Bereshit – trazer luz à escuridão
Bereshit – trazer luz à escuridão
Bereshit (no início)
Gn 1:1–6:8; Isaías 42:5–43:10; Jo 1:1–18
“No princípio [Bereshet] Elohim criou os céus e a terra” (Gn 1:1).
No sistema tradicional judaico de leitura da Bíblia, a última festa de outono, chamada Simchat 
Torah (regozijando-se na Torah), termina o ciclo de leituras das Escrituras. O ciclo começa novamente com Gênesis (Bereshet), que significa “no princípio”.
Este bonito costume lembra-nos que o nosso estudo da palavra de D-us está em curso e nunca chega a uma conclusão.
Da mesma forma que temos de continuar a comer para viver, nós continuamente devemos sustentar o nosso homem interior com o alimento espiritual da palavra de D-us.
Lendo a palavra de D-s que nunca envelhece.
O Ruach HaKodesh (Espírito o Santo) mantém-na fresca, entregando-nos novos insights e orientações quando lemos as passagens que sequer podemos saber de cor.
Nesta Parsha, D-us fala e a criação vem à existência.
Pense nisso! D-us fez o mundo com palavras.
Se você considerar a impossibilidade física de algo sendo feito de nada, então você entende que a palavra de D-us é uma força poderosa, criativa que é tão completa que é capaz de levar por diante a vida.
E o que Ele criou, através do poder da sua palavra era tão perfeito que Elohim declarou bom depois de examinar seu trabalho.
Perfeita comunhão com D-us
No sexto dia da criação, Adão foi feito e Chava (Eva) foi tirada do lado dele.
Os dois viveram no Gan Eden (jardim do Éden) e desfrutavam de uma perfeita comunhão com D-us. Eles também tinham um perfeito conhecimento da verdade de D-us.
Lá no jardim, D-us ordenou que eles não comessem da “árvore do conhecimento do bem e do mal”.
Não obstante, Eva comeu seu fruto proibido após a serpente engana-la para violar a ordem de D-us. Depois disso, Adão também comeu.
Desta forma, o pecado entrou no mundo e por causa daquele pecado, o homem perdeu o conhecimento de D-us e a experiência espiritual e recebeu a morte física eventualmente.
Pela irreverência, buscando possuir o conhecimento do bem e do mal, a humanidade tornou-se ignorante de D-us e já não desejava estar em um relacionamento pessoal com ele.
Gênesis (Bereshet) relata a escuridão crescente, causada pelo pecado, com a violência resultante e a deterioração da sociedade.
Criação, pecado e Redenção na Haftara
“E digo isto e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade do seu sentido, entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Elohim, pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração” (Ef 4:17–18).
Cada Parasha (porção da Torah) tem um correspondente na Haftara — uma porção das escrituras de livros proféticos da Bíblia, que geralmente tem uma conexão com a porção da Torah.
Esta semana, a porção da Torah e a porção Haftara afirma a soberania de Elohim como criador do mundo inteiro (ha’olam) e destaca o problema do pecado.
Nas palavras de abertura da Haftara, o profeta hebreu Isaías (Ieshayahu) declara D-us como a fonte da vida:
“Assim diz Elohim, o IHVH, que criou os céus, e os estendeu, e formou a terra, e a tudo quanto produz: que dá a respiração ao povo que nela está, e o espírito aos que andam nela” (Is 42:5).
Uma chave da profecia messiânica prometendo salvação segue é a declaração de Isaías de D-us como Criador:
“Eu o IHVH te chamarei em justiça, e te tomarei pela mão e te guardarei, e te darei por concerto do povo, e para luz dos gentios; para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos, e do cárcere os que jazem em trevas” (Is 42:6–7).
Ieshua cumpriu esta profecia maravilhosa, e ele proclamou quando ele leu Isaías 61 na sinagoga:
“O Espírito do Senhor IHVH está sobre mim; porque o IHVH me ungiu, para pregar boas novas aos mansos: enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos” (ver Lc 4:16–21).
Trazendo a luz à escuridão espiritual
Israel tem uma vocação do alto, escolhido por D-us para ser seu servo, uma luz para as nações que ilumina o caminho da retidão e salvação para toda a humanidade; ainda, assim Israel está precisando de redenção.
Em um capítulo anterior de Isaías, o profeta colocou parte da culpa pelo fracasso de Israel sobre os líderes de Israel, dizendo: “Porque os guias deste povo são enganadores, e os que por eles são guiados são devorados” (Is 9:16).
Ieshua confirmou este provérbio, “Deixai-os; são condutores cegos; ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova” (Mt 15:14).
Em sua própria força, Israel tem sido incapaz de iluminar aqueles que estão espiritualmente cegos para a verdade e libertar aqueles que estão em escravidão espiritual, como é o seu destino.
No entanto, Ieshua cumpriu este destino perfeitamente.
Através de Isaías, D-us nos diz que o Messias vai não só restaurar as tribos de Ia´aqov (Israel), mas que ele também será uma luz para os gentios, trazendo salvação a todos os povos da terra:
“Disse mais: Pouco é que sejas o meu servo, para restaurares as tribos de Ia´aqov, e tornares a trazer os guardados de Israel; também te dei para luz dos gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra” (Is 49:6)
Este tema de “luz” aparece na Brit Chadashah; por exemplo, quando Ieshua nasceu, foi profetizado que o filho seria “uma luz da revelação aos gentios” e a glória do teu povo Israel (Lc 2:32)
Mais tarde, Ieshua confirmou que ele era o prometido como “luz”:
“Quando Ieshua falou novamente ao povo, ele disse: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida“ (Jo 8:12).
A Palavra de D-us e a luz do mundo
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14:6).
No livro de João na Brit Chadashah, podemos ouvir o eco da história da criação 
encontrado nesta porção da Torah.
“No início [Bereisheet] era a palavra e a palavra estava com Elohim, e a palavra era Elohim. Ele estava no princípio com Elohim. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada foi feito se fez… E a palavra se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1:1– 3, 14).
Ieshua, que é a prometida luz do mundo, também é a palavra do D-us vivo.
A primeira epístola de João habilmente entrelaça as idéias de criação, vida, luz e a palavra:
“O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da palavra da vida: (porque já a vida está manifesta, e nós a vimos, e testificamos, e vos anunciamos aquela vida eterna, que estava com o pai, e nos foi manifestada.) Assim que o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão seja com o pai, e com seu filho Ieshua o Ungido. Estas coisas vos escrevemos, para que o nosso gozo seja cumprido. Ora esta é a anunciação que dele temos ouvimos, e vos anunciamos: que Elohim é luz, e não há nele trevas nenhumas” (I Jo 1:1–5).
Ieshua estava presente mesmo desde o início do tempo. Apesar de sua transcendência, ele se humilhou e viveu entre nós, em nosso mundo quebrado, escuro, pecaminoso.
O livro do Apocalipse diz que quando D-us destruir esta terra, Ela a restuarará e criará uma nova Jerusalém, não haverá nenhuma necessidade para o sol e a lua e estrelas para iluminar a cidade, pois Ieshua será sua luz:
“E nela não vi templo, porque o seu templo é o IHVH El Todo-poderoso, e também o Cordeiro. E a cidade não tem necessidade de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Elohim a alumiou, e o Cordeiro é a sua candeia. E as gentes que se salvarem andarão em sua luz, e os reis da terra trazem a ela a sua glória” (Ap 21:22–24).
Ieshua é o aleph e o tav, o início e o fim. Ele é a luz no início da criação e a luz no final. Ele foi, é e será sempre a luz para todos que o buscam.
“Digno és, Senhor, nosso Elohim de receberes glória, e honra, e potência, porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas” (Ap 4:11).
Apesar de Isaías ser muito claro que o Messias vai redimir Israel e ser uma luz para os gentios, muitos crentes gentios foram ensinados que porque Israel falhou em sua missão de ser a sua luz para os gentios e por havrem rejeitado Ieshua, Duus terminou sua relação com a nação e que todas suas promessas em relação a Israel foram transferidas para a igreja cristã.
Esta doutrina errante é chamada de teologia de substituição.
Nada poderia estar mais longe da verdade, no entanto. D-us não cterminou com Israel.
A profecia Bíblica sobre Israel será completamente cumprida. Temos e veremos cada vez mais provas disto nestes tempos do fim.
Alta vocação de Israel será cumprida como testemunha de D-us, como está escrito nesta Haftara, para revelar o verdadeiro D-us para o mundo:
“Vós sois as minhas testemunhas diz o IHVH, e o meu servo, a quem escolhi; para que o saibas, e me creiais, e entendais que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá” (Is 43.10).
Na verdade, a revelação dos 144.000 de todas as tribos dos filhos de Israel desempenhando um papel fundamental no testemunho ao mundo, no tempo do fim (Ap 7:4).
Estes judeus crentes distinguem-se a grande multidão de crentes gentios que atravessam o período de tribulação.
Eles são resgatados da terra como as primícias de todos os crentes, selados com o nome do pai e o cordeiro de D-us (Ieshua o Mashiach) em suas testas.
E eles seguem o cordeiro onde quer que vá (Ap 14:1–5).
Que sejamos estas testemunhas e a luz do Eterno no mundo enquanto aqui estamos!
Trad. Mário Moreno