Torah a Árvore da Vida

Mário Moreno/ setembro 27, 2019/ Artigos

Torah a Árvore da Vida

O grito para despertamento de Judeus e Não-Judeus

“Esta situação é semelhante à de uma pessoa que acha que ele atingiu um entendimento da verdade, em um momento, embora tenha um conhecimento muito escasso e tenha feito apenas fracas tentativas (em análise penetrante) e negligenciado todas as sabedorias e se contentado com a interpretação simples das Escrituras…”

– Moisés Maimonides, Tratado sobre a Ressurreição.

Portanto é tempo de deixar o ensino a respeito do início da vida no Mashiach para que cresçamos em maturidade…” – Hebreus 6:1a.

Assim pois a palavra de IHVH se tornou para eles ordem sobre ordem e ordem sobre ordem, regra sobre regra e regra sobre regra; um pouco aqui, um pouco ali; para que vão, e caiam para trás, e fiquem quebrantados, enlaçados e presos” – Isaías 28:13.

Existe um tema similar nas três citações acima. As palavras de Maimonides são direcionadas à pessoa que recebeu o entendimento das coisas básicas das Escrituras, e com isto desenvolveu uma atitude arrogante de que “sabe tudo”. A segunda citação, do livro de Iehudim (Hebreus), é direcionada a crentes que conhecem algumas coisas, e os encoraja a não estagnarem, mas a aprenderem mais, uma vez que a atitude descrita acima pode levá-los a caírem. A última citação, de Ieshayahu (Isaías), foi direcionada àqueles que se afastaram completamente da Torah que conheciam anteriormente, e precisavam ser alimentados aos poucos sobre a verdade da Torah novamente, mas que desistiram.

A RESTAURAÇÃO DA TORAH DO ETERNO – HISTORICAMENTE

O que estamos vendo nos tempos atuais é a encenação destes princípios. De uma perspectiva histórica, o Eterno tem restaurado a verdade sobre Sua Torah em uma escala global por boa parte do século passado. Grupos tais como Christian Jew Foundation, Chosen People Ministries, Zola Levitt, Jewish Voice e outros começaram a introduzir o conceito de trazer os seguidores de Ieshua de volta às suas raízes judaicas. O “produto inicial” deste conceito foram os chamados “judeus crentes”.

Este foi apenas o primeiro passo no processo de D-us. Nas últimas duas décadas, um novo fenômeno ganhou raiz – o desenvolvimento de forma mais plena do Judaísmo Messiânico. Ao invés de se identificarem como cristãos de nacionalidade judaica, os judeus começaram a reter por completo a sua “judaicidade”, tanto culturalmente quanto

religiosamente. Tais crentes começaram a se distanciar dos rótulos de “cristão” e de “Jesus”, chamando a si mesmos de judeus que seguiam a Ieshua. Agora havia uma escolha clara para Judeus que quisessem seguir o Messias do “Novo” Testamento.

Poderiam optar por seguir a Jesus e ao Cristianismo, ou a Ieshua e ao Judaísmo.

Em um caminho paralelo, outra parte do plano de D-us começou a se desdobrar – muitos gentios começaram a se sentirem atraídos por esta nova visão da fé, chamando a si mesmos de “crentes messiânicos” ou simplesmente de “messiânicos”. Ao invés de se considerarem “cristãos”, tais gentios, em maior ou menor grau, se enxergavam como “adotando a fé de Israel”.

Mas D-us ainda não havia concluído esta obra. Mais recentemente, e iniciado pelo Judaísmo Messiânico, temos visto um retorno à “observância da Torah”. Este desenvolvimento fomentou um grande debate – Qual é o papel da Torah na vida do crente? Na vida de judeus conservadores e ortodoxos, a Torah tem papel significativo e deve ser observada ao máximo. Mas quanto dela deveria um judeu messiânico seguir? E o que dizer dos “gentios messiânicos”? Eles também deveriam seguir a Torah? Agora mais e mais questões aparecem aqui e as respostas nem sempre são satisfatórias.

Mais uma vez a Torah seria vista como “pedra de tropeço” dentre os seguidores do Messias – alguns dizendo que a mesma não é importante, outros dizendo que é para judeus crentes mas não para gentios crentes, e outros dizendo que é para ambos.

A RESTAURAÇÃO DA TORAH DO ETERNO – NO INDIVÍDUO

A ressurgência global do “Judaísmo Messiânico Observante da Torah” e as décadas de modificações que deram origem ao mesmo é um espelho do que está ocorrendo nas vidas de indivíduos ao redor do mundo hoje em dia – e isto inclui crentes gentios. Muitos destes gentios são primeiramente atraídos pela ideia de que “o Cristianismo tem raízes judaicas” e começam a ler o seu “Antigo Testamento” com um novo desejo de descobrirem “o que estão perdendo”. Alguns fazem progresso a tal ponto de perceberem que “Jesus era judeu” e adicionam novas palavras ao seu vocabulário e mostram maior

respeito pelas coisas judaicas. Estas pessoas começaram a abrir seus corações e mentes para muito mais do que apenas o que escutavam nos púlpitos aos domingos. Eles são exatamente o oposto da pessoa à qual Maimonides (ver citação acima) se referiu, não se contentando apenas com as “ideias básicas” que aprenderam em sua religião.

Outros, como o autor de Iehudim (Hebreus) escreveu, vão além destas “coisas básicas”. Muitos destes começam a perceber que Ieshua na realidade pregava a Torah, e que não há nada de errado em fazer algumas destas “coisas judaicas”. Alguns começam a celebrar o Pessach, outros até mesmo visitam congregações messiânicas no Shabbat quando têm chance. Alguns chegam até mesmo a adquirir o “Jewish New Testament” (Novo Testamento Judaico, de David Stern) para obterem uma visão melhor sobre aquilo que estão começando a aprender.

E por fim há aqueles que continuam a permitir que o D-us de Israel os leve ao retorno completo à fé de Israel (Ef 2:10-12). Eles leem as novidades escritas por autores messiânicos observantes da Torah. Eles aprendem que a “ideia popular” de que Sha´ul (Paulo) pregava contra a Torah na vida de um crente é errada – um produto de séculos de interpretação (e até mesmo tradução) errada devido à igreja católica ter sido tendenciosamente anti-Torah. Eles veem a Torah como aquilo que a Torah sempre foi – revelação e instrução de Eterno. Por amor ao Eterno, e desejo de conhecer mais sobre Ele, eles começam em uma jornada de incorporar a Torah em seu estilo de vida, com o objetivo de que um dia a Torah se torne o seu estilo de vida.

Estas pessoas aprenderam que sempre houve, e permanece, uma Torah para todo o povo do Eterno – quer judeu quer gentio. HaShem não muda.

O PROCESSO DE REDENÇÃO DIVINA

O processo que o Eterno usa para trazer de volta o seu povo à Torah é o mesmo que Ele sempre usou para trazer de volta aqueles que se desviaram. Este processo pode ser dividido nas seguintes etapas:

1 – Ele revela Sua verdade a você (do jeito que você é e independente de onde você está)

2 – Ele te faz sair do confinamento de onde você está (onde você não consegue serví-Lo de fato)

3 – Ele substitui o erro e medo que havia em seu caminho anterior, instruindo-o na Sua Torah

4 – Ele o torna aceitável a Ele O processo dEle para atingir este objetivo pode ser visto na forma em que Ele lidou com aqueles que haviam saído do Egito com Moshe: Shemot (Exodo) 6:6-7: “Portanto dize aos filhos de Israel: Eu sou IHVH; EU VOS TIRAREI (v’ hotzeiti et’ chem) de debaixo das cargas dos egípcios, EU VOS LIVRAREI (vhitzalti et’ chem) da sua servidão, e EU VOS RESGATAREI (v’ ga’ alti et’ chem) com braço estendido e com grandes juízos. EU VOS TOMAREI POR MEU POVO (v’ lakachti et’ chem li l’ am) e serei vosso Elohim; e vós sabereis que eu sou IHVH vosso Elohim, que vos tiro de debaixo das cargas dos egípcios.”

  • – Ele os fez “livres” através da Sua revelação, eles pararam de servir o Egito e apesar de ainda permanecerem fisicamente um pouco mais na terra do Egito;
  • – Ele fisicamente os tirou do Egito (Egito = “Miztrayim” = local confinado)
  • – Ele os redimiu ao trazê-los através das águas e dando o golpe final fulminante nos egípcios quando as águas os aniquilaram (e isto deu ao povo grande confiança)
  • – Ele os tomou por povo e prometeu uma terra onde eles seriam livres para servi-Lo através da Sua Torah.
  • Quando Israel saiu do Egito, eles pararam para pegarem água em um local chamado Marah (Shemot / Êxodo 15:22-27). Porém, lá a água era amarga. D-us instruiu a Moshe (Moisés) para pegar uma certa árvore e lançá-la na água. A água então ficou doce. O Eterno imediatamente deu continuidade a isto ao dar-lhes estatutos e ordenanças adicionais, dizendo que Ele lhes testaria a obediência.

Existem muitas lições aqui:

1 – O Eterno não havia concluído o Seu trabalho para com Israel simplesmente por haver se revelado a eles e tê-los tirado do Egito. Eles tinham motivos para achar que o trabalho do Eterno estava concluído, uma vez que o plano divino ainda não lhes havia sido revelado. Uma vez que obtiveram sua nova liberdade, eles imediatamente encontraram um “problema.”

2 – O Eterno imediatamente os mostrou, através de um milagre, que Ele queria que o relacionamento com eles continuasse e crescesse.

3 – O fato de que uma árvore foi usada não deve ser ignorado, pois é um eufemismo para a Torah.

4 – O Eterno imediatamente lhes dá mais da Sua Torah (estatutos e ordenanças) como um meio de aprofundarem o seu relacionamento com Ele.

5 – Ele então testa e redefine a fé/relacionamento com Ele através da obediência do povo à Torah.

O Eterno é consistente e imutável. Ele usa o mesmo processo hoje para trazer o povo, inclusive os gentios, à Torah:

1 – Ele te torna livre ao Se revelar e revelar o Seu Messias a você (mesmo que frequentemente isto se dê em um local imperfeito, isto é, uma “igreja”)

2 – Ele te faz sair do local onde você não pode crescer na Sua Torah (levando-o para o movimento messiânico)

3 – Ele te ensina as verdades mais profundas sobre a Sua Torah (assumindo mais da Torah para aprender dEle)

4 – Ele te torna aceitável perante Ele.

CONTRARIANDO O PLANO DE D-US

Muita gente, principalmente dentro do Cristianismo, frequentemente não passa do primeiro dentre os quatro estágios descritos acima. São expostos aos ensinamentos elementares (porém críticos) da Torah, tais como: D-us é real, D-us te ama, D-us quer que os seus pecados sejam perdoados, etc. Tudo isto é muito bom, mas vir a conhecer D-us e o Messias não é o fim da estrada – é o começo de uma jornada para a vida inteira, a fim de:

  1. a) se tornar conforme a Imagem de D-us;
  2. b) crescer em intimidade com Ele

A ÚNICA forma que D-us deu para que façamos estas coisas é a Sua Torah. É por isto que ela foi dada a nós.

Assim como Maimonides sabiamente escreveu: “Existe uma imensa diferença entre a orientação levar a um conhecimento da existência de algo e uma investigação da verdadeira realidade da essência e substância deste algo.”

– Moisés Maimonides. O Guia dos Perplexos, capítulo 46.

Não existe “estagnação perfeita” no seu caminhar com D-us. Se você não cresce, apodrece. A única coisa que pode contrariar o processo de D-us são os próprios seres humanos. Existem muitos que obtêm a revelação inicial de D-us ao ouvir Sua Torah e de cara a rejeitam. Outros a recebem, mas por diversas razões, acabam caindo. Esta é a Torah do poder soberano, da qual Ieshua falou em Matitiyahu / Mateus 13:4-9; 18-23.

Infelizmente, muitos dos que alegam ter fé no “Messias” atualmente permanecem estagnados após “se chegarem a Ele”. Eles preferem ficar no seu próprio “Egito pessoal” ao invés de deixar que o Eterno os leve para onde Ele deseja que estejam. Isto prevalece tanto no Catolicismo quanto nas denominações Protestantes, que costumam pensar (e com razão) que são diferentes, mas que ainda compartilham um ponto teológico crucial: a rejeição do papel da Torah do Eterno na vida do crente. Estão cegos quanto à verdade de versos nas Escrituras que eles tão rapidamente citam – Escrituras que não só falam, como também alertam, da importância da Torah.

Por exemplo, quando Ieshua diz que nem uma pequena parte da Torah foi abolida e que aqueles que ensinam o contrário estão errados (Matitiyahu / Mateus 5:17-21) – O Cristianismo diz que Ele quis dizer outra coisa.

Quando Sha´ul escreve que a Torah não é anulada pela fé (Rm 3:30) e que aqueles que são do Espírito devem seguir a Torah (Rm 8:5-9) – tudo é “espiritualmente desmentido” pelas igrejas.

Quando João em suas epístolas escreve que aqueles que dizem que conhecem ao Eterno mas não cumprem as Suas mitzvot (mandamentos) estão enganados e que ele não se refere a novas mitzvot (I Iochanan / Jo 2:3-7), e quando fala daqueles que terão a recompensa final sendo aqueles que cumprem as mitzvot (mandamentos) de D-us (Ap 12:17; 14:12; 22:14) – ainda assim os cristãos são ensinados nas igrejas de que isto também não se refere às mitzvot (mandamentos) da Torah, mas ao invés disto aos “mandamentos de Cristo”! Como se o Pai e Ieshua “jogassem com regras diferentes!” Ieshua disse que as coisas não são assim (Matitiyahu / Mateus 5:17-21, Yochanan / Jo 10:30).

Tais professores e seus seguidores são exatamente como aqueles de quem Maimonides falou em seu Tratado sobre a Ressurreição. Eles recebem um pouco da verdade – que D-us é real, e que é a fé e não as obras que nos salvam. Ao invés de aceitarem e crescerem na Torah de D-us, eles se enroscam nos espinhos das suas doutrinas denominacionais. Depois de um certo ponto, eles próprios começam a rejeitar a mensagem de qualquer um que apareça em suas vidas pregando que D-us não mudou e que Sua Torah permanece ainda hoje. Eles respondem recitando aquilo que a religião

deles os manda recitar, que “não estão debaixo da Lei” ou que tem “liberdade em Cristo”, não tendo a menor noção do que tais termos querem dizer ou do contexto original, uma vez que interpretam as Escrituras inteiras com a mesma mente anti-Torah na qual foram instruídos.

Como uma pessoa que recentemente escreveu para o YashaNet disse, “A Igreja se prendeu em um círculo. Está cega por causa do paganismo, e o paganismo impede que eles vejam a verdade.”

O FIM DOS DIAS

Alguém poderia se indagar: Pode uma pessoa verdadeiramente ter o Espírito de D-us nela se rejeita a verdade sobre a Torah de D-us? Ou será que eles possuem um falso espírito – um que chega até mesmo a dizer “Senhor, Senhor” (Matitiyahu / Mt 7:15-23) e faz grandes coisas em nome dEle, apenas para enganá-los, por rejeitar a autoridade dos mandamentos da Torah de D-us e praticam a iniquidade (que, no original é literalmente: violação da Torah. Ou seja, doutrina anti-Torah)?

A nossa experiência tem mostrado a ele que existe sim um conflito espiritual entre o Judaísmo Messiânico Observante da Torah e o Cristianismo. Por exemplo, quando um “cristão tradicional” está em uma discussão espiritual com um mórmon, um testemunha de jeová, um muçulmano, hindu ou até mesmo um pagão, ele normalmente procura “manter a calma” ao falar com tal pessoa, mesmo que tal pessoa o antagonize. Contudo, se um crente messiânico observante da Torah discute com o mesmo cristão, a situação costuma deteriorar rapidamente. Em tais situações, existe realmente espíritos em conflito. Será que ambos espíritos são de D-us? Este conflito existe desde antes do quarto século, quando os Judeus Messiânicos (aqueles que seguiam Ieshua) foram criticados e até mesmo perseguidos por terem algo em comum com o Judaísmo (isto é, a Torah) em detrimento do Cristianismo.

Existe profecia de um grande engano nos últimos tempos. Somos avisados quanto a coisas tais como “o mistério da iniquidade” e o erro da “igreja de Laodicéia” e a doutrina da “prostituta de Bavel (Babilônia)”. Os três compartilham uma mesma linha: a rejeição à Torah do Eterno na vida do crente – substituindo-a por algo que parece ser “divino” (e chamam isto de “liberdade em Cristo”) mas na realidade esta é uma mentira muito antiga.

“Iniquidade” é definida nas Escrituras como sendo violação da Torah. A “igreja” de Laodicéia é punida por sua arrogância espiritual (por seguir seu próprio caminho ao invés de seguir a Torah), algo pelo qual outrora fora louvada. A doutrina da “prostituta de Bavel (Babilônia)” é bem antiga, tendo em suas origens a rejeição da autoridade da Torah.

A doutrina que todos estes compartilham provém de HaSatan, o pai de todas as mentiras, e pode ser visto lá no princípio no Gan Eden (Jardim do Éden) quando ele desafiou a Torah de D-us (Bereshit / Gênesis 3). Se manifestou no homem através de Nimrode em Bavel (Gênesis 10), alguém que uma vez estivera tão perto de D-us que poderia ter sido poderoso no Eterno, mas que rejeitou a Sua Torah e seguiu seu próprio caminho.

Posteriormente, Zacarias escreveu sobre tal doutrina (5:6-10) e a representa como saindo no mundo pelas terras de Shinar em Bavel (Babilônia). E mais posteriormente ainda, se levanta em meio ao povo escolhido de D-us no espírito de Efraim, que rejeitou a Torah e se voltou à idolatria (Melachim Alef – I Reis 12).

Em tempos mais “recentes”, tal doutrina ressurgiu dentre os seguidores de Ieshua, com o desenvolvimento do paganismo no “Cristianismo de Constantino e do Conselho de Nicéia”, os quais deram as cartas durante anos de teologia anti-semita, culminando na igreja atual, e sua visão de um Jesus contrário à Torah.

UM CENÁRIO NÃO CONSIDERADO

O livro de Apocalipse fala de 144.000 judeus que andam com o Ungido, e que nesta época estarão sendo separados para uma missão especial que certamente redundará em benefícios para o mundo. Enquanto isso as boas novas continuarão sendo pregadas a todos. Quem ouvirá e aceitará as boas novas? Será que tal público será composto por “cristãos” que agora recebem e aceitam a verdade plena – que não é possível separar a Árvore da Vida, a Torah – do Doador da Vida, Ieshua? Será que a ideia confortável da “Igreja ser arrebatada” antes da tribulação é uma mentira de HaSatan e parte do grande engano que está por vir?

Aqui está uma hipótese ainda mais assustadora. Será que o verdadeiro anti-Messias na realidade estará na vanguarda, encorajando a todos a “procuraram pelo anti-Cristo”? Você acha que HaSatan não é capaz de criar tal engano? Será que seres humanos falíveis não são capazes de serem enganados pelo pai de todas as mentiras? Principalmente se optarem por rejeitar a verdade da Torah do Eterno? Esta procura pelo “Anti-Cristo” (ou Anti-Mashiach) continua como uma “febre” em que pessoas tentam desesperadamente identificar nos personagens contemporâneos esta pessoa – o anti-Cristo. Tudo isso é feito sem qualquer respeito às regras hermenêuticas e nem à tradição judaica e por isso o erro acontece e é fatal, pois quem “aponta” uma figura mundial como sendo o anti-Cristo e depois percebe que errou cai em descrédito a nível mundial! Então, certamente há um espírito de engano operando no meio e que busca tirar o foco da verdade dando “opções” mais variadas às pessoas inclusive a nível de interpretação.

Eis outra hipótese. Será que haverá de fato um “arrebatamento pré-tribulacionista” – mas apenas para aqueles que confiam em Ieshua e aceitam a Torah, como um alerta de D-us de que é tempo de nos acertarmos com a Palavra dEle – a Torah?

D-us pode e de fato remove àqueles que seguem os Seus caminhos, antes do Seu julgamento, para que eles não tenham que passar pela “tribulação”. Aos justos nos tempos de Noach foi permitido morrerem naturalmente, antes do dilúvio exterminar os habitantes da terra (no caso de Enoch, ele foi simplesmente removido sem experimentar a morte). À congregação de Filadélfia (Ap 3:7-13) parece ter havido a promessa de que eles não passariam pela tribulação que assolará a terra, por serem aqueles que têm a “Chave de David.”

Ao estudarmos os Tehilim (Salmos), principalmente 118 e 199, torna-se evidente que aqueles que podem entrar pelo portão são os que praticam a justiça, a qual está diretamente ligada à Torah. Aqueles que fazem parte de Israel (tanto naturais quanto enxertados – vide Rm 9-11) tomarão parte no casamento de D-us com Israel e no grande Shabbat (o Milênio) que virá em seguida.

Uma coisa é certa de acordo com a Torah de D-us. D-US NÃO SE CASARÁ COM “A IGREJA”. Isto seria uma violação da Torah, pois Ele prometeu casar-se com Israel (novamente) depois de repudiá-la por um tempo breve por causa de seu adultério espiritual. A ideia de que o Eteno se casa com “a Igreja” é a famosa teologia da substituição, um ensinamento fundamentado na mesma arrogância espiritual mencionada em Apocalipse 3:17, contra a qual Sha´ul alerta os gentios em Romanos 9-11.

A porta está aberta para estas pessoas em Apocalipse, as quais detêm a Chave de David através de Ieshua. Aos de Laodicéia, D-us manda baterem à porta para que entrem (um versículo usado erradamente com frequência como se o bater na porta fosse o “testemunho” quando na verdade este texto é destinado àqueles que já eram parte da “igreja” de Laodicéia). Eles batem à porta tardiamente porque rejeitaram a Torah quando tiveram oportunidade de aceitá-la. Eles são as virgens insensatas na parábola contada por Ieshua – talvez eles não tenham o óleo da Torah em suas lâmpadas! Eles foram de fato convidados, mas se afastaram da verdade.

Contudo, TAIS PESSOAS NÃO ESTÃO “PERDIDAS”, caso contrário por que Ieshua os avisaria para baterem? Sabemos que Ieshua diz que aqueles que ensinam contra a Torah serão os “menores no Reino” (Matitiyahu / Mt 5:19). Talvez estas pessoas que não “chegaram para o casamento na hora certa” precisam serem corrigidas (temporariamente repudiadas durante a tribulação) antes de assumirem o papel que devem assumir?

As Escrituras suportam esta ideia. Em Zc 2:14-4:7, o profeta tem uma visão que é aplicada aos últimos dias. Havia um Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) chamado Iehoshua (Josué, mas não o mesmo Josué dos tempos de Moshe). Apesar de ser destinado ao seu ofício, a ele não foi permitido ministrar porque não respeitou a Torah e pecou.

D-us o permitiu ser temporariamente repudiado, corrigir seu erro, e só depois disto ele recebeu sua veste branca e foi feito cohen (sacerdote). Em Apocalipse, vemos que aqueles que seguem a Torah recebem as mesmas vestes brancas (Ap 7:9; 7:13-14; 12:17; 14:12; 22:14).

O Eterno agiu da mesma maneira com Israel (e ainda continua a agir assim). Eles foram e são os Seus escolhidos. Eles deveriam ser “luz do mundo”. Quando eles falharam em honrar a Sua Torah, Ele não acaba com a Sua promessa – contudo, Ele os repudia temporariamente – às vezes de forma bem severa, como a história já nos mostrou, mas com a promessa e objetivo de que um dia todo (todo quer dizer 100%, nem um sequer a menos) Israel será salvo (Rm 11:26).

Atualmente, um gentio que “põe sua fé” no Eterno, também compartilha das mesmas promessas no que se refere à sua função de cohen (sacerdote) no Reino Messiânico e no Mundo Vindouro.

A pergunta a respeito de tal pessoa é: Pode tal pessoa esperar ser um “sacerdote no Poder soberano de Elohim” se a fé cristã da qual ele atualmente faz parte ensina que a Torah na qual o sacerdócio se baseia integralmente não possui função em sua vida?

Iehoshua (Josué), o Sumo Sacerdote indicado em Zacarías, não pôde exercer sua função sem respeitar a Torah, e teve que passar por sua própria “tribulação” antes de se tornar apto. O mesmo acontece com Israel. Será que o Eterno mudou? Ou será que os seguidores do Cristianismo anti-Torah que acreditam que serão arrebatados como “Noiva de Cristo” terão um duro choque num futuro próximo?

As Escrituras, como sempre, dão a resposta…

“O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porquanto rejeitaste o conhecimento, também Eu te rejeitarei, para que não sejas cohen (sacerdote) diante de mim; visto que te esqueceste da Torah do teu Elohim…”

Pois Eu, o IHVH, não mudo… lembrai-vos da Torah de Moshe, meu servo…” (Malachi / Ml 3:6 e 4:4).

Conclusão:

Há uma enorme necessidade de um retorno imediato à verdade e esta está contida nas Escrituras Bíblicas e Judaicas. Não há como fugir desta questão, pois não somente as Escrituras como também a história nos mostra que o destino final aponta para Israel. Então devemos estar unidos à Torah da Verdade, que é chamada também de “Árvore da Vida” e que nos conduzirá a Ieshua e posteriormente ao conhecimento que nos trará crescimento e finalmente seremos restaurados para auxiliarmos a muitos que ainda carecem do conhecimento da Verdade.

Baruch há Shem!

Adaptação: Mário Moreno.

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