Mário Moreno/ novembro 29, 2017/ Chanucá

O que é Chanuká ou Festa das Luzes?

Mas porque esses heróicos lutadores tiveram que reconsagrar o templo novamente? Vamos conhecer esta história.

No vigésimo quinto dia de Kislev, 168 a.C. o Rei Antiochus da Síria, conquistador da Palestina, mandou colocar uma estátua de Júpiter no Templo de Jerusalém. Isso fez parte de seus esforços para impor à população judaica os costumes pagãos gregos; o rei sírio queria extirpar o modo de vida judaico e implantar no lugar dele o paganismo do modo de vida helenístico.

A violação da santidade do Templo foi somente um primeiro passo na sua campanha contra a religião judaica; ocorreram muitos outros. A observação do Shabat e das festas judaicas era proibida, sob pena de morte. Os judeus foram obrigados a oferecer sacrifícios nos altares gregos e comemorar seus festivais. Os rolos da Torá eram destruídos e seus detentores assassinados.

Mas Antiochus, na sua determinação em destruir o judaísmo, não contava com a existência de um pequeno grupo de homens valentes. Matatias, o Hasmoneu – um velho sacerdote da vila de Modi’in – e seus cinco filhos, seguidos por outros fiéis, fugiram para as montanhas onde deram início a uma rebelião. Quando Matatias morreu, seu filho Yehudá tornou-se líder dos revoltosos, que receberam o nome de “Macabeus”, das letras iniciais de seu grito de guerra: Mi kamocha B’elim Adonai – “Quem entre os poderosos é como Tu, ó Elohim?” (Êx 15:11). Outra interpretação é que o nome “Macabeu” foi derivado da palavra hebraica makevet, que significa “martelo”, devido à grande força física de Iehudá.

Apesar das condições inferiores dos Macabeus frente ao inimigo poderoso, eles conseguiram expulsar o exército sírio da Terra Santa.

“Quando os gregos entraram no Templo, profanaram todas as reservas de óleo dali; e os hasmoneus – após a vitória sobre os gregos – encontraram um único cântaro pequeno de óleo puro inviolado, ainda com o selo do Sumo Sacerdote. Normalmente, esta quantidade de óleo seria suficiente para manter a menorá acesa por apenas um dia; mas um milagre aconteceu, e o óleo durou oito dias.

No dia 25 de Kislev do ano 165 a.C., exatamente três anos após a profanação do Templo por Antiochus, a menorá voltou a brilhar”.

A menorá especial usada para comemorar o milagre de Chanucá é chamada de “chanukia”. Ela possui oito braços, todos do mesmo nível, correspondendo aos oito dias do feriado, além de um braço elevado adicional para o shamash, a vela auxiliar com a qual acendemos as outras. É costume se colocar a chanukiá no peitoril da janela para que as pessoas de fora possam vê-la, divulgando assim o milagre do óleo. As velas são acesas após o pôr-do-sol, com exceção de Sexta-feira à noite, quando elas são acesas antes das velas do Shabat.

Acende-se o shamash e o seguramos, enquanto cantamos a seguinte bênção:

Baruch ata Adonai Eloheinu melech ha ‘olam asher kid’shanu b’mitzvotav v’tsivanu l’hadlik ner shel Chanucá.

Bendito sejas Tu, ó Eterno, nosso D-us, Rei do Universo, que nos santificaste com Teus mandamentos e nos ordenastes acender a vela de Chanucá.

Porque o Sevivon faz parte da festa de Chanuká?

O Sevivon é um pião de quatro faces, em cada uma das quais se acha inscrita uma letra hebraica; nun, gimel, hei e shin. Estas letras formam as iniciais da frase Nes Gadol Hayá Sham, que significa “Um grande milagre aconteceu lá”. (Em Israel, a letra shin é substituída pela letra pei, inicial da palavra pó, “aqui” – formando-se assim a frase Nes Gadol Hayá Pó, “Um grande milagre aconteceu aqui”).

Os Rabinos observaram um fato interessante com relação às quatro letras hebraicas usadas na diáspora: o valor numérico destas letras dá um total de 358 (num = 50, gimel = 3, hei = 5 e shin = 300), que é o mesmo valor total das letras da palavra Mashiach “Messias” (mem = 40, shin = 300, yod = 10 e chet = 8).

De acordo com a tradição, o uso do pião em Chanucá remonta à época anterior à revolta macabéia. Os sírios, no esforço de eliminar o judaísmo, proibiram reuniões de estudo da Torá; os infratores seriam punidos com a pena de morte. Para poderem continuar os estudos da Tora, os judeus resolveram fingir que essas reuniões eram de mero lazer. Assim sendo, cada vez que um fiscal sírio se aproximava, eles se punham a girar o pião.

O sentido espiritual

A luz da chanukiá faz com que reflitamos sobre o significado contemporâneo de chanucá. A essência desta festa está na nossa dedicação a causa do Senhor e na rededicação da nossa vida diante do altar do Senhor, santa, sem mácula e pura.

Devemos aprender com os nossos irmãos Macabeus a não nos calarmos ainda que tenhamos que pagar com a nossa própria vida. Não devemos aceitar passivamente que o templo do Senhor (físico e espiritual) seja profanado. Temos que nos levantar e lutar com as nossas armas espirituais que são poderosas em Ieshua o Messias. Não podemos mais conviver com o mundo entrando na igreja e nas nossas vidas. Não existe ninguém capaz de impedir o agir do Espírito o Santo, quando lutamos pela causa do Senhor. Mas essa luta tem que estar de acordo com a afirmação do Profeta Zacarias: “Não pelo poder, nem pela força, mas sim pelo meu Espírito, diz o IHVH Todo Poderoso” (Zc 4:6).

Temos que tomar uma posição diante do D-us Todo-Poderoso, de entrarmos no templo, arrancarmos todo o lixo que foi jogado lá dentro e reconsagrarmos a D-us novamente.

Que possamos estar revoltosos, como os Macabeus ficaram ao verem o templo de D-us ser profanados com outros deuses.

Nós temos o provedor do óleo. O ÓLEO NÃO ACABOU! Ele está disponível para que possamos manter acessa a lâmpada do Senhor continuamente. O dono do óleo é que ficará encarregado de fazer os milagres, nós somos somente os vasos que armazenam o óleo.

Não devemos nos esconder nem assimilarmos o padrão do mundo, mas devemos transforma-lo com a renovação da nossa mente, não usando armas carnais, mas sim armas espirituais, que são poderosas para estabelecer a vontade de D-us para neste tempo do fim.

O nosso convite para você nesta festa de chanuká, é que você reflita sobre a tua própria vida. Um grande milagre ocorreu no templo, pois um óleo que duraria somente um dia, rendeu oito dias. A chama do Espírito Santo ainda continua acesa no seu coração, ela não se apagou, ainda que ela não esteja brilhando como devia. D-us pode neste tempo fazer milagre em tua vida. Se você precisa de mais óleo, o único que pode lhe conceder é o Espírito de D-us e se você clamar com certeza Ele te ouvirá.

Nós somos o templo onde habita o Espirito de D-us, por isso cabe a nós sermos os atalaiais do Senhor nesse tempo do fim. A tarefa de estabelecer o reino de D-us na terra foi dada a nós, filhos do Senhor. Que possamos lutar a favor do Senhor, pois Ele pelejará por nós e termos o nosso grito de guerra:

MI KAMOCHA B’ELIM ADONAI – “QUEM ENTRE OS PODEROSOS É COMO TU, Ó ELOHIM?” (Êx 15:11).

Mário Moreno.