No fim dos dias
No fim dos dias
No fim dos dias…
Esta é uma expressão que pode significar muitas coisas e pode apontar até mesmo para eventos que estão conectados com o fim dos tempos escatologicamente falando.
Na Tanach a expressão – “Mikketz iamim” significa literalmente “no fim dos dias” e define uma série de acontecimentos que culminaram por marcar períodos muito interessantes na história de Israel. Segundo o Rabino Aryeh Kaplan estas palavras apontam também para o fim de uma era e o começo da era messiânica.
Estas duas palavras aparecem em cinco versículos na Tanach e isso já nos mostra algo: o “fim dos dias” tem uma relação a Torah e com o homem. Vamos analisa-los:
(1)
Em Gênesis 4.3 está registrado assim: “E aconteceu no fim dos dias que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao IHVH”. Este verso nos fala sobre uma postura de Caim que num determinado período de tempo leva ao Eterno uma “oferta”. Este termo em hebraico é minhã e significa “oferta, oferta de cereais, oferta de manjares (comida)”. Esta atitude dele marca o fim do período de “imaturidade” e inconsequência de Caim, pois com esta atitude ele demonstra que pode agira da forma como ele deseja diante do Eterno. Ele descobre que isso não pode ser assim, pois para se apresentar diante do Eterno com uma oferenda, ela precisa ser da forma correta.
Com esta atitude este homem desagradou ao Eterno que demonstrou claramente seu descontentamento com sua atitude, preferindo a oferta de Hevel. Isso gerou em Caim um ciúme doentio que se transformou em ódio a ponto de assassinar o irmão! Neste ponto sua vida “familiar” tem fim e Caim vai para um outro lugar onde funda uma cidade e tem seus filhos. O interessante é que um dos filhos de Caim fez o mesmo que seu pai: tornou-se um duplo homicida e reconheceu que esperava uma punição: “E disse Lamek a suas mulheres: Ada e Zila, ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lamek, escutai o meu dito: porque eu matei um varão por me ferir, e um mancebo por me pisar. Porque sete vezes Caim será vingado; mas Lamek setenta vezes sete” Gn 4.23-24.
Preste atenção que as palavras de Lamek, pois elas contém um aspecto profético muito forte: elas apontam para uma vingança escatológica – 70 vezes 7 – que estão relacionadas as Setenta Semanas proféticas de Daniel, que nada mais são setenta semanas – períodos de sete anos – ou seja, 70 X 7! Lamek fala sobre “vingar”; porém esta palavra vem do termo hebraico “iuqam” que significa “adversário” e na raiz desta palavra temos “qum” que significa “levantar-se”. Então assim com Caim levantou-se como um adversário do Eterno não cumprindo sua Palavra e também matando seu irmão, isso ocorrerá no fim dos dias! Neste tempo haverá uma operação muito intensa do espírito de morte sobre a vida daqueles que não estão caminhando com o Eterno! É interessante notar que no livro de Apocalipse isso acontece de uma forma muito clara, quando quatro demônios são liberados um a um com uma missão final: matar!
(2)
Já em Gênesis 41.1 está escrito: “E aconteceu que, ao fim de dois dias, Faraó sonhou, e eis que estava em pé junto ao rio”. Agora Faraó tem um sonho que se repete dois dias seguidamente; isso na tradição judaica significa que o Eterno deseja fazer algo logo, rápido. Mas, por que o Eterno está com pressa de agir? Isso é necessário por que o tempo de prisão de Iosef está no limite final e o Eterno precisa usar alguém que tenha autoridade para retirá-lo da prisão. Isso será feito através de um sonho, assim como Iosef foi parar no Egito por casa de seus sonhos. Então este verso refere-se ao fim dos dias e refere-se a Iosef, pois os seus dias de prisioneiro acabariam muito em breve! Por isso Faraó sonha com o rio Nilo, que era considerado como um deus por eles e ele vê o que acontecerá com os povos que estão ao redor desta nação e agora precisa entender o teor do sonho. Mas nem mesmo seus melhores sábios puderam dar a solução ao misterioso sonho. É neste momento que percebemos que quando um sonho vem do Eterno somente alguém que pertence à Ele pode dar a interpretação que gerará o resultado desejado a ambas partes.
Agora o testemunho de um homem “ímpio” restaurará a justiça na vida de Iosef. Ele disse assim a Faraó: “Estando Faraó mui indignado contra os seus servos, e pondo-me sob prisão na casa da guarda, a mim e ao padeiro-mor, então sonhamos um sonho na mesma noite, eu e ele, cada um conforme a interpretação do seu sonho sonhamos. E estava ali conosco um mancebo hebreu, servo do capitão da guarda, e contamos-lhos, e interpretou-nos os nossos sonhos, a cada um interpretou conforme o seu sonho. E como ele nos interpretou, assim mesmo foi feito: a mim me fez tornar ao meu estado, e a ele fez enforcar” Gn 41.10-13
O fim dos dias de prisioneiro haviam chegado para ele; neste caso o Eterno usa de situações e circunstâncias que conduzem este homem de volta ao seu estado de liberdade. Só que existe um aspecto interessante aqui: o Eterno nunca fica devendo nada a ninguém e os anos de sofrimento de Iosef agora serão compensados com um alto cargo no Egito, ele receberá uma esposa e terá as regalias e responsabilidades de um príncipe!
A atitude de Faraó é imediata: “Então enviou Faraó, e chamou a Iosef, e o fizeram sair logo do poço; e barbeou-se e mudou os seus vestidos, e veio a Faraó” Gn 41.14. É incrível, mas a palavra usada aqui para definir “poço” é “bor” e é a mesma palavra usada quando Iosef foi lançado no poço por seus irmãos: “E tomaram-no, e lançaram-no no poço; porém o poço estava vazio, não havia água nele” Gn 37.24. Ou seja, o poço do qual os irmãos de Iosef jogaram-no agora Faraó é usado pelo Eterno para tirá-lo de lá! Então podemos ver que o fim dos dias de angústia de Iosef acabaram-se, mas seus sonhos ainda se cumprirão; suas perspectivas agora serão totalmente ampliadas e levadas a patamares que nem mesmo ele, em seus mais altos sonhos imaginou! Este tempo para Faraó, para o Egito e para Iosef representam fronteiras; eles demarcam tempos e situações que fizeram parte do passado, mas que agora são renovadas para que os propósitos do Criador se cumpram na vida de um homem: Iosef!
(3)
Em II Samuel 14.26 está escrito: “E, quando tosquiava a sua cabeça (e sucedia que no fim dos dias do ano a tosquiava, porquanto muito lhe pesava, e por isso a tosquiava), pesava o cabelo na sua cabeça duzentos siclos, segundo o peso real”. Aqui temos o caso de um homem que era filho do rei David mas ele havia matado um de seus irmãos e isso causara uma profunda tristeza no coração do rei e fez com que Avshalom ficasse afastado do palácio real por dois anos sem ver o rosto do rei. Mas num dado momento ele resolve que é hora de “retomar” sua vida – pois após chegado o fim dos dias ele cortou seus cabelos e logo após dá início a um projeto que tentará tirar do rei David seu trono.
A conspiração acontece assim: “E aconteceu depois disto que Avshalom fez aparelhar carros e cavalos, e, cinquenta homens que corressem adiante dele. Também Avshalom se levantou pela manhã, e parava a uma banda do caminho da porta. E sucedia que a todo o homem que tinha alguma demanda para vir ao rei a juízo, o chamava Avshalom a si e lhe dizia: De que cidade és tu? E dizendo ele: Duma das tribos de Israel é teu servo; então Avshalom lhe dizia: Olha, os teus negócios são bons e retos, porém não tens quem te ouça da parte do rei. Dizia mais Avshalom: Ah! quem me dera ser juiz na terra! para que viesse a mim todo o homem que tivesse demanda ou questão, para que lhe fizesse justiça. Sucedia também que, quando alguém se chegava a ele para se inclinar diante dele, ele estendia a sua mão, e pegava dele, e o beijava. E desta maneira fazia Avshalom a todo o Israel que vinha ao rei para juízo: assim furtava Avshalom o coração dos homens de Israel” II Sm 15.1-6.
Este homem fazia um trabalho de “ganhar o coração das pessoas” para que ele pudesse reinar no lugar de seu pai David. Isso faria com que seus intentos pudessem ser postos à descoberto e suas atitudes mudariam completamente! A “soberba” faria seu trabalho e mostraria que este humilde jovem nada mais era que um lobo disfarçado e que desejava somente alcançar seus intentos para então reinar e demonstrar quem ele era de fato!
Este homem alcança seu intento e começa seu reinado, expulsando seu pai David do trono! Com esta atitude ele quebra um dos mandamentos da Torah que diz: “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o IHVH teu Elohim te dá” Ex 20.12. Esta atitude de Avshalom desencadeou uma reação na eternidade que fez com que este mandamento se cumprisse literalmente; ou seja, quem honra seus pais vive mais, quem não honra morre cedo! E foi o que aconteceu, pois ele vai para o campo de batalha com seus guerreiros contra seu pai e morre durante esta batalha! Então para Avshalom e fim dos dias dizia respeito ao final do ciclo de sua vida terra e isso quando observado atentamente nos ensina que quando nosso ciclo de vida chega ao fim devemos estar preparados para nos encontrarmos com o Rei dos Reis. Certamente não foi isso o que aconteceu com aquele homem, pois suas palavras e sua conduta demonstravam toda a raiva para com seu pai e suas atitudes feriram David como pai, como homem e como rei de Israel! Por isso creio que seu destino foi o pior possível; para ele o fim dos dias levou-o ao inferno! O desejo de poder e a soberba levaram o homem Avshalom a buscar seus intentos não importava por cima de quem ele passaria! Seu coração se exaltou e sua vida então se acabou… Ele teve o destino daqueles que agem como tolos; não pode ter sua história contada e nem sua sepultura colocada entre os grandes rei s de Israel. Foi o fim dos dias para Avshalom, cujo nome significa “Pai da paz”, mas que na atitude mostrou-se simplesmente um néscio!
(4)
Em I Reis 17.7 lemos: “E sucedeu que, no fim dos dias, o ribeiro se secou; porque não tinha havido chuva na terra”. Este texto nos fala sobre um dos maiores profetas da Tanach: Elias. Depois de fugir de Acabe após prever um tempo de seca, ele vai a uma região e fica nas redondezas de um ribeiro. A palavra “ribeiro” em hebraico é “nahal” com o mesmo significado. Ela denota um rio que não é perene mas este rio alimenta-se das águas da chuva e nesta época torna-se grande e caudaloso; porém na época de estiagem chega mesmo a secar! E o texto nos diz que nos fim dos dias o ribeiro secou… Um detalhe interessante: a palavra “nahal” significa também “herdar, possuir; herança”. Poderemos dizer que o ribeiro se secou; mas podemos afirmar também que a herança se secou e Elias teve de sair em busca de recursos numa localidade onde havia uma viúva que lhe proveria aquilo que ele necessitava! Parece que este era um tempo na vida de Elias que a sua “herança” havia acabado e ele precisava ser sustentado por uma viúva temporariamente…
Elias vai para a cidade de Tzarpat e esta palavra tem em sua raiz o termo “tzarap” que significa “fundir, refinar, testar”. Elias estava indo para a casa de uma viúva para ali ser provado, testado pelo Eterno. Mas a “prova” era para ambos, pois a viúva também seria provada pelo Eterno e logo que ele chega à cidade e encontra a mulher a prova tem início, pois ele pede a ela algo para comer e sua resposta é incrível: “E, indo ela a buscá-la, ele a chamou e lhe disse: Traze-me agora também um bocado de pão na tua mão. Porém ela disse: Vive o IHVH teu Elohim, que nem um bolo tenho, senão somente um punhado de farinha numa panela, e um pouco de azeite numa botija; e vês aqui, apanhei dois cavacos, e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos, e morramos” I Rs 17.11-12. A mulher considerava aquele tempo o fim para ela; mas o profeta do Eterno havia chegado naquele lugar. A resposta de Elias demonstra o que é confiar no Eterno: “E Elias lhe disse: Não temas; vai, faze conforme à tua palavra: porém faze disso primeiro para mim um bolo pequeno e traze-mo para fora; depois farás para ti e para teu filho. Porque assim diz o IHVH Elohim de Israel: A farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará, até ao dia em que o IHVH dê chuva sobre a terra. E foi ela, e fez conforme à palavra de Elias: e assim comeu ela, e ele, e a sua casa muitos dias. Da panela a farinha se não acabou, e da botija o azeite não faltou: Conforme à palavra do IHVH, que falara pelo ministério de Elias” I Rs 17.13-16.
A herança de ambos parecia ter findado e para eles isso poderia significar o fim, a menos que o Eterno tivesse outros planos; e tinha, pois após a palavra de Elias e a postura de obediência daquela mulher não houve qualquer falta entre eles!
O que parecia o fim dos dias para Elias e a viúva tornou-se numa grande aventura de provisão e multiplicação daquilo que a mulher tinha em sua casa! O sobrenatural tomou conta daquele lar e a provisão para eles simplesmente se multiplicava a cada dia! Não era uma restituição mas sim uma multiplicação daquilo eu ela tinha em sua casa. Bastou ouvir e obedecer a voz do profeta e ela pode então penetrar na dimensão do sobrenatural e o que parecia um caminho de morte agora é de abundância para ambos! A vida invadiu os esconderijos da morte e das trevas e mudou não somente perspectiva de ambos como também fez com que as pessoas que estavam ao redor pudessem testemunhar o milagre que estava ocorrendo a cada dia naquela casa!
O fim dos dias era na realidade um recomeço; um período de milagres e de uma intensificação da presença do Eterno na vida e na família daquela mulher! O fim foi adiado por causa dos projetos do Eterno; ele veio mas não quando eles esperavam…
(5)
Agora veremos o que nos diz Jeremias: “Sucedeu pois, no fim dos dias, muitos, que me disse o IHVH: Levanta-te, vai ao Eufrates, e toma dali o cinto que te ordenei que escondesses ali”. Este verso nos fala sobre o profeta que havia enterrado um cinto de linho às margens do Rio Eufrates e agora lhe é dito que retorne para resgatar este objeto. Este “retorno” se deu “no fim dos dias”, que é um tempo em que o Eterno estava determinando sobre Iehuda para que a sua soberba tivesse fim. O cinto caracteriza a vestimenta de um soldado, pois sem o cinto ele não tem onde colocar a espada. Então o que está em vista aqui é a preparação militar para uma guerra.
A soberba era a segurança do povo que achava que poderia caminhar segundo seus próprios pensamentos e atitudes se mesmo consultar o Eterno ou obedecer à sua Palavra. O Eterno estava então quebrando esta soberba de todo povo para que eles pudessem então entender que nada poderiam fazer por si mesmos.
O Eterno diz ao profeta que Ele ligou Israel e Iehuda a eles como um cinto, mas eles não o quiseram! Veja o que nos diz o texto: “Assim diz o IHVH: Do mesmo modo farei apodrecer a soberba de Iehuda e a muita soberba de Jerusalém. Este povo maligno, que se recusa a ouvir as minhas palavras, que caminha segundo o propósito do seu coração, e anda após deuses alheios, para servi-los, e inclinar-se diante deles, será tal como este cinto, que para nada presta. Porque, como o cinto está ligado aos lombos do homem assim eu liguei a mim toda a casa de Israel e toda a casa de Iehuda, diz o IHVH, para me serem por povo, e por nome, e por louvor, e por glória: mas não deram ouvidos” Jr 13.9-11.
O próprio Eterno desejou andar ligado ao povo judeu como um cinto anda “grudado” à vestimenta de uma pessoa. O interessante é que a recusa veio por parte do povo e essa recusa gerará uma consequência muito triste, pois o povo de Israel irá para ao cativeiro babilônico justamente por não querer dar ouvidos ao Eterno!
Para eles, o ato profético de Jeremias no fim dos dias estaria determinando uma fronteira profética na qual a falta de uma atitude de amor para com o Eterno e sua palavra fizeram do povo de Israel um povo que esteve sujeito aos invasores e também foi dominado e levado cativo sem qualquer chance de escolha! O cativeiro não era uma opção; era uma determinação! Isso aconteceu para que o cativeiro pudesse então produzir neles a teshuvá – o retorno ao Eterno – de forma que seus corações pudessem readquirir a humildade perdida e pudessem então voltar aos padrões de obediência das Escrituras.
O fim dos dias para eles foi então o fim da liberdade que agora havia sido perdida justamente por causa da soberba! A soberba causou – entre outras coisas – a queda de nosso adversário das regiões celestiais – quando ele desejou ser maior que o Criador. E o que é pior: ele conseguiu convencer a muitos de que teria sucesso em derrotar o Eterno. A soberba que havia nele espelhou-se e contaminou a muitos dos demais que haviam na eternidade.
Devemos examinar nossos corações para que não haja nele nem sequer uma fagulha de soberba, pois é justamente a soberba que precede a ruína humana! Todos os soberbos na história tiveram um fim terrível e o Eterno não mudará agora a história para agradar a um ou a outro; Ele continua o mesmo e fará com que todo o soberbo tenha o mesmo destino: o cativeiro!
Fim dos dias: diferente de consumação dos séculos
Na Brit Hadasha temos uma expressão que foi traduzida ou por “fim do mundo” ou por “consumação dos séculos”. Estas expressões vem do hebraico “qetz há olam” e que significa literalmente “fim da eternidade”. Isso pode parecer uma contradição, pois a eternidade não pode ter fim pela própria etimologia da palavra – eternidade – mas vamos descobrir que existem dois conceitos sobre eternidade que são muito interessantes e que são: “olam haze” e “olam haba” – “eternidade presente” e “eternidade vindoura”.
Este conceito pode ser explicado assim: a eternidade presente está no homem, pois ele carrega dentro de si uma fagulha da eternidade e é ele quem decidirá se esta eternidade findará ou se ela se expandira e alcançará o mundo vindouro retornando para o Criador.
Vamos ver o que nos diz Ieshua sobre isso: “O inimigo que o semeou é o adversário; e a ceifa é o fim da eternidade; e os ceifeiros são os mensageiros. De maneira que, assim como a cizânia é colhida e queimada no fogo, assim será na consumação desta eternidade” Mt 13.39,40. Estas palavras são escatológicas no sentido mais exato desta palavra; ou seja, referem-se ao fim dos tempos e a inauguração de uma nova realidade na história humana.
Ieshua fala sobre o fim da eternidade – morte e separação da alma e espírito do homem – mostrando que o joio será “colhido” e queimado para sempre no inferno. Para estas pessoas a eternidade que lhes foi dada agora acabou, pois eles perderam a oportunidade de se reconectarem com o Criador e agora sofrerão para sempre por terem feito esta escolha.
A explicação fica mais detalhada neste verso que diz: “Assim será na consumação da eternidade: virão os mensageiros e apartarão os maus dentre os justos” Mt 13.49. Agora podemos entender este verso que nos fala sobre o fim da história da redenção humana que culminará com uma separação entre justos e injustos e uma destinação diferentes para cada um deles. A eternidade terá continuidade para os justos, ou seja, o que eles tinham como uma semente dentro de si agora alcançará uma dimensão jamais imaginada pelo ser humano e numa dimensão totalmente desconhecida por nós! Neste momento saberemos de fato o que significa o conceito “eternidade”.
Finalizando, os discípulos de Ieshua lhe perguntam acerca dos sinais do fim da eternidade: “E assentando-se no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos, em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda, e da consumação da eternidade?” Mt 24.3. Existem sinais que nos são dados de duas formas: da forma “pessoal” ou individual e também de uma forma “universal” ou coletiva. Estes sinais podem ser vistos em nosso dia a dia e através de nossa comunhão com o Eterno – isso de forma pessoal. Já a história revela por si só os sinais daquilo que está por vir para toda a humanidade. Esta segunda modalidade tem a finalidade de alertar aos “desavisados” acerca do perigo que estão correndo, pois as “profecias” são de conhecimento geral – mundial – e isso acrescenta uma outra dimensão à vida do homem, pois este conhecimento os torna indesculpáveis diante do Eterno!
Estes são alguns poucos aspectos que dizem respeito ao fim dos tempos, quando a eternidade que está no homem findará e poderemos então assistir a inauguração do Governo mundial do Ungido que reinará na terra, fundindo assim a Eternidade futura – o mundo por vir – com a eternidade presente!
Conclusão:
O fim dos dias e o fim da eternidade são eventos não somente escatológicos, mas principalmente delimitadores da história do homem que faz com que ele possa receber ainda enquanto está na terra vivo aquilo que plantou ao longo de sua existência. Nestas “fronteiras” teremos oportunidade de escolher entre o bom e o ruim; certamente cabe a cada um de nós ter em nossos corações a humildade suficiente para escolhermos depender do Eterno e obedecer à sua Palavra!
Que assim seja!
Mário Moreno.