As fronteiras da vida.

Mário Moreno/ julho 6, 2018/ Artigos

As “fronteiras” da vida.

Acima de tudo guarde o seu coração, porque dele procedem as fronteiras da vida” (Pv 4:23).

Portanto desde que o coração (isto é; emoções, sentimentos e desejos) é o “motor” que incita à vida, é vital que atender às necessidades do coração (לב), a fim de sermos pessoas saudáveis ​​…

Note e observe que a palavra hebraica mishmar refere-se ao ato de vigiar alguém muito de perto, como um guarda prisional vigiando um prisioneiro.

A frase traduzida como ‘Acima de tudo guarde’ (micol mishmar –מכל משׂמר) alude, literalmente, “mais do que qualquer coisa que possa ser guardada”, e é usado aqui, para intensificar o mandamento de exercer vigilância sobre as emoções, sentimentos e desejos (isto é; o coração). Esta é uma questão de prioridade da vida.

Estamos quase sempre prontos para errar em nossas afeições, e, portanto, facilmente o coração (isto é; emoções, sentimentos e desejos) fica dividido, obstruído, e passível de fracasso… apesar de sua fragilidade, porém, a partir dele são as totze’ot chayim(תּוֹצְאוֹת חַיִּים) , ou seja, as “fronteiras” e os problemas da vida.

Nas Escrituras Sagradas, a palavra totze’ot é usada para se referir às fronteiras de um território ou o limite de uma cidade. Em outras palavras, a partir do coração (isto é; emoções, sentimentos e desejos) o “mapa” ou a “geografia” de nossa vida está sendo desenhada, e que expressa o curso da nossa vida… Escrutinar o nosso coração (isto é; emoções, sentimentos e desejos) leva à cura interior, e que entre outras coisas significa ser ‘sincero consigo mesmo’.

Como nós escolhermos vigiar o nosso coração (isto é; emoções, sentimentos e desejos) irá determinar o “caminho” e as “fronteiras” de nossa vida.

 

Se uma pessoa fizer um voto (ie, neder: נֶדֶר) para Hashem, ou fizer um juramento (ie, shevuá: שְׁבוּעָה) para ligar-se a algum compromisso, não violará a sua palavra que saiu da sua boca, mas fará segundo a tudo o que disse” (Nm 30:2).

A expressão hebraica “quebrar a sua palavra” literalmente significa “profanar a sua palavra” (יַחֵל דְּבָרוֹ), ou seja, profanar a alma, fazendo com que ela seja interiormente dividida, indecisa e acovardada. Afinal, quebrando a nossa palavra significa violar a integridade de quem nós somos, mostrando que o que nós dizemos e o que nós fazemos não são unidos. Nossas palavras confessam a nossa realidade e trazem-na para a nossa vida cotidiana… Se nós não pudermos manter a nossa palavra, nossa palavra se torna profana, vazia, frívola – nós tornamos um “estranho para si mesmo”. “Deixe o seu” sim “seja sim e o seu” não “seja não, aprender a dizer o que queremos dizer e querer dizer o que dissemos”. Isso pode ser comprovado pelas palavras de Ieshua quando diz: “Porém eu vos digo, que de maneira nenhuma, jureis nem pelo céu, porque é o trono de Elohim, nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés, nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei, nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disto é de procedência maligna” Mt 5.34-37.

Note: biblicamente falando, uma “promessa” (Neder) é uma promessa de fazer algo (ou abster-se de fazer algo), enquanto que um “juramento” (sheva) é um testemunho sob juramento de que algo é verdadeiro (ou falso).

Então devemos evitar tanto um quanto outro, a não ser que tenhamos a firme convicção de que iremos cumprir, caos contrário incorreremos em violação – pecado – e estaremos nos enredando com nossas próprias palavras.

Que cada um de nós tenha a maturidade suficiente para podermos, ao abrir de nossas bocas não nos comprometermos de forma que não cumpramos, mas que cada compromisso firmado seja sempre cumprido e que nossas palavras sirvam para que abençoemos ao nosso próximo e também a nós mesmos!

Baruch ha Shem!

Adaptação: Mário Moreno.

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