O maná de D-us

Mário Moreno/ dezembro 31, 2017/ Artigos

O maná de D-us

A palavra “maná” vem do hebraico “man” e é um nome da seiva que um tipo de inseto chupa do tamarisco de maná no deserto do Sinai durante a estação chuvosa; esta seiva cai no chão em forma de esferas pequenas e muito doces. Em Êxodo 16.15 temos a explicação etimológica hebraica do nome, que expressa a surpresa do povo: MAN HÛ’ “O que é isto?” Conforme o verso 35, Israel se alimentou do maná durante 40 anos, o que expressa o reconhecimento do escritor da Torah de que foi o milagre da comida recebida que preservou Israel de perecer de fome.

Nesta ocasião o povo estava no deserto (Midbar – “deserto”. O deserto na Tanach tem um aspecto triplo, pois descreve pastagens; descreve uma terra não habitada e também extensas áreas em que oásis e cidades existem aqui e ali. Figuradamente é descrito como um lugar onde o Eterno se revela, mas é também a habitação dos demônios, que ameaçavam os seres humanos com impureza, doença e morte. É ao mesmo tempo um lugar de separação de D-us. Se D-us se compraz em revelar sua glória no ermo, este continua sendo, em última análise, um lugar que é hostil à Ele, uma localidade maligna e demoníaca. A vitória do Eterno sobre seus inimigos e sobre os inimigos de seu povo é, portanto, uma vitória sobre o deserto) de Sim (Hebraico, “fortaleza”; “pântano”), que está entre Elim (Hebraico, “terebintos”, “carvalhos”) e Sinai: “E partindo de Elim, toda a congregação dos filhos de Israel veio ao deserto de Sim, que está entre Elim e Sinai, aos quinze dias do mês segundo, depois de sua saída da terra do Egito” Êx 16.1 e ali estava exposto a todos os perigos e privações peculiares ao deserto, principalmente no aspecto alimentício; mas o eterno diz a Moshe que faria chover “pão (PÃO – O pão era a comida principal em Israel. Sendo que o pão era o item principal da comida nas terras bíblicas, freqüentemente se empregava como sinônimo de comida em geral e da sustentação da vida) dos céus” (Êx 16.4), o que nos leva a alguns pontos interessantes:

  • A origem do pão – os céus
  • A singularidade do pão
  • O maná (pão) seria o sustento do povo enquanto no deserto
  • “Choveria” pão – denota abundância.

O Eterno envia ao povo o alimento necessário para seu desenvolvimento no deserto, mostrando assim que, ainda que estejam sendo provados, Ele por si só alimenta seu povo (ainda que seja necessário “chover” comida dos céus). O impacto causado pelo “pão dos céus” foi tão grande que o povo pergunta “Que é isto?” Até aqui o povo ainda não sabia o que significava “depender de D-us” de forma literal, e não sabiam que, provavelmente, este pão era também o alimento dos anjos: “E chovera sobre eles o maná para comerem, e lhes dera do trigo dos céus. O homem comeu o pão dos anjos; ele lhes mandou comida a fartar” Sl 78.24, 25. O Eterno dá ao seu povo o privilégio de alimentar-se daquilo que Ele dá aos seres que vivem consigo na eternidade; porém, o povo se cansa de comer aquilo que são dos céus e pede novamente para alimentar-se de algo comum, da própria terra. Isso demonstra que as pessoas mesmo depois de “libertas do Egito” ainda tem em seus corações uma grande parcela do “Egito”, pendendo então para as coisas que são terrenas ao invés de buscarem as coisas que são dos céus e que tem um valor eterno!

As murmurações que tiveram lugar entre o povo foram advindas de alguns dentre o próprio povo que tinham seus corações bem longe de céus: “E o vulgo, que estava no meio deles, veio a ter grande desejo; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar, e disseram: Quem nos dará carne a comer?” Nm 11.4, e por causa destes todo o povo foi contaminado e perdeu a dimensão do sustento de D-us através do “pão de D-us”.

Quando Deus conduz a vida de qualquer pessoa, Ele mesmo se encarrega de prover a este todas as coisas, mas o principal, que é a sustentação da vida é de responsabilidade exclusiva de D-us, que é a origem de todas as coisas.

Mário Moreno.

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