Mário Moreno/ setembro 12, 2017/ Artigos

As sete maravilhas da história judaica

Os sete marcos que desafiam os padrões históricos e cumprem profecias antigas.

por Rabino Motty Berger e Rabino Asher Resnick

Imagine um alienígena aterrissando neste planeta. No seu primeiro dia aqui, ele testemunha dois eventos: a abertura do Mar Vermelho e o nascimento de um bebê. O que você diria que é um milagre maior?

A maioria dos alienígenas diria que o nascimento de um bebê parece ser um milagre maior do que a abertura das águas. No entanto, se nós lhe perguntássemos se o nascimento de uma criança é um milagre, você poderia não concordar. Por quê?

Porque partos ocorrem todo o tempo – aproximadamente a cada sete segundos mais ou menos neste país. Quando algo acontece todo o tempo, nós o aceitamos como algo corriqueiro e pensamos que ele é natural. Mas quando nós observamos isto como um alienígena, nós podemos ver que milagre incrível ele é.

Vamos examinar a história judaica por uma perspectiva similar, deixando de lado qualquer conhecimento prévio que nós temos. Os eventos que ocorreram com o nosso povo durante os últimos 3.000 anos parecem ser eventos comuns ou há algo excepcional e talvez milagroso que acontece aqui?

Aliás, vamos fingir que nós nunca nem ouvimos falar do povo judeu. E vamos decidir: estes eventos são coincidências ou providências?

O Rei Luís XIV certa vez teve uma discussão com o famoso filósofo e matemático católico romano do século XVII Blaise Pascal. O rei pediu que Pascal mostrasse uma evidência do sobrenatural, e Pascal respondeu: “Os judeus, vossa Majestade, os judeus!”

Todas as pessoas que estudam a história judaica percebem que há algo excepcional nela. O que muitas pessoas não sabem, no entanto, é que o curso incomum e ilógico da história judaica foi antevisto em detalhes pela nossa Torah. Vamos examinar sete fenômenos singulares da história judaica e sete profecias que precisamente antevêem estes fenômenos. Depois, caberá a você avaliar se estes eventos poderiam ter ocorrido através de meios naturais da história judaica ou, talvez alguém esteja mexendo os pauzinhos por trás dos bastidores.

MARAVILHA N° 1: O POVO JUDEU É ETERNO

Em Bereshit 17:7, D-us promete a Avraham que o povo judeu será eterno. D-us diz: “E Eu estabelecerei o Meu pacto entre Eu e tu e os teus descendentes depois de ti, por todas as gerações, um pacto eterno para ser o teu D-us e o D-us dos teus descendentes depois de ti.”

Todos nós sabemos que os pactos só são válidos se as duas partes mantêm a sua parte do acordo. Se um dos membros parcialmente descumpre o combinado, o pacto é nulo e sem efeito. O que acontecerá se os judeus não cumprirem o seu pacto com D-us?

Veja esta profecia:

“No entanto, mesmo então, quando eles estiverem na terra dos seus inimigos, Eu não os rejeitarei ou os desprezarei, eu não quebre o Meu pacto com eles os destruindo, pois Eu sou o D-us deles. Eu Me lembrarei deles devido ao pacto que Eu fiz com os seus antepassados, que Eu tirei da terra do Egito diante das nações para ser o D-us deles (Vaikrá 26:44-45).”

Em outras palavras, mesmo quando as coisas parecerem piorar mesmo quando o povo judeu deixar de seguir a Torah, o pacto não será rompido. D-us promete que este relacionamento existirá eternamente.

Se você estiver familiarizado com a história mundial, você perceberá imediatamente que esta é uma previsão muito estranha. Afinal de contas, os povos se prosperam e entram em decadência. Eles não existem eternamente. Você conhece pessoalmente alguns edomitas? Alguém tem algum amigo próximo que é moabita? A história viu a ascensão de muitas nações poderosas: os persas, os babilônios, os moabitas, os edomitas, os romanos. Mas eles desapareceram a muito tempo.

Por que a Torah profetizaria a sobrevivência eterna do povo judeu? Mais estranho ainda é como os judeus, um povo muito mais antigo que os persas ou os babilônios ainda estão realmente por toda a parte?

Muitas pessoas perceberam este fenômeno estranho. Uma das pessoas mais famosas é Mark Twain, que escreveu um ensaio chamado “Em relação aos judeus” (Concerning the Jews) (Mark Twain – Coletânea Completa de Ensaios – The Complete Essays of Mark Twain, p.249):

Os egípcios, os babilônios, os persas ascenderam, encheram o planeta com ruído e esplendor e, em seguida, o seu sonho se enfraqueceu e eles se extinguiram. Outros povos surgiram e levantaram a sua tocha durante um tempo, mas se extinguiram e eles estão na penumbra hoje em dia ou desapareceram. O judeu viu a todos, enganou a todos, e ele é atualmente o que ele sempre foi, sem externar sinais de decadência, sem o abatimento da velhice, sem enfraquecimento das suas partes, sem minguar a sua energia, sem debilitar a sua mente alerta e dinâmica. Tudo é mortal, exceto o judeu. Todas as outras potências desapareceram, mas ele permanece. Qual é o segredo da sua imortalidade?

Leo Tolstoy, um cristão convicto, também se surpreende com isto. Ele escreve (O Mundo Judaico, Londres, 1908):

O judeu é o emblema da eternidade. Ele, que nem o massacre, nem a tortura de milhares de anos pode destruir, ele, que nem o fogo, nem a espada, nem a inquisição foi capaz de eliminar da face da Terra. Ele, que foi o primeiro a apresentar a revelação divina, ele que, por tanto tempo, foi o guardião da profecia e que a transmitiu ao resto do mundo. Esta nação não pode ser destruída. O judeu é perpétuo como a própria eternidade.”

Você ouviu falar sobre um livro chamado Os Protocolos dos Sábios de Sião (The Protocols of the Elder of Zion)? Os Protocolos é um livro que alega ser uma coletânea das atas de reuniões secretas que eram realizadas a cada cem anos por rabinos judeus pelo mundo afora com o propósito de planejar o curso da história mundial para os próximos cem anos.

Os Protocolos, à propósito, vendeu mais exemplares do que qualquer outro livro de história, exceto a Bíblia. Por que as pessoas acreditam piamente nele? As pessoas odiaram os negros, as pessoas odiaram orientais, mas você não encontra livros chamados “Os Protocolos dos Sábios de Detroit.” De certa forma, Os Protocolos dos Sábios de Zion faz sentido na cabeça das pessoas. Elas leem o livro e pensam: “É mesmo! Estes judeus se reúnem a cada cem anos e planejam toda a história mundial!”

De alguma forma, na sua consciência coletiva, o mundo percebeu que os judeus estão sempre por toda a parte.

Paul Johnson, um historiador não judeu, escreveu um bestseller chamado Uma História dos Judeus (A History of the Jews). No final do seu livro, ele faz uma tese do motivo pelo qual os judeus sobreviveram por tanto tempo: “Os judeus acreditaram que eles eram um povo especial, com unanimidade e entusiasmo em um período de tempo tão longo que eles se tornaram um povo assim”. Em outras palavras, esta é uma profecia que se auto-concretiza.

Entretanto, surgem dois problemas. Em primeiro lugar, alguém acha que os judeus podem acreditar em qualquer coisa relacionada a unanimidade? Você ouviu a expressão “onde há dois judeus, há três opiniões”?

(Aliás, certa vez nós estávamos em Fênix, Arizona e um professor disse: “Você sabe como é – onde há dois judeus, há três opiniões…,” quando alguém levanta a mão e, todo sério, diz: “Rabino, eu escutei que o ditado é onde há três judeus, há quatro opiniões.” O professor olhou para ele e disse: “Obrigado. Você acabou de demonstrar que eu tenho razão!”)

Em segundo lugar, faz sentido que somente os judeus decidiram se tornar um povo eterno!? E todos os outros povos pensaram: “Ah, tá bom assim. A nossa existência foi longa demais. Eu acho que é chegou a hora de sermos conquistados e nos extinguirmos…”

Finalmente, mesmo se os judeus acreditassem que eles são o povo eterno, acreditar simplesmente faz com que eles se tornem perpétuos?

Se eu simplesmente acreditar que eu sou um médico, eu me tornarei um doutor no final das contas?

Obviamente, as coisas não funcionam desta forma. Os povos não estão dispostos a ser destruídos. E nem eles desejam ser um povo eterno.

MARAVILHA N° 2: DISPERSÃO

O fato que nós somos um povo eterno se torna ainda mais surpreendente quando nós consideramos que os judeus não possuem as características básicas que definem um povo:

Terra, língua e história.

O povo judeu possui uma terra em comum?

Bem, por 2.000 anos, a grande maioria do povo judeu nunca colocou os pés na terra de Israel. Todos os outros povos no mundo tinham uma terra em comum e eles se estabeleceram e viveram nela, mas na maior parte da nossa história, os judeus nunca tiveram uma terra que eles chamam dela própria. Israel era sim um sonho em comum, mas não uma terra em comum.

Quantas pessoas falam Hebraico? Quantas falam bem? Durante a maior parte da nossa história, a maioria dos judeus não falou a língua. Realmente, a porção da Torah é lida em voz alta em Hebraico no shul, mas as línguas faladas eram Aramaico, Idish, Francês, Inglês e muitas outras.

O que você acha de uma história em comum? Bem, nós temos que voltar muito ao tempo para chegar a uma história conjunta. Durante vários séculos que transcorreram, os judeus foram dispersos de um lado a outro do globo. Certamente, nós não possuímos uma história em comum.

Então, não só o povo judeu é um candidato ruim para ser um povo eterno – sem uma terra, língua e história em comum – como também nós mal somos candidatos a sermos qualquer tipo de povo!

MARAVILHA N° 3: ANTISSEMITISMO

Vamos ver o outro lado da moeda. Quais são os fatores que causam os povos a se desintegrarem e desaparecerem?

Em primeiro lugar, eles são conquistados por outro povo e, ao final, se assimilam à cultura dominante. Mas o que ocorre entre a conquista e a assimilação?

Perseguição.

Quanto mais forte o povo chega e diz: “Nós não gostamos que você se vista de forma diferente, fale uma língua distinta, reverencie um D-us de forma diferente… Nós achamos que vocês devem ser como nós.”

Os sociologistas chamam isto de “a aversão ao que é diferente.”

No final das contas, alguém encontra uma “solução” para este problema: “Ei, você sabe por que nós somos perseguidos? É por causa deste negócio de “aversão ao que é diferente! Vamos eliminar as nossas diferenças e nós seremos tratados melhor.”

E isto surte efeito. Quanto mais eles eliminam as suas diferenças, melhor eles são tratados. Antes que você se dê conta, eles foram assimilados ao povo conquistador.

Você já escutou alguém dizer que há muita influência edomita no governo hoje em dia? Que os babilônios estão controlando a mídia? É óbvio que não. Estes povos perderam as suas identidades há muito tempo atrás. Isto é o que acontece quando os povos se assimilam à cultura dominante.

Então, o que acontece quando os judeus tentam se assimilar?

Onde nós vemos que os judeus em massa tentam se assimilar à cultura que os envolve?

Alemanha. Na Alemanha, há 150 anos atrás, nós percebemos um dos esforços mais intensos por parte de massas de judeus de se assimilar na sociedade alemã. Após gerações de intolerância e perseguição, o Iluminismo surgiu e muitos judeus pensaram que eles finalmente encontraram uma saída. “Agora é a nossa chance de nos livrar desta “aversão e diferença”, eles disseram. “Os alemães dizem que eles nos odeiam porque nós comemos de forma diferente, nos vestimos de maneira distinta e reverenciamos a D-us de forma diferente, não nos casamos com as suas filhas. Então, vamos nos eliminar as nossas diferenças e nos tornar simplesmente como eles!”

E o que acontece? Uma irregularidade histórica. Pela primeira vez na história, a aversão aos que são diferentes, de repente, se torna a aversão aos semelhantes. Os nazistas dizem: “Nós não lhe odiamos porque vocês são diferentes; agora nós lhes odiamos porque vocês estão tentando se tornar como nós somos!” E eles reagiram com a brutalidade mais perversa que o mundo já presenciou.

O que está acontecendo aqui? Quanto mais nós eliminamos as nossas diferenças, mais fácil deveria ser a assimilação à cultura dominante! O holocausto foi totalmente o contrário a toda a ordem regular da história!

Por que toda a ordem da história é subvertida de uma maneira estranha em relação aos judeus?

É uma lei básica de física que, quanto mais fria é uma substância, mais densa ela se torna e, portanto, mais pesada. O calor faz com que as moléculas se expandam e, portanto, se tornem mais leves. Por exemplo, a água quente sobe e a água fria, sendo mais pesada, desce para o fundo.

Se você estiver em uma banheira, por exemplo, você perceberá que a água mais quente estará em cima e os seus dedos do pé provavelmente estarão mais frios, pois a água fria desceu para o fundo.

Qual é a água mais fria possível? O gelo. Observe um copo de refrigerante quando você coloca pedras de gelo nele. Você já se perguntou por que o gelo bóia? É óbvio que não. Ele simplesmente o faz.

O que acontece no inverno, quando um lago se congela? Aonde o gelo se forma? Na parte superior dele! Não é estranho? Se o gelo é a forma da água mais fria, naturalmente ele deveria ser mais denso e afundar.

Pergunte a qualquer físico: por que o gelo bóia? E ele lhe dirá que esta é uma lei fundamental da física. As moléculas na água se tornam mais densas à medida que elas se tornam mais geladas, até que eles chegam a um nível e meio acima do congelamento, e, como conseqüência, as moléculas subitamente começam a se expandir e se tornarem mais leves. Então, quando a água se torna gelo, ela naturalmente bóia.

Mas por que a lei da física funciona desta forma? Por que a água subitamente se torna mais leve, embora antes ela estava ficando mais pesada?

E o nosso físico amistoso possui uma explicação para isto também. Ele dirá: “Porque isto é uma exceção”.

Nós temos uma resposta diferente. O físico não criou as leis da física. D-us as criou. D-us pode não se importar se o gelo flutua na parte superior do copo de refrigerante, mas Ele se importa se o gelo flutua na superfície de um lago.

O que aconteceria se todo o gelo afundasse? Toda a vida vegetal e animal nos mares e oceanos congelaria e morreria, e quando o gelo derretesse na primavera, a água da Terra estaria malcheirosa e repulsiva. Então, D-us diz: “Eu não fiz o mundo para estar desabitado. No caso do gelo, Eu simplesmente subverterei a lei natural.” Da mesma forma, D-us diz para os judeus: “Eu não criei um mundo para os judeus para que eles fossem destruídos. Vocês são um povo eterno. Então, no seu caso, as leis da história serão subvertidas. Para qualquer outra nação que alguma vez já foi perseguida, haverá o princípio de „aversão ao que é diferente. Eles eliminarão as suas diferenças e desaparecerão. Mas quando vocês, judeus tentarem perder a sua identidade nacional, eu não permitirei que isto aconteça. Ao invés da assimilação amenizar a sua perseguição, vocês serão odiados ainda mais por isto”.

D-us controla a história da mesma forma que ele controla a física, a ciência e a natureza. Se D-us promete que os judeus serão um povo eterno, então, as leis da natureza simplesmente terão que cooperar para isto.

Como você completaria a seguinte lacuna?

“O______ Errante.”

Alguém escreveu “O Italiano Errante”? “O Equatoriano Errante”? Os judeus são conhecidos por todo o mundo como um povo que vagueia. Nós vivemos a maior parte da nossa vida nacional no exílio, dispersos por todo o globo.

Você consegue imaginar um motivo maior para ser um povo eterno?

Nós somos um povo inteligente. Vamos tentar decifrar isto através da lógica. Que característica este povo poderia ter que os manteria unidos, a despeito da sua dispersão?

O que você acha disto: os judeus serão tão queridos aos olhos de todo o mundo que as nações se certificarão que eles continuarão a existir, não importa onde nós estejamos. “Ah, esses judeus maravilhosos, nós temos que mantê-los vivos e bem eternamente.”

É mesmo?

Isto me lembra de uma história. Uma nova loja de produtos eletrônicos abriu no Texas e anunciou que ela estaria dando aparelhos de televisão para as cem primeiras pessoas que entrassem na loja. Já na noite anterior, haviam trezentas pessoas na fila. No início da fila, havia um texano brutamonte, tão entusiasmado que ele mal podia esperar. De repente, um judeu de baixa estatura chega do final da fila e, sem olhar muito à sua volta, dirige-se ao início da fila.

O texano olha para ele e diz: “Aonde você pensa que está indo?” O judeu não diz nada; ele simplesmente continua caminhando. O texano agarra ele, o soca e o derruba no chão. O pobre judeu baixinho faz um grande esforço para se levantar, sacode a poeira da sua roupa e novamente tenta caminhar em direção ao início da fila. O texano diz: “Eu disse, onde você pensa que está indo?” O judeu não diz uma palavra. O texano agarra ele e dá nele outro golpe.

De repente, um policial passa. “O que está acontecendo aqui?,” ele pergunta ao texano.

E o texano responde: “Ah, eu estou esperando aqui toda a noite. Eu vou ficar muito irritado se eu deixar este judeuzinho passar na minha frente!”

O policial dirige-se ao judeu e diz: “O que você tem a dizer a respeito?”

O judeu diz: “Se este cara me bater mais uma vez, eu não abrirei a loja.”

Nós somos tão queridos pelo mundo que eles se certificaram que nós continuássemos a existir? Eu acho que não.

Não importa para onde ele vai, o povo judeu sofre de um ódio que o mundo nunca viu igual. Não é só: “Nós não queremos este povo no nosso clube campestre”. Não é só: “Nós não os queremos na parte frontal do ônibus”. E sim “nós não queremos este povo vivo”.

Não só o anti-semitismo é intenso, mas também ele é irracional. Nós somos a única religião que proíbe completamente comer qualquer tipo de sangue, e, ainda assim, nós somos atormentados com a difamação que nós comemos sangue humano em rituais religiosos. Eles dizem que nós estamos envenenando as fontes da Europa, mas eles ignoram completamente o fato que nós estamos bebendo da mesma fonte! O anti-semitismo é inacreditavelmente intenso, completamente irracional e totalmente universal.

Em Israel, em 1987, houve um colóquio sobre anti-semitismo, encabeçado pelo presidente Chaim Herzog. O professor Michael Curtis da Universidade de Rutgers comentou sobre a irracionalidade do anti-semitismo:

“A singularidade do anti-semitismo consiste no fato que nenhum outro povo no mundo jamais foi acusado simultaneamente de alienação da sociedade e de cosmopolitismo, de serem exploradores capitalistas e também de terem defensores revolucionários comunistas. Os judeus foram acusados de terem uma mentalidade arrogante e, ao mesmo tempo, de serem pacifistas covardes. De ser um povo escolhido e de ter uma natureza humana inferior. Com ambas arrogância e timidez. Com ambos extremo individualismo e participação comunitária. De serem culpados da crucificação de Jesus e, ao mesmo tempo, de serem considerados a causa da invenção do Cristianismo… Tudo e o seu oposto se tornam um motivo para o anti-semitismo.

O anti-semitismo é irracional, da forma como foi descrito acima. Seja o que for que você odeie, isto é o que o judeu é.

MARAVILHA N° 4: POUCO NUMEROSOS

Como outras nações – a China ou a Índia –, por exemplo, conseguiram subsistir por tanto tempo? Talvez o seu sucesso pode nos ajudar a entender o que aconteceu com os judeus.

Os chineses e indianos obviamente possuem as vantagens da terra, língua e história. Mas certamente houveram conquistas destes povos. Por que eles não desapareceram?

Devido ao seu grande número! Há tantos nativos destes povos que, quando o conquistador entra, o conquistador é cercado! Há realmente demasiados nativos para impedir que eles simplesmente sejam extintos. Se você estiver considerando conquistar uma país no futuro próximo, mantenha distância da China ou da Índia.

Então, talvez este é o segredo! Talvez os judeus serão tão numerosos que eles serão incapazes de dominá-los. Realmente, é estranho antever uma nação eterna. Realmente, o exílio e a diáspora não fazem sentido. Realmente, haverá um tremendo anti-semitismo. Porém, haverão tantos judeus que eles não poderão ser cercados.

Há uma história sobre um senhor que se mudou para a Califórnia. Ele fica doente e piora e, nos seus últimos momentos de vida, ele liga para o seu amigo em Nova Iorque.

– Irving, ele diz.

– Oi.

– É o Harold.

– O que foi, Harold?

– Venha para a Califórnia, Irving. Eu estou morrendo e tenho uma coisa horrível para confessar.

Então, Irving pega o próximo vôo e vai ver o Harold no seu leito de morte.

– Irving, Harold sussurra, eu tenho uma confissão muito grande para fazer.

– Me conta, Harold, o que é?

– Eu me converti.

– Você se converteu???

– É, eu me converti.

– Não acredito, Harold. Durante toda a sua vida você sempre foi um bom judeu! E agora, nos seus últimos meses da sua vida, você se converteu? Bom, ele diz, eu imagino o motivo… Você sabe quantos não judeus há no mundo? Você sabe quantos judeus há no mundo? É melhor que um deles morra do que um de nós…

Isto é o que se chama de um Idish kop!

Você sabe quantos judeus há no mundo? Eu estimaria aproximadamente 14 ou 15 milhões. Há um gráfico da Dispersão Judaica (The Jewish Dispersion) de Lashinsky. Na parte de baixo do gráfico, há uma linha quebrada que sempre se move em direção à parte inferior do gráfico. Esta linha pequena representa o número de judeus no mundo. Durante o Império Romano, os judeus constituíram 9% da população. Uma demografia elementar nos revela que, sem a cruzada, os pogroms, o holocausto, assimilação, etc., o povo judeu hoje em dia incluiria umas boas centenas de milhões de pessoas.

Nós perdemos de 90 a 95% do nosso povo. Nós continuamos a diminuir mais e mais, mas nós ainda estamos subindo e descendo, mal somos expostos na parte inferior do gráfico. Demograficamente, nós deveríamos simplesmente deixar de existir. Por que nós não o fazemos?

E permanecerão escassos em número entre os outros povos que D-us lhes conduzirá” (Dvarim, 4:27).

A despeito do fato que o nosso número muito pequeno quase garantiria o fracasso da profecia de uma nação eterna, a Torah profetiza exatamente isto. Sim, vocês serão perseguidos, sim, muitos de vocês serão exterminados, mas vocês continuarão sendo um povo.

A Torah nos diz: “Zchor iemot olam”. Fique de olho na história. E, quando você o fizer, você começará a perceber que algo ou alguém está mexendo os pauzinhos. Não importa se o mundo te odeia, te persegue, te dispersa pelo mundo… De alguma maneira, você permanecerá com a sua identidade intacta, mesmo se você for o menor povo que existe.

MARAVILHA N°5: UMA LUZ PARA AS NAÇÕES

É dito aos judeus que eles serão “Uma luz para as nações”.

O que isto quer dizer?

Como é possível que um povo minúsculo, exilado e disperso pelo mundo, desprezado por todos os povos na Terra, seja “uma luz para as nações”? Isto é totalmente irracional. Quem vai sequer prestar atenção em nós?

Há um livro chamado de As Grandes Religiões do Mundo (Great Religions of the World). Quem você acha que está lá? O Cristianismo, o Budismo, o Islamismo. E, obviamente, há um capítulo sobre os judeus.

O que torna o Cristianismo uma das maiores religiões do mundo? Um bilhão e meio de adeptos! O que torna o Islamismo uma das maiores religiões do mundo? 800 milhões de pessoas, talvez mais. E os judeus? Somente com 12 ou 14 milhões de pessoas, por que nós somos uma das “maiores” religiões do mundo? Se não fossem os judeus, não haveria o Cristianismo, não haveria o Islamismo. Ambos foram formados com as bases estabelecidas pelo Judaísmo. Antes da religião judaica, o mundo era pagão, sem o conceito de monoteísmo. Os judeus modificaram todo, e, atualmente, a metade do mundo acredita no conceito de um D-us.

Nós somos poucos, nós somos dispersos e nós somos odiados. Possíveis candidatos para influenciar o mundo? É claro que não. No entanto, de alguma forma, assim como a Torah anteviu, nós somos aqueles que tiveram um impacto maior no mundo do que qualquer outro povo.

O Rabino Motty Berger, um conferencista muito conhecido do Discovery, certa vez, hospedou um artista chinês chamado Jin Gan, que viveu durante um tempo na sua casa. Jin Gan era uma pessoa muito inteligente que foi para os Estados Unidos estudar. Ele estava muito interessado em aprender a língua inglesa, então, todo dia ele lia toda a primeira página do jornal New York Times. Depois de um tempo, ele começou a reparar que haviam três países que quase sempre estavam nas manchetes: os Estados Unidos, a União Soviética e Israel.

Não estando familiarizado com Israel, Jin Gan perguntou ao rabino Berger aonde se encontrava este país. O rabino Berger trouxe um mapa e apontou para o Oriente Médio.

– Você tá vendo a área marrom aqui?

– Tô.

– Tá, este é o Egito. Agora você tá vendo este país aqui, na área verde pequenininha?

– Tô.

– Aqui é a Síria. Agora chega um pouco mais perto. Você tá vendo este pedacinho, este ponto no mapa? Este que é tão pequeno que as cidades têm que ser escritas no Mar Mediterrâneo? Este pontinho aqui, isto é Israel!

– Isto é Israel? – ele pergunta. Não acredito! Este pontinho é o país que ganha a primeira página do jornal todo dia? Quantas pessoas vivem lá?

– Ah, uns cinco milhões de judeus.

– Cinco milhões de judeus? Em um censo recente realizado na China, há mais de um bilhão de habitantes, cem milhões de chineses, com uma margem de erro de 48 milhões! Isto quer dizer, ele disse, que há 12 vezes mais habitantes que estatisticamente não foram computados na China do que os judeus em Israel!

Se você quiser ler uma história sobre a China, você precisa abrir a página 17 do New York Times. Para conseguirem chegar a primeira página, eles têm que matar milhões de alunos na Praça da Paz Celestial. Para Israel chegar na primeira página, bastam seis crianças atirando pedras em um carro. Por que isto acontece?

De alguma forma, pequenos como nós somos, o mundo está sempre nos vendo.

Há um livro chamado “A Mística Judaica” (The Jewish Mystique), escrito por Ernest Vanderhaag. Ele escreve que, nos últimos 50 anos de cultura ocidental, há quatro pessoas que deram forma ao mundo: Marx, Freud, Einstein e Darwin. (Três deles eram judeus e um deles estava errado!) E isto é só nos últimos 150 anos da cultura ocidental, apenas algumas décadas depois que sequer permitiram que os judeus entrassem nas universidades! O povo eterno, disperso pelo mundo afora, escasso, resistindo a um anti-semitismo que o mundo nunca presenciou igual, e, ao mesmo tempo, nós somos uma luz para as nações.

Ridículo? Isto é simplesmente o que a Torah anteviu, que na época de Messias, os povos nos implorarão: “Ensine-nos sobre D-us. Vocês parecem saber muito sobre Ele.”

As pessoas às vezes explicam isto dizendo que, já que os judeus eram um povo tão perseguido e oprimido, os profetas inventaram isto para lhes dar mais esperança e estímulo.

Eu não sei o que você pensa, mas se eu fosse um povo oprimido, isto me estimularia? “Simplesmente continue em frente, embora você esteja arruinado, pois algum dia, todas as nações do mundo virão até você para que você lhes ensine sobre D-us???”

Se eu quisesse ser estimulado pelos Profetas, eu faria eles dizerem algo do tipo: “Algum dia, D-us encontrará os seus inimigos e os destruirá completamente. E você chegará e tomará posse das suas propriedades e dinheiro. Depois, você será feliz para sempre.”

Mas não é assim. Não importa quanto nós sofremos, nós deveremos ser uma luz para as nações.

MARAVILHA N° 6: A INTERDEPENDÊNCIA ENTRE O POVO JUDEU A TERRA DE ISRAEL

É sabido que a terra de Israel era fértil por milênios. Quando você estava na sexta série, estudando sobre o Oriente Médio, você se lembra como se chamava esta área do mundo?

Ela era chamada de “A Crescente Fértil”. O Oriente Médio era estrategicamente importante. Ele controlava as rotas de comércio da Europa, Ásia e África. Todos os povos antigos desejavam possuí-la e continuar prosperando.

Mas nós observamos algo muito estranho. Enquanto os judeus estão vivendo na terra, ela continua sendo fértil. Assim que os judeus partem, a terra se torna um deserto e nenhum outro povo é capaz de cultivá-la.

Há um trecho fascinante do Mark Twain, que visitou Israel em 1867.

Nós percorremos algumas milhas para um país deserto, cujo solo é fértil o suficiente, mas tende completamente a ter ervas daninhas, como uma extensão de terra silenciosa e melancólica. Uma desolação encontra-se aqui que nem mesmo a imaginação é capaz de embelezar com a pompa da vida e ação. Nós chegamos a Tavor com segurança. [Tavor encontra-se no Norte, na Galileia, a parte mais fértil da terra]. Nós não vimos nem sequer um ser humano durante todo o itinerário. Apressamo-nos em direção ao nosso objetivo… Jerusalém renovada. Quanto mais nós seguíamos adiante, mais forte o sol se tornava, mais rochosa e sem vegetação, mais repulsiva e sombria a paisagem se tornava. Mal havia uma árvore ou um arbusto em algum lugar. Mesmo a oliveira e o cacto, os amigos leais de um solo inútil quase abandonaram o país. Nenhuma paisagem existe que é mais enfadonha ao olho do que a que faz fronteira com o acesso a Jerusalém. Jerusalém é triste, sombria e sem vida. Eu não desejaria viver lá (Mark Twain, Inocentes no Exterior – Innocents Abroad, volume II, Ed. Harper and Brothers, 1922, Nova Iorque).”

Alguém esteve em Israel recentemente? Isto lhe soa correto? Mais uma vez, um fenômeno surpreendente e estranho, completamente contestando as leis da natureza: Quando os judeus não estão na terra, a terra se torna uma região inculta e um deserto despovoado. Isto já aconteceu em algum outro lugar do mundo? Os homens brancos vieram para este país e se apoderaram dos índios americanos. Ela tinha uma grande quantidade de âmbar de grãos. A terra subitamente se tornou um deserto? É óbvio que não! Não faz diferença quem está vivendo na terra. Se a terra é fértil, ela é fértil; se ela for desértica, ela é desértica.

Não é assim com a terra de Israel. Somente lá, a terra se torna inabitável quando os judeus estão exilados.

MARAVILHA N° 7: O RETORNO MILAGROSO DO POVO JUDEU PARA A SUA TERRA DE ORIGEM

Na sétima e última maravilha, é prometido aos judeus que eles um dia retornarão a sua terra. E lhes é dito o que eles encontrarão quando eles o fizerem: subitamente, após anos de desolação, a terra novamente terá vida.

Se você esteve em Israel recentemente, você presenciou isto com os seus próprios olhos. A terra, de fato, começou a florescer e os mercados estão repletos de produção.

Cecil Roth, um professor de Oxford e judeu, escreveu um livro chamado “A História dos Judeus.” No final do livro, ele escreve o seguinte:

“A nossa pesquisa de três milênios e meio de história judaica se concluiu. Mas a história que nós começamos a contar não terminou. Hoje em dia, o povo judeu possui nele elementos de força e resistência que permitiram que ele vencesse todas as crises do seu passado, sobrevivendo desta forma aos impérios mais poderosos da antigüidade. Durante toda a nossa história, houveram elementos mais fracos que se esquivaram dos sacrifícios vinculados ao Judaísmo; eles foram absorvidos a muito tempo atrás pela grande maioria. Somente os mais vigorosos levaram adiante as tradições dos seus ancestrais e agora podem olhar para trás com orgulho para a sua herança maravilhosa. Nós devemos estar incluídos com a fraca maioria ou com a vigorosa minoria? Obviamente, cabe a nós decidir, mas em uma leitura da história judaica, um fator surge que pode talvez nos auxiliar na nossa decisão: a preservação do judeu certamente não foi por acaso. Ela resistiu através do poder de um certo ideal, baseado no reconhecimento da influência de um poder maior nas relações humanas. De fato, repetidamente na sua história, ele foi salvo da desgraça, de uma forma que não pode ser descrita como qualquer coisa, a não ser providencial. Este autor propositalmente tentou escrever este livro com um espírito secular, mas ele não acha que os seus leitores podem deixar de ver em cada página uma imanência superior. ”

Obviamente, quando Cecil Roth contemplou a história, assim como você está observando-a neste momento, ele viu as contradições impossíveis: uma nação eterna, exilada e dispersa por todo o mundo, sujeita a um anti-semitismo intenso, que deveria assegurar a sua extinção. Poucos em número e, ainda assim, apesar disto, uma luz sobre as nações. Uma contradição seguida da outra. A terra não produz nada quando os seus inimigos a habitam e, no entanto, quando os judeus regressam, o deserto floresce mais uma vez.

Você sabe, a idéia do povo judeu retornar a sua terra de origem era realmente vista como um absurdo pela maior parte do mundo. Quando o movimento reformista foi instituído na Alemanha em torno de 1820, um dos primeiros elementos da crença judaica que eles rejeitaram foi o conceito de um retorno para a terra de Israel. Eles declararam: “A Alemanha é a nossa pátria. Berlim é o nosso Jerusalém.” Eles entenderam que era ridículo pensar em se estabelecer no deserto da Palestina. “Aqui nós estamos na Europa – é óbvio que nós estamos aqui para ficar – veja como nós somos bem aceitos.”

Eles eram idiotas? Não, eles eram racionalistas. Eles simplesmente não entendiam que, em um mundo governado por D-us, não importa como as coisas parecem ser.

Imagine se eu lhe contasse que, quando nós saímos deste edifício, esta noite, cinquenta Maruzatis vermelhos passarão, todos seguidos. E, então, você sai e vê que isto realmente aconteceu. Você ficaria impressionado comigo? Eu suponho que sim. Vamos dizer que eu tivesse dito que todos eles tivessem placas de identificação de automóveis consecutivas, uma após a outra. Você acreditaria que eu tenho algum tipo de habilidade profética?

Nós temos uma história incrível, uma história que certamente não faz sentido algum e não segue nenhuma regra. Nenhum outro povo jamais vivenciou uma história como a nossa. No entanto, cada parte individual da nossa história foi profetizada de antemão pela nossa Torah.

Extraído da Internet.