Mário Moreno/ novembro 24, 2017/ Chanucá

Chanuká – 25 de Kislev

Chanuká se inicia em 25 de Kislev (de modo geral, dezembro) comemora o triunfo dos judeus, sob a liderança dos Macabeus, contra os dominadores gregos (164 a E.C.); a vitória militar da pequena nação judaica contra a Grécia poderosa e a vitória espiritual da fé judaica contra a cultura helenista. A santidade da festa deriva deste aspecto espiritual da vitória, e do milagre “do vaso de óleo”, quando uma pequena quantidade de óleo de oliva consagrado, que bastava para manter o candelabro do templo aceso apenas por um dia, durou oito dias, o tempo necessário para que o Templo fosse rededicado.

Chanuká é celebrada em Israel, assim como na Diáspora, durante oito dias. O principal aspecto da festa é a cerimônia de acender as velas toda noite – uma na primeira noite, duas na segunda, etc. – para recordar o milagre no Templo. A mensagem de Chanuká em Israel focaliza intensamente o tema da restauração da soberania; também os costumes praticados na Diáspora, como dar presentes e brincar com o sevivon (peão) são bastante comuns. Os lados do pião são decorados com as iniciais hebraicas da frase “Um grande milagre ocorreu aqui”. Ano após ano, quando chega a época de Chanucá, as luzes são acesas em cada lar judaico. Os judeus, ao derrotar as forças de Antiocos e com a retomada do Templo Sagrado, iniciaram um processo de purificação espiritual. Era indispensável, antes de mais nada, reacender a Menorah, símbolo da luz espiritual de Israel, criada por D’us. A cada ano, em Chanucá, comemoramos a preservação do espírito de Israel. O esforço da vida é captar a luz para iluminar a escuridão. É empenhar-se em cultivar tudo que é bom neste mundo e dirigir todos os recursos para sobrepujar e transformar a negatividade do “lado obscuro” da Criação.

Este processo era exemplificado pelo acendimento da Menorah no Templo Sagrado. Diariamente, óleo da mais pura qualidade era colocado em cada lamparina, acesa pelos Cohanim antes do anoitecer. Colocada dentro do Santuário a luz da Menorah irradiava um brilho Divino que passava através das paredes do Templo e iluminava a escuridão do mundo exterior. As sete chamas emanavam para o mundo uma verdadeira Luz Sagrada.

A Menorah do Templo simboliza a criação do universo. Suas sete lamparinas aludiam à perfeição, dentro da ordem natural refletida nos sete dias da semana. Aludem, também, às sete sefirot, que são os sete traços mais importantes do caráter humano. Ei-los: chessed: o amor e a benevolência para com o próximo; guevurá: o auto-controle e temor a D’us; tiferet: compaixão; netzach: vitória; hod: humildade e devoção; yessod: comunicabilidade e malchut: receptividade.

Forjado numa única peça de ouro, o candelabro de sete braços (menorah) simbolizava as almas que se originam de uma única fonte. Todas as lamparinas são igualmente “parte da Centelha Divina”, cada qual com sua personalidade única. Todas se voltam ao centro da Menorah, como as almas se empenham em direção a um mesmo objetivo. O óleo significa a essência destilada. Nítido e separado ao mesmo tempo, penetra em tudo à sua volta. O óleo sobe à superfície, enquanto os outros líquidos permanecem estáticos e não se espalham; o óleo, como a alma, se expande, penetrando, afetando e tocando tudo. Ao profanar o óleo sagrado da Menorah do Templo, os gregos tentaram destruir a essência da alma judia.

Um pavio sem óleo produz luz fraca. Uma vida sem Torá e mitzvot, apesar de arder pelo desejo de se relacionar com D’us, é incapaz de sustentar sua chama. Podem-se experimentar breves momentos de experiência espiritual, mas, faltando o óleo da genuína substância Divina, rapidamente desaparecem e falham ao tentar introduzir uma luz resistente no mundo. Quando o pavio é inserido no óleo e é aceso, o pavio absorve, transmite e transforma o óleo em uma luz firme e estável. Esta luz nos lembra que, mesmo nos momentos mais obscuros da existência, a luz da sabedoria pode brilhar intensamente; e também que a redenção é possível de ser alcançada bastando acender mais uma chama.

Temos uma referência da Festa de Chanucá na Brit Hadashá (Novo Testamento) em João 10:22 e 23.

Que neste ano possamos reconsagrar nossas vidas ao Eterno, para que, através disso Ele tenha liberdade também de nos restaurar à verdade!

Mário Moreno.