O Tetragrama
O tetagrama – IHVH
O tetragrama pode ser definido de duas formas diferentes: pelo judaísmo e pelo cristianismo. Vejamos as duas definições:
O judaísmo define o tetragrama como o nome inefável do Eterno e que não pode ser pronunciado devido à sua grande santidade.
No cristianismo o nome do Eterno foi substituído de IHVH por (Adonai): é o nome pessoal do Elohim de Israel. Aparece na Bíblia 6.823 vezes. Também neste sentido, podemos dizer tranquilamente que a Bíblia, é o livro de IHVH (Adonai). Para os cristãos Adonai – Senhor – veio a substituir o tetragrama e em alguns casos a substituição foi feita também pela palavra “Jeová”, “Javé” ou “Iavé”. Veja como este nome surgiu:
“No Antigo Testamento traduzido por João Ferreira de Almeida e publicado em dois volumes quase sessenta anos após sua morte (1748 e 1753), é empregada a forma JEHOVAH onde no texto hebraico aparece YHVH. Almeida fez isso baseado na tradução espanhola feita por Reina-Valera (1602). Na Almeida conhecida como Revista e Corrigida (RC), lançada em 1898 e que ainda hoje é usada, a comissão revisora substituiu JEHOVAH por “Senhor” nas passagens em que esse nome ocorre, menos naquelas em que está junto com ADONAY (Senhor), e em algumas poucas passagens esparsas. Nessas ocorrências a RC conservou JEHOVAH. Veja-se, por exemplo, Is 61.1: “O Espírito do Senhor (ADONAY) JEOVÁ está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu” (RC). Este último SENHOR também é, no texto hebraico, YHVH”.
O costume de usar “SENHOR” para indicar YHVH começou com a Septuaginta, a primeira tradução do Antigo Testamento, a qual foi feita entre 285 e 150 aC. O texto hebraico foi traduzido em Alexandria para a língua grega. Nesse texto os tradutores da Septuaginta reduziram a escrito uma tradição oral das sinagogas, onde geralmente se lia “ADONAY” (Senhor) toda vez que ocorria o nome YHVH. Essa foi a Bíblia de Jesus, dos apóstolos e da Igreja Primitiva”.
Pelo relato acima notamos que quando foram feitas as traduções da Bíblia os tradutores resolveram então fazer a mudança no nome do Eterno sem qualquer explicação que fosse “coerente”! Isso demonstra que houve uma grande falta de temor por parte destes homens e houve também a desobediência de dois versos importantíssimos em nossas Bíblias que são: “Não acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do IHVH vosso Elohim, que eu vos mando” Dt 4:2 e também “E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Elohim tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro” Ap 22:19. Parece que estes dois versos foram ignorados propositadamente, pois eles são muito claros naquilo que significam!
A alteração do nome do Eterno também fez com que o entendimento que as pessoas têm acerca d´Ele seja prejudicado, pois quando isso ocorre perde-se totalmente a força do significado do nome do Eterno. O significado do Nome vem das Escrituras onde o Eterno diz a Moshe: “Eu serei aquilo que serei”, ou “Eu me torno aquilo que me torno”. Esta é a tradução correta do texto em Êxodo que diz: “E disse Elohim a Moshe: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” Ex 3:14. A tradução literal “Eu serei o que serei” ou “Eu me torno aquilo que me torno” se dá por que na língua hebraica não existe o verbo “ser” e “ter” no tempo presente; eles estão ou no passado ou no futuro. Mas, quando os tradutores da Bíblia resolveram então mudar isso eles além de “matarem” o verdadeiro significado do nome do Eterno criaram mais três “apelidos” para Ele sem qualquer ordem ou consentimento dos céus para que isso fosse feito. É impressionante que eles tenham feito isso e que isso ainda perdure até os nossos dias; mas é importante sabermos que já existe uma explicação judaica para isso que pode certamente tirar qualquer dúvida a respeito disso.
Há um outro fator que precisamos considerar: por que os tradutores da Bíblia não consultaram os judeus para fazerem uma tradução “mais limpa” das Escrituras? A falta de “conhecimento” dos tradutores resultou em uma verdadeira “tragédia” mundial, pois hoje o Eterno tem três apelidos e poucos conhecem de fato o seu nome e quem Ele é! Creio que este foi um dos maiores “pecados” cometidos pelo cristianismo contra o judaísmo e contra a Palavra do Eterno em todos os tempos!
A importância do Nome
A tradição judaica fala acerca do nome de uma pessoa assim:
“A importância de um nome judaico refere-se àquela parte de nós que verdadeiramente define a identidade judaica: a alma judaica. Um nome judaico é o seu chamado espiritual, um título que reflete seus traços particulares de caráter e os dons concedidos por D’us.
O fato de que o nome da pessoa representa sua força vital é insinuado pela palavra neshamá (alma), cujas duas letras intermediárias formam a palavra shem (nome). As letras do nome de uma pessoa são como o cano através do qual a vida é levada ao corpo. Portanto, a palavra shem, nome, tem o mesmo valor numérico que tzinor, cano.”
Por isso o nome do Eterno deveria refletir a Sua personalidade! Isso acontece no judaísmo, pois ali foi preservado o Nome do Eterno e a honra que se dá a este nome é tão grande que quando estamos lendo as Escrituras e encontramos o Nome imediatamente o substituímos na leitura por “Eterno” ou “Ha Shem” [que significa “o Nome”]. Sabemos que quando aparece este nome – IHVH – nas Escrituras o Eterno está se tornando algo para alguém! E isso nos mostra que alguém em particular está sendo alvo de um milagre do Eterno para que sua vida seja transformada!
É justamente por isso que somente invocamos este nome quando precisamos de algo muito sério – um milagre – e quando fazemos isso em nome de Ieshua Ele mesmo nos ouve e responde!
Mas precisamos honrar e guardar o devido temor por este nome, pois ele está ligado a um mandamento que diz: “Não tomarás o nome do IHVH teu Elohim em vão; porque o IHVH não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” Ex 20:7. Uma das formas de obedecer a este mandamento é fazendo a “substituição” citada acima; outra forma é quando escrevemos omitirmos uma letra da palavra “D-us”. Assim estamos obedecendo ao Eterno e guardando sua Palavra. A nossa prática tem demonstrado que por onde quer que estejamos as pessoas ouvem isso e questionam o por que desta conduta. Quando explicamos estas mesmas pessoas “caem em si” e passam a agir da mesma forma, ou seja, guardando o respeito ao nome do Eterno!
Nosso desejo é que os crentes em todo o mundo sejam restaurados e que retornem à obediência da Palavra do Eterno, tanto nos pequenos aspectos quanto nos grandes. A restauração é o caminho para a santificação!
Mário Moreno.