Santificando Seu Nome Com Vidas Santas
Santificando Seu Nome Com Vidas Santas
Levítico 21:1–24:23; Ezequiel 44:15–31; Tiago 1:1–18
“Então o Senhor disse a Moshe: ‘Diga [emor] aos sacerdotes, filhos de Arão…’” (Lv 21:1)
Na leitura da Torah desta semana, Emor, que significa “diga”, D-us dá a Moshe instruções sobre regras de pureza para os sacerdotes (כֹּהֲנִים, Cohanim), que são mantidos em um padrão mais rigoroso do que a população em geral.
Por exemplo, os sacerdotes não devem se tornar cerimonialmente impuros pelo contato com uma pessoa que morreu, a menos que essa pessoa seja um parente muito próximo, como pai, mãe, filho ou filha.
Os sacerdotes também têm que aderir cuidadosamente às rígidas leis de santidade; por exemplo, um sacerdote não pode se casar com uma prostituta ou uma mulher divorciada. O Kohen Gadol (Sumo Sacerdote), que foi ungido com o óleo sagrado da unção, é compelido a padrões ainda mais elevados: ele deve se casar apenas com uma virgem israelita.
“A mulher com quem ele se casa deve ser virgem. Ele não deve se casar com uma viúva, uma mulher divorciada ou uma mulher contaminada pela prostituição, mas apenas uma virgem de seu próprio povo, para que ele não contamine sua descendência entre seu povo. Eu sou o IHVH, que o santificou”. (Lv 21:13-15)
O sumo sacerdote não podia nem mostrar os tradicionais sinais de luto, como deixar seu cabelo despenteado (descobrindo sua cabeça) ou rasgar suas vestes, nem mesmo por sua mãe ou pai.
A Brit Chadashah revela que, como os sacerdotes, alguns de nós serão julgados por um padrão mais rigoroso do que outros; por exemplo, professores da Palavra de D-us.
“Muitos de vocês não devem se tornar professores, meus irmãos crentes, porque vocês sabem que nós, que ensinamos, seremos julgados com mais rigor.” (Tg 3:1)
Por quê? Os professores são líderes, e com esse chamado vem uma maior responsabilidade. Os professores podem ter um círculo de influência mais amplo – para o bem ou para o mal – do que a população em geral, pois ensinam os outros não apenas por suas palavras, mas pelo exemplo. Os alunos muitas vezes olham para seus professores; portanto, aqueles que ensinam a Palavra de Deus devem viver uma vida exemplar – um desafio sério.
Alguns servos do Senhor podem ser chamados a viver de acordo com um padrão mais rígido. Por exemplo, o apóstolo Paulo disse que, embora todas as coisas sejam permitidas, nem todas são úteis:
“Todas as coisas são legítimas [permissíveis – e somos livres para fazer o que quisermos], mas nem todas as coisas são úteis (convenientes, lucrativas e saudáveis). Todas as coisas são legítimas, mas nem todas as coisas são construtivas [para o caráter] e edificantes [para a vida espiritual]” (1 Co 10:23).
A verdade é que, como crentes em Ieshua, somos Seus embaixadores, família real e sacerdotes – nós o representamos; portanto, cada um de nós é levado a um alto padrão de moralidade ao interagir com o mundo e uns com os outros.
Adonai não é o único que nos mantém nesse alto padrão: o mundo especialmente nos mantém em um padrão mais alto.
Biblicamente, somos chamados a santificar o santo nome de D-us:
“Não profane meu santo nome, pois devo ser reconhecido como santo pelos israelitas. Eu sou o IHVH, que te santificou”. (Lv 22:32)
No judaísmo, esta é considerada a mitzvá (mandamento) mais importante das 613 mitsvot (plural de mitsvá) em toda a Torah. Nosso comportamento deve exemplificar nosso relacionamento com D-us.
Desta forma, podemos ser luzes brilhando na escuridão.
“Nem as pessoas acendem uma lâmpada e a colocam debaixo de uma tigela. Em vez disso, eles a colocam em seu suporte, e ela ilumina a todos na casa”. (Mt 5:15)
Embora todos nós sejamos Seus representantes, cada um de nós tem um papel único no plano de Adonai. Quando nos esforçamos pela grandeza em qualquer propósito que D-us nos deu nesse plano Divino e trabalhamos no desenvolvimento de todos os nossos dons e qualidades dados por Deus, podemos trazer honra a Ele e luz ao mundo.
“Vós, porém, sois geração eleita, sacerdócio real, nação santa, propriedade exclusiva de D-us, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. (1 Pe 2:9)
O Plano de D-us Revelado em Seus Tempos de Reunião Designados
“O IHVH disse a Moshe: ‘Fala aos israelitas e dize-lhes: “Estas são minhas festas [moadim], as festas designadas [tempos de reunião ou festas] do IHVH, que vocês devem proclamar como assembleias sagradas”. (Lv 23:1-2)
Além de instruir os Cohanim (sacerdotes) sobre como se encontrar com Ele e servi-Lo, Deus deu instruções aos israelitas sobre a observância dos moadim (horários especiais de reuniões e festivais). Estes incluem o seguinte:
- Shabat (sábado) no sétimo dia;
- Pessach (Páscoa) por sete dias a partir do pôr do sol no dia 14 do primeiro mês de Nissan;
- Bikurim (Primícias) em 16 de Nisan;
- Shavuot (Festa das Semanas) 50 dias após o término de Pessach;
- Rosh Hashaná (Ano Novo) no primeiro dia do sétimo mês (Tishrei);
- Yom Kippur (Dia da Expiação) no 10º dia do sétimo mês; e
- Sucot (Tabernáculos) por oito dias começando no dia 15 do sétimo mês.
D-us introduz esses tempos de reunião designados com o Shabat — um dia santo que nos lembra que D-us é o Criador do céu e da terra. Ele atesta o fato de que D-us ainda está ativamente envolvido com Sua criação e sustentando-a. Esse é o ponto de partida para a fé.
Uma vez que os israelitas são ordenados a guardar o Shabat “em todas as suas moradas (Lv 23:31)”, o Shabat forja uma ligação entre o Criador e cada família judaica.
Os outros tempos designados listados acima são às vezes chamados de Festas ou Festivais de Israel, mas, na verdade, Deus diz que são os tempos designados do Senhor – Seus moadim.
Esses moadim não eram meramente lembranças de tempos passados; cada um deu aos israelitas pistas sobre o futuro plano de redenção de D-us para eles e para o mundo. Ou seja, cada um dos moadim ou festas designadas aponta para o Messias de maneiras profundamente espirituais.
Como crentes, temos o privilégio de ver como Ieshua já cumpriu essas festas em Sua primeira aparição na terra ou as cumprirá em Sua Segunda Vinda.
Ieshua cumpriu as festas de Pessach (o sacrifício pascal de um cordeiro em 14 de nisã) com Seu sacrifício final/morte expiatória em 14 de nisã como o imaculado Cordeiro de D-us (Is 53; Jo 1:36; Hb 9:11–14, 22–24).
Ieshua então se tornou nosso Bikurim (Primícias) da colheita de cevada realizada em 16 de nisã, quando Ele ressuscitou em 16 de nisã como o primeiro de todos que ressuscitará dos mortos no último dia. (Sl 16:8–11; At 2:24–28; I Co 15:20–23)
Shavuot, em 6 de Sivan, é uma celebração da entrega da Torah. Neste mesmo dia (6 de Sivan), Ieshua derramou Seu Ruach HaKodesh (Espírito o Santo) sobre Seus crentes. O Ruach escreveu a Torah em seus corações, capacitando os crentes a viver vidas santas. (Jl 2:28; Jr 31:31–33; At 2).
As festas de outono de Yom Teruah (Festa das Trombetas ou Ano Novo) e Sucot (Festa dos Tabernáculos) serão cumpridas quando o shofar tocar e Ieshua retornar para estabelecer Seu reino na terra. Vai acontecer desta forma:
“Em um momento, em um piscar de olhos, ao som da última trombeta [shofar]; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados”. (I Co 15:52).
Tradução: Mário Moreno.