Medo em si
Medo em si
Filhos e familiares. Eles acontecem no melhor das famílias, embora o sangue seja mais espesso 
que a água. Mas, obviamente, o sangue não é os critérios únicos para segurar a espada. O irmão de Ia´aqov, Esav é o pai de Edom e avô de Amalek. E não há amor perdido entre nossas duas nações.
No entanto, a Torah nos diz sobre duas famílias – primos, embora muito distante – contra quem não podemos sair para a guerra. Moshe diz aos filhos de Israel que Hashem disse a ele “Você não pode provocar guerra com Moav para os filhos do Lot eu dei Ar como uma herança” (Dt 2:9). Os moabitas eram descendentes de Lot, primo de Avraham. Seus antepassados, Moav, foram geradas através de uma união incestuosa de Lot e sua filha – que o nomeou, inabaladamente, Mo Av, “do meu pai”.
Rashi aponta que, embora os judeus fossem proibidos de sair a guerra com Moav, a eles era, no entanto, permitido antagonizar e provocá-los. É por isso que Moav contratou o malvado Bilaam, o Profeta, para amaldiçoar os judeus. Eles estavam com medo deles.
Os descendentes de Amon, por outro lado, se saíram melhor. Embora ele também nasceu incestuosamente, o nome Amon esconde esse ato vergonhoso. No mérito da modéstia de sua mãe, os judeus não foram autorizados a antagonizar a nação de Amon.
Os filhos do Lot eram, no entanto, tratados melhor do que qualquer outro povo. Não há aviso para não provocar ou atacar os filhos do próprio filho de Avraham, Ismael. O Midrash explica que não é a relação de sangue de Lot com Avraham que endurece nossa espada, é nossa gratidão. Temendo certa morte, quando ele desceu ao Egito com sua esposa Sara, Avraham alegou que Sara era sua irmã. Caso contrário, os egípcios teriam matado o marido dessa linda mulher e a enviariam para o harém de Faraó. Lot estava com Avraham e Sara nessa jornada e poderia ter divulgado a verdade. Ele não fez. Lot foi junto com eles e não delatou Avraham e sua esposa. Seus filhos foram recompensados: os judeus não podiam guerrear contra eles.
Mas esse mérito não fica sozinho. Parece que a discrição de Lot na fronteira egípcia foi suficiente para impedir que os judeus travassem toda a guerra contra seus descendentes. No entanto, instilar o medo não foi descartado. Por quê?
Quando Napoleão estava fugindo do exército russo depois de sua derrota em 1813, ele escapou para a casa de um camponês. “Por favor, esconda-me”, ele chorou. “Quando volto ao meu trono em Paris, vou recompensá-lo muito!”
O agricultor escondeu o imperador debaixo de uma cama, cobrindo-o com alguns trapos antigos. Momentos depois, os soldados russos explodiram na pequena casa à procura de sua presa.
Os russos saquearam a casa e estimulavam a cama com paus e espadas. Napoleão estava ileso. Quando saíram, Napoleão se arrastou debaixo de seu esconderijo e reiterou sua promessa. “Quando eu chegar a Paris, vou ligar para você. Eu prometo a você qualquer coisa que você deseja! ”
Meses depois, o fazendeiro foi convocado para o palácio onde ele foi permitido uma audiência com Napoleão. Depois de conferir ouro e prata sobre o pobre o imperador fez a pergunta. “Pergunte-me qualquer coisa que você quiser, eu responderei em espécie.”
“O homem olhou para os pés e sorriu. “Oh Imperador, eu realmente não quero muito. Apenas uma coisa pequena. ” Os olhos de Napoleão se arregalaram. “E o que é isso?” “O agricultor reuniu sua coragem. “Como você se sentiu quando estavam cutucando suas espadas pela cama?”
Napoleão voou em uma raiva. “É isso que você veio a mim solicitar? É assim que você trata o imperador da França? Prenda este homem”, ele gritou para os guardas. “Eu quero ele morto.”
O homem ficou branco enquanto o levaram até a parede do pátio externo. Napoleão acompanhou-os e declarou que contaria até três e o plantel de atiradores faria seu dever.
O homem estava amarrado, amordaçado e vendado, e colocado em frente aos atiradores.
“Um!” gritou o imperador. Os soldados apontaram seus rifles. “Dois”, gritou o imperador. Os soldados levantavam seus gatilhos.
De repente, Napoleão levantou a mão. Ele fez sinal para os soldados para abaixar os braços. Ele caminhou até o homem inocente esperando para ser executado e removeu a venda. Então ele colocou o braço ao redor do ombro do homem e sussurrou em seu ouvido: “É assim que me senti!”
Os descendentes de Lot foram poupados de guerra com os judeus porque Lot não entregou a Avraham para ser morto. Mas ele nunca alivia os medos de Avraham enquanto viaja para o Egito. E esse medo perfurou o coração de Avraham durante toda a jornada. A bondade deve ser feita com graciosidade. E se Lot era solidário com Abraão, ele deveria ter sido um camarada verdadeiro e inabalável. Seu mérito deveria ter sido pela forte lealdade e não por sua última segunda decisão para não entregar Avraham para as autoridades egípcias. Ele pode ter poupado Avraham com certeza, mas ele não o poupou do medo. Então, seus descendentes os moabitas, embora poupado de guerra se lembram de que, embora possa ser meritório poupar um da lança, é ainda melhor poupar alguém do seu medo!
Tradução: Mário Moreno.