Ia´aqov

Mário Moreno/ novembro 17, 2017/ Artigos

Ia´aqov

Aquele que luta com Iá e prevalece

Quem foi Ia´aqov? Apenas um patriarca muito mal entendido e mal interpretado pelo cristianismo, a ponto de apontarem para ele como o arquétipo do engano e da trapaça! Esta opinião veio de um “trocadilho” feito por Esav quando comentava com seu pai o fato de ter perdido duas bênçãos: a primogenitura – que fora trocada por um prato de lentilhas – e a bênção do primogênito (que não mais lhe pertencia, por ter vendido a primogenitura). Esta “reclamação” é interpretada pelos teólogos como uma “verdade”, atribuindo assm a Ia´aqov a fama de “enganador, suplantador”. Lembre-se de que estamos falando de um dos patriarcas da nação de Israel e neste caso em particular este homem deu origem às doze tribos de Israel.

Ia´aqov foi um homem de grandes experiências com o Eterno e aquela que certamente foi a mais marcante foi o encontro que ele teve com o Criador, mudando totalmente sua perspectiva de vida assim como seu caráter e personalidade. Esta experiência está relatada em Bereshit (Gênesis) e diz: “…E disse-lhe: Qual é o teu nome? E ele disse: Ia´aqov. Então disse: Não se chamará mais o teu nome Ia´aqov, mas Israel: pois como príncipe lutaste com Elohim e com os homens, e prevaleceste. E Ia´aqov lhe perguntou, e disse: Dá-me, peço-te, a saber o teu nome. E disse: Por que perguntas pelo meu nome? E abençoou-o ali. E chamou Ia´aqov o nome daquele lugar Peniel, porque dizia: Tenho visto a El face a face, e a minha alma foi salva” Gn 32.27-30.

Este foi o momento que o Eterno foi pessoalmente tratar com um de seus homens mais preciosos, pois Ia´aqov gerara uma prole que daria a Israel – aquele que luta com El e prevalece – a fama que distinguiria esta nação de todas as demais em todo o planeta! Isso parece ser um pouco “exagerado”, mas a Torah não mente e o texto diz que o próprio Criador esteve com aquele homem e esta experiência foi tão intensa que mudou completamente a vida de Ia´aqov que agora seria conhecido por Israel.

Então, quando nos lembramos de quem foi este homem podemos também inferir que existem outras coisas maravilhosas que estão intimamente ligadas não somente à sua vida como também ao seu nome!

Vamos analisar os desdobramentos da raiz do nome Ia´aqov e entendermos o que está relacionado a este homem e ao povo que ele mesmo gerou. Vamos ligar sempre as raízes com o nome “Ia” que é um dos nomes do Eterno.

Lembrando: Ia´aqov é Israel!

Vamos começar com a palavra “eqev” pode significar “porque” no sentido de uma pergunta, e também como uma proposição e explicação a algo que está por vir.

Então poderemos nos perguntar, por que devemos seguir ao Eterno? A resposta seria simples, mas não é. O motivo de o seguirmos é porque o amamos (ou pelo menos deveria ser) e isso é suficiente para estabelecermos diversos pontos que acompanham a decisão e o sentimento de amor ao Eterno. Vamos falar somente de três coisas que julgamos importantes demais para deixarem de ser mencionadas.

A primeira coisa é obediência. Este é sem dúvida o fator primordial para nossa relação com o Eterno, pois sem a obediência à Sua Palavra certamente nunca conseguiremos compreender quem Ele é e nem mesmo conseguiremos viver numa dimensão espiritual, pois perderemos o principal referencial de um relacionamento em nível superior que é a obediência a uma autoridade superior.

A segunda coisa é doação de si mesmo. Este é um aspecto que muitas vezes negligenciamos, pois existe uma forte tendência humana a focarmos em nós mesmos. Isso é chamado comumente de “egoísmo”. O Eterno é um especialista em ensinar esse tipo de atitude. Vejamos o que nos diz a Escritura: “Porque Elohim amou a eternidade de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Elohim enviou o seu filho para a eternidade não para que condenasse a eternidade, mas para que a eternidade fosse salva por ele” Jo 3.16,17.

A terceira coisa é renúncia. Esta é uma das facetas do Todo-Poderoso pois Ele mesmo ao longo da história tem compartilhado da eternidade com o mundo em que vivemos. Isso é de uma certa forma renunciar à sua natureza para se “amoldar” ao ser humano para com ele alcançar a finalização do projeto de redenção iniciado por Ele. A tradição judaica nos diz algo a respeito: “D’us não poderia ter ficado irado com os filhos de Avraham, Itschac e Ia´acov que, à sua época, foram os primeiros e únicos a proclamar e santificar Seu nome no mundo. Concluímos que a verdadeira devoção à Torah e a D’us, inspirados em nossos patriarcas, significa estarmos preparados para fazer sacrifícios e ser completamente abnegados. Sabemos que milhares de nossos irmãos enfrentaram a morte com coragem para santificar o nome de D’us, como Avraham e Itschac o fizeram”.

O calcanhar

A raiz da palavra “aqov” significa “calcanhar”.

Geralmente o “calcanhar” é tido como a fraqueza de alguém. No que diz respeito a Ia´aqov ele estava buscando ser um homem íntegro e desejava muito que o caráter do Eterno ficasse impresso em sua personalidade e em seu viver diário. A tradição judaica faz um comentário sobre Ia´aqov no tempo em que ele esteve com Lavan: “Ia´acov, apesar de tantas vezes ter sido enganado por seu sogro Lavan (Labão), homem sem escrúpulos, que trocava um sem número de vezes sua palavra, cumpriu compromissos mesmo duvidosos afim de manter intacta sua integridade, o que o levou a sacrificar 20 anos de sua vida trabalhando sem trégua.

A Torah segue com tantos e incontáveis exemplos nos dando uma visão de qual caminho devemos seguir e de como devemos agir durante todos os anos de nossa vida: devemos ser o espelho de D’us aos olhos do mundo.

Religioso significa ser ético; aquele que pratica atos justos e bons. Um judeu sem ética não é considerado observante nem religioso, e apesar de cumprir cuidadosamente as leis do Judaísmo entre o homem e D’us, enquanto permanecer não-ético, também não chegará a entender que o Criador rejeita a observância de leis entre o indivíduo e D’us por aqueles que agem de forma imoral.”

Esta é uma informação muito importante pois aponta para algo que deveríamos prestar atenção: Ia´aqov – Israel – é a fraqueza do Eterno! Ou seja, o que for feito a favor de Israel desencadeará muitas bênçãos sobre aquele que age de forma positiva para com Israel. O oposto é também verdadeiro no que diz respeito a atitudes negativas contra Israel, o que faz desencadear a fúria dos céus contra tais pessoas ou povos inteiros! Isso se dá para que se cumpra o verso que diz: “E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” Gn 12.3.

Ia´aqov aponta também para aquele que vislumbra e aproveita as oportunidades. Isso ocorreu diversas vezes na vida daquele homem; com seu irmão Esav ele aproveitou das oportunidades que o mesmo lhe proporcionou e conseguiu ter para si além da primogenitura a bênção que a acompanha assim como o direito de ser o sacerdote na família após a morte de seu pai.

Já com Lavan a coisa foi um pouco diferente, pois ele foi duramente oprimido por seu sogro, mas quando surgiu uma chance de fazer negócios com ele usou de sua experiência com as ovelhas e através de um ato profético conseguiu provocar o nascimento de um rebanho para si que tornou-se maior e melhor do que o de seu sogro. Isso foi tão verdadeiro que os filhos de Lavan disseram que Ia´aqov havia roubado a Lavan! “Então ouvia as palavras dos filhos de Lavan, que diziam: Ia´aqov tem tomado tudo o que era de nosso pai, e do que era de nosso pai fez ele toda esta glória” Gn 31.1.

Ia´aqov na realidade soube aproveitar cada oportunidade que o Eterno lhe dera e fazia isso com muita habilidade, pois cada passo de sua vida esteve sempre ao lado do Eterno buscando o sucesso e a bênção! Isso nos mostra que o povo judeu realmente tem uma “queda” para os negócios e carrega consigo uma “unção” para a obtenção do sucesso! É claro que isso demanda trabalho e esforço, mas isso vem acrescido também de uma intervenção espiritual dos céus que visa confirmar aquilo que o Eterno prometeu acerca de Israel através de seu nome: ele é príncipe que luta com El e prevalece!

A nossa retaguarda

A raiz que agora analisaremos é “eqev” que significa “cascos dos cavalos ou denota a retaguarda de uma tropa”.

A pergunta que fazemos é: temos consciência de que o Eterno é a nossa retaguarda? Entendemos que quando os carros e cavalos dos inimigos vem contra nós o Eterno é a nossa defesa, não permitindo que sejamos atacados pelas costas?

Esta é uma assertiva muito importante e ela repete-se por muitas vezes nas escrituras, mas a principal delas está registrada em Êxodo, quando os israelitas estão saindo do Egito e os egípcios resolvem perseguí-los. O texto da Torah nos diz assim: “E os egípcios perseguiram-nos, todos os cavalos e carros de Faraó, e os seus cavaleiros, e o seu exército, e alcançaram-nos acampados junto ao mar, perto de Pi-Hairote, diante de Baal-Zefom. E, chegando Faraó, os filhos de Israel levantaram seus olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito; então os filhos de Israel clamaram ao IHVH. E disseram a Moshe: Não havia sepulcros no Egito, para nos tirares de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos fizeste isto, que nos tens tirado do Egito? Não é esta a palavra que te temos falado no Egito, dizendo: Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? pois que melhor nos fora servir aos egípcios, do que morrermos no deserto. Moshe, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos e vede o livramento do IHVH, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais vereis para sempre: O IHVH pelejará por vós e vos calareis” Ex 14.9-14.

O Eterno, além de estar conduzindo o povo de Israel indo à sua frente também providenciou uma “retaguarda” que vigiava tudo aquilo que acontecia no final do cortejo que caminhava pelo deserto.

Após o tabernáculo ser construído e montado as tribos saíam em uma ordem pré-determinada e haviam querubins – anjos de guerra – que ficavam nos quatro quadrantes do acampamento de Israel. O querubim que ficava na retaguarda era Rafael e a tribo que “fechava” o cortejo era a tribo de Dan. A tribo de Dan, que era uma tribo numerosa, além de rechaçar os inimigos que atacavam pela retaguarda, recuperavam artigos perdidos por outras tribos.

Isso nos mostra que além o cuidado – zelo – o Eterno tem ainda uma preocupação em nos preservar de todos os ataques sorrateiros de nossos inimigos, o que nos dá uma segurança ainda maior em nossa caminhada com Ele.

Um outro exemplo disso é a armadura dada por Elohim aos seus servos e que está explicada em Efésios 6, onde lemos: “Portanto, tomai toda a armadura de Elohim, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes. Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça, e calçados os pés na prontidão do evangelho da paz; tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do espírito, que é a palavra de Elohim” Ef 6.13-17. Certamente você percebeu que não há na armadura nada se referindo às costas da mesma! Mas por que isso? Certamente é um complemento daquilo que está escrito em Is 58.8 que diz: “Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante da tua face, e a glória do IHVH será a tua retaguarda”. O profeta afirma que a “glória do Eterno” seria nossa retaguarda! Yes! Será que precisamos de uma retaguarda melhor do que esta? À frente temos toda a armadura e as armas que nos são concedidas pelo Criador e à nossa retaguarda temos a manifestação da shekina do Eterno que impede que sejamos surpreendidos por qualquer entidade estranha e que não esteja em linha com o próprio Eterno, pois quem é d´Ele anda com Ele; quem é contra Ele não se atreve a lutar com Ele!

Marcas no solo

A próxima raiz que veremos é o termo “aqev” indica “o calcanhar ou as marcas deixadas por eles; as pegadas deixadas por alguém”.

Este termo é muito interessante pois revela algo inusitado: o ocultamento do Eterno em alguns momentos de nossa vida. Novamente temos exemplos nas Escrituras de fatos assim, mas antes de falarmos sobre isso quero reproduzir aqui um poema que fala justamente sobre isso: Pegadas na areia.

“Uma noite eu tive um sonho… sonhei que estava andando com o Senhor, e através do céu passavam cenas da minha vida. Para cada cena que se passava percebi que eram deixados dois pares de pegadas na areia: um era o meu e o outro do Senhor. Quando a última cena da minha vida passou diante de nós, olhei para trás, para as pegadas na areia, e notei que, muitas vezes, no caminho da minha vida, havia apenas um par de pegadas na areia. Notei, também, que isso aconteceu nos momentos mais difíceis e angustiosos do meu viver.

Isso entristeceu-me deveras, e perguntei então ao Senhor: – Senhor, Tu me disseste que, uma vez que eu resolvi Te seguir, Tu andarias sempre comigo, mas notei que, durante as maiores atribulações do meu viver, havia na areia dos caminhos da vida apenas um par de pegadas. Não compreendo por que, nas horas que eu mais necessitava de Ti. Tu me deixaste.

O Senhor me respondeu: – Meu precioso filho, Eu te amo e jamais te deixaria nas horas de tua prova e do teu sofrimento. Quando viste na areia apenas um par de pegadas, foi exatamente aí que Eu, nos braços te carreguei…”

Mary Stevenson.

Isso nos mostra que são diversas as experiências que temos com o Eterno e existem períodos em nossa vida que Ele simplesmente “se oculta” de nós. Ele continua lá conosco em cada passo e em cada palavra dita por nós, porém não percebemos sua presença!

A Escritura nos relata uma experiência que Iov (Jó) teve com o Eterno e que pode ilustrar isso de uma forma muito bela. A história é conhecida, pois Iov servia ao Eterno com integridade e foi até “elogiado” pelo Eterno quando o Adversário “passava” pelas moradas do Altíssimo. Depois disso teve início um embate entre o Eterno e o Adversário, através de Iov. Neste momento da história de Iov o Eterno não poderia manifestar-se, pois tudo o que viesse a acontecer dependia somente da reação daquele homem que amava ao Eterno. É fácil dizer “eu te amo” quando tudo vai bem… mas quando as coisas acontecem da forma que não esperamos então o “amor” se vai e chegamos a negar àquela pessoa que julgávamos amar…

Kefa (Pedro) fez isso com Ieshua, e ele fora avisado que isso aconteceria… Mas naquele momento ele está muito seguro – ou foi muito soberbo – dizendo que isso não aconteceria com ele; com um outro sim, mas com ele nunca!

O final da história de Iov conhecemos, mas existe um detalhe em particular que muitos omitem: o Eterno fala com Iov e ordena que ele ore por seus amigos e então enquanto ele orava por seus amigos e seu cativeiro era mudado! Aleluia. Mas qual era seu cativeiro? Em primeiro lugar devemos lembrar que ele estava gravemente enfermo e seu corpo totalmente debilitado e além disso ele havia perdido tudo; fora rico e agora estava pobre!

O Eterno se revela novamente a Iov trazendo-lhe novamente plena saúde e lhe restituindo tudo aquilo que ele perdera! O Tempo de ocultamento do Eterno acabara; agora era tempo de reaparecer em cena na vida de Iov e de mostrar ao mundo conhecido de então quem era o Elohim de Iov!

Certamente, quando Iov olhou para trás viu as “pegadas” do Eterno que ficaram visíveis, pois ele certamente foi carregado pelo seu D-us e Pai; as marcas que restaram não eram as dele, mas sim as marcas do Santo de Israel que não permitiu que Iov permanecesse sob o ataque do Adversário para sempre… Olhe para trás e veja as marcas dos passos que ficaram… Ele nunca te abandonou!

Traindo ao Eterno

Finalmente trataremos de uma raiz que poderá nos surpreender. A raiz “aqev” pode apontar para o significado de “traição”, como no caso citado em Sl 41.9: “Até o meu próprio amigo íntimo, em quem eu tanto confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar”.

Esta raiz certamente aponta para nós, seres humanos que agem desta forma uns para com os outros. A traição é algo que poderemos chamar de “comum” entre os homens, não deixando de ser ao mesmo tempo muito dolorida, pois esta palavra – traição – pressupõe que o traído nunca esperava por aquela atitude tida contra ele.

A traição acontece somente contra outro semelhante a nós, nunca contra o Eterno, pelo menos não da parte d´Ele. Isso acontece por que Ele nunca é pego de surpresa! Por isso Ele não pode ser traído, pois já sabia o que faríamos contra Ele!

A tradição judaica fala acerca do pecado como um ato de traição contra o Eterno e a cada vez que pecamos no sentimos como traidores que fazem algo de muito mau contra alguém que sempre nos deu tudo o que precisávamos para viver nossas vidas de forma a atingirmos a santidade e a salvação. Vejamos o comentário da tradição judaica:

“O poder que o mal possui sobre nós, fazendo-nos pecar, é o poder da ilusão. Nenhuma pessoa inteligente faz, voluntária e propositadamente, algo que possa feri-la. Apenas quando se convence (ou outros a convenceram) que este pecado em especial não o ferirá, ou o fará apenas temporariamente, ou que o dano será suplantado pelas vantagens que trará, é que a pessoa permite-se pecar. Provavelmente, na maioria dos casos, o mal vence porque convence a pessoa que é para seu bem, até mesmo em seu melhor interesse, sucumbir às tentações. O prazer que isso apresenta oferece promessas de sublime enaltecimento que, ficamos convencidos, melhorará bastante nossas vidas.

Porém, mais tarde a realidade nos atinge, e admitimos, para nosso constrangimento, que fomos ludibriados. Esta sedução foi um ardil; o estímulo foi apenas momentâneo, trazendo em sua esteira sentimentos de rebaixamento e traição vã. Há duas maneiras de reagir a este despertar. Devido ao arrependimento por ter sido tão grosseiramente enganada, a pessoa pode resolver jamais incorrer no mesmo erro novamente. O temor de trair a D’us (e à Divindade dentro de si) motiva-o a identificar e resistir às tramas do mal na próxima vez. Agora que elevou-se a um nível de consciência de D’us no qual está claro que suas falhas anteriores foram o resultado de ter sido enganado, transforma efetivamente aqueles pecados intencionais prévios em pecados involuntários. Se soubesse antes aquilo que sabe agora, jamais teria pecado; portanto, a única razão para ter pecado então foi porque estava agindo sob o efeito de uma ilusão. Jamais pretendeu causar o efeito que o pecado na verdade ocasionou.”

Poderemos finalizar dizendo que mesmo sendo traidores e nos sentindo assim podemos alcançar misericórdia e poderemos ter de volta o amor do Eterno para conosco, pois Ele conhece nossa estrutura e bem sabe quem somos nós!

Este conhecimento que o Eterno tem de tudo faz com que suas atitudes para com o ser humano sejam realmente baseadas no princípio do amor e justiça, ambos caminhando juntos por refletirem os dois principais aspectos da personalidade do Todo-Poderoso.

Assim entendemos que Ia´aqov – que é Israel – caminha rumo ao Eterno a cada dia, buscando sempre aproximar-se d´Ele e isso através de Ieshua o Ungido. Por isso oramos todos os dias dizendo: “Shemá Israel, Adonai Elohênu, Adonai Echad” – “Ouve, Israel, Adonai é nosso D’us, Adonai é Um”.

Israel e todo o mundo aguarda ansiosamente pela redenção que virá e nós sabemos que esta redenção virá de forma gloriosa através de Ieshua. Finalizamos citando as palavras de Iorranam que dizem: “E o espírito, e a esposa dizem: Vem. E quem ouve diga: Vem. E quem tem sede, venha: e quem quiser tome de graça da água da vida. Ora eu protesto a cada qual que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém diminuir das palavras do livro desta profecia, Elohim tirará a sua parte do livro da vida e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro. Aquele que testifica destas coisas diz: Certamente, cedo venho, Amém. Vem Senhor Ieshua” Ap 22.17-20.

Mário Moreno.

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