Mário Moreno/ fevereiro 20, 2018/ Artigos

Oito níveis de caridade

Neste pequeno artigo, veremos como damos nossas ofertas, na forma e no conteúdo.

Há oito níveis de caridade, cada qual mais elevado que o seguinte.

  1. O nível mais alto, acima do qual não existe outro, é apoiar um irmão judeu com um presente ou empréstimo, ou fazer uma sociedade com ele, encontrar emprego para ele, a fim de fortalecer sua mão até que não precise mais ser dependente de outros…
  2. Um nível abaixo em caridade é dar aos pobres sem saber para quem está doando, e sem que o receptor saiba de quem recebeu. Isso é cumprir uma mitsvá apenas em prol do céu. É como o “fundo anônimo” que havia no Templo Sagrado [em Jerusalém]. Ali os justos doavam em segredo, e os pobres bons lucravam em segredo. Doar a um fundo de caridade é semelhante a este modo, embora não se deva contribuir para um fundo de caridade a menos que se saiba que a pessoa designada para cuidar do fundo é confiável e sábia, além de bom administrador, como Rabi Chananyah ben Teradyon.
  3. Um nível abaixo desse é quando alguém sabe para quem está doando, mas o receptor não conhece seu benfeitor. Os Sábios mais notáveis costumavam caminhar em segredo e colocar moedas nas portas dos pobres. É realmente valioso e bom fazer isto, se aqueles que deveriam ser os responsáveis por distribuir caridade não são merecedores de confiança.
  4. Um nível abaixo que esse é quando a pessoa não sabe para quem está doando, mas o pobre conhece seu benfeitor. Os Sábios costumavam atar moedas em suas túnicas e atirá-las por trás das costas, e os pobres iam apanhá-las nas costas das túnicas, para que não ficassem envergonhados.
  5. Um nível abaixo é quando alguém dá diretamente ao pobre, na sua mão, mas dá antes que lhe seja pedido.
  6. Um nível abaixo é quando alguém dá ao pobre após ter sido pedido.
  7. Um nível abaixo é quando alguém dá de maneira inadequada, mas alegre e com um sorriso.
  8. Um nível abaixo é quando alguém dá de má vontade.

Estes “níveis” nos mostram algo interessante e surpreendente: são oito – ligados à recomeço – e mais uma vez podemos determinar como “recomeçaremos” após termos a oportunidade de ofertarmos; é como uma roda viva em que aquilo que fazemos no momento determinará aquilo que receberemos a seguir. Isso está ligado à forma e a intenção – kavaná.

Cada vez que ofertamos temos uma oportunidade para lançarmos nossas sementes em atos de bondade e emunah – fé. Sabemos o que fazer; agora vamos aprender como fazer para que possamos ser alcançados também por pessoas que com excelentes intenções estarão semeando em nossas vidas. Podemos determinar a qualidade de nossa colheita preparando-a através do plantio; colhemos aquilo que plantamos.

Sha´ul declara: “E digo isto: Que o que semeia pouco pouco também ceifará; ou e o que semeia em abundância em abundância também ceifará. Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Elohim ama ao que dá com alegria” II Co 9.6-7.

Que este seja um tempo de plantio incessante para que nossa colheita também seja assim; quem planta durante o ano, colhe também durante todo o ano!

Adaptação: Mário Moreno.