Mário Moreno/ outubro 4, 2017/ Sucot

Leituras da Torah

Nos dois primeiros dias de Sucot

Porção: Vayicrá 22:26 – 23:44
Haftará do primeiro dia: Zecharyá 14
Haftará do segundo dia: Melachim 8:11-21

A mesma porção é lida nos dois primeiros dias de Sucot. É a conhecida porção que trata de Shabat e todos os dias festivos mais importantes, concluindo com a Festa de Sucot. Esta seção contém o mandamento das Quatro Espécies (etrog, lulav, mirta e ramos de salgueiro), bem como o mandamento de habitar numa cabana (Sucot).

A Haftará (porção dos Profetas lida após a leitura da Torah) no primeiro dia de Sucot é o último capítulo do Livro de Zecharyá. Contém uma profecia sobre aquele dia, que será um dia de ajuste de contas para as nações do mundo. O mundo inteiro estará envolvido numa guerra terrível. Neste dia D’us Se revelará em toda Sua Majestade, pois “D’us será Um e Seu Nome será Um”.

Todas as nações do mundo reconhecerão a suprema soberania de D’us e farão peregrinações a Jerusalém para servi-Lo. O ponto alto da Haftará está nas passagens que se referem à Festa de Sucot, tais como: “E acontecerá que todos os que restarem das nações que ficaram contra Jerusalém, lá irão de ano a ano para adorar o Rei, o Senhor das Hostes, e guardar a Festa dos Tabernáculos.” Dessa maneira, Sucot, o símbolo da proteção de D’us sobre Israel, será especialmente reconhecida pelas nações sobreviventes do mundo, e serão recompensadas por isso.

A Haftará do segundo dia de Sucot transporta-nos de volta aos dias do jovem Rei Salomão, que sucedeu seu pai David ao trono, na idade de doze anos. No quarto dia de seu reinado, encarregou-se da construção do Templo Sagrado, que foi completada após sete anos.

No mês de Tishrei, o Templo foi consagrado em meio a festividades espetaculares, que duraram catorze dias, incluindo a Festa dos Tabernáculos. É sobre esta consagração que a Haftará se manifesta. Os sacerdotes carregavam a Arca sagrada da cidade de David até o Templo. Quando se aproximavam do Santo dos Santos, as portas se fechavam, para que ninguém pudesse entrar.

Salomão rezava a D’us, mas era apenas quando invocava D’us em nome dos grandes méritos de seu pai David, que as portas se abriam e a Arca podia ser trazida ao Santuário interior. O jovem rei então oferecia uma prece tocante, a primeira parte da qual está incluída na Haftará.

Em Chol Hamoed

Porção: Bamidbar 29:17-3

Quatro pessoas são convocadas para a leitura da Torah a cada dia de Chol Hamoêd Sucot, Dias Intermediários, incluindo Hoshaná Rabá (no Shabat Chol Hamoêd Sucot, sete pessoas são chamadas, e uma oitava para Maftir). Uma breve porção é lida a respeito dos sacrifícios que eram oferecidos no Bet Hamicdash, Templo Sagrado, a cada um dos seis dias restantes de Sucot. Dentre estes sacrifícios havia certo número de novilhos todos os dias, chegando a um total de setenta durante a Festa de Sucot. Nossos Sábios dizem que estes eram oferecidos em nome das setenta nações do mundo.

Quando um dos dias de Chol Hamoêd coincide com o Shabat, a leitura neste dia é feita em Shemot 33:12 – 34:26. Esta porção é sempre lida no Shabat Chol-Hamoêd, tanto de Pêssach como de Sucot. É a bem conhecida porção na qual lemos como Moshê pediu a D’us que revelasse um entendimento mais profundo da Divindade. Contém os Treze Atributos de D’us. A conexão especial com Sucot (assim como Pêssach) está nos versículos que se referem aos Três Festivais de Peregrinação – Pêssach, Shavuot e Sucot.

Uma porção de encerramento (Maftir) é lida no Shabat Chol Hamoêd num segundo Rolo da Torá. Esta porção é extraída de Bamidbar 29:17-34 (mencionada acima), pertinente aos sacrifícios do dia específico de Sucot.

A Haftará no Shabat Chol Hamoêd é extraída de Yechezekel 38, que contém uma profecia da terrível guerra de Gog e Magog. Esta será a última das guerras que ocorrerão, mas engolfará o mundo inteiro. Virá então uma nova era de paz, quando D’us será reconhecido por todas as nações do mundo. A profecia, como pode verificar, é semelhante àquela de Zecharyá 14, lida no primeiro dia de Sucot.