Ieshua o judeu

Mário Moreno/ novembro 6, 2017/ Artigos

Ieshua o Judeu

Você Realmente Sabe Quem Foi Ieshua?

1 – Introdução

Se alguém te perguntar quem é Paul McCartney você saberia responder? Creio que a grande maioria saberia dizer que era um dos integrantes dos Beatles. Outros lembrariam que ele mora na Inglaterra, outros ainda que ele foi casado com Linda McCartney. A grande maioria das pessoas pouco sabe sobre os detalhes da vida dele. Mas, se você perguntasse isto a um membro de um fã-clube dos Beatles? Você provavelmente esperaria que eles conhecessem muitas coisas a respeito do Paul McCartney.

Agora, se alguém te perguntasse o que você sabe sobre quem foi Ieshua? Como ele viveu? A que grupos sociais ele pertencia? Entre outras… Infelizmente, a realidade é que muitos dos que se dizem seguidores dele mal o conhecem! E você, realmente sabe quem foi Ieshua? Esta série de artigos tem por objetivo justamente isto: contar um pouco mais sobre Ieshua e a vida que ele levava.

2 – Podemos adaptar a figura do Messias para nossos dias?

Uma das grandes mentiras que a “Nova Era” propaga entre os povos é a ideia de que D-us pode ser do jeito que você desejar que Ele. É como um verdadeiro supermercado espiritual onde as pessoas escolhem aquilo no que crer. Infelizmente, muitos dos ditos seguidores de Ieshua fazem o mesmo com ele, às vezes até mesmo sem perceber. O Ieshua que é apresentado nos Evangelhos não é uma pessoa mística que se enquadra a qualquer gosto. Ieshua nasceu, cresceu, viveu e pregou entre judeus. Fez discípulos judeus, que o descreveram nos livros da Brit Hadasha dentro de uma ótica judaica. Se o removemos de Seu contexto judaico, jamais o entenderemos de fato. O movimento iniciado por Ieshua cresceu tanto que hoje é encontrado em cada tribo e nação do planeta. Tal fé rompeu todas as barreiras culturais e sociais. Em Ieshua, a mensagem de D-us é para todos, a salvação é para todos, e não há divisões étnicas ou barreiras raciais. Contudo, o centro da fé bíblica é Ieshua, e Ieshua é um judeu.

3 – O nascimento de um judeu chamado Ieshua

Ele nasceu de uma mãe judia, e pertenceu a uma típica família judaica. Como todo filho homem judeu, fez o seu Brit Milah, ou seja, foi circuncidado ao oitavo dia. De acordo com a tradição judaica, recebeu o seu nome no dia em que foi circuncidado, como os judeus o fazem até hoje. Ele recebeu o nome de Ieshua. O nome foi dado porque Ieshua significa “salvação”. Ieshua recebeu a missão de salvar o Seu povo de todos os seus pecados. Pergunta: Ieshua falhou em tal missão? Espero que ninguém responda que sim! Se Ieshua não falhou, porque ainda há pessoas que insistem em dizer que os judeus não serão salvos? O povo de Ieshua descende de Avraham (Abraão), Itzchak (Isaque) e Ia’aqov. O povo de Ieshua é o povo judeu.

4 – A vida comunitária de Ieshua

Ieshua foi criado como judeu numa comunidade que seria equivalente ao que é hoje uma comunidade judaico-ortodoxa. Você conhece uma comunidade judaico-ortodoxa? Não? Sem ao menos sabermos como é, jamais entenderemos a Ieshua plenamente.

Natzeret (Nazaré), sua cidade natal, foi fundada pelos descendentes do Rei David, e ficava na Galiléia, uma região totalmente judaica. Você conhece a história da Galiléia, berço de nosso Salvador? Pois é, pouco se conta nas igrejas que a Galiléia era um dos maiores centros de estudos judaicos de Israel naquela época. Ieshua não simplesmente “nasceu sabendo” tudo o que ele sabia. Lembre-se de que Ele se desfez

de Sua glória para se tornar humano. Não foi por acaso que o Pai o colocou naquele local. Ieshua aprendeu de perto com alguns dos maiores rabinos daquela época. Você sabia que muitos de seus ensinamentos são citações de tais rabinos? Pois é, caro leitor, como você pode ver, sem conhecermos o trabalho de tal rabino, como compreender a educação que teve nosso Messias? Ieshua foi educado como um parush (fariseu).

Certamente que tal educação influenciou suas disputas teológicas com algumas escolas farisaicas. Ao contrário do que muitos crêem, Ieshua não era contra TODOS os fariseus, mas tinha disputas sérias com os p’rushim (fariseus) da escola de Shammai, que eram extremamente legalistas.

Sua vida na comunidade judaica foi absolutamente normal. Conforme o costume judaico, ele observava todas as festas bíblicas, e buscava ao Pai no Shabat, o dia que o Eterno desde a fundação do mundo estabeleceu como Seu dia.

5 – A alimentação de Ieshua

Ieshua tinha uma saudável alimentação casher, de acordo com a Torah em Vayicra (Levítico) 11. Isto significa que carnes como a de porco, coelho, répteis, camarão, etc., além de boa parte da gordura animal, não faziam parte da sua dieta. Durante o Pessach (a “páscoa” judaica), Ieshua como todo bom judeu comia apenas pães sem fermento. Ieshua também jejuava no Iom Kippur, o conhecido Dia da Expiação, quando o Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) oferecia sacrifício pela expiação do pecado do povo.

6 – Como Ieshua se vestia?

Ieshua se vestia como judeu. Isto significa que não misturava lã com linho, conforme determinação da Torah. Ieshua certamente usava tallit, o sagrado manto de oração que contém os tzitzit, que são as franjas que a Torah determina que usemos para nos lembrarmos de que devemos viver de acordo com os preceitos do Eterno. Os tzitziyot (franjas) de Ieshua possuíam um fio azul, que simboliza o caminho de safira descrito em Shemot (Êxodo) 24:10, ou seja o caminho do Eterno. Foi justamente nos tzitzit de Ieshua que a mulher que tinha fluxo de sangue tocou e foi curada. Não foi um simples ato de tocar em Ieshua. Tocar nos tzitzit significava que ela reconhecia nEle a autoridade de Messias.

Como todo judeu de seu tempo, Ieshua também certamente usava kipa. O kipa é uma cobertura para a cabeça que representa nosso reconhecimento de que a Shechinah (Glória) do Eterno está sobre nós. É uma vestimenta que deriva das vestes sacerdotais na Torah. Ieshua também usava t’filim, popularmente conhecidos como “filactérios”.

Os t’filim têm como objetivo simbolizar que as leis do Eterno estão presentes em nossa mente (por isso é atado entre os olhos) e em nossos atos (na mão). A Torah do Eterno nos guarda para que não pequemos em nossa mente nem em nossos atos.

7 – Ieshua e a sinagoga

No Shabat, pela manhã, Ieshua ia à sinagoga. Ao contrário de muitos hoje em dia que fazem tudo por um microfone, Ieshua sabia que antes de poder falar e questionar, era necessário aprender. Provavelmente, como era de costume, aos cinco anos Ieshua começou a aprender a o hebraico (sua língua nativa era o aramaico) e a estudar a Torah do Eterno. Por volta dos 13 anos, Ieshua provavelmente fez o seu Bar Mitzvah, uma cerimônia que marca a passagem da criança para a vida adulta. Como todo judeu, aos 13 anos Ieshua tinha que saber de cor toda a Torah.

Fica a pergunta: nós que nos dizemos seguidores deles, quanto das Escrituras sabem nossos filhos aos 13 anos? Será que nós sabemos hoje tanto quanto um menino judeu sabia no tempo de Ieshua? Como teremos uma fé sólida sem conhecermos as escrituras.

No Shabat, Ieshua não só aprendia a Torah como recitava bênçãos.

Estas bênçãos não são como nas igrejas pós-modernas. Não visavam prosperidade, mas sim darmos o devido reconhecimento ao Eterno da soberania dEle sobre nossas vidas. Ao declararmos Sua majestade, fortalecemos nossa fé. Ao fortalecermos nossa fé, nossa vida espiritual melhora. Com a vida espiritual melhor, somos mais felizes, mais preparados e nos sentimos mais próximos a D-us. O menino Ieshua sabia disto ao ler o Siddur (livro de bênçãos) a cada Shabat. Após sua maioridade, Ieshua também passou a participar da leitura do Tanach. É tradição judaica até hoje ler-se muito os textos sagrados no Shabat. Foi desta forma que Ieshua pôde ler o rolo de Yesha’yahu (Isaías) e declarar que Ele era o cumprimento. Ieshua sempre argumentava a partir das Escrituras, espondo-as perante o questionador (uma técnica rabínica).

Ao final do Shabat, Ieshua participava do Kiddush, que é o animado partir do pão onde damos graças ao Eterno pelas provisões semanais. Os discípulos de Ieshua mantiveram esta prática após os serviços, tanto que é mencionado o partir do pão diversas vezes no livro de Atos.

8 – Ieshua se torna um rabino

Ieshua tornou-se um respeitado rabino. Para alguém se tornar um rabino, é necessário (até hoje) muito estudo. Este foi certamente um dos motivos (ou talvez “o” motivo) de Seu ministério só ter se iniciado por volta dos 30 anos. Ele ensinava a partir do Tanach (Tanach significa: Torah, Nevi’im / Profetas, e Ketuvim / Escritos).

Ao contrário do que aparece nos filmes, a grande maioria dos discípulos de um rabino eram meninos, bastante jovens. Com Ieshua não era diferente. Vemos até mesmo pela idade em que morreram que os discípulos de Ieshua tinham entre 13 e 20 anos, no máximo. Eram meninos inexperientes.

Ao contrário da nossa cultura, onde vamos à escola por 4-5 horas e voltamos para casa, um discípulo no judaísmo vivia com o seu rabino.

Com os discípulos de Ieshua não era diferente. Eles não desviavam os olhos de Ieshua um minuto sequer. Será que somos assim?

9 – Ieshua: eternamente judeu

Infelizmente, ao longo dos séculos, a figura de Ieshua transformou-se no “Jesus anti-semita” que encontramos primeiro na igreja de Roma, mas que depois foi herdada por muitas outras igrejas. A teologia anti-judaica e a premissa de que não é importante vivermos conforme as leis do Eterno nada tinha de semelhante com a pregação do rabino Ieshua, um grande judeu que viveu o pleno cumprimento da Torah.

Ieshua é um judeu, viveu como judeu, morreu como judeu, e de acordo com Ezequiel, continuará a ser o Sumo Sacerdote segundo a ordem de Malki Tzedek (Rei de Justiça), oficiando no Templo (judaico) de Ierushalaim).

Tão precioso sangue de Ieshua, derramado por nossos pecados na cruz, era sangue judeu. E a placa acima de sua cruz dizia: “Ieshua de Natzeret, Rei dos Judeus”

Extraído da internet e adaptado.

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