Libertação
Libertação
A verdadeira libertação do Egito
Libertação… será que hoje, em nosso mundo high tech as pessoas ainda sentem a necessidade de serem libertas de prisões físicas e espirituais que as oprimem? Ou será que tudo isso é tratado como se fora apenas mais um impulso meramente humano e que não trará nenhum mal à nossa vida?
Quando falamos sobre a libertação do Egito – que é também uma figura do mundo – alguns fatos vêm à nossa mente:
Primeiro é que nós precisamos reconhecer que somos escravos e que também queremos – desejamos – que um poder superior possa nos trazer libertação. Isso ocorre somente quando nós nos sentimos enganados e esmagados por forças sobre as quais não temos controle!
Em segundo lugar é necessário que reconheçamos que existe somente um que pode libertar-nos: este é o Senhor! É sabido por todos que existem somente dois senhores em todo o universo: o Senhor e há satan. Se alguém necessita de libertação isso significa que tal pessoa ainda não é realmente livre. E isso ocorre somente sob o domínio de há satan, que subjuga pessoas a fim de escravizá-las e depois levá-las para o inferno!
Em terceiro lugar precisamos clamar ao Senhor pela nossa libertação! Enquanto não acontecer isso não poderemos realmente tornar-nos livres, pois é necessário que abramos nossos lábios e peçamos que o grande libertador – o Senhor – se mova em nossa direção e combata aquele que ainda nos prende!
Após a libertação vem então a segunda fase da mesma: o início da caminhada para a terra prometida! Há uma promessa de que todos aqueles que amam e obedecem ao Senhor entrarão nesta terra e a possuirão. Mas, antes disso ocorrer é necessário que passemos pelo deserto…
O deserto é conhecido como “lugar de provação”, pois é justamente ali que o Senhor prova o coração de cada filho que toma para si. É no deserto que haverão de revelar-se aqueles que sincera e honestamente amam ao Senhor, bem como revelar-se-ão aqueles que estão ali por outros motivos diversos, menos por amarem ao Senhor…
Tais pessoas tem reações peculiares enquanto caminham pelo deserto… Elas geralmente argumentam assim: “E disseram a Moshe: Não havia sepulcros no Egito, para nos tirar de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos fizeste isto, fazendo-nos sair do Egito? Não é esta a palavra que te falamos no Egito, dizendo: Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? Pois que melhor nos fora servir aos egípcios, do que morrermos no deserto. Moshe, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do IHVH, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais os tornareis a ver. O IHVH pelejará por vós, e vós vos calareis” (Êx 14:11-14).
Perceba o que está sendo dito aqui: “Moshe, você nos tirou do Egito e agora vai nos enterrar neste deserto?” O povo declara que na opinião deles Moshe os tirara do Egito!!! Então a responsabilidade por tudo o que estava ocorrendo era realmente de Moshe! Este foi o primeiro enganos que o povo cometeu em seu julgamento quanto ao que havia ocorrido com eles em sua saída do Egito. Um outro detalhe é que este mesmo povo diz haver argumentado com Moshe sobre a possibilidade deles terem ficado no Egito servindo aos seus antigos senhores… Após o processo de libertação aparecem os primeiro problemas e quando isso acontece existem dois tipos de reações possíveis: a primeira é justamente esta: a murmuração. Tal posicionamento implica em que estas pessoas estão dizendo ao seu líder que não estão satisfeitas com seus atos e preferem retornar à sua condição anterior. Um outro posicionamento possível é a postura que o próprio Moshe teve: “Não temais; estai quietos, e vede o livramento do IHVH, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais os tornareis a ver”. Moshe sabe que quem os havia libertado – definitivamente – do Egito havia sido o Eterno e por isso eles deveriam esperar por uma atitude do próprio D-us em relação aos fatos que os estavam afligindo!
Moshe resolve a questão dizendo: “O IHVH pelejará por vós, e vós vos calareis”. Não há por que preocupar-se. Esta batalha contra o Faraó – rei do Egito – é simplesmente desigual e somente uma pessoa teria a capacidade de vencer o maior império daquela época: o próprio D-us Criador! Não há o que temer; é simples. Devemos então esperar e observar o que o Eterno fará a fim de nos livrar daqueles que nos ameaçam.
Três coisas precisam ser destacadas aqui:
O processo de libertação do Egito seria irreversível. Para eles não havia como voltar atrás em seu caminho. É impossível que Faraó aceite novamente o povo sem qualquer medida punitiva séria contra eles. Assim é com há satan, pois quando alguém decide livrar-se de suas mãos vindo para o Senhor e depois retorna, esta pessoa recebe aquilo que chamamos de “tratamento vip”, sendo duramente castigada – as vezes até chegar à morte – por não ter se mantido fiel à há satan.
O Eterno havia agido em consonância com um clamor que chegara até Ele. Isso então nos fala sobre uma atitude de alguns que realmente desejavam a libertação. Os demais parecem ter “pego carona” com o povo que deixou o Egito e agora estavam arrependidos de sua atitude impensada.
O povo havia sido liberto fisicamente do Egito, porém seu coração permaneceu no Egito. Haviam ainda vínculos físicos com o Egito – eles não haviam se convertido de fato – e isso fazia com que seu corpo físico desejasse novamente as “mordomias egípcias”. Também sua alma não havia sido liberta, pois os pensamentos daquelas pessoas com muita freqüência voltava para sua antiga vida no Egito. Seus sentimentos ainda os prendiam fortemente à seu recente passado e à sua antiga nação. Por fim, os vínculos espirituais não foram quebrados, pois aquelas pessoas ainda carregavam em seus corações os antigos pactos com os deuses egípcios. Isso os impedia de reconhecerem que o Eterno estava no controle da situação e que agora não mais pertenciam aos deuses egípcios, mas sim ao Senhor.
Tudo isso aconteceu somente por um motivo: “E subiu também com eles muita mistura de gente, e ovelhas, e bois, uma grande quantidade de gado” (Êx 12:38). Os israelitas saíram do Egito acompanhados por outros povos que ali residiam e já não mais queriam estar no Egito! A mistura de gente acabou corrompendo aos israelitas e levando muitos deles a murmurarem contra o Senhor! O resultado final: a morte!
O que nos resta então? Somente caminharmos com o Eterno de tal forma que não nos esqueçamos que Ele nos ama e por isso permitirá que sejamos tratados – ainda que no deserto – até estarmos realmente prontos para sermos totalmente usados por Ele!
Que ele faça cumprir em nós a Sua Torah!
Mário Moreno.