Ki Tavo – quando vieres
Dt 26–29:8, Is 60:1–22, Lc 21:1-4
“E será que, quando entrares na terra…” (Dt 26.1).
D-us instruiu Israel para trazer os primeiros frutos amadurecidos (bikurim) para o templo após 
finalmente entrarem na terra que Ele prometeu a eles. Uma vez que eles tinham se estabelecido na terra e cultivaram-na, deveriam apresentar esta oferenda para os levitas (Dt 26:2-4).
Ao dar essa “oferta de primícias”, que incluía o trigo, cevada, uvas, figos, romãs, azeitonas e tâmaras, os israelitas estavam oferecendo por ação de Graças a D-us por todas as coisas incríveis que ele tinha feito por eles.
Ele salvou-os de grandes dificuldades no Egito e de vaguear no deserto. Ele tinha trazido-os para uma terra boa para se tornar uma grande nação; moradia em conforto e segurança em uma terra rica e fértil.
“Então clamamos ao IHVH Elohim de nossos pais; e o IHVH ouviu a nossa voz, e atentou para a nossa miséria, e para o nosso trabalho, e para a nossa opressão. E o IHVH nos tirou do Egito com mão forte, e com braço estendido, e com grande espanto, e com sinais, e com milagres” (Dt 26:7-8).
Os dízimos para os levitas e os pobres não foram dados em silêncio, mas com uma confissão da incrível misericórdia e bondade de D-us!
Quando apresentamos nossos dízimos e ofertas ao Senhor, também devemos reconhecer as muitas maneiras em que vimos a bondade e a misericórdia de D-us na Terra dos vivos.
Embora nós não saibamos para onde estamos indo, podemos descansar assegurados que, se o Senhor está levando-nos em algum lugar, vai ser uma ‘boa terra’. Aleluia!
“E nos trouxe a este lugar, e nos deu esta terra, terra que mana leite e mel” (Dt 26.9).
Quando D-us nos leva de um lugar difícil, tirando-nos de abismo horrível e firmando nossos pés na sólida rocha, temos de agradecer-lhe e estar disposto a devolver materialmente da sua generosidade incrível.
Quando fizermos isso, demonstramos que sabemos que ele é a fonte de todas as nossas bênçãos..
“E eis que agora eu trouxe as primícias dos frutos da terra que tu, ó IHVH, me deste. Então as porás perante o IHVH teu Elohim, e te inclinarás perante o IHVH teu Elohim” (Dt 26:10).
Encontrar força na alegria da sua presença
Uma vez que temos dado a nossa oferta, há apenas uma coisa a fazer: se alegrar! Como Israel fez nos tempos antigos, devemos recordar como ele curou-nos, nos libertou, e tem suprido as nossas necessidades.
“E te alegrarás por todo o bem que o IHVH teu Elohim te tem dado a ti e a tua casa” (Dt 26:11).
Muitas vezes, o inimigo procura roubar e destruir a nossa alegria. Por que quer fazer isto? Porque a alegria do Senhor é a nossa força (Ne 8:10).
Se permitirmos que o inimigo de nossa alma roube nossa alegria, não teremos a força para possuir a terra boa que D-us está nos dando.
Ainda assim, há vezes quando acordamos cansados e desanimados. Parece que a alegria está longe de ser encontrada…
Talvez tenhamos dor no nosso corpo, ou talvez nos faltem as finanças. Nossos relacionamentos familiares podem estar passando por uma fase difícil. Como podemos recuperar nossa alegria nesses casos?
Há apenas uma solução — entre (tavo) para a presença de Adonai:
“Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença há abundância de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente” (Sl 16:11).
O livro da vida
Os crentes em Ieshua o Messias têm a responsabilidade e o privilégio de regozijar-se continuamente em nosso D-eus – não apenas quando as circunstâncias parecem estar indo bem, mas sempre.
Sha´ul, enquanto em uma cela de prisão, escreveu as palavras “Alegrai-vos no Senhor sempre e novamente digo alegrai-vos!” (Fp 4:4).
Não podemos deixar as circunstâncias ditar o nosso nível de alegria.
Apesar do que pode estar acontecendo ao nosso redor, podemos sempre nos regozijar que nossos nomes estão escritos no livro da vida do cordeiro por toda a eternidade! Aleluia!
Com efeito, Ieshua disse aos seus discípulos não se alegrarem de que os espíritos foram sujeitos a eles, mas alegrarem-se de que seus nomes foram escritos no livro da vida (Lc 10:20).
O livro da vida é um tema bíblico que usa o povo judeu como uma saudação e oração durante o tempo da festa de Rosh Hashaná. O povo judeu tradicionalmente envia cartões para seus amigos e família com as palavras “Que seja o seu nome escrito no livro da vida”.
Amor sacrificial
No livro de Êxodo, lemos que Moshe sabia que seu nome estava escrito no Livro da vida.
Nós também lemos, porém, que ele estava disposto a ter seu nome apagado do livro da Vida em troca da salvação de Israel, depois que eles construíram um bezerro de ouro e o adoraram.
D-us estava prestes a destruí-los completamente, mas Moshe orou:
“Assim tornou Moshe ao IHVH, e disse: Ora, este povo pecou pecado grande fazendo para si deuses de ouro. Agora pois perdoa o seu pecado, se não risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito” (Êx 32:31-32).
Era um amor sacrificial, infalível que Moshe teve ao povo de Israel.
Séculos mais tarde, Ieshua demonstrou este mesmo amor para as ovelhas perdidas da Casa de 
Israel quando ele deu sua própria vida para resgatá-las de seus pecados. Ele disse, “o pastor dá a vida pelas ovelhas” (Jo 10:11).
O apóstolo Sha´ul plenamente seguiu os passos de Moshe e de Ieshua, ecoando o mesmo amor sacrificial para Israel (Rm 9:1-5).
Aqueles que pastoreiam o povo de D-us também são chamados a esta vida de amor sacrificial!
Cada um de nós pode estar disposto a fazer os sacrifícios necessários para almas judaicas ouvirem sobre Ieshua.
Embora o que povo judeu mais espera – que seu nome seja escrito no livro da vida – através de boas obras, oração, arrependimento e a doação de caridade, o único jeito de saber ao certo que nossos nomes estão registrados no livro da Vida de D-us é por meio de conhecer a D-us através da fé em Ieshua o Messias e andando no Ruach Ha Codesh (Espírito o Santo), o que nos leva a uma vida Santa de oração, arrependimento e boas ações.
A palavra de D-us diz claramente que, se nossos nomes não estão escritos no livro da vida e, em seguida, nós estamos condenados à eterna punição.
Em Daniel 12:1-2, diz: “E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro. E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno“.
A lista de Schindler
No Yad Vashem, o Museu Memorial do Holocausto em Jerusalém, uma lista tipada de nomes velha pelo amarelamento do papel está em exibição. À primeira vista, parece ser esta lista de nomes, uma lista comum em papel ordinário.
Mas após um exame mais detalhado, pode-se ver que não é nenhuma lista comum — esta é a lista feita por Oskar Schindler, um industrial alemão que salvou 1.200 judeus de morrerem durante o Holocausto, designando-os como empregados “essenciais”.
Durante a ocupação nazista da Europa na segunda guerra mundial, tendo o nome na lista de Schindler era a diferença entre vida e morte para os trabalhadores judeus do campo de trabalho em Plaszow.
Livro da vida do Cordeiro
Enquanto ter o nome na lista de Schindler significava ser salvo da morte, ter o nome no livro da vida envolve a eternidade.
Aqueles cujos nomes estão escritos neste livro maravilhoso terão a vida eterna e também o privilégio de ser parte da noiva do Messias na nova Jerusalém.
“E vi novos céus, e uma nova terra. Porque o primeiro céus e a primeira terra se tinha ido, e o mar já não era. E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Elohim descendia dos céus, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. E não entrará nela coisa alguma que suja, ou que faz abominação e mentiras, porém somente os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro” (Ap 21:1-2,27).
Ore para todos aqueles cujos nomes ainda não estão escritos no livro da vida, que Eles possamm se converter e se alegrar conosco no Senhor. Amém v’Amen.
Que assim seja antes da volta de Mashiach!
Tradução: Mário Moreno
Título original: “Ki Tavo (When You Enter)”.