Onde estudou Ieshua?
Onde estudou Ieshua?
1 – Onde estudou Ieshua?
Segundo a tradição judaica, o Messias deveria ensinar ao povo a correta interpretação da Palavra do Eterno. E foi isto que Ieshua fez. Para isto, antes de começar o seu ministério, Ieshua foi um aluno bastante aplicado.
Ieshua demonstrou grande familiaridade tanto com a linha dos essênios (com a qual teve contato através de seu primo Iochanan Bar Zachariah, popularmente conhecido como “João Batista”) quanto com a linha rabínica da escola de Hillel.
Mas seu conhecimento não se limitava às tais linhas. Ieshua, antes de mais nada, conhecia profundamente as Escrituras e a sabedoria judaica.
2 – Paralelos entre Ieshua e a escola de Hillel
Os ensinamentos de Ieshua se assemelharam muito com a linha da escola de Hillel (embora houvesse alguns itens de discordância, como a questão do divórcio por exemplo). Hillel, que viveu pouco tempo antes de Ieshua, foi um dos maiores judeus de toda a história, um grande rabino. Veja o impressionante paralelo entre os ensinamentos de Ieshua e a Escola de Hillel:
1) A Escola de Hillel disse:
“se alguém busca te fazer o mal, farás bem em orar por ele” (Testamento de Yosef XVIII.2) –
Ieshua disse:
“Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem” – Matitiahu (Mateus) 5:44.
2) Em Menahot 4, no Talmud, encontramos o Rabino Shammai querendo fazer tzitzit mais largos do que os seguidores da Escola de Hillel (Menahot 4)
Ieshua disse:
“Todas as suas obras eles fazem a fim de serem vistos pelos homens; pois alargam os seus tefilim, e aumentam os tzitziyot dos seus mantos” – Matitiahu (Mateus) 23:5.
3) A Escola de Hillel disse:
“Se o mundo inteiro estivesse reunido para destruir o yud, que é a menor letra da Torah, eles não seriam bem-sucedidos” (Canticles Rabbah 5.11; Leviticus Rabbah 19). “Nenhuma letra da Torah jamais será abolida” (Exodus Rabbah 6.1).
Ieshua disse:
“Não penseis que vim abolir a Torah ou os profetas; não vim abolir, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da Torah um só Yud ou um só traço, até que tudo seja cumprido” – Matitiahu (Mateus) 5:17-18.
4) A Escola de Hillel disse:
“Aquele que é misericordioso para com os outros receberá misericórdia do Céu” (Talmud – Shabat 151b; – compare com);
Ieshua disse:
“Benditos os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia” – Matitiahu (Mateus) 5:7.
5) A Escola de Hillel disse:
“Eles falam ‘Remova o cisco do seu olho?’ Ele retrucará, ‘Remova a trave do seu próprio olho” (Talmud – Baba Bathra 15b).
Ieshua disse:
“E por que vês o cisco no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho?” – Matitiahu (Mateus) 7:3.
6) A Escola de Hillel disse:
“É lícito violar um Shabat para que muitos outros possam ser observados; as leis foram dadas para que o homem vivesse por elas, não para que o homem morresse por elas.” Todas as seguintes coisas eram lícitas no Shabat, segundo a escola de Hillel (os p’rushim que debatiam com Ieshua certamente eram da escola de Shammai): salvar vidas, aliviar dores agudas, curar picadas de cobra, e cozinhar para os doentes (Shabat 18.3; Tosefta Shabat 15.14; Yoma 84b; Tosefta Yoma 84.15)
Ieshua disse:
“Então lhes perguntou: É lícito no Shabat fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida ou matar? Eles, porém, se calaram” – Marcus 3:4.
7) “o Shabat foi feito para o homem, e não o homem para o Shabat,” também aparece em material rabínico (Mekilta 103b, Yoma 85b). Além disto, os Rabinos da escola de Hillel freqüentemente citavam Hoshea (Oséias) 6:6 para argumentar que ajudar os outros era mais importante do que observar ritos e costumes (Sukkah 49b, Deuteronomy Rabba em 16:18, etc..).
Ieshua disse:
“E prosseguiu: O Shabat foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do Shabat” – Marcus 2:27.
8) A respeito dos exageros nos rituais de purificação, um rabino da escola de Hillel, Iohanan ben Zakkai, contemporâneo de Ieshua, disse: “Na vida não são os mortos que te fazem impuros; nem é a água, mas a ordenança do Rei dos Reis, que purifica.” – compare com o relato de Marcus 7
9) Os rabinos da escola de Hillel também eram partidários da tese de que é pela graça do Eterno que somos salvos, e não por mérito de obras: “Talvez Tu tenhas grande prazer em nossas boas obras? Mérito e boas obras não temos; aja para conosco em graça.” (Tehillim Rabbah, on 119:123).
10) A Escola de Hillel também teve disputas com Saduceus a respeito da questão da ressurreição dos mortos. Veja o que o rabino Gamaliel, neto de Hillel e contemporâneo de Ieshua, disse, referindo os Saduceus a Devarim (Deuteronômio) 11:21 ou Shemot (Êxodo) 6:4, “. . .a terra que ADONAI jurou dar aos seus pais,” o argumento é lógico e convincente: “Os mortos não podem receber, mas eles viverão novamente para receber a terra ” (Talmud – Sanhedrin 90b)
Ieshua disse:
“Mas que os mortos hão de ressurgir, o próprio Moshe o mostrou, na passagem a respeito da sarça, quando chama a ADONAI; Elohim de Avraham, e Elohim de Yitz’chak, e Elohim de Ya’akov. Ora, ele não é Elohim de mortos, mas de vivos; porque para ele todos vivem” Lucas 20:37-38.
11) O rabino Iochanan ben Zakkai também conta parábola semelhante à de Ieshua, a respeito de convidados de um rei para o banquete Messiânico, ao comentar Yesha’yahu (Isaías) 65:13 e Eclesiastes 9:8 (vide Talmud – Shabat 153a).
12) O próprio Hillel disse:
“Sejam discípulos de Aaron, amando a paz e perseguindo a paz, amando as pessoas e as trazendo para perto da Torah” (m.Avot 1:12)
Ieshua disse:
“Benditos os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Elohim” – Matitiyahu (Mateus) 5:9
“Uma nova mitzvah vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros.” Iochanan (João) 13:34
13) A “Regra de Ouro” de Hillel:
“…e [Hillel] disse a ele “Não faça aos outros o que não deseja que façam a você: esta é toda a Torah, enquanto o resto é comentário disto; vai e aprende isto.” (b.Shab. 31a)
Esta regra, que era a base de todo talmid (discípulo) da escola de Hillel, é citada explicitamente por Ieshua em: “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós a eles; porque esta é a Torah e os profetas.” – Matitiahu (Mateus) 7:12
3 – Paralelos entre Ieshua e os essênios
Ieshua também demonstrou grande familiaridade com a teologia dos essênios, a qual muito provavelmente aprendeu com Iochanan, seu primo (o qual pouca gente ousaria discordar do fato de que pertenceu ao segmento dos essênios)
- Os essênios promoviam a unidade (Yachad) em amor. (Philo; A Hipotética 11:2)
Ieshua disse: “para que todos sejam um; assim como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.” – Iochanan (João) 17:21
2) Os essênios estabeleciam um conselho de 12 para direcionar a comunidade (1Q58:1). Compare isto com a autoridade dada a Ieshua para os 12 talmidim (discípulos), a fim de que eles pudessem gerenciar o povo.
3) Os essênios eram frontalmente contra juramentos (Documento de Damasco – Geniza A; Col. 15; Linhas 1-3) – compare com Matitiyahu (Mateus) 5:33-37
4) Sobre as viagens dos essênios para pregarem a Palavra do Eterno, veja o que diz o historiador Flavius Josefus: “…e se alguém do segmento deles vem de outros lugares, o que eles têm permanece aberto a eles, como se fossem um deles… como se fossem conhecidos deles de muito tempo. Por esta razão eles não levam nada consigo quando viajam a lugares remotos, apesar de ainda levarem suas armas, por medo de ladrões. Da mesma forma, existe em cada cidade onde eles vivem, alguém com a atribuição particular de cuidar dos estranhos, e prover roupas e outras necessidades para eles.” (Josephus; Guerras 2:8:4) – compare com Matitiahu (Mateus) 10:9-11 e Lucas 22:38
5) A questão do divórcio:
“… eles são pegos em duas armadilhas: fornicação, por pegarem duas esposas ao longo de suas vidas apesar do princípio da criação ser: “macho e fêmea Ele os criou.” (Documento de Damasco – Col. 4 – linha 20 a Col. 5 – linha 1)
Ieshua disse:
“Respondeu-lhe Ieshua: Não tendes lido que o Criador os fez desde o princípio homem e mulher, e que ordenou: Por isso deixará o homem pai e mãe, e unir-se-á a sua mulher; e serão os dois uma só carne? Assim já não são mais dois, mas um só carne. Portanto o que Elohim ajuntou, não o separe o homem” – Matitiyahu (Mateus) 19:4-6.
6) A Halacha sobre a questão de “Korban” (uma oferta) ser usada como desculpa para violar a Torah (vide Matitiahu / Mateus 15:1-8) – é encontrada de forma similar entre os essênios (Documento de Damasco 16:13)
7) No capítulo 4 de Iochanan (João) encontramos a alegoria da “Água Viva” saindo do poço de Ia’aqov (Jacó) e trazendo a salvação e a vida eterna. No Manual de Disciplina dos essênios, a lição da “água viva” é encontrada e retirada simbolicamente do poço de Bamidbar (Números) 21:8, identificado pelo pergaminho como sendo a Torah. Podemos concluir que Iochanan (João) 4 é uma Midrash (interpretação alegórica), baseada num conceito existente entre os essênios naquela época, para concluir que Ieshua é a Torah Viva, nossa fonte de vida eterna (Compare Iochanan / João 4:10 e Documento de Damasco VI, 4-5; VII, 9 – VII, 21).
8) O uso do Seder de Pessach (a ceia da “Páscoa Judaica”) como sendo um banquete messiânico, também era um conceito essênio (Josephus – Guerras 2:8:5; Manual de Disciplina 6:3-6 e 1QSa. 2, 17-21)
9) O conceito de serem ‘Bnei Or’ (Filhos da Luz – compare Lucas 16:8 e Iochanan / João 12:36 com Manual de Disciplina 1,9: 2,24; 1QM)
10) Ieshua conhecia bem o Messias esperado pelos essênios. Veja a explicação que ele deu a Iochanan Bar Zachariah (João Batista) em Lucas 7:22: “Então lhes respondeu: Ide, e contai a Iochanan o que tens visto e ouvido: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres são anunciadas as boas novas.”
Agora compare com o critério do Messias esperado pelos essênios: “[os céus] e a terra ouvirão ao Seu Messias, e ninguém se afastará dos mandamentos dos santos. Vocês que buscam ao S-NHOR, fortaleçam-se no serviço dEle! Todos vocês esperançosos em (seu) coração, vocês não encontrarão o S-NHOR nisto? Porque o S-NHOR considerará os hassidim (pios) e chamará os justos pelo nome. Sobre os pobres o Seu espírito pairará e renovará os fiéis com o Seu poder. E Ele glorificará os hassidim (pios) no trono do Reino Eterno. Ele que libera os cativos, restaura a visão dos cegos, endireita os [tortos]… E o S-nhor fará coisas gloriosas que nunca houveram… Pois Ele curará os feridos, e reviverá os mortos e trará as boas novas aos pobres…” (4Q521)
11) O conceito da “luz da vida” (Iochanan / João. 8:12 & Man. Disc. 3, 7)
4 – Paralelos entre Ieshua e outros rabinos
Vemos ainda alguns paralelos entre Ieshua e outros rabinos. Como a literatura rabínica é muito extensa, é provável que encontremos ainda muitos outros, mas a ideia deste artigo é apenas a de demonstrar como Ieshua foi muito bem instruído na sabedoria judaica:
1) Normalmente, Ieshua discordava fortemente dos p’rushim (fariseus) da escola de Shammai, os quais eram extremamente legalistas em sua observância da Torah. Vemos apenas UMA situação em que Ieshua concorda com a escola de Shammai, que é a questão do divórcio (repudiar a esposa) exposta em Matitiahu (Mateus) 5:31-32, semelhante à posição da escola de Shammai em m.Gittin 9:10).
2) Algumas expressões tais como “se teu olho direito de ofende, arranca-o” e “se a tua mão direita te ofende, corta-a fora” (Mt. 5:29-30) são encontradas em discursos rabínicos semelhantes (vide Niddah 13b).
5 – Conclusão
“E crescia Ieshua em sabedoria, em estatura e em graça diante de Elohim e dos homens” – Lucas 2:52.
As Escrituras deixam bem claro que Ieshua recebeu instrução. Porém, o espectro de conhecimento apresentado pelo rabino Ieshua, tanto das Escrituras, quanto das técnicas de interpretação da mesma, da tradição oral, e dos ensinamentos dos sábios e rabinos ao longo da história dos judeus, é simplesmente inimaginável!
Tamanho conhecimento e habilidade jamais foram vistos em toda a história de Israel, e só poderiam vir do Filho de Elohim!
Extraído da internet (Baseado em diversas fontes da Internet).
Mário Moreno.