Mário Moreno/ abril 10, 2018/ Artigos

A ideia central da Torah

Moshe perguntou a Hashem quem deveria ser designado como seu sucessor para levar o povo de

Israel a Terra Prometida: O Adonay Elohei HaRuchot (Adonay D-us dos Espíritos) de toda criatura viva, ponha um homem sobre esta congregação – Nm 27:16.

Então O S-nhor disse a Moshe; Tome Yehoshua Bin Nun (Josué) homem em quem há a Ruach (Espírito), e impõe-lhe as mãos. (Observe que a prática de Semichá – ‘imposição de mãos’, que era usada para efeitos de sacrifício, bem como para transferência de autoridade de Moshe para Josué. Também uma prática para abençoar, cura, e é uma prática usada até os dias de hoje).

É interessante, neste contexto, que D-us não escolheu Pinchas (Fineias) para ser o sucessor de Moshe. Isto é quase surpreendente, uma vez que a narrativa que leva até a escolha do sucessor de Moshe sugere que Pinchas (Fineias) teria sido a escolha lógica.

Para tentar entender por que Pinchas (Fineias) não foi escolhido, alguns dos nossos Sábios judeus da antiguidade observaram que imediatamente após a nomeação de Josué como Novo líder de Israel, D-us ordenara a Moshe no que diz respeito ao Korban Tamid (קורבן התמיד) – oferta contínua (veja Nm 27:22-23, e 28:1-4).

Há qualquer ligação entre a idéia do sacrifício contínuo e a escolha de Yehoshua (Josué) como aquele que levaria a Israel para a Terra prometida?

De acordo com um fascinante ‘Midrash’ (comentário rabínico) citado pelo Rabino Ya’acov ibn Haviv (1445 – 1515 Espanha-Portugal), sobre os vários Sábios do período da Mishná (os Tanaim, Tanaim é um termo usado para designar aos sábios rabínicos cujas interpretações estão registradas na Mishná) que tentavam em uma escolha achar o verso mais inclusivo de toda a Torah.

‘O Rabi Ben Zoma disse: ‘nós temos encontrado o verso mais inclusivo (para a Torah); ‘Ouve O Israel, Adonay é nosso D-us; Adonay é UM’ (Dt6:4). Já o Rabi Ben Nanas disse, ‘encontramos o verso mais inclusivo (para a Torah); ‘Você deve amar seu próximo como a você mesmo’ “(Deut. 19:18). O Rabi Shimon Ben Pazi disse: ‘nós encontramos o verso mais inclusivo (para a Torah); ‘Um cordeiro deve ser oferecido na parte da manhã, e o outro cordeiro vocês devem oferecer no Crepúsculo’ (Nm 28:4).

Um dos Sábios levantou-se e disse: ‘é ben Pazi que está certo’.

Em outras palavras, a idéia chave da Torah e centraliza na idéia de um sacrifício, e em particular, o contínuo sacrifício do Cordeiro.
O sacrifício do Cordeiro diário “é mais importante do que qualquer um; ‘Shemá’ ou mesmo o dever de amar os outros…” O Contínuo sacrifício do Cordeiro, ou seja, o Tamid: é centro para o significado da Torah. É idéia mais abrangente da Torah.

O Rabino Rashi (1040-1105 França) observava que Yehoshua (Josué) encarna o conceito do Tamid – O Sacrifício Contínuo (קורבן התמיד) em sua vida.

Ele levantava-se cedo e mantinha-se até tarde da noite na tenda da reunião, “nunca se retirava” (Êx 33:11). Dentro de sua própria habitação Josué sempre estudava a Torah e adorava a Adonay. Elazar, Pinchas e os setenta sábios eram certamente dignos, mas Moshe optou por Josué porque ele sempre sacrificou seu conforto pessoal para se sobressair no conhecimento da Torah (Rashi sobre Avot 1:1 – Talmud Pirkei Avot).

A Devoção constante fez de Yehoshua (Josué) um “sacrifício vivo”, ou seja, um korban chay (ver Rm 12:1-2), semelhante ao Korban Talmid que D-us “desejou” todos os dias.

Foi a Constância de Josué que fez dele ‘um melhor guardião da Torah do que Pinchas’. Como está escrito; ‘Notzer te’enah yochal p’riah: aquele que guarda a figueira vai comer do seu fruto’ (Pv 27:18).

A Torah é comparada com uma ‘árvore’ porque seus frutos são colhidos pouco a pouco ao longo do tempo, o produto da constância e da fidelidade.

Yehoshua – יהושע (Josué) é um retrato de Ieshua – ישוע nosso Messias, Ele sempre ficou na casa do seu Pai (D-us) e serviu-lhe fielmente (Jo 8: 29; 15:9-10). Vida de Ieshua foi um continuo sacrifício a serviço de seu Pai celestial (Jo 10:15, Fp 2: 7-8; Ef 5:2; Mc 16:8, etc.).

Seu amor atuou como a Ner Tamid ( נר תמיד) a Luz que brilha continuamente no mundo (Jo 8:12). Ieshua é nosso Korban Tamid, ‘Cordeiros oferecidos pela manhã e à noite’, e seu sacrifício é a incorporação dos mandamentos da Torah!

Ele é o objetivo da Torah para a justiça, para todos aqueles que Acreditam (Rm 10:4).

O coração da Torah é o mesmo que a “lei das boas novas” (תורה הבשורה), já que D-us é UM e a sua vontade é centralizada no amor sacrifical de Ieshua nosso Messias.
É Ieshua, Perfeição da Torah, que nos leva para a Terra Prometida das Bênçãos de D-us na Terra. É O Messias a ideia mais inclusiva da Torah!

Adaptação: Mário Moreno.