Falsificadores das Escrituras
Falsificadores das Escrituras
É notável como temos tido opositores dentro daquilo que deveria ser o “Corpo do Messias”. Vou falar sobre um “senhor” que aparentemente é “teólogo” e grande conhecedor das Escrituras, mas que viola princípios básicos da mesma. Certamente não publicarei seu nome, até por uma questão ética, por que se ele atacou o povo eleito do Eterno sem nenhuma reserva, eu não agirei da mesma forma; vou obedecer à Palavra do Eterno, mas oro para que este homem e outros como ele possam alcançar entendimento acerca das coisas do Eterno.
Primeiramente vou trabalhar a acusação feita por ele contra nós, judeus messiânicos: “Os judeus-messiânicos deturpam a palavra de deus para sua própria condenação”.
Gostaria de informar aos nossos leitores que temos trabalhado já há mais de vinte anos com restauração, e se você se der ao trabalho de buscar no dicionário o significado desta palavra ela está ligada ao retorno à originalidade de algo que perdeu seu significado.
Este senhor certamente não conhece a história do cristianismo que ele diz seguir, pois vejamos então alguns fatos históricos:
Os manuscritos gregos da Alexandria/minoritários, Textos Críticos TC, são, em geral, mais curtos do que os manuscritos Bizantinos/majoritários, Texto Recebido TR.
Deus nos adverte através do apóstolo João:
“Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro;”
“E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro.” Ap. 22:18 -19
Quanto dos textos está em questão?
O TC, em relação ao TR
Ou o TC retirou 6000 palavras ou o TR adicionou 6000 palavras
Ou o TC ou o TR modificou 2000 palavras
Ou o TC adicionou outras 2000 palavras ou o TR as subtraiu,
totalizando 7% das 140.000 palavras do texto do NT.
Ou as novas versões, todas baseadas sobre, TC retiraram (ou destruíram com notas de rodapé e colchetes) 45 versículos completos…. ou as Bíblias baseadas sobre o TR incluíram/construíram 45 versículos completos….
Ou o TC deixou 48 vezes de dar ao nosso Salvador o nome “Jesus”,
40 “Cristo”,
28 “Senhor”,
3 “Cristo Jesus”,
4 “Senhor Jesus Cristo”,
5 “Filho do Homem”,
3 “Filho de Deus”,
20 outros títulos sagrados – ou o TR os adicionou
Isto é tolerável dentro das advertências de Deus? Não tenho dúvidas quanto a negativa da resposta.
Se Deus fez uma advertência contra a corrupção de sua Palavra ele pressupôs que ela seria preservada.
Até aqui temos as palavras e citações de teólogos protestantes.
Estes exemplos – e teríamos muitos outros para dar – nos mostram que não foram os judeus messiânicos que “corromperam” as Escrituras, mas sim os cristãos. Infelizmente muitos não querem admitir seus próprios erros e quando são confrontados começam uma campanha difamatória contra seus “opositores”, que neste caso estão dizendo a verdade!
Um outro detalhe interessante é sobre as línguas originais da Brit Hadasha – Novo Testamento. A tradição afirma que foi “grego”, mas hoje existem provas de que os originais estão em hebraico!
Vamos raciocinar um pouco antes de mostrar as provas sobre isso – manuscritos – da Brit Hadasha.
O Eterno tem somente um padrão, ou seja, ele não usa dois critérios diferentes para tratar o homem; todos serão julgados pelo mesmo padrão que são as Escrituras. Bem, tomando esta linha de raciocínio gostaria de lhe perguntar: por que o Eterno “mudaria de padrão” quando a Escrituras nos fala de um D-us Eterno e imutável? Quando afirmamos que a Brit Hadasha foi escrita em grego negamos a imutabilidade do Eterno, pois ele deu um padrão para o homem através da língua hebraica e depois Ele muda? Isso, além de não ter sentido seria um grande golpe na personalidade do Eterno retirando dele os atributos já citados.
Uma outra questão diz respeito aos manuscritos em grego que possuem “hebraísmos”, que são fragmentos do texto hebraico dentro do grego. Bem, se consultarmos um tradutor juramentado sério e lhe perguntarmos assim: “Quando um texto é produzido em sua língua mãe ele carrega consigo quaisquer resquícios de outra língua”? A resposta será: Não. Ele inclusive irá: isso só acontece quando se faz uma tradução e esta tradução foi feita por alguém que NÃO CONHECIA certos termos que foram então TRANSLITERADOS.
Para qualquer pessoa que ouvisse isso certamente entenderia então que a Brit Hadasha não foi escrita em grego, mas sim em Hebraico! As evidências textuais mostram isso!
Mais uma prova: os textos da Brit Hadasha foram escritos por judeus e para judeus! Não haviam endereçados “gregos” ou “gentios” às cartas que estavam sendo escritas. Vou dar exemplos destas cartas na Brit Hadasha:
Atos – Teófilo foi sumo sacerdote em Israel no ano de 37-41 de nossa era.
Timóteo – filho de mãe judia, portanto um judeu.
Hebreus – uma carta escrita aos judeus que tinham grande domínio da Torah, principalmente Levítico.
Tiago – A carta começa assim: “Tiago, servo de Elohim e do Senhor Ieshua o Ungido, às doze tribos que andam dispersas saúde” Tg 1.1.
I e II Pedro – “Pedro, apóstolo de Ieshua o Ungido, aos estrangeiros dispersos em Ponto, em Galácia, em Capadócia, em Ásia e em Bitínia” I Pe 1.1.
Estes exemplos são taxativos, ou seja, não dá para negar que estes livros foram escritos para os judeus e por judeus. A pergunta que fica é: por que os demais não seriam também? Toda a Bíblia foi escrita para os judeus e pelos judeus.
O detalhe é que quando somos acusados de deturpar as Escrituras quem nos acusa tem história de perverter e deturpar que vem desde o ano 100 da chamada era cristã!
Infelizmente a mentira quando dita muitas vezes acaba sendo tomada como verdade! E é isso que está ocorrendo em nossos dias. Nosso chamado – dos judeus messiânicos – é ser uma ponte entre a Igreja e Israel, mas infelizmente encontramos pessoas que nutrem um ódio profundo por nós por causa da verdade.
Quero ainda completar esse raciocínio com um verso que Sha´ul escreveu aos Romanos: “E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles e feito participante da raiz e da seiva da oliveira, não te glories contra os ramos; e, se contra eles te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti” Rm 11.17-18.
Estes versos nos mostram que a “Igreja” foi enxertada; ou seja, ela não É A PLANTA MÃE e portanto deve ser comportar como enxerto. Sha´ul ainda adverte para que o enxerto não se glorie – se torne rebelde – contra a planta mãe que o alimenta!
Quando algumas pessoas se levantam contra nós, não estão se levantando contra os judeus messiânicos e sim contra o Eterno, que é Aquele que nutre a raiz da oliveira – que é Israel!
Acredito que tais pessoas podem ainda se arrepender, pois caso contrário o restante dos versos deste capítulo 11 de Romanos nos informam qual será o seu destino!
A divindade de Ieshua
Outro fato interessante: a divindade de Ieshua. Vamos pensar um pouco: quem é D-us? A resposta é clara: O Eterno. Ele inclusive tem todos os atributos da divindade. Vejamos quais são estes atributos segundo a Teologia Sistemática Cristã:
Os atributos de Deus,
Independência: Deus é um ser não causado e ninguém além d’Ele próprio sustenta Seu ser. Ele não precisa de nós nem do restante da criação para nada, pois existe por si mesmo e não depende de qualquer coisa externa a si próprio para existir (Jo.5:26; At.17:28; Ap.4:11);
Eternidade: Deus não tem princípio nem fim nem sucessão de momentos no Seu próprio ser, e percebe todo o tempo com igual realismo. Ele criou o próprio tempo e, portanto, é independente dele (Ex.3:14; Sl.90:2; II Pe.3:8);
Imutabilidade: Deus é imutável no Seu ser, nas Suas perfeições, nos Seus propósitos e nas Suas promessas. Deus não pode mudar porque é eterno e perfeito (Sl.102:25-27; Ml.3:6; Tg.1:17; Sl.33:11; Nm.23:19);
Unidade: Deus não está dividido em partes, mas percebemos atributos diversos enfatizados em momentos diferentes. Não existe um atributo mais importante do que o outro (I Jo.1:5; 4:16);
Espiritualidade: Deus é espírito e, portanto, não tem corpo. Ele existe como ser que não é feito de matéria e que não tem partes, formas ou dimensões (Jo.4:24; I Tm.1:17; Ex. 20:4-6; Dt.4:15-16). As passagens que atribuem a Deus partes corporais (II Cr.16:9; Sl.91:1-4) devem ser entendidas em sentido figurado, pois são antropomórficas;
Onipresença: Deus está presente em todo lugar, estando envolvido na criação e na vida dos indivíduos (Sl.139.7-10);
Onisciência: Deus possui todo o conhecimento, o que significa que Ele conhece inclusive o futuro e os nossos pensamentos (Jó 37.16; Sl.139.1-4; Is.46.10; Rm.11.33; Hb.4.13);
Onipotência: Deus pode fazer tudo aquilo que deseja (Gn.17.1; Jó 42.2; Sl.115.3; Is.43.11-13; Mc.10.27). Ele não pode pecar ou agir contra Sua própria natureza (Tg.1.13);
Amor: Deus é amor, o que significa que Ele se doa eternamente aos outros (I Jo.4:8; Jo.17:24). Deus ama a todos, mas não da mesma forma (Mt.5:45; Rm.8:35-39; Rm.9:13);
Justiça: Deus sempre age segundo o que é justo, e Ele mesmo é o parâmetro da justiça (Dt.34:4; Gn.18:25; Is.30:18; Jr.9:24; At.17:31);
Ira: Deus odeia intensamente todo o pecado e aqueles que o praticam (Rm.1:18; 9:22-23; Jo.3:36). O cristão não deve temer a ira de Deus, visto que foi salvo dela pela justiça de Cristo (Rm.5:9);
Vontade: Deus aprova e decide executar todo ato necessário para a existência e para a atividade de si mesmo e de toda a criação. A vontade de Deus envolve as escolhas divinas do que fazer e não fazer (Mt.10:29; Ef.1:11; Ap.4:11; At.4:27-28; Tg.4:13-15). É dividida em vontade secreta e vontade revelada (Dt.29:29). A vontade revelada refere-se a tudo aquilo registrado na Bíblia, e a vontade secreta refere-se aos decretos pelos quais Deus rege o mundo e determina tudo o que irá acontecer;
Santidade: Deus é santo (I Sm.2.2; Sl.99; Is.40.25; Ap.15.4) em dois aspectos: transcendência e pureza moral. A transcendência mostra como Deus está separado e é independente do espaço e do tempo, não sendo limitado por eles (Is.57.15). A pureza moral mostra como Deus está separado de tudo o que é pecaminoso (Lv.20.26; I Pe.1.15,16).
Estes atributos são muito interessantes e agora vamos coloca-los em paralelo com Ieshua:
Independência: Ieshua não faz nada sem o consentimento do Pai;
Espiritualidade: Ieshua tem um corpo humano – glorificado – na eternidade;
Onipresença: Ieshua não pode estar presente em todos os lugares; Ele faz isso através do Espírito o Santo;
Vontade: Ieshua cumpre a vontade do Eterno.
Somente por estes pontos já vimos que Ieshua é o Ungido, o Messias enviado para salvar a humanidade. Porém quando Ele esteve na terra usou dos atributos do Eterno; Ele na realidade tinha uma “procuração” com poderes ilimitados para agir em nome do Eterno e para se identificar como o Eterno. Mas eles são duas pessoas separadas e Ieshua não é D-us na essência da palavra.
A Trindade
O referido “teólogo” cita um verso nas Escrituras para provar a trindade, quando fala da imersão – batismo. É interessante isso por que é pregado no mundo inteiro que uma doutrina não pode ser construída sobre um só verso das Escrituras. Mas ele está fazendo isso para “confirmar” a Trindade. O que salta aos olhos é que este é o único verso que fala da imersão suando as três pessoas; os demais falam da imersão SEMPRE em nome de Ieshua!
Existem muitos outros pontos que poderíamos comentar, mas prefiro me abster de falar mais sobre isso, pois a Escritura diz que: “o espremer da ira produz contenda” Pv 30.33.
Meu objetivo não é esse, mas quero alertar aos amados que existem pessoas desferindo ataques vergonhosos contra os judeus messiânicos de forma a nos envergonhar e tirar nossa credibilidade.
Espero poder ver uma maior união entre nós judeus e a Igreja e que pessoas como estas que fazem tais afirmações com o intuito de nos expor ao ridículo possam acabar definitivamente em nome de Ieshua!
Shalom,
Mário Moreno.