Discernimento, destino e sonhos
Miketz – Discernimento, destino e sonhos
Miketz (no final)
Gn 41: 1-44:17; I Rs 3:15–4:1; Mt 27:13-46
“Então enviou Faraó, e chamou a Iosef, e o fizeram sair logo da cova; e barbeou-se e mudou os 
seus vestidos, e veio a Faraó” (Gn 41:14).
Na porção passada, na Parshat Vayeshev, Iosef foi perseguido por seus irmãos e tratado injustamente por outros.
Seus próprios irmãos o jogaram num poço e o venderam para comerciantes de escravos. No Egito, ele foi vendido a Potifar, capitão da guarda do palácio, que posteriormente o atira na prisão com a falsa acusação de estuprar sua esposa.
Embora ele definhasse na prisão, seu talento fez um caminho para ele.
Além de incríveis habilidades administrativas, Iosef mostrou uma precisão incrível na interpretação de sonhos proféticos. Foi na prisão que ele interpretou o sonho do copeiro do faraó (Gn 40:13–14).
Apesar de Iosef com precisão prever o lançamento do copeiro e seu apelo para ser lembrado, o copeiro parecia esquecer sobre Iosef tão logo ele saiu da cadeia.
Quão decepcionante deve ter sido para Iosef, parece que era parte do plano de D-us para Iosef ser abandonado e esquecido na prisão, desde que o deixou no lugar certo para cumprir o seu destino no tempo certo.
Nesta porção, a história ocorre dois anos após este incidente. Começa com Faraó, tendo um sonho perturbador que ninguém pode interpretar. É só então que o copeiro lembra de Iosef.
Quando faraó mandou trazer Iosef, ele não perde tempo contando a história de sua prisão injusta a Faraó. Em vez disso, Iosef teve o cuidado de explicar a Faraó que D-us tinha a resposta.
“E Faraó disse a Iosef: Eu sonhei um sonho, e ninguém há que o interprete; mas de ti ouvi dizer que quando ouves um sonho o interpretas. E respondeu Iosef a Faraó, dizendo: Isso não está em mim; Deus dará resposta de paz a Faraó” (Gn 41:15–16).
Apesar de anos de miséria e sofrimento, a confiança de Iosef em D-us continuava ainda inabalável.
Quando Iosef entrega ao Faraó a interpretação do sonho, ele explicou-lhe que o sonho era de fato uma revelação de D-us que haveria uma época de abundância, seguida de uma época de fome e a falta.
“Então disse Iosef a Faraó: O sonho de Faraó é um só; o que Deus há de fazer, notificou-o a Faraó” (Gn 41:25).
Sabedoria e o sonho profético
“Portanto Faraó se proveja agora dum varão entendido e sábio, e o ponha sobre a terra do Egito. Faça isso Faraó, e ponha governadores sobre a terra, e tome a quinta parte da terra do Egito nos sete anos de fartura” (Gn 41:33–34).
Este judeu filho de Jacó não era um intérprete comum dos sonhos. Faraó tinha muitos homens educados, talentosos, que poderiam fazer tais coisas, mas eles não poderiam interpretar uma revelação de D-us.
Iosef foi muito acima de todos os homens de sábios acadêmicos do faraó.
Ele era não só um homem sábio, prudente e prático, mas ele ouviu do D-us de seu avô Abraão e o mesmo D-us que falou com seu avô, Isaac e Jacob, o pai dele.
Através da dádiva de D-us, Iosef discerniu o significado do sonho, e sabiamente determinou o rumo correto de ação e corajosamente informou faraó sobre como gerenciar a crise que estava por vir.
Da mesma forma, também devemos ser pessoas sábias, prudentes e práticas, sabendo como agir de acordo com as idéias que D-us dá-nos como podemos ouvir a voz do Senhor.
Da mesma forma que era evidente a Faraó que D-us tinham enchido Iosef com seu espírito de sabedoria, deve ser evidente para aqueles que nos rodeiam que como crentes, nós recebemos sabedoria sobrenatural.
Com efeito, a palavra de D-us promete-nos sabedoria.
“E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Elohim, que a todos o dá liberalmente e não a deita em rosto, e lhe será dada” (Tg 1:5).
Muitos de nós não têm confiança na nossa capacidade de tomar decisões sábias. Mas a sabedoria é “mais preciosa do que rubis e tudo o que desejamos não se pode comparar com ela” (Pv 3:15) então precisamos tomar posse dessa promessa de Tiago e pedir na fé a sabedoria, sem duvidar.
Iosef e Ieshua: sustentadores da vida
“Porém respondendo ele, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de D-us” (Mt 4:4).
Faraó deu a Iosef o nome egípcio Zaphenath-paneah, que alguns estudiosos sugerem que significa “aquele que envolve o alimento da vida”.
Curiosamente, Ieshua referia-se a si mesmo como o Pão da vida (Lechem Chayim em Hebraico).
“E Ieshua lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim em maneira nenhuma terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede” (Jo 6:35).
Assim como Iosef forneceu o alimento físico para o povo, impedindo-os de perecer, Ieshua fornece apoio espiritual, a fim de que todos os que crêem nele não pereçam, mas tenham a vida eterna!
“Porque Elohim amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16).
Ieshua e Iosef: escondendo identidades
“Iosef, pois, conheceu os seus irmãos; mas eles não o conheceram” (Gn 42:8).
Porque o nome de Iosef tinha sido alterado para um nome egípcio, sua identidade 
hebraica foi ocultada de seus irmãos quando eles foram para o Egito para comprar comida.
O Nome hebraico do Messias “Ieshua” também foi alterado para o nome latino de gentilico de Jesus, e outros nomes em outras línguas.
Este é um fator importante que impediu o povo judeu de reconhecê-lo como seu irmão hebreu, Messias e rei.
É perturbador ver como Ieshua foi removido de seu contexto judaico e transformou-se um ‘Ieshua Gentio’. Vídeos infantis cristãos retratam-no repartindo o pão feito com fermento na Páscoa, em vez de quebrar o pão ázimo (matza) na Pessach.
O que é mais incrível, o feriado pagão, comercializado e artificial de Natal apresenta um Liberalismo mágico de presentes, Papai Noel e um menino com estilo gentio “Jesus” para deslocar o nascimento profético do Messias.
A profecia bíblica: A plenitude dos gentios
“Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não sejais sábios em vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado” (Rm 11:25).
A porção da Torah desta semana, aponta para o destino profético de Israel.
A transformação de Iosef em ‘egípcio’ fazia parte do plano de D-us para a salvação de Israel. Da mesma forma, Ieshua tornou-se um gentio para os gentios, a fim de que salvação pudesse vir a eles, até que a plenitude dos gentios entre.
Esta pequena palavra até é significativa. Por que quando esse tempo chegar, será levantada a cegueira temporária que aconteceu a Israel e “todo o Israel será salvo” (Rm 11:15-16).
Chegando a plenitude dos gentios, os irmãos judeus de Ieshua (quase 6 milhões em Israel e cerca de 14 milhões em todo o mundo) vão reconhecê-lo como seu irmão e seu Salvador.
Claro, ninguém sabe quando vai ser a “plenitude dos gentios”, mas as Escrituras nos dá uma pista, e tem a ver com Jerusalém:
“E Jerusalém vai ser pisoteado pelos gentios, até que os tempos dos gentios sejam cumpridos” (Lc 21:24).
A cidade de Jerusalém permaneceu sob o domínio dos gentios, estrangeiros por cerca de 2000 anos, até 1967. Mesmo os temperados soldados israelenses foram superados com emoção do significado histórico e profético de retornar este último vestígio do templo santo judeu nas mãos, depois de séculos de ser ‘pisoteado por gentios’.
No entanto, ainda não podemos orar no monte do templo, porque a cúpula islâmica da rocha (Mesquita) está de pé onde se situava o templo em Jerusalém. Ainda assim, de acordo com as escrituras, o templo será reconstruído.
Podemos estar certos de que estamos vivendo em uma época de transição.
Um véu está sendo levantado em ambos os lados: irmãos judeus estão começando a reconhecer Ieshua, e irmãos cristãos estão começando a ver ‘Ieshua’, como o Hebreu Messias judeu.
A verdadeira identidade de Ieshua é lenta mas seguramente revelada, assim como a verdadeira identidade de Iosef foi revelada a seus irmãos.
Culpa e perdão
“Somos realmente culpados acerca de nosso irmão…” (Gn 42.21),
Como irmãos de Iosef admitiram sua culpa com sincero remorso e arrependimento, asim será o povo judeu quando um dia confessará seus pecados e encontrará o perdão divino em Ieshua.
Profecia messiânica – Zacarias 12:10: “E sobre a casa de David, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e o prantearão como quem pranteia por um unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito”
Qual foi a reação de Iosef, quando da confissão dos seus irmãos de culpa?
Ele estava zangado com eles? Ele condenou-os? Não, muito pelo contrário: ele foi levado às lágrimas de compaixão e os perdoou.
Iosef tentou ministrar conforto a seus irmãos, assegurando-lhes que até mesmo o mal que eles fizeram estava dentro do plano de D-us para a salvação de muitas vidas durante a fome terrível.
Da mesma forma, o sacrifício de Ieshua, para fazer expiação pelos nossos pecados foi dentro da perfeita vontade de D-us, para que ‘ nenhum pereça, mas se arrepende e seja salvo’.
Ieshua, como Iosef, está disposto a perdoar todos os que vêm a ele com sincero remorso por seus pecados.
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (I Jo 1:9).
Judeu ou gentio – isso não importa, porque apesar de Ieshua ir em primeiro lugar para as ovelhas perdidas da casa de Israel, ele também veio a ser uma luz para as nações. Ele é o Messias e Salvador da humanidade.
“E tu, Belém, terra de Judá, de maneira nenhuma és a menor entre os príncipes de Judá, porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo Israel” (Mt 2:6).
Que possamos ser também aqueles que revelarão Ieshua para Israel e para o mundo!
Tradução: Mário Moreno.