As dez tribos perdidas
As dez tribos perdidas
As Dez Tribos foram exiladas durante a Era do Primeiro Templo – aproximadamente há 2500 anos, e estão separadas do restante do judaísmo desde então. Mas ao final, serão redimidas, e juntar-se-ão ao restante do judaísmo – na era de Mashiach.
Este ensaio dirige-se às várias opiniões no Talmud a respeito do destino das Dez Tribos, e a grande dúvida: As Dez Tribos realmente voltarão?
Vamos começar do início
Mais de 1000 anos antes das Dez Tribos serem exiladas, o amado filho de Ia´aqov – Iosef, foi raptado pelos irmãos – e vendido como escravo. Finalmente, após muitos anos de separação, reuniu-se novamente com seu pai e irmãos. A Torah descreve como Iosef revelou sua identidade a seus irmãos: “Iosef não conseguiu se refrear… e ele chorou em alta voz” (Bereshit 45:1-2).
Este fenômeno se repetiria em escala muito maior – com os filhos de Iosef juntamente com outras tribos.
Iosef representa as Dez Tribos, pois a capital das Dez Tribos era Monte Efraim (Yirmiyáhu 31:5), e Efraim era filho de Iosef.
Esta reunião será triste: “Com choro eles virão, e com misericórdia eu os levarei” (Yirmiyáhu 31:8).
O profeta Yechezkel (37:19-22) fala sobre esta reunião:
“Estou levando o bastão de Iosef, que está na mão de Efraim, e as tribos de Israel – seus amigos, e os colocarei no bastão de Yehudá, e os transformarei em um só bastão, e serão um na minha mão… Estou levando os filhos de Israel das nações às quais eles foram, e os reunirei de toda parte e os trarei à terra deles. E os transformarei em uma só nação, na terra, nas montanhas de Israel. E um rei reinará sobre eles, e não serão mais duas nações, e não mais se separarão em dois reinos.”; i.e., até agora, tem havido separação dentro do judaísmo. A princípio, na forma de dois reinos e mais tarde foram completamente separados. Quando Mashiach chegar, D’us nos transformará “em uma só nação e não mais seremos divididos em duas nações.”
Representantes de cada tribo
Comecemos com uma análise da opinião de Rabi Akiva, de que as Dez Tribos ficarão perdidas para sempre. Tal opinião exige uma explicação: se o judaísmo consiste inteiramente de duas tribos remanescentes (Yehudá e Binyamin), como podem os versículos referirem-se à união da “Árvore de Yehudá” e da Árvore de Iosef”.
Além disso, o profeta Yechezkel falou em dividir a Terra de Israel entre 12 Tribos.
Abarbanel explica (Yeshuot Meshicho 1:4):
Na época de Rabi Akiva, as Dez Tribos tinham estado perdidas por mais de 600 anos, e não havia a mínima pista sobre se ainda existiam.
Considere: Se as Dez Tribos tivessem ainda permanecido leais ao judaísmo, por que não teriam enviado pelo menos um mensageiro a Jerusalém durante a Era do Segundo Templo – para verificar os rumores de que os judeus tinham retornado ao seu país e reconstruído o Templo?
Este argumento convenceu Rabi Akiva de que as Dez Tribos devem ter se assimilado às nações pagãs e não seriam mais consideradas como parte do povo judeu.
E a respeito das profecias que implicam que todas as tribos existirão na Era Messiânica, Rabi Akiva poderia argumentar que, enquanto a maioria das Dez Tribos foi exilada e jamais retornará, algumas podem ter escapado e hoje vivem entre nós. Dessa maneira, teremos representantes de todas as Tribos Perdidas, e as profecias serão realizadas através deles.
As dez tribos voltarão
Após discutir a opinião de Rabi Akiva, discutiremos o ponto de vista oposto de Rabi Eliezer (que é aceito pela lei judaica) – de que as Dez Tribos retornarão.
O Talmud explica que esta opinião é baseada no versículo (Yeshayáhu 27:13) “e será naquele dia, um grande shofar será tocado, e os desgarrados virão da terra de Ashur” – este versículo refere-se às Dez Tribos que foram exiladas para a terra de Ashur (Assíria).
Resta um ponto ainda a ser esclarecido: Amos (5:1-2) disse em referência às Dez Tribos: “Escute isso, sobre o qual estou pranteando: A Virgem de Israel caiu, e jamais se levantará”. Como Rabi Eliezer explicaria as palavras “e jamais se levantará?”
Uma explicação possível é que “não se levantará” como uma entidade independente, mas se levantará como uma entidade totalmente dependente do reino de Yehudá.
Afeganistão
A Torah menciona a cidade de Meda como uma das localizações do exílio assírio das Dez Tribos de Israel. A maioria entende esta área como sendo a região ao noroeste da Irã chamada Kurdistão.
Quando se considera a possibilidade do povo deste exílio vagando para o norte e leste, então isto se aplicaria às Tribos de Israel que viviam nas Montanhas do Cáucaso, entre o Mar Cáspio e o Mar Negro, o que inclui as áreas da Armênia, Geórgia, Azerbaidjão e Daguistão (áreas de Khazar nos tempos antigos).
Uma expansão a leste além do Mar Cáspio inclui as áreas do Usbequistão, Bukara e Turkemistão. Partindo destas áreas, é muito fácil deslocar-se no rumo sul até o Afeganistão, Índia, Paquistão, bem como chegar até a China.
Se alguém viajar da área de Meda ou Hamadã ainda mais longe no rumo leste, cruzando as Montanhas do Passo Khayber, chegará à fronteira do atual Afeganistão. Lá, deparei-me pessoalmente com uma vista assombrosa. Há muitos homens numa tribo com nomes formados com Yusuf: Yusufzai, Yusufuzi, Yusufzad, etc., que dizem-se oriundos das Tribos Perdidas e quanto a mim, acredito nisso.
Yusuf significa Iosef e Yusufzai significa filhos de Iosef. As tribos de Iosef são as tribos de Efraim e Manashe, que são uma parte das Dez tribos Perdidas de Israel. Também chamam a si mesmos Bnei Israel, que significa filhos de Israel. Diz sua tradição que foram levados para longe de seu antigo país de origem. Anteriormente foram pastores, em busca de pasto para os animais, mas desistiram da vida nômade e assentaram-se em aldeias comunitárias.
A tradição Israelita na família real afegã
Não apenas os Pathans, mas também a Família Real Afegã tem uma tradição muito conhecida, reportando a sua origem no Israel antigo, vindos da tribo de Binyamin.
Esta tradição foi primeiramente publicada em 1635, num livro chamado Mahsan-I-Afghani e é freqüentemente mencionado na literatura de pesquisa. De acordo com esta tradição, o rei Saul tinha um filho chamado Jeremia, que tinha um filho chamado Afghana. Jeremia morreu na mesma época da morte do rei Saul, e Afghana foi criado pelo rei David e permaneceu na corte real durante o reinado do rei Salomão.
Aproximadamente 400 anos mais tarde, numa época de desordem em Israel, a família de Afghana fugiu para um país chamado Gur, na parte central do Afeganistão. Eles estabeleceram-se lá e fizeram negócios com o povo da região, e no ano 662, com o advento do Islã, os filhos de Israel em Gur converteram-se ao profeta com 7 representantes de Afghan, O líder dos filhos de Israel era Kish, como o nome do pai de Saul.
De acordo com esta tradição, Maomé os recompensou e o nome hebraico Kish foi mudado para Arab-A-Rashid, recebendo a incumbência de divulgar o Islã entre seu povo. Estas são as raízes da Família Real Afegã.
Assim, a Família Real Afegã tem a tradição de Israel antigo – a tribo de Binyamin.
Burma
Nas regiões montanhosas que bordejam ambos os lados da fronteira entre Índia e Myanmar (antiga Burma), vive a tribo Menashe (Shinlung), algo em torno de um a dois milhões de pessoas. Casaram-se com chineses e têm a aparência de sino-burmeses, mas toda a tribo é consciente de sua ancestralidade israelita.
Na tribo de Menashe podemos observar o costume de sacrifício de animais da mesma maneira que tem sido feita entre as Dez tribos de Israel.
A palavra Menashe aparece freqüentemente na sua poesia e nas preces. É o nome de seu ancestral, e denominam a si mesmos filhos de Menashe (Bnei Menashe). Quando rezam, dizem: “Oh, D’us de Menashe,” referindo-se ao nome Menashe, uma das Dez Tribos Perdidas de Israel.
Conforme a história que relatam, foram exilados para a Assíria em 722 A.E.C., com outras tribos de Israel. Algum tempo depois, a Assíria foi conquistada pela Babilônia (607 A.E.C.), que mais tarde foi conquistada pela Pérsia (457 A.E.C.), e mais tarde, a foi conquistada pela Grécia de Alexandre Magno (331 A.E.C.), quando o povo de Menashe foi deportado da Pérsia para o Afeganistão e outros locais.
Tornaram-se pastores e adoradores de ídolos. Com a conquista do Islã, foram forçados a converter-se ao islamismo. Como falavam hebraico, foram chamados de semíticos. Durante todo este período, possuíram um Rolo de Torah em hebraico, guardado com os anciãos e o sacerdote.
A partir do Afeganistão, sua migração continuou na direção leste, até que chegaram a uma área na fronteira sino-tibetana. Dali continuaram até a China, seguindo o Rio Wei até atingirem a China Central. Lá estabeleceram-se por volta de 231 A.E.C.
Porém os chineses foram cruéis com eles, transformando-os em escravos. Alguns escaparam e viveram em cavernas nas áreas montanhosas chamadas Shinlung, nome este que tornou-se outra denominação para a Tribo de Menashe. Eram também chamados de povo das cavernas, ou povo das montanhas.
O povo Menashe viveu nas grutas em total pobreza por duas gerações, mas ainda guardavam o Rolo da Torah com eles. Começaram então a assimilar-se e sofrer influência dos chineses. Mais tarde, foram expulsos da área das cavernas e rumaram para o oeste através da Tailândia, finalmente chegando à área em Myanmar.
Lá chegando, vagaram ao longo do rio até que atingiram Mandaley. A partir dali chegaram às Montanhas Chin. No século dezoito, parte deles migrou para Manipur e Mizoram, a nordeste da Índia. Geralmente, mantinham a tradição de nomadismo, e perceberam que não eram chineses, embora falassem o idioma local.
Chamavam a si mesmos “Lusi”, que significa as Dez Tribos (“Lu” significa tribo, e “si” quer dizer dez).
Costumes israelitas da tribo de Menashe
De acordo com a história que o povo Menashe relata, ao serem banidos da área das cavernas perderam seu rolo de Torah, ou talvez tenha sido roubado ou queimado pelos chineses. Mas os sacerdotes da tribo de Menashe continuaram a passar sua tradição oralmente, inclusive a observância dos rituais, até o século dezenove.
Mantiveram o costume da circuncisão, mas quando isso tornou-se difícil, não foi mais praticado; abençoavam então a criança de oito dias de idade numa cerimônia especial. Guardavam também dias santos, que eram muito similares aos feriados judaicos, e praticavam mesmo o casamento levirato, em que o irmão mais jovem tinha que casar-se com a viúva do irmão mais velho para manter o nome na família.
O seguinte poema os acompanhou durante todas suas migrações. É uma canção tradicional sobre a travessia do Mar Vermelho, escrita por seus ancestrais. Eis a tradução aproximada:
Devemos manter a Festa de Pêssach
Porque cruzamos o Mar Vermelho pela terra seca.
À noite cruzamos com um fogo
Durante o dia com uma nuvem
Os inimigos nos perseguiam em carruagens
E o mar os tragou,
Usando-os como comida para os peixes.
E quando ficamos sedentos,
Recebemos água da rocha
O conteúdo é semelhante à experiência dos israelitas escrita em Shemot.
Tinham um sacerdote em cada aldeia, cujo nome era sempre Aharon, assim como o irmão de Moshê, o primeiro sacerdote judeu. Um de seus deveres era prestar assistência à aldeia. Costumava haver dois sacerdotes em aldeias maiores. Tinham um sacerdote em cada aldeia, cujo nome era sempre Aharon, assim como o irmão de Moshê, o primeiro sacerdote judeu. Um de seus deveres era prestar assistência à aldeia. Costumava haver dois sacerdotes em aldeias maiores.
O sacerdócio era transmitido apenas por herança. Eram envolvidos em cultos e na oferenda de sacrifícios. O sacerdote vestia uma túnica e um peitoral, e um casaco bordado, fechado por um cinturão e uma coroa na cabeça. E sempre cantavam sobre Menashe no início de cada reunião.
Em caso de doença, o sacerdote era chamado para abençoar a pessoa enferma e para oferecer um sacrifício pela recuperação. O sacerdote abatia uma ovelha ou cabra, e passava o sangue na orelha, costas e pernas da pessoa doente, enquanto recitava versículos da Torah, similar ao Vayicrá 14:14.
Para a expiação dos pecados, era oferecida uma cabra no altar, e o sangue era borrifado nos cantos do altar, e a carne servida às pessoas. Yom Kipur era guardado como um dia de expiação uma vez ao ano, como fazem os judeus. Os recipientes sagrados do sacerdote não eram feitos de metal, mas de argila, tecido ou madeira.
Cerimônias especiais eram oficiadas pelo sacerdote no caso de certas doenças. Esta é uma forma de reparação feita com uma ave, cujas asas são sacrificadas e as penas jogadas ao vento. Se o caso fosse de lepra, o sacerdote oferecia uma ave no campo.
É sabido também que eles praticavam adoração a ídolos e tinham superstições que envolviam espíritos e demônios. Também acreditavam em reincarnação, mas ao mesmo tempo acreditavam num D’us que estava nos céus, a quem se voltavam em tempos difíceis.
Encontrei este grupo nas selvas de Burma em 1963 ou 1964.
A Tribo Mizo
O que me espanta é que em Burma, a Tribo Mizo, intocada pelos missionários, e a origem de Bnei Menashe, tenham tantas cerimônias e rituais judaicos antigos, como a circuncisão, Shabat, dias festivos, etc., e estes grupos merecem ser estudados seriamente. Penso que as universidades israelenses deveriam enviar uma equipe de eruditos, historiadores, antropólogos, biólogos e rabinos para estudar os Mizo em Burma. Eu alegremente juntar-me-ia a eles.
Em 1854, com a chegada do primeiro missionário americano, V. Petigrore da Missão Batista, a igreja foi estabelecida. Em 1910, vieram mais missionários, e criaram igrejas na área do norte da Índia. Como conseqüência, o sacerdote tribal perdeu seu status e a comunidade ficou sujeita a influências e pressão cristãs. Com a expansão do cristianismo pelo país, ficaram novamente sujeitos a grandes pressões e muitos de seus artigos religiosos foram dispersos ou queimados pelos missionários britânicos ou americanos entre 1854 e 1910.
Começou recentemente um retorno ao judaísmo. Milhares de pessoas de Menashe decidiram cumprir as Leis da Torah. Eles têm sinagogas em Manipur, Assam e Mizoram. Há também aqueles que emigraram para Israel, e outros milhares anseiam voltar para a Terra Santa.
Paquistão
Um assunto referente às Tribos Perdidas de Israel que é geralmente ignorado e que achei fascinante, é a Tribo dos Pathans.
Este povo agora tem 15 milhões de pessoas, vivendo principalmente no Paquistão e Afeganistão, bem como no Irã e Índia. Eles têm a tradição de serem das Tribos Perdidas e adotam costumes judaicos.
Os Pathans têm o hábito da circuncisão no 8º dia. Tive a oportunidade de presenciar uma cerimônia de circuncisão muito festiva. Os muçulmanos adotam o costume da circuncisão, mas não é feita no 8º dia, e sim aos 12 anos.
Os Pathans têm uma espécie de talit pequeno, chamado Kafan. Este é uma peça com quatro cantos, amarrada por cordões nos cantos, similares ao tsitsit usados pelos judeus. Usam também um Talit maior, que chamam Joy-Namaz. É um xale de 2 a 3 metros quadrados, para cobrir a cabeça e parte dos ombros, usado aberto no chão para as preces, à maneira muçulmana. Não tem franjas.
Os Pathans observam o Shabat. Este é considerado um dia de descanso, e eles não trabalham, cozinham ou assam. Os Pathans preparam 12 chalot (tradicional pão judaico, Vayicrá 24:5), em honra do Shabat, como era feito no Templo antigamente. Uma das provas mais significativas da origem israelita dos Pathans é o acendimento de velas em honra do Shabat. Após o acendimento, a vela geralmente é coberta por um grande cesto. A vela é acesa por uma mulher após a menopausa.
Os Pathans vivem os costumes dos israelitas
Os Pathans observam cashrut, de forma similar às leis dietéticas dos judeus. Não comem carne de cavalo ou camelo, que é muito comum na região, mas proibidas aos judeus. Há também alguma evidência de não comerem carne e leite ao mesmo tempo. Têm também uma tradição a respeito de diferenciar aves puras e impuras, o que significa permitidas e não permitidas, similar ao que está na Torah.
Alguns ainda vestem uma pequena caixa similar ao Tefilin (filactério). Esta caixa assemelha-se à caixa japonesa Tokin na testa de Yamabushi.
É interessante notar que os Pathans conservam nomes de família das Tribos Perdidas, como Asher, Gad, Naftali, Reuven, Efraim e Menashe. Há também pessoas chamadas Israel, Samuel, e assim por diante, que jamais são encontrados entre os muçulmanos. Também existem localidades, vilas e bairros com nomes idênticos aos nomes na terra de Israel.
A região tem achados arqueológicos, testemunho de um passado hebreu, e a aparência externa dos Pathans assemelha-se aos judeus da região; sua própria língua Pashtu usa muitas palavras hebraicas. Os Pathans são também chamados de Afegãs, ou filhos de Pashtu, seu idioma. Porém, eram mais freqüentemente chamados “Bnei-Israel”, que significa filhos de Israel, embora vivam agora como muçulmanos devotos.
Por este motivo, bem como por causa de seus costumes antigos e outros aspectos, há definitivamente uma conexão que pode ser feita às Tribos de Israel.
Os Pathans somam 6 a 7 milhões no Afeganistão, e 7 a 8 milhões no Paquistão. Vivem na área fronteiriça entre os dois países e aproximadamente 2 milhões vivem como nômades. Estes Pathans anseiam pela independência, apoiada pelo Afeganistão, e é causa de tensão constante no Paquistão, que não deseja que eles sejam independentes.
As leis dos Pathans assemelham-se à da Torah
O Afeganistão é um dos países menos desenvolvidos da Ásia e a maioria da população é analfabeta. Trabalham de forma primária no cultivo da terra e criação de ovelhas e outros animais domésticos.
A maioria do povo ainda vive em aldeias e alguns são mesmo nômades. É um país governado pela lei religiosa islâmica e mais de 90% da população são muçulmanos sunitas. Mas a modernização ocorrida não chegou até as áreas montanhosas da fronteira. Aqui os Pathans continuam sua vida tribal como o fazem há séculos.
O sistema legal, conhecido como Pashtunwali, a lei dos Pashtu, é muito semelhante à Torah, o mais sagrado dos livros judaicos. Há páginas e mesmo livros completos da Torah entre os Pathans, e honram enormemente o que chamam de Tavrad El Sharif (a Torah de Moshê), e se levantam à menção do nome de Moshê, mesmo que não seja importante para o Islã.
Os Pathans são muito saudáveis, altos, e têm pele clara. São guerreiros e portam armas desde tenra idade; são trabalhadores, sábios, confiáveis e extremamente leais, tendo reputação de serem exemplarmente hospitaleiros.
A origem étnica desses Pathans intrigou as pessoas por algum tempo, porque são diferentes, tanto externamente como nos traços de caráter, dos outros povos à sua volta – turcos, mongóis, iranianos e indo-iranianos. É também difícil registrar sua história passada, numa região na qual dezenas de nações e tribos de várias origens têm chegado e ido embora.
A identificação pessoal das tribos Pathan com sua origem israelita expressa-se de várias maneiras. Além da tradição oral relatada pelos anciãos da tribo, há também interessantes testemunhos de que são mantidos os rolos de registro da genealogia entre as tribos, remontando até os Patriarcas da nação judaica.
Estes rolos estão bem preservados e alguns são escritos em ouro sobre peles de gazela. Não menos interessantes e significativos são os nomes das tribos, que guardam profunda semelhança aos nomes das tribos de Israel. A tribo Rabbani é na verdade Reuven, a Shinware é Shimon, a Lewani é Levi, a tribo Daftani é Naftali, a tribo Jaji é Gad, Ashuri é Asher, a tribo Yusefsai é Filhos de Iosef, e a tribo Afridi é na verdade, Efraim. São todos nomes das Dez Tribos Perdidas de Israel.
Os próprios Pathans enfatizam que as diferenças entre os nomes originais das tribos e seus nomes atuais devem-se aos dialetos diversos dos idiomas; assim, por exemplo, Jaji era na verdade chamado Gaji pela tribo de Gad.
Há alguns judeus no Afeganistão hoje que consideram os Pathans como parte das Tribos Perdidas. A semelhança física entre os Pathans e outros judeus é exemplificada pelos britânicos que governarem o Afeganistão por muito tempo e chamarem os Pathans de judeus. Quando não estão vestindo suas roupas tradicionais, os Pathans são indistinguíveis de outros judeus da área. Entre as 21 nações do Afeganistão, apenas os Pathans e os judeus têm feições semíticas, suas faces são mais longas e mais claras, e alguns têm olhos azuis. Como os judeus da área, os Pathans usam barbas e costeletas, que servem mais ainda para fazê-los indistinguíveis dos judeus.
O aspecto israelita dos pathans
Os Pathans têm muitos outros aspectos como descendentes dos israelitas.
Sua cerimônia de casamento é como a judaica. Inclui pálio e alianças, semelhante ao costume judaico.
As mulheres dos Pathans mantém leis similares às leis judaicas a respeito da menstruação. Durante este período e nos sete dias que se seguem, nenhum contato físico é permitido com o marido. Após este período, a mulher imerge num rio ou fonte, ou numa casa de banhos se uma fonte natural não for disponível.
Os Pathans praticam o casamento levirato, que é o costume de que, quando morre o marido e não deixa filhos, seu irmão desposa a viúva para manter o nome da família.
O mandamento de honrar os pais é mantido de maneira exemplar nestas tribos. O filho deve obedecer os pais em todos os assuntos. Quando o pai entra no aposento, todos se levantam e inclinam a cabeça em sua honra.
Pathans seguem o costume de celebrar Yom Kipur. Sabemos de alguns membros da tribo dos Lewani que iam à sinagoga em Yom Kipur todos os anos. Um destes costumava ficar lá até o pôr-do-sol sem pronunciar uma única palavra. Falava da tradição do Templo neste dia e sobre o sumo sacerdote e seu trabalho lá.
Certo ano ele errou no calendário e não apareceu. Chorou amargamente por uma semana, por perder a observância deste dia.
Os Pathans seguem o costume do bode expiatório. No antigo Israel, colocavam todos os pecados da nação em um bode e mandavam o bode ao deserto.
Os Pathans geralmente rezam em mesquitas. Embora alguns rezem na direção de Jerusalém, isto não é o mais comum. Há algumas sinagogas muito antigas na região e os Pathans as freqüentam em dias especiais, em épocas de grande tensão ou tragédias, ou ainda para preces especiais. O indivíduo que procura ajuda costuma ir lá para tocar o cadeado e rezar. Há aqueles que dizem que estes locais certa vez contiveram rolos da Torah. Isto é interessante, porque nos dias de hoje, eles são na verdade muçulmanos devotos.
Um testemunho interessante fala da colocação de um livro de Salmos embrulhado, colocado sob o travesseiro dos doentes, para ajudar na cura da pessoa.
Há aqueles que dizem que existem amuletos escritos em hebraico. Alguns contém a frase “Shema Yisrael”, escrita secretamente pelo chefe da tribo e é proibido abri-lo.
E o símbolo da Estrela de David é encontrada em quase todas as casas dos Pathans. Os mais abastados a fazem em metais caros, e os pobres de madeira. Pode ser visto em torres, escolas e também em ferramentas, braceletes e jóias. Eu a vi em pelo menos 20 locais variados. Em Minerajan, o centro do Afeganistão, há algumas escolas que têm a Estrela de David sobre a porta ou na tabuleta sobre a porta.
Caxemira
Saindo do Afeganistão e do Paquistão onde vivem os Pathans, no rumo leste, chega-se ao Estado da Caxemira, na parte norte da Índia, a oeste do Nepal. A Caxemira consiste de um lindo e enorme vale, rodeado de montanhas altaneiras, e o considero um dos lugares mais belos do mundo.
Vivem lá entre 5 a 7 milhões. Falando de forma geral, eles são mais claros e diferentes dos outros habitantes da Índia. Uma tradição interessante é divulgada entre o povo da Caxemira, a respeito de sua ancestralidade nas Tribos Perdidas de Israel. Esta tradição é apoiada por extensa literatura, tanto pelo povo como por eruditos.
Na Caxemira, muitos locais têm nomes israelitas, como Har Nevo, Beit Peor, Pisga e Heshubon. Todos são nomes na terra das Dez Tribos de Israel. O mesmo acontece com nomes de pessoas e nomes de aldeias.
O povo na Caxemira celebra uma festa chamada Pasca na primavera, quando acertam a diferença de dias entre o calendário lunar e o solar, e a maneira deste ajuste é similar a judaica. Há muitos livros publicados sobre o assunto. A linguagem Udu, usada na Caxemira, inclui muitas palavras em hebraico.
A maioria dos habitantes da Caxemira são muçulmanos. Apesar disso, são simpáticos com relação aos judeus e Israel. É evidente que sua origem também é um fator que os levou ao interesse no povo de Israel.
A história do povo é envolta em mistério, assim como a história de outros povos da região. Muitos pesquisadores acreditam que muitos habitantes da Caxemira são descendentes das Tribos Perdidas, exiladas em 722 A.E.C. Eles vagaram ao longo da Rota da Seda rumo aos países do Leste, Pérsia e Afeganistão, até atingirem o vale da Caxemira e lá se estabelecerem.
Outros dizem que o povo começou a vagar aproximadamente 300 anos mais tarde. Estes nômades assentaram-se na Caxemira, mantendo as tradições até serem forçados a converter-se ao Islamismo, quando a expansão do Islã chegou ao vale. O sacerdote Kitro, em seu livro, História Geral do Império Mughal, disse que o povo da Caxemira são os descendentes dos israelitas.
O historiador itinerante árabe El Bironi, no século XII, escreveu: “No passado, a permissão de entrar na Caxemira era concedida somente aos judeus.”
O sacerdote Monstrat disse que na época de Vasco da Gama no século XV “todos os habitantes desta área que aqui viviam desde tempos antigos podem localizar sua ancestralidade, conforme a raça e os costumes, até os israelitas antigos. Seus traços físicos, aspecto geral, modo de vestir, as maneiras de conduzir os negócios, tudo demonstra que são similares aos antigos israelitas.”
Nomes parecidos aos israelitas na Caxemira
Recentemente o Sr. Ikbal Chapri, proprietário de uma casa-barco chamada Haifa (nome de uma grande cidade em Israel) em Srinagar, escreveu sobre este tópico nos jornais locais.
Seu artigo era sobre os nomes das tribos e locais da Caxemira que são exatamente hebraicos. Tenho uma cópia das duas páginas da lista. Por exemplo, uma das tribos da Caxemira é chamada Asheriya, de Asher, a tribo de Dand é Dan, Gadha é Gad, Lavi é Levi. A tribo de Shaul é o nome hebraico do Rei Saul. Musa é Moshê, Suliamanish é Shelomo (Salomão). E há também a tribo de Israel, a tribo de Abri, que é a tribo de Hebreu, e a tribo de Kahana que é a palavra para sacerdote judeu.
Existem também entre 50 a 75 nomes de lugares na Caxemira que, na verdade, são nomes hebraicos com os quais os israelitas eram muito familiarizados. Há um local chamado Samaryah, que é Samária, Mamre é Mamre, Pishgah é Pisgá, Nabudaal é Monte Nevo, Bushan é Bashan, Gilgit é Gilgal, Heshba é Heshbon, Amunah é Amon, Gochan é Goshen, Median-Pura é Midian, e Guzana é Gozan, que é o nome de um local na Assíria, o próprio local para onde as Dez Tribos de Israel foram deportadas.
O nome Israel é muito comum entre eles, assim como entre os Pathans, e este é um nome jamais usado entre os Muçulmanos. Também acendem uma vela para o Shabat, têm costeletas, barbas, e usam o emblema ou desenho da Estrela de David.
Na área da fronteira com o Paquistão, chamado Yusmarg (Handwara), vive um grupo que até hoje chama a si mesmo de Bnei Israel, o que significa filhos de Israel. Muitos dos habitantes da Caxemira dizem que este é o nome antigo de todo o povo da Caxemira.
Há uma estranha tradição em uma pequena comunidade próxima a Wallar Link, que exibe o túmulo de Moshê. Existe ainda outra, conectada com o Rei Shelomo, de acordo com a qual até mesmo o Rei Shelomo chegou ao Vale da Caxemira e, com sua sabedoria, auxiliou o povo endireitando com sucesso o rio Jalum. Esta tradição também vincula-se a um local chamado Trono de Salomão, situado em ponto mais alto que a capital da Caxemira, Srinagar. Não é estranho que haja lendas folclóricas e históricas sobre heróis de Israel antigo nestes lugares distantes e exóticos?
Estas lembram também algumas lendas no Japão. Há a tumba de Moshê no Monte Houdatsu, na província de Ishikawa, e uma lenda diz que muitos dos tesouros secretos de Salomão são guardados no Monte Tsurugi em Shikoku.
Os dois principais historiadores da Caxemira, Mulla Nadiri, que escreveu a História da Caxemira, e Mulla Ahmad, que escreveu Fatos da Caxemira, estabeleceram sem sombra de dúvida que as origens do povo da Caxemira são encontradas no Povo de Israel.
Japão
Muitas das cerimônias tradicionais no Japão parecem indicar que as Tribos Perdidas de Israel foram ao Japão Antigo.
Na província de Nagano há um grande santuário Shintoísta denominado “Suwa-Taisha” (o Shintoísmo é a tradicional religião nacional do Japão).
No santuário Suwa-Taisha, o tradicional festival chamado “Ontohsai” acontece anualmente a 15 de abril (quando os japoneses usavam o calendário lunar, era em março ou abril). Este festival ilustra a história de Yitschac no capítulo 22 de Bereshit, quando Avraham estava a ponto de sacrificar seu próprio filho, Yitschac. O festival “Ontohsai”, celebrado desde os tempos antigos, é considerado o mais importante de “Suwa-Taisha.”
O Festival
Atrás do santuário há uma montanha chamada Monte Moriya. O nome “Moriya” pode ter-se originado da Montanha do Templo em Jerusalém (Bereshit 22:2), onde Avraham levou Yitschac para ser sacrificado.
Durante o festival, um menino é amarrado com uma corda a um pilar de madeira, e colocado sobre um carpete de bambu. Um sacerdote shintoísta aproxima-se dele segurando uma faca, e corta a parte superior do pilar de madeira, mas então chega um mensageiro, e o garoto é libertado. Isto é uma reminiscência da história bíblica na qual Yitschac foi libertado após um anjo aparecer para Avraham.
Avraham e Yitschac
O povo chama esta festa de “festival para o deus Misakuchi”. Misakuchi poderia ser “mi-isaku-chi”. “Mi” significa” “grande”, “isaku” é mais provavelmente Isaac (em hebraico, Yitschac), e “chi” é algo para o fim da palavra. Parece que o povo de Suwa transformou Yitschac em um deus, talvez por influência de adoradores de ídolos.
Hoje, este costume do menino em vias de ser sacrificado e então libertado não está mais em uso, mas ainda podemos ver o costume do pilar de madeira chamado “oniye-basira”, que significa “pilar do sacrifício.”
O cerimonial do menino havia sido conservado até o início da Era Meiji. Masumi Sugae, um erudito japonês que escrevia livros de viagens na Era Edo (mais ou menos 200 anos atrás), escreveu um registro de suas viagens e tomou nota do que viu em Suwa. Estes registros mostram os detalhes de “Ontohsai”. Relata o costume do garoto a ponto de ser sacrificado e sua libertação no último instante. Seus registros são mantidos em um museu perto de Suwa-Tasha.
Aparentemente, nenhum outro país além do Japão possui um festival ilustrando a história da Torah de Avraham e Yitschac. Esta tradição aparentemente mostra evidências de que os antigos israelitas foram ao Japão antigo.
A caixa preta na cabeça
“Yamabushi” é um homem religioso em treinamento, existente apenas no Japão. Hoje, acredita-se que pertença ao Budismo japonês. Entretanto, o Budismo na Índia, Coréia e China não tem este costume. O costume de “Yamabushi” existente no Japão antes do Budismo foi levado ao Japão no século VII.
Sobre a testa de “Yamabushi”, ele coloca uma pequena caixa preta chamada “tokin”, que é amarrada à sua cabeça com um cordão preto. Parece-se muito com um judeu colocando Tefilin (filactério) na testa. O tamanho deste “tokin” é quase o mesmo do Tefilin, mas é redondo e tem formato de flor.
No Japão, existe a lenda do “Tengu”, que vive numa montanha e tem a aparência de um “Yamabushi”. Possui nariz pronunciado e habilidades sobrenaturais. Um “ninja”, que era um agente de espionagem nos tempos antigos, trabalhando para seu amo, procura o “Tengu” na montanha para dele conseguir poderes sobrenaturais. O “Tengu” lhe dá uma “tora-no-maki” (um rolo de “tora”), após conceder-lhe poderes adicionais. Este “rolo de tora” é considerado como um livro muito importante, que pode ajudar em qualquer situação de emergência. Os japoneses usam esta palavra às vezes na vida cotidiana.
Não se tem notícia de que um verdadeiro Rolo da Torah judaica tivesse jamais sido encontrado em algum sítio histórico no Japão. Entretanto, parece que este “rolo de tora” é derivado da Torah judaica.
Os antigos japoneses falavam hebraico?
Em Kojiki, Nihon-shoki e outros documentos antigos, encontramos muitas palavras similares ao hebraico, tanto em significado como na pronúncia.
Por exemplo, o primeiro Imperador japonês Jinmu deu aos líderes de terras o título de “Agata-nushi”. Agata significa área e nushi quer dizer líder. Também em hebraico “aguda” significa grupo e “nasi” significa líder.
Em japonês, um imperador é chamado pelo título “mikado”, que soa como a palavra hebraica “migadol”, significando o nobre. Cada imperador japonês é chamado pelo título “mikoto”, que em um som próximo à palavra hebraica “malchut”, que quer dizer reino ou rei.
Todo imperador japonês é também chamado com um título “sumera-mikoto”, que não possui nenhum significado específico como palavra japonesa, mas que interpretamos como a frase em hebraico “shomron malchuto”; isto significa “Samária, seu reino”, ou “rei da Samária”. O nome antigo para um sacerdote japonês Shinto é “negui”, enquanto que a palavra hebraica “naguid” quer dizer líder.
Nos antigos livros japoneses Kojiki e Nihon-shoki encontramos muitas outras palavras que nos lembram de Israel. O nome antigo para uma região no distrito de Nara é “Iware” que me recorda da palavra hebraica “Ivri”, significando hebreu. O nome antigo de uma terra no distrito de Nara, “Asuka”, assemelha-se com a palavra em hebraico “hasuka”, que significa tabernáculo. Em Asuka foi construída a antiga casa do Imperador. Um erudito japonês diz que “a” é um prefixo e “suka” significa tabernáculo ou morada. Também em hebraico “ha” é um prefixo que significa “o” e “suka” significa tabernáculo ou tenda.
A palavra japonesa “anata” que significa “você” é também dita “anta”, e no dialeto de Kyushu é dita “ata”. Em hebraico, isto é também “ata” ou “anta”.
A palavra japonesa “samurau” significa servir ou guardar (para o nobre) e em hebraico, “shamar” significa guardar. Em japonês, da palavra “samurau” vem a palavra “samurai” que significa antigo guerreiro japonês, ou guarda. Também em hebraico, se juntarmos um sufixo “ai” que significa profissão, a “shamar”, poderia formar a palavra “shamarai” que soa semelhante ao guarda japonês “samurai”.
Os pesquisadores mostram muitas outras semelhanças entre o japonês e o hebraico. Um deles aponta mais de 500 similaridades. Entre estas, podem ocorrer muitos exemplos de semelhanças que se deram ao acaso, mesmo naquelas listadas aqui, mas podemos acreditar que todas estas são fruto do acaso? Poderia acontecer que, por mero acaso entre dois idiomas, diversas palavras se pareçam em pronúncia e significado, mas quando há tantas palavras similares entre as duas, podemos ser levados a pensar que há uma relação etimológica entre as dez tribos perdidas e os fatos acima narrados.
Equador
O assunto chamou muita atenção no século dezessete na Inglaterra. Isso ocorreu devido aos escritos de Manasse ben Israel, um rabino de Amasterdam, que convenceu Oliver Cromwell a permitir que os judeus retornassem para a Inglaterra, após terem sido banidos do país quatro séculos antes.
Após seus encontros com um notável missionário, o judeu marrano (judeu forçado a se converter ao Cristianismo, na Espanha e Portugal), Antônio de Montezinus, Manasse tornou-se plenamente convencido que os índios americanos constituem algumas das Dez Tribos Perdidas.
Manasse ouviu de Montezinus algo notável, de que em 1642, quando Montezinus havia se embrenhado fundo nas florestas montanhosas do Equador, encontrou quatro índios que o saudaram com “Shema Yisrael”, que é o tradicional credo dos Israelitas, começando com “Ouve, ó Israel: o Eterno é nosso D’us, o Eterno é um!” (Devarim 6:4). Ele afirmava que falara com eles em hebraico e que diziam ser das Tribos Perdidas de Reuven e Levi.
Através de conversas com Montezinus, Rabi Manasse ben Israel ficou convencido de que os índios americanos originavam-se de várias das Tribos Perdidas de Israel. Escreveu em 23 de dezembro de 1649, numa carta para John Drury: “Acredito que as Tribos Perdidas de Israel viveram não apenas lá na América, como também em outros países espalhados; nunca voltaram ao Segundo Templo, e mantém até hoje a religião judaica, dizendo que todas as profecias que falam sobre a volta ao solo nativo devem ser cumpridas.
A menorá encontrada na América do Sul
Quanto aos índios da América do Sul e as Tribos Perdidas de Israel, houve um artigo interessante num jornal publicado em Israel (Maariv, 31 de dezembro de 1974), dizendo o seguinte:
Em 1587, o jesuíta Nicholas Delttsu foi enviado à América do Sul pelo rei da Espanha, a fim de converter os índios. Na Argentina, encontrou uma tribo com nomes hebraicos: Avraham, David, Moshê, etc. Quando lhes perguntou se eram circuncidados, responderam: “Sim, da mesma maneira que nossos ancestrais.” Na mesma região foram encontradas facas de pedra, usadas para circuncisão.
Também merecedor de interesse foi o achado de uma tribo na Argentina, relacionada aos Incas do Peru. Numa tábua de pedra estavam gravados três mandamentos: “Não roubar – Não mentir – Não matar.” Eruditos concluíram que estes mandamentos originam-se dos Dez Mandamentos de Moshê, e existiam centenas de anos antes dos Espanhóis chegarem.
Em 1974, na mesma área, pedras redondas foram encontradas com uma menorá hebraica (candelabro com sete braços de Israel antigo) sobre a pedra, e no lado estava escrito em aramaico: Pascha (Pêssach). O aramaico é um idioma antigo que os israelitas falavam antigamente, e isso, por si só, significa muito velho.
Alguns metros adiante foi encontrada uma pedra comprida no formato de um tijolo, com um entalhe de um barco (o emblema da tribo de Zevulun é um navio) com a palavra Tziporá (o nome da esposa de Moshê) escrito sobre a pedra. Isso significa que eles aqui chegaram de barco? Eruditos acreditam que o desenho tenha 3000 anos de idade.
China
Nas áreas montanhosas no noroeste da China, a oeste do Rio Min, próximo à fronteira do Tibet, vive em Szechuan um povo antigo, chamado pelos chineses de Chiang ou Chiang-Min, totalizando cerca de 250.000 pessoas.
O idioma da tribo Chiang havia sido esquecido, e perderam também sua escrita antiga. Hoje falam chinês e outras duas línguas, uma originária do Tibet e a outra um dialeto chamado Chiaring.
A região onde vivem é famosa por suas plantas e animais raros, como o panda.
O povo Chiang mora em aldeias semelhantes a fortalezas, geralmente construídas sobre colinas. No passado, foram um grande povo que governava os territórios das províncias, de Kansu, ao norte, até Liyunan ao sul.
Mapas históricos durante a Dinastia Han (séc. 3 A.E.C. – séc. 3 E.C.), mostram que esta tribo espalhou-se em direção ao norte da China. Eles vêem a si próprios como imigrantes vindos do oeste, que atingiram esta região após uma jornada de três anos e três meses. Os chineses os tratavam como bárbaros, e eles consideravam os chineses como adoradores de ídolos.
Havia ódio e inimizade por muito tempo entre os chineses e esta tribo. Viviam de forma independente até meados do século dezoito, quando se tornaram parte da população em geral, a fim de conseguir mais liberdade. A pressão religiosa feita pelos chineses, a expansão do Cristianismo e a influência de casamentos mistos fizeram com que a tribo Chiang desistisse, de forma geral, de sua maneira de ser monoteísta.
Entretanto, ainda hoje é possível aprender sobre as tradições passadas da tribo Chiang, por seus costumes e pela fé que ainda conservam. Esta tribo viveu à maneira israelita por 2.300 anos.
Segundo a sua tradição, a tribo Chiang é descendente de Avraham, e seu antepassado teve 12 filhos. Aqueles que não desposaram chinesas após sua vitória na guerra ainda têm aparência semítica.
Os traços de caráter deste povo são: integridade, amor ao próximo, solidariedade, generosidade, modéstia, timidez, gratidão e teimosia. Sentem também temor a D’us e aos céus.
Seu conceito de D’us é de um D’us Todo Poderoso que vigia o mundo inteiro, julga o mundo com justiça, recompensa os justos e pune os perversos. Este D’us lhes dá a oportunidade de sentir arrependimento e expiar suas más ações.
No passado, escreviam em rolos de pergaminho e livros, mas hoje têm apenas a tradição oral. Eles próprios não entendem as preces que recitam todas as semanas.
O Costume do sacrifício entre a tribo Chiang
A Tribo Chiang tem um estilo de vida muito especial, baseado nas oferendas de animais que parecem ter sido observadas entre as Dez Tribos de Israel. É proibido venerar estátuas ou deuses estrangeiros, e qualquer pessoa que ofereça um sacrifício a outro deus está sujeira à pena de morte.
Talvez por causa da influência assíria do passado, eles tentam construir seus altares próximos a árvores ou galhos. O altar é contruído com terra moldada em pedras, colocadas umas sobre as outras, sem serem cortadas por nenhuma ferramenta de metal. É importante ter-se em mente que na Torah (Shemot 20:22), um altar antigo não podia ser feito de pedras cortadas, pois a espada ou ferramenta usada para cortar a pedra era também um instrumento de guerra e ferimento.
Antes da oferenda de sacrifícios, a pessoa é solicitada a lavar-se e vestir-se com roupas limpas. Sacrifícios de animais também devem ser lavados e purificados. Há um lugar especial para a purificação e lavagem. Os anciãos e o sacerdote colocam as mãos sobre a cabeça do animal a ser abatido e então oferecem suas preces.
Entre os consumes que a Tribo Chiang adotou estão as leis de casamento levirato. É considerado vergonhoso para uma mulher deixar seu cabelo descoberto, por isso usam écharpes brancas. Não existem danças em que tomem parte homens e mulheres. Eles têm ainda um costume de fechar todas as florestas por 50 anos, após os quais realizam uma cerimônia especial para marcar sua reabertura.
A tribo Chiang possui também uma cerimônia com um rolo branco de pergaminho. Demonstram grande amor pelo pergaminho e são cuidadosos com ele, para ter certeza que permanecerá imaculado.
A Tribo Chiang tem uma festa de Ano Novo, uma festa de Ação de Graças, mas a circuncisão não é realizada. Porém, após o 7º dia, ou ao anoitecer do 40º dia, um galo branco é abatido em honra da criança, que então recebe um nome.
Etiópia
No século nono, havia um homem chamado Eldad ha-Dani, mercador e viajante judeu que ia e vinha entre as comunidades judaicas da Babilônia, Norte da África e Espanha. Deixou um registro de suas viagens, que constituem mais uma lenda que um fato, mas mesmo assim despertou o interesse das pessoas. Eldad dizia ser um mercador e erudito, originário de um país judeu independente situado a leste da África. Declarava categoricamente que seu país era o lar das Tribos Perdidas de Asher, Gad, Naftali e Dan, e que ele próprio era da Tribo de Dan. Seu nome, ha-Dani, significa da Tribo de Dan em hebraico.
Eldad menciona que em “Kush” da África Oriental, onde é hoje a Etiópia, vivem muitos descendentes da Tribo de Dan e de outras Tribos de Israel.
É interessante notar que ainda hoje, viva lá um grupo judeu chamado Falashas da Etiópia. Sua pele é negra e chamam a si mesmos de “Beta Israel”, que significa Casa de Israel em hebraico. Eles vêm seguindo os preceitos da Torah desde os tempos antigos, de maneira um tanto desprendida. Os Falashas na Etiópia falam hebraico e guardam o Shabat. Tragicamente, muitos deles pereceram devido a uma recente insurreição na Etiópia, mas os remanescentes emigraram para Israel. Foram transportados em aviões fretados pelo governo de Israel em 1983 e 1991. Aproximadamente 90% dos Beta Israel vivem hoje em Israel.
Eldad ha-Dani menciona também o reino de Khazar, que era localizado entre o Mar Negro e o Mar Cáspio. Declara que numerosas tribos das Dez Tribos Perdidas de Israel vivem em Khazar. Por volta de 740, o rei e o povo de Khazar converteram-se todos ao judaísmo. Foi uma conversão nacional, e esta é uma história bem conhecida entre os judeus.
De acordo com Eldad, vivem em Khazar três das Dez tribos Perdidas de Israel. Eram Reuven, Gad e metade de Menashe. Eles eram aproximadamente 300.000 pessoas do povo de Khazar. No século nono da Era Comum, José, o rei de Khazar, escreveu: “(A capital de Khazar consiste de três cidades e) na segunda cidade vivem os israelitas, os descendentes de Ismael, Cristãos e o povo que fala outros idiomas.” Assim, é perfeitamente possível que algumas das Dez tribos Perdidas de Israel vivam lá.
Extraído do site do Beit Chabad.