O significado profundo do Talit
O significado profundo do Talit
Qual é o significado mais profundo do Talit? Porque devemos usar o talilt? Ieshua usava um talit?
Em primeiro lugar devemos entender que o talit não é somente uma “vestimenta” do corpo; ele
está também ligado à nossa alma e espírito pois através dele nos reconectamos com o Eterno e temos então a oportunidade de imergir às profundezas de uma relacionamento sem igual entendendo o que estamos fazendo quando com o talit nos envolvemos.
A ideia principal da oração judaica é conectar-se com o Eterno através de Ieshua. Mas como pode um ser humano finito, limitado, conectar-se com um D’us infinito e ilimitado? Realmente, parece impossível. Mas D’us deseja um relacionamento conosco, portanto Ele “limitou” a Si Mesmo. Esta ideia fica ainda mais clara quando olhamos para Ieshua como o Mashiach que restaurou as conexões entre os céus e a terra além de nos trazer de volta a dimensão do poder soberano de Elohim – conhecido como “reino de Elohim” – e isso significa que o poder dos céus invadiu a terra!
A limitação do Eterno expressaou-Se na criação. O mundo em que vivemos é na verdade uma expressão de D’us. Assim como uma peça de música é uma expressão do músico que a escreveu, e um quadro é uma expressão do pintor, também este mundo e tudo que há nele é a obra de arte de D’us. Não podemos ver D’us, mas podemos ver Sua criação. Portanto, assim como ao olhar para uma pintura ou ouvir uma canção podemos sentir quem é o artista, ao observar a beleza deste mundo, sua complexidade e seus ritmos, podemos começar a apreciar D’us. E uma das características de Ieshua era justamente essa: expressar a grandeza do Pai através de Sua vida!
Mas (e este é um grande mas), embora a criação expresse D’us, jamais poderia expressar Seu verdadeiro ser. Por mais lindo que o mundo seja, é somente uma fração insignificante da verdadeira sabedoria de D’us. E é aqui que D’us é muito diferente de um artista. Para realmente expressar a si mesmo, o artista tem de colocar toda sua concentração, esforço e criatividade na obra. Mas para D’us expressar-Se, é exatamente o oposto – Ele se limita, rebaixa-Se para fazer um mundo físico. Seria como o brilhante músico tendo de escrever um refrão jocoso sobre iogurte para um anúncio na rádio. Aquilo expressa seu gênio? Não! Expressa sua paciência! Da mesma forma, D’us não precisou investir esforço para criar um mundo tão impressionante. O único esforço esteve em limitar-Se para criar uma existência tão finita.
E quando analisamos o talit verificamos que ele tem duas partes: a veste em si, e os tsitsit (franjas). A veste cerca nosso corpo, e as franjas ficam penduradas. Representam os dois aspectos de D’us. Seu verdadeiro ser está totalmente além da nossa capacidade de compreensão, representado pela roupa que nos envolve. É apenas uma pequena fração de Seu ser, as pequenas franjas balançando nos cantos, que podemos sentir.
Esta “roupa” está relacionada às vestes que o próprio Criador fez para Adam e Chava quando deixaram o Gan Eden. Ali eles perderam a “luz” que possuíam por carregarem a santidade do Criador em si; mas com o Talit é como se esta luz aos poucos “retornasse” e esta conexão se estabelecesse novamente, pois estamos nos “vestindo” das vestes sagradas do Eterno e não com uma veste comum que usamos diariamente em nossos afazeres…
As franjas – tsitsit – nos lembram que devemos obedecer aos mandamentos celestiais que nada mais são que padrões vindos do alto para nos ajudar aa governarmos nossas vidas. A lembrança de que devemos ser obedientes não só é vista como é sentida também pelo toque no tsitsit, e isso aconteceu de uma forma milagrosa quando uma mulher toca nas franjas do talit de Ieshua: “E uma mulher, que tinha um fluxo de sangue, havia doze anos, e gastara com os médicos todos os seus haveres, e por nenhum pudera ser sarada, chegando por detrás dele, tocou na orla da sua veste, e logo estancou o fluxo do seu sangue” Lc 8.43-44.
Onde estava a unção? Nos tsitsit – franjas – que fizeram com que a mulher fosse completamente curada!
Então o talit é muito mais do que uma “vestimenta”; ele é um instrumento que apresenta para as pessoas a grandeza do poder de Ieshua!
Por isso, não importa o quanto nos sintamos sagrados, D’us é infinitamente mais sagrado. Ele é o talit que nos envolve. Mas não importa o quanto nos sintamos profanos, D’us vem até nós e nos pede para falar com Ele. Ele é o tsitsit descendo até nós para que nos agarremos a ele e o beijemos.
Precisamos ter isso em mente quando oramos; portanto devemos usar o talit.
Baruch há Shem!
Adaptação: Mário Moreno.