duas dízimas de farinha serão, levedados se cozerão; primícias são ao IHVH” (Lv 23:14-17). A festa de shavuot (semanas, em hebraico) nos indica o princípio da colheita de vários elementos, dos quais o principal é o trigo! Após sete semanas de sete dias (a abertura e o fechamento de um ciclo), então começa a colheita do trigo! Foi justamente isso o que aconteceu quando o Corpo do Messias começou a formar-se em Atos 2: “E, cumprindo-se o dia de Shavuot, estavam todos concordemente no mesmo lugar; e de repente veio dos céus um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito o Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito o Santo lhes concedia que falassem” (At 2:1-4). Ou seja, quando entraram no primeiro dia da festa de Shavuot, o Espírito o Santo desceu sobre eles e teve início a grande colheita do trigo em Jerusalém! Aqui percebemos que o Corpo do Messias (a Noiva) começou a ser formada numa festa de Shavuot!
Logo após, Levítico nos fala sobre uma festa incomum: Iom Kippur! “Mas aos dez dias desse sétimo mês será o dia da expiação; tereis santa convocação, e afligireis as vossas almas; e oferecereis oferta queimada ao IHVH” (Lv 23:27). Queremos destacar a palavra “expiação” que em hebraico é kippur e significa “expiação – cobertura dos pecados – (perdão)”. O que ocorreria neste dia é que haveria um perdão generalizado da parte do Eterno para seu povo. Não importaria o grau ou a quantidade de pecados cometidos por seu povo, mas sim o fato de que eles receberiam neste dia o perdão pleno de seus pecados. Mas para isso deveriam afligir suas almas. A palavra “afligir” em hebraico é anâ e significa “afligir, humilhar, oprimir”. E a palavra “alma” em hebraico é nepesh e significa “vida, alma, criatura, mente”. Isso nos demonstra que o perdão viria após uma avaliação feita de forma consciente da vida que havia sido levada no ano anterior e também deveria haver uma postura de humilhar-se perante o Eterno a fim de que Ele pudesse também ver a postura daqueles corações e conceder-lhes o perdão! Isso está dito também na Brit Hadasha: “Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado” (Lc 14:11). Ou seja, novamente percebemos que o padrão ensinado por Ieshua já estava presente na Torah! Na realidade, Ele não ensinou nada de novo, somente reforçou aquilo que já estava registrado anteriormente.
Quem não obedecesse ao padrão do Eterno certamente sofreria graves conseqüências! “Porque toda a alma, que naquele mesmo dia se não afligir, será extirpada do seu povo” (Lv 23:29). Isso parece algo cruel, mas o Eterno não quer que o espírito de desobediência assole seu povo e finalmente permita que ele seja aniquilado. A palavra “extirpar” em hebraico é karat e significa “cortar fora (uma parte do corpo), abater árvores, eliminar”. O Eterno em sua sabedoria já sabia que seria necessário ordenar que assim fosse, pois caso contrário seu povo não daria a devida importância a este dia – e a este ato – e isso traria grandes prejuízos espirituais para todos eles!
A última festa a ser destacada aqui é a festa dos tabernáculos. “Fala aos filhos de Israel, dizendo: Aos quinze dias deste mês sétimo será a festa dos tabernáculos ao IHVH por sete dias” (Lv 23:34). A festa dos tabernáculos funcionaria como um “fechamento” festivo para o Eterno, pois nesta festa comemora-se o término da colheita do trigo! Por isso os judeus messiânicos acreditam que Ieshua retornará para buscar sua Noiva numa festa de Sucot (Tabernáculos)! Um dos elementos da festa está descrito aqui: “E no primeiro dia tomareis para vós ramos de formosas árvores, ramos de palmeiras, ramos de árvores frondosas, e salgueiros de ribeiras; e vos alegrareis perante o IHVH vosso Elohim por sete dias” (Lv 23:40). Neste texto a palavra “palmeira” em hebraico é tamar e significa “tamareira”! Em Sucot os ramos de tamareira eram colhidos para serem parte da decoração da festa. Mas, por que a tamareira? Na antiguidade a tamareira fornecia tâmaras aos homens e estas eram o substituto do açúcar! Então entendemos que Sucot é um tempo de muitas bênçãos e também de receber da doçura do Eterno! E esta doçura pode manifestar-se de muitas formas na vida de cada homem que o obedece e o busca!
Terminamos esta seção com o capítulo 24 que nos fala sobre a Menorá: “E falou o IHVH a Moshe, dizendo: ordena aos filhos de Israel que te tragam azeite de oliveira, puro, batido, para a luminária, para manter as lâmpadas acesas continuamente. Aharon as porá em ordem perante o IHVH continuamente, desde a tarde até à manhã, fora do véu do testemunho, na tenda da congregação; estatuto perpétuo é pelas vossas gerações. Sobre o candelabro de ouro puro porá em ordem as lâmpadas perante o IHVH continuamente” (Lv 24:1-4). Algumas considerações devem ser feitas aqui: a primeira é que o Eterno pede aos filhos de Israel óleo de oliveira batido! A palavra “óleo” em hebraico é shemem e significa “óleo, azeite”. Já o termo “batido” em hebraico é katit e significa “batido, bem moído (num pilão), caro”. O óleo que o Eterno pediu aos israelitas foi aquele que era considerado o melhor para poder acender as lâmpadas do santuário. Ele não se contentaria com um óleo qualquer, mas pede que se lhes traga o óleo caro, aquele que foi refinado e por isso está livre de impurezas e poderá então fornecer luz no santuário do Eterno!
A segunda é que a palavra “candelabro” em hebraico é menorá e significa candelabro de sete hastes. O substantivo mem refere-se ao suporte em que era colocada a lâmpada. Este substantivo “mem” significa “porção”. Então o que era a menorá? Ela era composta do suporte e das sete hastes que tinham em seu topo as lâmpadas. Ali era depositado o azeite e aceso com fogo, que resultava em luz! A base nos fala sobre cada “porção” que era proveniente dela e que tinha um resultado individualmente e também em conjunto na vida do povo de D-us!
No hebraico esta palavra aparece em forma de acróstico no livro do profeta Zacarias. “…Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o IHVH dos Exércitos” (Zc 4:6). Então entendemos que a menorá nos fala sobre a unção do Espírito de D-us que conduz nossa vida de tal forma que nada nos acontece por acaso ou porque o queremos, mas sim “pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos”. Novamente somos lembrados de algo extraordinário: O Eterno continua mantendo o controle de todas as coisas!
No tabernáculo, até o pão tinha um sentido especial: “Também tomarás da flor de farinha, e dela cozerás doze pães; cada pão será de duas dízimas de um efa. E os porás em duas fileiras, seis em cada fileira, sobre a mesa pura, perante o IHVH. E sobre cada fileira porás incenso puro, para que seja, para o pão, por oferta memorial; oferta queimada é ao IHVH. Em cada dia de sábado, isto se porá em ordem perante o IHVH continuamente, pelos filhos de Israel, por aliança perpétua” (Lv 24:5-8). Novamente vemos que a intenção do Eterno era apontar para as coisas futuras. Ele ordena que sejam feitos doze pães e eles representam a totalidade na dação de Israel que seria colocada no lugar santo e serviria de alimento para os sacerdotes! Só que este pão deveria ser acompanhado também com incenso – que nos fala sobre a oração dos santos – para que ele fosse considerado como uma “porção memorial” diante do Senhor! Estes pães serviriam para “lembrar” ao Eterno que toda a nação estava diante dele e fora ali colocada sobre o altar com muita oração para que o Eterno cumprisse seu propósito através deles: de torna-los tão úteis que viriam a alimentar o mundo – física e espiritualmente – fazendo assim que os propósitos do Eterno fossem então reconhecidos em todo o mundo!
Terminamos esta seção com uma pergunta: seria possível para nós entendermos os propósitos tão largos e profundos que nos foram aqui apresentados? Será que conseguiremos encontrar forças para vencer e para finalmente sermos utilizados pelo Eterno a fim de “alimentarmos” o mundo?
Fica a pergunta para que possamos refletir e perguntar ao Senhor qual é a nossa parte neste processo!
Que o Eterno nos ajude a sermos cada dia mais fiéis para com Ele!
Baruch Há Shem!
Mário Moreno.