Parasha Noach (Noach / descanso)
Gn 6:9–11:32; Is 66:1-24; Lc 1:5–80
“Este é o relato de Noach e sua família” (Gn 6:9).
Na porção da Torah passada, que reiniciou o ciclo de nosso estudo semanal da palavra de D-us, 
desde o início com o estudo, com o mesmo nome: Bereshit (No início).
Esta semana, continuamos o nosso estudo do primeiro livro de Moshe com o personagem bíblico Noach — o homem apenas justo de sua geração.
“Noach era um homem justo, íntegro entre o povo de seu tempo, e ele andou fielmente com Elohim” (Gn 6:9).
Noach: Um homem justo
As escrituras hebraicas descrevem Noach como tsadic (צַדִּיק justo) e tami (תָּמִים puro, inocente, completa e irrepreensível).
Noach contrasta com o tempo em que viveu…. Apenas seis capítulos da Bíblia e o mundo já é descrito como sendo cheio de violência e corrupção.
“A terra também foi corrompida diante de Elohim, e a terra estava cheia de violência. Então Elohim olhou para a terra, e de fato foi corrompido; para toda a carne havia corrompido seu caminho sobre a terra” (Gn 6:11-12)
D-us prometeu destruir todas as pessoas — todos exceto Noach e sua família. Essas seis pessoas seria milagrosamente salvas em uma arca que D-us instruiu a Noach para construir.
Noach obedeceu a D-us mesmo que ele não viu nenhuma evidência do dilúvio próximo.
Por essa razão, o livro de Hebreus inclui Noach como um dos heróis da nossa fé:
“Pela fé Noach, sendo avisado por D-us sobre as coisas, não ainda visto, em reverência preparou uma arca para a salvação do seu agregado familiar, pelo qual ele condenou o mundo e tornou-se herdeiro da justiça que é segundo a fé” (Hb 11:7).
Fé absoluta de Noach em D-us, o que resultou em obediência intransigente, foi a razão pela qual que ele foi capaz de entrar verdadeiramente um lugar de descanso abençoado.
Na verdade, o nome Noah, ou Noach em Hebraico, significa “descanso”.
Ele não era um homem que “inclinava-se sobre o seu próprio entendimento” de uma situação, mas confiava plenamente na palavra do Senhor e obedeceu.
Também chegaremos a este lugar de paz e descanso quando aprendemos a simplesmente confiar e obedecer a D-us em sua palavra. Muitas vezes tentamos argumentar tudo e certificar-se de algo que faz sentido ou se compromete com a nossa teologia antes de cumprir ordens de D-us.
“Deixe-nos, portanto, envidar todos os esforços para entrar naquele descanso, para que ninguém perecerá, seguindo o seu exemplo de desobediência” (Hb 4:11).
A grande inundação
“E eu, eis que, eu trago o dilúvio de águas sobre a terra, para destruir toda a carne, em que é o sopro da vida, debaixo dos céus; tudo o que há na terra perecerá” (Gn 6:17).
Nesta Parashat, D-us instrui Noach para construir uma enorme arca (chamado teivah תֵּבָה em Hebraico) capaz de ter um par de cada espécie de animal. Um terrível dilúvio de água está prestes a chegar, que acabaria com todos os seres vivos na terra, exceto para aqueles salvos na arca.
Tão intenso é o sofrimento de D-us sobre a corrupção da humanidade, que ele decidiu limpar a lousa e estabelecer sua aliança com Noach: “Mas eu estabelecerei a minha aliança com você; e você entrará na arca, você e seus filhos e sua esposa, esposas dos seus filhos com você. E de todos os seres vivos de toda carne, dois de cada espécie devem te trazer para a arca, para mantê-los vivos contigo; eles devem ser macho e fêmea” (Gn 6:17-19).
Noach não é um construtor de barcos de comércio e o emprego não é nenhuma pequena empresa.
Ele está para selá-la por dentro e por fora com pez (alcatrão) para que ela flutue sobre a água e mantenha tudo seco dentro.
O barco requer um elevado nível de habilidade e provavelmente um impartatição de sabedoria sobrenatural e a dádiva de D-us a Noach.
Não é apenas o barco para transportar uma matriz surpreendente de animais e uma quantidade enorme de prestação, também tem de aguentar chuva durante 40 dias e 40 noites. E mesmo depois que a chuva parar, mais 150 dias passarão antes que as águas baixem.
A arca finalmente vem para descansar no Monte Ararat.
Noach elabora um método para determinar quando é seguro deixar a arca, observando o comportamento das aves.
Ele envia um corvo que vem volta ao não encontrar nenhum lugar para descansar. Passa uma semana e ele envia uma pomba. Ela volta como o corvo.
Mais tarde, Noach envia uma pomba, e quando ele retorna com um ramo de Oliveira, ele sabe que as águas secaram suficientemente para permitir que a vegetação começar a crescer novamente. Mais uma semana passa antes de Noach envia a pomba novamente. Quando ela não volta de todo, ele entende que é seguro sair da arca.
Em uma cena, uma reminiscência da criação, D-us ordena a Noach e sua família para sair e encher a terra — para ser fecundo e multiplicar-se. D-us instrui novamente a ingestão de ervas verdes e agora permite que a humanidade comer a carne dos animais; no entanto, D-us proíbe o consumo de sangue.
D-us também institui sobre a pena de morte por assassinato, lembrando-lhes que o homem foi criado na imagem de D-us e, portanto, a vida de cada ser humano é muito preciosa. Esta passagem é um lembrete para nós que quando olhamos para os outros, nós devemos vê-los como tendo sido criado à imagem e semelhança do D-us todo-poderoso.
“Quem derramar o sangue do homem, pelo homem que terá seu sangue derramado; à imagem de Elohim fez homem” (Gn 9:6).
O arco-íris: o sinal da Aliança
Depois de Noach e sua família surgiram a partir da arca, sacrificaram a D-us uma oferenda da limpeza os animais transportados na arca para essa finalidade.
D-us prometeu a Noach que ele nunca mais iria amaldiçoar a terra por causa da maldade do homem e nunca mais destruir toda vida, respiração e criatura na terra, assim como fez no dilúvio:
“E o IHVH cheirou um aroma suave. Então o IHVH disse em seu coração, nunca mais amaldiçoarei a terra por causa do homem, embora a imaginação do coração do homem é má desde a sua juventude; nem eu novamente destruirá todos os seres vivos como eu fiz” (Gn 8:21).
D-us estabeleceu um arco-íris no céu como um sinal da Aliança (brit ot / אוֹת בְּרִית) com todos os povos da terra: “O meu arco tenho posto na nuvem, este será por sinal do concerto entre mim e a terra” (Gn 9:13).
Não é a única aliança que D-us fez. Outras alianças vieram a seguir, e cada um vem com a seu próprio particular sinal (ot). O sinal da Aliança Abraâmica é a circuncisão de todos os bebês masculinos no oitavo dia. O sinal da Aliança Mosaica é a manutenção do sábado do sétimo dia.
Ieshua disse que a grande marca da fé nele — de ter a Torah escrita dentro de nossos corações e mentes a Brit Hadashah — é o amor: “Por isso todos conhecerão que sois meus discípulos, se você amarem uns aos outros” (Jo 13:35).
A maldição de gerações de Ham
Depois de deixar a arca, Noach plantou uma vinha.
Embora ele fosse um homem justo, ele tornou-se bêbado de vinho e foi encontrado por seu filho, 
Ham, desmaiado nu em sua tenda.
Dois de seus filhos, Shem e Iafet, foram abençoados pelo pai porque eles entraram de costas e cobriram sua nudez; no entanto, o filho de Noach Ham foi punido por desonrar o pai dele.
Esta é uma lição forte para todas as nossas crianças. O comando para honrar nosso pai e a mãe vem com uma promessa de que vamos viver uma vida longa e abençoada.
“Honra teu pai e tua mãe, que podem ser prolongados seus dias na terra que o IHVH teu Elohim te dá” (Êx 20:12).
Ensinar as crianças a respeitar corretamente seus pais protege seu futuro.
Apesar de toda a família de Noach foram salvos fisicamente, cada um tinha que escolher o caminho da salvação espiritual — uma transformação do coração. Shem e Iafet mostraram um certo coração e espírito certo, enquanto seu irmão Ham, mostrou que seu coração precisava ser regenerado.
Esta maldição sobre Ham não terminou com ele, mas continuou por gerações.
Talvez inconscientemente também carregam maldições sobre nossas vidas de pecados gerações de nossa família antes. O sangue expiatório de Ieshua pagou o preço por nossos pecados e tem o poder para quebrar estas maldições; no entanto, devemos receber, proclamar e andar em nossa liberdade no filho.
Um dos filhos do Ham foi Cush. Seu filho, Nimrod, começou o Reino de Babel (hoje Iraque). Nimrod também construiu a cidade malvada de Nínive, para a qual D-us enviada Jonas para pregar o arrependimento.
A torre de Babel foi construída na terra de Sinar, que é na Babilônia (Iraque).
Em Hebraico, Babel significa “confusão”.
As pessoas do mundo unificado em seu objetivo de construir a torre de Babel, mas seus motivos foram fundadas no controle e rebelião contra D-us.
Eles queriam controlar seu destino.
“E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra” (Gn 11:4).
Como resultado, para salvar a humanidade de estarmos Unidos para fazer o mal, D-us foi forçado a trazer confusão para suas línguas para destruir suas obras.
É irônico que o que eles temiam, serem dispersos e divididos em toda a terra, é o que aconteceu com eles quando eles tentaram proteger seu futuro sem depender de D-us.
“Então o IHVH dispersos-los dali sobre a face de toda a terra, e eles deixaram construir a cidade” (Gn 11:8).
Em tudo que fazemos, temos de analisar nossos motivos para ver se estamos a tentar “construir um nome para nós mesmos” ou trabalhando para construir o Reino de D-us. Tudo o que é construído com motivos impuros serão destruídos no dia do juízo.
Ainda assim, há aqui um princípio que nós não deve faltar: quando as pessoas entram em unidade de coração, mente e propósito — nada é impossível para elas!
“E disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer” (Gn 11:6).
O próprio D-us reconhece que tal unidade é uma força poderosa.
Quando submeter-se à tática de dividir e conquistar, podemos sucumbir à fraqueza e derrota. É por isso que o inimigo das nossas almas trabalha horas extras para causar divisão em igrejas, famílias e casamentos.
É na unidade enraizada na justiça e piedade que D-us ordena a sua bênção: “Eis que quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em União! … Porque ali o IHVH ordenou a bênção — vida para sempre” (Sl 133:1,3)
Imagine o que os crentes podem realizar quando eles são motivados pelo amor e Unidos nos propósitos de D-us.
A linguagem do amor
O que criou tal unidade entre o povo de Babel? Todos falavam a mesma língua.
A única coisa necessária para destruir toda a obra de construção da torre de Babel foi interromper a sua comunicação.
Mas a comunicação não se baseia apenas na língua ou dialeto neste momento.
Um livro best-seller por Gary Chapman, chamado As 5 linguagens de amor analisa cinco preferências diferentes de comunicação emocional que conectam as pessoas para o outro: palavras de afirmação; atos de serviço; receber presentes; tempo de qualidade; e o contato físico.
Compreender essas preferências pode ajudar-na aprofundar as nossas relações com os outros em nossas casas, trabalho e viagens diárias.
Ainda mais assim, crentes devem ser exclusivamente ligados uns aos outros através da linguagem de amor de D-us, que é expressa através de uma mente, um só coração, e um só espírito enraizado na sua palavra.
Isto é como nós falamos a linguagem do amor de D-us: nós devemos instruir, exortar, repreender, incentivar e responder aos outros com o fruto do seu espírito — amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e auto-controle (Gl 5:22-23).
Há um famoso ditado judeu: “Pode você ser coberto de pó do seu rabino!”
Aqueles que seguem Ieshua, andando de perto seus passos e humildemente sentado a seus pés, tornam-se cobertos de pó de suas sandálias.
A comunicação sobre a unidade da linguagem do amor de D-us é uma maneira que nós podemos identificar aqueles que estão cobertos de poeira de Ieshua e são verdadeiramente discípulos (talmidim) dele.
O julgamento da vinda
Como o dilúvio nos dias de Noach, no fim dos tempos, o julgamento virá de repente (Mt 24:36-41).
Mas aqueles que sabem a necessidade do Senhor não temam, pois ele irá fornecer um seguro abrigo, uma teivah, da tempestade da tribulação tal como ele forneceu a arca de Noach e sua família.
O profeta que Isaías escreveu,
“Vai pois, povo meu, entra nos teus quartos, e fecha as tuas portas sobre ti: esconde-te só por um momento, até que passe a ira” (Is 26:20).
Nós podemos surgir do abrigo da arca de D-us na unidade da fé para estabelecer novos céus e nova terra de paz e a justiça e a justiça sob a tutela do Messias, Ieshua.
“E eles serão o meu povo, e eu serei o seu Elohim. E lhes darei um mesmo coração, e um mesmo caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem e bem de seus filhos, depois deles. E farei com eles um concerto eterno, que não se desviará deles, para lhes fazer bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim. E alegrar-me-ei por causa deles, fazendo-lhes bem; e os plantarei nesta terra certamente, com todo o meu coração e com toda a minha alma” (Jr 32:38–41).
Que o Eterno nos ajude a cumprirmos nosso ministério e levar a salvação aos perdidos em nome de Ieshua!
Tradução: Mário Moreno
Título original: “Parsha Noach (Noah / Rest)”.