Parasha Metzora
Metzora
O sarnento
Lv 14:1 – 15:33 / II Rs 7:3-20 / Mt 23:16-24:2,30-31
Na Parashá desta semana estaremos tratando sobre as pessoas que possuem lepra e como era feito o ato de sua purificação.
Nossa análise começa com o texto: “Depois falou o IHVH a Moshe, dizendo: esta será a lei do leproso no dia da sua purificação: será levado ao sacerdote, e o sacerdote sairá fora do arraial, e o examinará, e eis que, se a praga da lepra do leproso for sarada, então o sacerdote ordenará que por aquele que se houver de purificar se tomem duas aves vivas e limpas, e pau de cedro, e carmesim, e hissopo” (Lv 14:1-4).
A primeira coisa que este texto nos mostra é que há uma lei do leproso! A palavra “lei” em hebraico é torah e significa “ensino, lei”. Um outro detalhe é que a palavra “leproso” em hebraico é tsara que significa “sofrer doença de pele, ficar leproso”. Ela provém da raiz tsrk de onde provém também os termos tsorek, que significa necessidade e também tsara´at que significa “doença de maligna da pele, lepra”. Estes termos nos mostram que há um ensino dado pelo Eterno sobre aqueles que foram atingidos pelas doenças malignas na pele (aqui chamadas de “lepra”). Novamente queremos ressaltas que a lepra era sinal de imundície na alma que também precisa ser purificada; são doenças da alma que precisam ser curadas! Aquilo que está evidente no exterior somente reflete o que está acontecendo no interior do homem! A continuidade do texto nos fala sobre “o dia da sua purificação”. A palavra “purificação” em hebraico é tohorâ. Desta mesma raiz provém os termos tohar que significa “claridade”; tehâr que significa “limpeza” e tahor que significa “limpo, puro”.
A torah (ensino) sobre a lepra nos fala sobre uma doença cutânea – de pele – de origem maligna que revela a necessidade daquela pessoa em ser curada tanto interior quanto exteriormente! Um outro detalhe é que a sua purificação – e conseqüentemente a sua cura – trará reflexos de claridade (limpeza física interior e exterior), e mostrará aos demais que daquele momento em diante aquela pessoa estará totalmente limpa (em termos físicos, morais e cerimoniais) e poderá novamente partilhar daquilo que é limpo e puro juntamente com os outros!
A lepra – que também é símbolo do pecado – é um mal universal e isso nos é demonstrado pelo número de pessoas leprosas na Tanach! Quatro pessoas leprosas aparecem na Tanach Testamento e o quatro (4) é o número do mundo, demonstrando assim a universalidade do pecado! As quatro ocorrências são as seguintes:
- Miriam – Nm 12.10
- Naamã – II Rs 5.5
- Os quatro leprosos – II Rs 7.13
- Uzias – II Rs 15.5
Na Brit Hadasha isso nos é dito assim: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Elohim” (Rm 3:23). Outra vez Paulo acrescenta: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Elohim é a vida eterna, pelo Ungido Ieshua nosso Senhor” (Rm 6:23). A lepra – pecado – tem transtornado a vida da humanidade e tem trazido como consequência o abandono, a morte, e o afastamento do homem de seu Criador!
O que é lashon hará e por que é tão grave?
Lashon hará é uma observação negativa verdadeira sobre outra pessoa. A Torah nos proíbe de fazer tal declaração ou de dar ouvidos a ela.
Nossos sábios nos ensinam que um judeu que fala lashon hará peca tão gravemente como um assassino, um adúltero ou um idólatra. Na época do Bet Hamicdash um judeu que falasse lashon hará era punido com tsaráat.
É fácil entendermos porque um judeu que cometeu assassinato ou roubo ficou com tsaráat. São crimes graves. Mas por que um judeu que profere umas poucas palavras proibidas também recebe tsaraát?
Eis algumas das razões pelas quais lashon hará é considerado uma falha tão séria.
1 – É muito difícil, e às vezes quase impossível, fazer teshuvá por haver falado lashon hará. Para fazer teshuvá, a pessoa deve sentir-se arrependida por haver falado lashon hará e decidir nunca mais repetir este falha. Mas não é suficiente. Ela deve também dirigir-se à pessoa sobre a qual falou e desculpar-se. É muito difícil procurar um parente ou amigo e dizer: “Falei lashon hará sobre você; por favor, perdoe-me!” Isto é tão constrangedor que a maioria das pessoas não o fará. Mesmo se uma pessoa deseja pedir o perdão de outra, pode acontecer de ter falado lashon hará sobre um grupo de pessoas e não pode desculpar-se com todas elas. Ou pode ter falado lashon hará sobre alguém que viajou ou faleceu.
A teshuvá completa pela grave falha de lashon hará é muito difícil. Por isso, devemos ser cuidadosos para evitar este pecado.
2 – Lashon hará frequentemente é cometido mais de uma vez. Quando se trata de roubo ou assassinato, um judeu entende que deve fazer teshuvá e nunca cometer o ato novamente. Mas quando trata-se de lashon hará, a pessoa erroneamente pode pensar: “Que diferença faz umas poucas palavras?”
3 – D’us quer que todos os judeus vivam em paz uns com os outros
O lashon hará causa ressentimentos e brigas entre o ouvinte e aquele de quem se falou. Frequentemente alguém pode recusar-se a ser amigo de outro, apenas porque certa vez escutou algo de negativo sobre ele. O metsorá era obrigado a sair do acampamento e ficar isolado, pois foi ele quem causou rompimento de amizades. Mesmo fora do acampamento ninguém tinha permissão de aproximar-se dele. Ficava separado da família, amigos e vizinhos.
Ser purificado – para o leproso – significava começar a vida de novo, e isto é uma figura do novo nascimento em Ieshua. Tal ato era precedido de sua apresentação ao sacerdote que o examinava e o declarava limpo e, portanto, apto para poder entrar novamente na presença do Eterno!
O leproso não se podia curar a si mesmo, nem se pronunciar limpo; nem tinha condições de ir procurar o ministro de D-us: o sacerdote é que tinha que ir ao seu encontro, fora do arraial. Quando acontecia a cerimônia de purificação era morto um pássaro e outro seria solto ainda vivo! O pássaro morto representava a necessidade de uma vida para recuperá-lo – alguém inocente deveria morrer para que o leproso pudesse ser sarado; já o pássaro vivo que se soltava representava sua própria vida – a do leproso – que se renovara no ato da purificação, mas não se “soltava” antes de ter sido molhado com o sangue do pássaro sacrificado. O cabelo cortado e raspado sugere o desembaraço das coisas antigas, para agora passar a uma vida nova, de liberdade. A unção simbolizava que a vida do leproso passara a estar aos cuidados do grande Médico.
As duas aves limpas representam a aliança de D-us feita com o homem e confirmada em Ieshua! A primeira – e única – foi feita com Abrão quando o Eterno ordena que os animais fossem cortados ao meio e Ele mesmo passa por entre as partes fazendo com que assim houvesse a eternização daquilo que fora dito pelo Eterno a Abrão. Essa mesma aliança foi somente confirmada pela morte e ressurreição de Ieshua! Ali houve uma substituição – dos animais pelo Homem perfeito – e isso aconteceu para que se cumprisse aquilo que fora prometido pelo Senhor ao seu povo! Finalmente a redenção – o preço pago para o resgate da humanidade havia sido consumado na morte de Ieshua! Agora já não há mais empecilhos para que o homem possa ser salvo!
Para que a purificação fosse realizada havia a necessidade do uso de três elementos: cedro, carmesim e hissopo. A palavra “cedro” em hebraico é erez e esta árvore é da família dos pinheiros, representando a força, esplendor e longevidade. Cresce melhor nas regiões altas e secas. O tamanho médio dos cedros é de 28 metros. Algumas vezes espalha raízes entre as rochas. Um óleo especial do cedro impede-lhe a destruição pelo apodrecimento e pelos insetos. Esta palavra vêm da raiz arûz que significa “firme, forte”. A primeira coisa que percebemos é que o pedaço de cedro usado na purificação simboliza que o leproso agora estaria passando para um novo estágio de vida. Do abandono e do ostracismo ele passaria agora a ser visto como alguém plenamente reintegrado à sociedade e sua vida seria novamente forte e segura. Ele – através da cura – recebera um “óleo” de alegria que o renovara e isso certamente impediria que sua vida “apodrecesse” e se acabasse!
Já a palavra “carmesim” em hebraico é tôha com o mesmo significado. Essa tintura altamente vermelho forte era conseguida a partir dos corpos de quermes (insetos) fêmeas e estes insetos vivem num certo tipo de carvalho natural do Oriente Médio! Por isso era muito valorizada e foi usada para construir o tabernáculo e as roupagens dos que ali adoravam. O carmesim representava o sangue que havia sido derramado para trazer ao leproso a sua verdadeira e plena purificação! Somente o sangue poderia purificar a incurável lepra!
O último elemento chama-se “hissopo”. Esta palavra vem do hebraico ezob com o mesmo significado. Esta é uma planta que cresce em muros, devendo ser identificada provavelmente com a manjerona, da família da hortelã. Ela era considerada o mais insignificante dos arbustos. Era a planta usada para aspergir o sangue após o sacrifício sobre o imundo. É interessante como este pequeno arbusto era usado como um tipo de instrumento para que o sangue fosse “jogado” sobre as pessoas que dele necessitavam! Isso nos ensina que mesmo aquilo que consideramos mais insignificante poderá ser utilizado pelo Eterno a fim de nos trazer a purificação através do sangue!
A combinação de cedro e hissopo parece representar respectivamente a árvore mais magnífica e o arbusto mais insignificante que se unem para juntos atuarem como elementos que trarão a pureza ao leproso!
O sacrifício da ave deveria obedecer à uma norma que já fora estabelecida pelo Eterno: “Mandará também o sacerdote que se degole uma ave num vaso de barro sobre águas vivas, e tomará a ave viva, e o pau de cedro, e o carmesim, e o hissopo, e os molhará, com a ave viva, no sangue da ave que foi degolada sobre as águas correntes. E sobre aquele que há de purificar-se da lepra espargirá sete vezes; então o declarará por limpo, e soltará a ave viva sobre a face do campo” (Lv 14:5-7). A primeira idéia é sobre as “águas vivas” que simbolizam as águas correntes. A frase dá idéia de uma nascente ou de um córrego. Agora, quanto ao pássaro que se soltava, ele não era um sacrifício. O leproso ao ver o pássaro voar livremente, veria uma dramatização religiosa da sua própria libertação da doença. A isso chamamos de “ato profético”, pois quando a ave saía voando livremente o ex-leproso sabia que a partir de agora asua vida tinha sido liberta a fim de que ele também pudesse gozar de plena liberdade pela purificação que alcançara. Duas coisas aconteciam:
- sangue era aspergido sobre o leproso sete vezes. Isso simbolizava a totalidade da purificação que chegara ao leproso através da morte do animal.
- Uma ave morre e a outra sai viva voando – simboliza que alguém morreu e agora há liberdade daquele que recebe a cura.
O mesmo ritual se aplica à purificação de uma casa. Esse mesmo procedimento aparece em Levítico 14.53: “Então soltará a ave viva para fora da cidade, sobre a face do campo; assim fará expiação pela casa, e será limpa”. Era semelhante ao ritual do bode expiatório que fazia parte das cerimônias do Dia da Expiação em Levítico 16:21: “E Aharon porá ambas as suas mãos sobre a cabeça do bode vivo, e sobre ele confessará todas as iniqüidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões, e todos os seus pecados; e os porá sobre a cabeça do bode, e enviá-lo-á ao deserto, pela mão de um homem designado para isso”.
Como um metsorá torna-se puro?
Como já explicamos, uma das razões principais que causavam tsaraát era o lashon hará.
A palavra metsorá (aquele que tem tsaraát), é parecida com a palavra motsirá, (alguém que fala o mal). Se o metsorá fez teshuvá enquanto estava fora do acampamento, D’us fazia as manchas brancas na pele desaparecerem.
O metsorá se sentia aliviado quando percebia que as marcas tinham desaparecido. Ele então chamava um cohen. O cohen caminhava até fora do acampamento para examiná-lo. O cohen dizia: “Começaremos a torná-lo tahor (puro). Hoje é o primeiro dia de sua tahará (purificação). No oitavo dia você oferecerá corbanot, ficará completamente puro e poderá juntar-se à sua família.” Após a oferenda dos corbanot o judeu tornava-se puro novamente e podia reunir-se à família. Ele sentia-se quase como alguém que havia morrido e voltara a viver. Este homem jamais falaria lashon hará novamente! Certamente prestaria mais atenção às suas futuras palavras.
O Midrash explica:
Por que duas aves, um graveto de cedro e ezov (grama) eram usados para purificar o metsorá? Por que a Torah nos ordenou usar aves para purificar o metsorá? D’us, assim, está lhe dizendo: “Você agiu como um pássaro! Um pássaro chilreia constantemente! Você também falou e falou, sem prestar atenção no que dizia.”
Por que um pássaro é abatido e o outro é libertado?
O pássaro colocado em liberdade significa: Se você usar sua língua com palavras de Torah e bondade, estará usufruindo da vida de modo correto.
A grama e o cedro são totalmente opostos. O cedro é a mais alta das árvores e o ezov, o mais baixo dos arbustos. O metsorá é lembrado: Por que você falou lashon hará? Porque pensou que era um cedro – melhor que os outros. Para evitar falar lashon hará no futuro, deve sentir-se humilde como a grama.
Por que D’us trazia tsaraát às casas?
D’us às vezes também enviava manchas de tsaraát às paredes das casas. Isto acontecia por uma série de razões:
1 – Uma casa judia é especial. As portas têm mezuzot, e a cada sete dias transforma-se em um palácio, recebendo o Shabat. O dono de um verdadeiro lar judeu abre suas portas àqueles que necessitam de comida, tsedacá, um empréstimo, ou qualquer outro tipo de ajuda. Entretanto, se um judeu tem uma bela casa, mas nega-se a ajudar àqueles que precisam de dinheiro ou objetos, de uma refeição ou um lugar para dormir, D’us o pune. No tempo do Bet Hamicdash, D’us fazia com que aparecesse tsaraát nas paredes da casa.
O cohen então tinha que lacrar aquela casa. E o dono nem ao menos podia entrar em sua própria residência, da mesma forma que a havia fechado para outros que pediram ajuda. E se as manchas de tsaraát continuavam voltando, a casa tinha de ser demolida. Desta maneira, ele era punido por não compartilhar sua casa e seus pertences com outros judeus.
2 – Tsaraát nas paredes era uma recompensa: Tsaraát às vezes atingia as paredes de uma casa cujo dono não cometera uma falha. Para esse, a tsaraát era uma recompensa. Descobriam ouro, prata e objetos de valor que haviam sido escondidos nas paredes. Isto jamais teria sido descoberto se não fosse pelas manchas de tsaraát aparecendo nas paredes.
O procedimento de purificação era acompanhado ainda por outros detalhes: “E aquele que tem de purificar-se lavará as suas vestes, e rapará todo o seu pêlo, e se lavará com água; assim será limpo; e depois entrará no arraial, porém, ficará fora da sua tenda por sete dias; e será que ao sétimo dia rapará todo o seu pêlo, a sua cabeça, e a sua barba, e as sobrancelhas; sim, rapará todo o pêlo, e lavará as suas vestes, e lavará a sua carne com água, e será limpo, e ao oitavo dia tomará dois cordeiros sem defeito, e uma cordeira sem defeito, de um ano, e três dízimas de flor de farinha para oferta de alimentos, amassada com azeite, e um logue de azeite” (Lv 14:8-10). O procedimento de purificação tem início pela “lavagem das vestes”. Isso representa que, assim como o nosso homem interior está curado, o nosso exterior também sofrerá mudanças visíveis aos olhos dos outros. Certamente isso levará um período, que era simbolizado pelos “sete dias” que ele permanecia fora do arraial. Esse período nos fala sobre algo completo, pleno. É o início e o fim de um ciclo que se completa e então novamente o homem está pronto para voltar ao convívio dos seus. Os pelos do corpo sendo raspados representam o abandono ao velho para que nasça – surja – algo novo em sua vida! Novamente a vida se renovará no corpo físico do homem e isso se tornará visível aos olhos dos demais!
Após isso feito, ao oitavo dia, seriam oferecidos três cordeiros ao Senhor juntamente com três medidas de flor de farinha com azeite! Os animais simbolizam as três áreas do homem que seriam restauradas: corpo, alma e espírito. Também as três medidas de flor de farinha nos falam sobre o melhor de nossas vidas – também nas três áreas citadas – que seriam oferecidas ao Eterno juntamente com azeite – que é símbolo da unção do Espírito! A vida sem “unção” não é recebida pelo Senhor!
No verso 11 temos outros detalhes importantes: “E o sacerdote que faz a purificação apresentará o homem que houver de purificar-se, com aquelas coisas, perante o IHVH, à porta da tenda da congregação” (Lv 14:11). O que merece destaque é que há uma necessidade de se apresentarem com tudo perante o IHVH. Isso significa que o Eterno se tornaria para aquele homem justamente o que ele estaria precisando: purificação! Este encontro ocorreria à porta da tenda da congregação. A palavra “tenda” em hebraico é ohel e significa “tenda, habitação”. Já a palavra “congregação” em hebraico é mo ´ed e significa “local determinado, tempo determinado, local de assembléia, festa designada”. Outra vez percebemos que o Eterno – Aquele que se torna aquilo que precisamos – marca com o homem um encontro em sua habitação que é o local determinado, no tempo determinado, a fim de ali realizar com ele – o pecador – uma festa, que é feita por causa da reconciliação entre D-us e o homem!
Após ter sido feito o sacrifício então novamente o sangue será posto sobre três lugares no corpo do ex-leproso. “E o sacerdote tomará do sangue da expiação da culpa, e o porá sobre a ponta da orelha direita daquele que tem de purificar-se e sobre o dedo polegar da sua mão direita, e no dedo polegar do seu pé direito” (Lv 14:14). As três áreas citadas representam:
- Sangue na orelha direita – aquilo que ele ouve seria purificado;
- Sangue no polegar da mão direita – aquilo que ele toca seria purificado;
- Sangue no dedão do pé direito – os lugares por onde ele anda seriam purificados.
A direita dá uma ideia de poder sendo transmitido (pela mão direita). Isso significa que o ex-leproso recebeu sobre todas as áreas de sua vida poder restaurador que o capacita a retornar à vida de forma plena!
Nos versos 15 a 18 temos um outro relato interessante: “Também o sacerdote tomará do logue de azeite, e o derramará na palma da sua própria mão esquerda. Então o sacerdote molhará o seu dedo direito no azeite que está na sua mão esquerda, e daquele azeite com o seu dedo espargirá sete vezes perante o IHVH; e o restante do azeite, que está na sua mão, o sacerdote porá sobre a ponta da orelha direita daquele que tem de purificar-se, e sobre o dedo polegar da sua mão direita, e sobre o dedo polegar do seu pé direito, em cima do sangue da expiação da culpa; e o restante do azeite que está na mão do sacerdote, o porá sobre a cabeça daquele que tem de purificar-se; assim o sacerdote fará expiação por ele perante o IHVH” (Lv 14:15-18). O sacerdote tinha que colocar uma parte do sextário de óleo na palma da sua mão esquerda, uma cerimônia que pertence somente a este purificação dos leprosos. Não que haja algo de singular no uso do sangue juntamente com o azeite; isto também consta na cerimônia da consagração de Aharon (Lv 8:30), mas em nenhuma outra passagem consta a aspersão com óleo sete vezes perante o Senhor. Além disso, os sacerdotes que recebiam a aspersão do sangue em varias parte do corpo (Lv 8:23-24), não recebiam a segunda aspersão com o óleo, que era o caso dos leprosos. Só estes recebiam, além do sangue que, especialmente indica a reconciliação, o óleo que simboliza o poder tão necessário para ter uma vida de saúde recuperada. Aqui fica clara a necessidade de duas “unções” sobre o ex-leproso! Uma unção é para a “salvação” (cura) e outra é para a sua “consagração” ao Senhor!
No verso 21 temos o seguinte: “Porém se for pobre, e em sua mão não houver recursos para tanto, tomará um cordeiro para expiação da culpa em oferta de movimento, para fazer expiação por ele, e a dízima de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta de alimentos, e um logue de azeite” (Lv 14:21). O Azeite – não era o óleo da santa unção dos sacerdotes, mas um azeite de oliva que foi consagrado especificamente para este culto religioso; simbolizava que a dedicação a D-us desta vida estava sendo agora renovada. A medida de azeite requerida aqui é de 0,5 litro (meio litro). Este azeite deveria ser espargido sobre o pecador sete vezes, simbolizando assim a sua total rededicação ao Eterno, pois em sua vida cumpriu-se mais um ciclo e isso agora permite a ele reconciliar-se com o Senhor. Está escrito assim: “Depois o sacerdote com o seu dedo direito espargirá do azeite que está na sua mão esquerda, sete vezes perante o IHVH. E o sacerdote porá do azeite que está na sua mão na ponta da orelha direita daquele que tem de purificar-se, e no dedo polegar da sua mão direita, e no dedo polegar do seu pé direito; no lugar do sangue da expiação da culpa” (Lv 14:27-28). Essa “reconsagração” seria feita de tal forma que todas as partes do corpo do pecador seriam “ungidas” e assim santificadas para voltarem a exercer suas funções na plenitude da unção do Senhor e também de forma “avivada” pelo Espírito de D-us. O que aconteceria a partir desta unção?
- Azeite na orelha direita traria santidade (e discernimento) quanto ao que se ouve;
- Azeite no polegar da mão direita traria santidade (e cuidado) com aquilo que se faz – tanto no dar, quanto no receber;
- Azeite no dedão do pé direito traria santidade quanto aos lugares por onde se andará e também uma promessa de “possessão” que nos fala sobre “onde pisar a planta de nossos pés”, aquele lugar ser-nos-ia dado!
Agora temos o restante do azeite que tem uma outra finalidade: “E o que sobejar do azeite que está na mão do sacerdote porá sobre a cabeça daquele que tem de purificar-se, para fazer expiação por ele perante o IHVH” (Lv 14:29). Agora, o restante do azeite seria derramado sobre a cabeça do imundo que está sendo purificado! A cura – e a unção – agora aconteceram de forma plena na vida do leproso e ele agora pode retornar completa e calmamente à vida cotidiana da comunidade!
Há ainda a história dos quatro leprosos que nos ensinam grandes lições, a saber: II Rs 7.3-20.
Os leprosos tinham seus corpos doentes, porém em sua alma estavam estabelecidos os princípios e leis do Senhor, e com seu ato manifestaram o amor que sentiam pelo seu próximo.
Em 7:2 temos a frase: “Poderia suceder isso?” A descrença, a ausência de fé, não somente é um grande pecado contra D-us, mas também priva indivíduos e nações das bênçãos que D-us lhe deseja outorgar. O pecado individual, no caso, tem conseqüências nacionais. A passagem de Nm 13:25 a 14:38 mostra-nos o povo de Israel forçado a errar quarenta anos no deserto por causa de idêntico pecado (Hb 3:16-19 – Mt 13:58).
Em 7:4 aprendemos que a lepra não destruíra o raciocínio daqueles homens: estavam pensando de maneira bem lógica. Legalmente, não haveria para eles possibilidade de licença para penetrar na cidade (Lv 13:46 – Nm 5:2). Estavam nas mesmas condições dos sitiados: a morte pela peste ou pela fome dentro da cidade, e pela espada, ao redor da cidade.
Em 7:7 está dito que eles fugiram, pois fogem os perversos, sem que ninguém os persiga (Pv 28:1). Esta é a punição da desobediência (Lv 26:36-37).
Em 7:9 há outro fato. Estes leprosos tinham recebido riquezas acima de todas as suas mais ambiciosas expectativas, sem nenhum merecimento ou qualquer esforço. Aquelas riquezas eram suficientes para abastecer o povo inteiro, como se vê no versículo 16. Era, portanto, num dia de boas novas, e esconder aquelas boas novas seria uma grande maldade. De igual modo quem recebe a salvação eterna, a qual vem da graça de D-us e não do merecimento pelas obras humanas (Ef 2:8-10), tem grande responsabilidade de espalhar essa boa nova (Mc 16:15). A melhor pregação é ter vidas frutíferas segundo a vontade divina. Ef 2:10.
Já em 7:16, o mesmo D-us que outrora mandara o maná para o seu povo, no deserto, agora estava provendo, com abundância de alimento, as necessidades de seu povo afligido pelo inimigo, a um preço reduzido (o alqueire mencionado é a palavra hebraica seah, e essa medida equivale a 7,3 litros. E o siclo é equivalente a 11,4 gramas de prata,
Em 7:17 temos o oficial do rei que se apoiara na porta. Este oficial era um dos favoritos particulares do rei, e foi colocado para supervisionar a venda de alimentos. A violência da fome do povo culminou com uma situação de desespero tão grande, que a massa popular debandou, causando a morte do oficial e cumprindo assim a profecia de Eliseu (verso 2). Aqui os leprosos foram os heróis nacionais num tempo de crise!
Agora temos a lepra invadindo não a vida de uma pessoa, mas uma residência! Vejamos o texto e seus paralelos para entendermos que profundas relações existem aqui! “Falou mais o IHVH a Moshe e a Aharon, dizendo: quando tiverdes entrado na terra de Canaã que vos hei de dar por possessão, e eu enviar a praga da lepra em alguma casa da terra da vossa possessão, então aquele, de quem for a casa, virá e informará ao sacerdote, dizendo: Parece-me que há como que praga em minha casa. E o sacerdote ordenará que desocupem a casa, antes que entre para examinar a praga, para que tudo o que está na casa não seja contaminado; e depois entrará o sacerdote, para examinar a casa; e, vendo a praga, e eis que se ela estiver nas paredes da casa em covinhas verdes ou vermelhas, e parecerem mais fundas do que a parede, então o sacerdote sairá da casa para fora da porta, e fechá-la-á por sete dias. Depois, ao sétimo dia o sacerdote voltará, e examinará; e se vir que a praga nas paredes da casa se tem estendido, então o sacerdote ordenará que arranquem as pedras, em que estiver a praga, e que as lancem fora da cidade, num lugar imundo; e fará raspar a casa por dentro ao redor, e o pó que houverem raspado lançarão fora da cidade, num lugar imundo; depois tomarão outras pedras, e as porão no lugar das primeiras pedras; e outro barro se tomará, e a casa se rebocará. Porém, se a praga tornar a brotar na casa, depois de arrancadas as pedras e raspada a casa, e de novo rebocada, então o sacerdote entrará e examinará, se a praga na casa se tem estendido, lepra roedora há na casa; imunda está. Portanto se derribará a casa, as suas pedras, e a sua madeira, como também todo o barro da casa; e se levará para fora da cidade a um lugar imundo. E o que entrar naquela casa, em qualquer dia em que estiver fechada, será imundo até à tarde. Também o que se deitar a dormir em tal casa, lavará as suas roupas; e o que comer em tal casa lavará as suas roupas” (Lv 14:33-47).
A lepra que invade uma casa pode simbolizar o pecado que querendo tomar conta de uma igreja, que é comparada neste texto: “Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Elohim; edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Ieshua O Ungido é a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no IHVH. No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Elohim em Espírito” (Ef 2:19-22). Os membros são as pedras: “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Elohim por Ieshua O Ungido” (I Pe 2:5). A primeira coisa a ser feita é remover os móveis (v.36), que simbolizam todos os hábitos, costumes, cerimônias, e tradições que não têm fundamento na Palavra de D-us. Depois, com a casa vazia, procuram-se os sinais de corrupção e de podridão, (v. 37); estes se reconhecem logo, seja na prática, na doutrina ou no culto, pelo contágio que produzem, (v. 39). Procede-se então à remoção das pedras contaminadas, (v.40) -a excomunhão individual, conforme está registrado em I Co 5:1-15. Se depois disto não há cura e nem arrependimento, só resta a eliminação da casa, (v. 45), que significa a rejeição da igreja, conforme nos está dito em Ap 2:5 e 3:16, onde lemos: “Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres” (Ap 2:5) e também “Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca” (Ap 3:16). A lepra – pecado – é um mal que deve ser evitado a todo o custo e precisa ser tratado quando assim for detectado; não devemos subestimar o tamanho –extensão – da “mancha” causada pela “lepra”!
Assim como o problema é detectado, a solução para o mesmo é também oferecida. “Porém, tornando o sacerdote a entrar na casa e examinando-a, se a praga não se tem estendido, depois que a casa foi rebocada, o sacerdote a declarará por limpa, porque a praga está curada. Depois tomará, para expiar a casa, duas aves, e pau de cedro, e carmesim e hissopo; e degolará uma ave num vaso de barro sobre águas correntes; então tomará pau de cedro, e o hissopo, e o carmesim, e a ave viva, e os molhará no sangue da ave degolada e nas águas correntes, e espargirá a casa sete vezes; assim expiará aquela casa com o sangue da ave, e com as águas correntes, e com a ave viva, e com o pau de cedro, e com o hissopo, e com o carmesim. Então soltará a ave viva para fora da cidade, sobre a face do campo; assim fará expiação pela casa, e será limpa” (Lv 14:84-53). Aplicando-se o caso da lepra de uma casa a uma igreja invadida pelo pecado, descreve-se aqui a cura. O sangue da ave sugere o sangue precioso e purificador do Ungido; sem esta doutrina da salvação pelo sacrifício do Ungido, uma igreja passa a ser apenas uma sinagoga de Satanás. As águas correntes lembram o Espírito o Santo, cuja inspiração e poder trazem reavivamento a uma igreja pecadora. A ave viva é comparável ao pecador libertado, que voa livre e alegre pelo mundo depois de ser salvo, e o pau de cedro com o Madeiro que torna o crente capaz de participar da crucificação de O Ungido para que O Ungido viva nele (Gl 2:19-20). O hissopo é aquilo que aplica o sangue purificador e sugere a fé despertada e aplicada ao coração do homem pelo Espírito o Santo. O carmesim fala de purificação e de segurança que é o caminho diário dos membros de uma igreja verdadeira.
Quando a Torah fala sobre fluxos, devemos entender quais são estes e também a implicação de cada um deles na vida cotidiana dos judeus. “Falou mais o IHVH a Moshe e a Aharon dizendo: falai aos filhos de Israel, e dizei-lhes: Qualquer homem que tiver fluxo da sua carne, será imundo por causa do seu fluxo. Esta, pois, será a sua imundícia, por causa do seu fluxo; se a sua carne vasa o seu fluxo ou se a sua carne estanca o seu fluxo, esta é a sua imundícia” (Lv 15:1-3). Certos fluxos do corpo eram normais, mas causavam impureza cerimonial. Outros fluxos eram anormais e indicavam doenças. As doenças venéreas eram usualmente transmitidas através das relações sexuais promiscuas, sendo, pois, claramente associadas ao pecado. A palavra “fluxo” em hebraico é zôb e significa “fluxo, descarga”. Ela vem de uma raiz – zûb – que significa “fluir, jorrar, emitir, manar”. Esta palavra está também presente na expressão: “que mana leite e mel” (Lv 20:24); aqui porém se refere ao fluxo menstrual e seminal. A mesma raiz produz a palavra zûb, também traduzida “fluxo” (na segunda ocorrência no versículo três), que se refere a alguma impureza e que a Septuaginta traduz “gonorréia” doença conhecida desde a antiguidade mais remota, sendo tão antiga como o pecado que a produz. Este termo “fluxo” pode também significar diarréia!
Já nos versículos posteriores temos também: “Toda a cama, em que se deitar o que tiver fluxo, será imunda; e toda a coisa, sobre o que se assentar, será imunda. E qualquer que tocar a sua cama, lavará as suas roupas, e se banhará em água, e será imundo até à tarde. E aquele que se assentar sobre aquilo em que se assentou o que tem o fluxo, lavará as suas roupas, e se banhará em água, e será imundo até à tarde. E aquele que tocar a carne do que tem o fluxo, lavará as suas roupas, e se banhará em água, e será imundo até à tarde. Quando também o que tem o fluxo cuspir sobre um limpo, então lavará este as suas roupas, e se banhará em água, e será imundo até à tarde. Também toda a sela, em que cavalgar o que tem o fluxo, será imunda. E qualquer que tocar em alguma coisa que esteve debaixo dele, será imundo até à tarde; e aquele que a levar, lavará as suas roupas, e se banhará em água, e será imundo até à tarde. Também todo aquele em quem tocar o que tem o fluxo, sem haver lavado as suas mãos com água, lavará as suas roupas, e se banhará em água, e será imundo até à tarde. E o vaso de barro, que tocar o que tem o fluxo, será quebrado; porém, todo o vaso de madeira será lavado com água” (Lv 15:4-12). Pelo contexto do texto acima citado percebemos que aqui a palavra “fluxo” significa diarréia, ou seja, um incontrolável emitir de fezes que compromete inclusive o local onde tal pessoa se encontra! Tal falta de controle é característica de enfermidades que atingem o aparelho digestivo e excretor.
O homem continuava a constar como sendo imundo até que, fisicamente curado, era também cerimonialmente purificado. “Quando, pois, o que tem o fluxo, estiver limpo do seu fluxo, contar-se-ão sete dias para a sua purificação, e lavará as suas roupas, e banhará a sua carne em águas correntes; e será limpo. E ao oitavo dia tomará duas rolas ou dois pombinhos, e virá perante o Senhor, à porta da tenda da congregação e os dará ao sacerdote. E o sacerdote oferecerá um para expiação do pecado, e o outro para holocausto; e assim o sacerdote fará por ele expiação do seu fluxo perante o IHVH” (Lv 15:13-15). A sua purificação dar-se-ia após sete dias, tendo início com um banho em águas correntes; já a purificação cerimonial dar-se-ia através da morte de dois pombinhos, que representavam o estado anterior do homem com fluxo – impuro – e a sua atual condição de agora um homem puro e que novamente ascende, sobe, à presença do Eterno!
Na Torah temos três mandamentos para aqueles que tocassem numa pessoa com fluxo:
- lavar suas roupas 5-11
- 2) Banhar seu corpo – 11
3) Permanecer imundo até à tarde, isto é, passar o resto do dia observando a separação exigida pela impureza cerimonial e física, 13:45-46.
Um outro caso de impureza está registrado a seguir: “Também o homem, quando sair dele o sêmen da cópula, toda a sua carne banhará com água, e será imundo até à tarde” (Lv 15:16). Aquilo que a Escritura chama de “semente da cópula” é o sêmen que é ejaculado durante o ato de uma relação sexual ou através de manipulação. Tal emissão de fluxo seminal tornava o homem – e conseqüentemente a mulher – impuro até o entardecer. Pressupunha-se que eles haveriam de higienizarem-se através do banho para que, após isso e ao final da tarde eles pudessem ser declarados puros novamente.
Um outro caso de emissão de fluxo está relacionado agora com a mulher. “Também a mulher, quando tiver o fluxo do seu sangue, por muitos dias fora do tempo da sua separação, ou quando tiver fluxo de sangue por mais tempo do que a sua separação, todos os dias do fluxo da sua imundícia será imunda, como nos dias da sua separação” (Lv 15:25). O fluxo de sangue aqui citado é a menstruação que na mulher ocorre num ciclo – nem sempre regular – de vinte e um dias. Esse período de emissão de sangue através da menstruação torna a mulher “impura”. Esta palavra não deve ser interpretada como “suja”, mas sim como “separada” dos demais, pois nesta época a mulher está emitindo para fora de seu corpo a vida que não foi fecundada (óvulos) juntamente com o sangue! Devemos também compreender que na época em que estas leis foram dadas não existiam condições de higiene e de “preparo e manutenção” do período menstrual como existem hoje. Havia a necessidade da mulher ficar separada dos demais, pois sua condição física assim o exigia.
Quanto ao local e os objetos que esta mulher tocasse, seria assim: “Toda a cama, sobre que se deitar todos os dias do seu fluxo, ser-lhe-á como a cama da sua separação; e toda a coisa, sobre que se assentar, será imunda, conforme a imundícia da sua separação. E qualquer que a tocar será imundo; portanto lavará as suas vestes, e se banhará com água, e será imundo até à tarde. Porém quando for limpa do seu fluxo, então se contarão sete dias, e depois será limpa. E ao oitavo dia tomará duas rolas, ou dois pombinhos, e os trará ao sacerdote, à porta da tenda da congregação. Então o sacerdote oferecerá um para expiação do pecado, e o outro para holocausto; e o sacerdote fará por ela expiação do fluxo da sua imundícia perante o IHVH” (Lv 15:26-30). Devemos perceber que tudo o que está sendo utilizado por esta pessoa torna-se assim como ela: impuro! Há então a necessidade de fazer-se a purificação de tais objetos e também do sacrifício dos dois pombinhos, que, ao oitavo dia seriam oferecidos ao Eterno a fim de que essa pessoa começasse novamente um novo ciclo de sua vida!
O capítulo termina com estes versos: “Assim separareis os filhos de Israel das suas imundícias, para que não morram nas suas imundícias, contaminando o meu tabernáculo, que está no meio deles. Esta é a lei daquele que tem o fluxo, e daquele de quem sai o sêmen da cópula, e que fica por eles imundo; como também da mulher enferma na sua separação, e daquele que padece do seu fluxo, seja homem ou mulher, e do homem que se deita com mulher imunda” (Lv 15:31-33). Estas leis tinham como objetivo principal gravar nas mentes dos israelitas a necessidade da reverência para com o santuário de D-us. Para que o culto prestado a D-us Lhe fosse aceitável, era necessário uma grande prudência religiosa, para andar em pureza de coração e santidade de vida. Estas leis faziam os adoradores compreenderem seu papel de pecadores neste mundo transitório, tão cheio de tentações e de corrupção, e que por isto mesmo sempre haveria a necessidade da misericórdia divina, do perdão através da grande expiação que se prefigurava em todos esses sacrifícios e purificações.
Nós percebemos aqui também a intenção do Eterno em nos ensinar que existe uma grande necessidade de tomarmos certos cuidados com o lugar da habitação do Senhor. Não seria possível ao homem entrar na presença do Eterno estando num estado de impureza, contaminado. Para isso o Eterno promulgou leis e mandamentos que apontam para uma realidade futura em nossa relação com D-us! Ainda hoje há a necessidade de termos um santuário puro para que o Eterno venha ali habitar. Isso nos fala sobre pureza espiritual, moral e física que ainda hoje são pré-requisitos para que o Espírito de D-us possa em nós habitar e também nos usar a fim de que proclamemos estas verdades ao mundo.
Que o Eterno nos ajude a compreender o cumprirmos os seus desígnios em nossas vidas!
Baruch Há Shem!
Mário Moreno