A culinária judaica através do tempos

A culinária judaica através do tempos

A culinária judaica através dos tempos A forma pela qual os povos preparam os alimentos conta um pouco da sua história. A maneira de cozinhar dos judeus narra a trajetória de um povo que, apesar de errante, mantém-se unido por suas tradições. Vivendo há dois mil anos na diáspora, forçado a mudar constantemente de país, o povo judeu acabou criando e fortalecendo suas raízes também através de sua culinária, transmitida de geração em geração. Assim, a comida acabou sendo o símbolo da continuidade, o laço com o passado ainda que influenciada pela cultura dos países nos quais as comunidades judaicas se estabeleceram ao longo dos séculos. Segundo a tradição, quando Moshe desceu do Monte Sinai, determinou uma série de leis alimentares que foram em grande parte responsáveis pelo tipo de comida e de sabor transmitidos através dos milênios. De acordo com a tradição judaica, as refeições ocupam lugar de destaque nas festas e comemorações religiosas. A cada festividade correspondem pratos simbólicos, com um papel definido no ritual. Por exemplo, a chalá no Shabat; a maçã e o mel em Rosh Hashaná; a matzá em Pessach. A refeição que é associada a um ato religioso se reveste de espiritualidade e é conhecida como seudat mitzvá. Entre os exemplos de seudat mitzvá estão a refeição servida após a cerimônia de casamento, de brit milá e do pidion haben. Da mesma

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A arte de dar

A arte de dar

Tefilah: Orar com alegria – a arte de dar A arte de dar Nossos sábios nos ensinaram que Hashem geralmente trata uma pessoa da maneira que ele trata seu companheiro, medida por medida. Portanto, antes de se aproximar dele com orações para nos sustentar, é adequada demonstrar que, também, somos doadores. Com base nisso, algumas pessoas têm o costume de dar oferta, enquanto eles estão recitando “Pose’ach es yadecha” (Hayom Seder). De acordo com o Arizal, uma pessoa deve dar oferta durante a passagem de “David V’Yivarech” logo após o verso “v’haosher v’hakavod milfanecha” (e a riqueza e a honra estão, diante de você). Apesar de dizer as palavras que se seguem, “v’Atah moshel b’kol” (e você governar tudo), ele deveria dar o dinheiro (Mishna Berura 51,19). Qualquer dessas práticas é seguida, o ato de alguém abrir o coração e mão para os pobres abre os portões celestiais da misericórdia e permite que suas orações, possam ser ouvidas. O Zohar revela um nível mais profundo do simbolismo nesse gesto de ofertar. As duas mãos do povo dando e recebendo o dinheiro de cada têm cinco dedos e representam a letra hebraica hei, que possui o valor numérico de cinco. Quando o braço de uma pessoa é estendido para dar oferta, parece com a letra vav. Enquanto isso, a pequena moeda assemelha-se a letra yud. Estas quatro letras (duas

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Hierarquia angelical segundo Maimónides

Hierarquia angelical segundo Maimónides

Hierarquia angelical segundo Maimónides Esta versão baseia—se na tradição cabalística e nas dez esferas da Árvore da Vida, que é o esquema central da Cabala hebraica. Segundo teólogos e escolásticos judeus, especialmente Maimónides, a Hierarquia Angelical compõe—se de dez coros celestes. 1. Chaioth ha Quaddosh: Potestades 2. Ofanim (Auphanim): Tronos 3. Arelim (Erelim): Principados 4. Chasmalim (Hasmalim):Dominações 5. Seraphim: Serafins 6. Malachim: Virtudes 7. Elohim: Arcanjos 8. Bene Elohim: Anjos 9. Cherubim: Querubins 10. Ashim (Ishim): Almas dos santos Cada um dos coros que constam desta lista faz parte dos atributos das esferas da Árvore da Vida, conhecidos como Sefirots ou Zéfiros. Como se pode ver na lista, a ordem dos vários coros da Cabala é completamente diferente da sugerida por Pseudo—Dionísio. Apresenta-se aqui esta lista porque é importante na prática da magia angelical. As diferentes ordens e coros angelicais são de grande importância para o ser humano, uma vez que tudo o que existe é regido por um anjo, incluindo a vida e a morte de uma pessoa. De acordo com o “Livro dos Jubileus”, quando Deus criou o Universo, no primeiro dia da Criação, também criou os espíritos que são seus servidores. Entre estes estão os anjos da Divina Presença, os anjos da Santificação, os anjos do elemento fogo, os anjos do vento, das nuvens, da escuridão, da neve, do granizo, do trovão e do relâmpago,

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Mudança de nome na Torah

Mudança de nome na Torah

Mudanças de Nome na Torah Por Shlomo Chaim Kesselman No decorrer da Torah muitas pessoas têm seus nomes mudados. Abram se torna Abraham, Sarai muda para Sarah e Hoshea para Joshua. Até Ia´aqov ganha um nome inteiramente novo: Israel. Qual é o significado dessas mudanças? Como tudo na Torah, até pequenas mudanças têm grande significado. Para entender melhor essas mudanças de nomes, vamos analisar a ideia de um nome hebraico, e o que significa mudar. Então, olharemos melhor para os eventos que cercam essas alterações de nomes em particular, e seu significado. O que é uma Palavra? Em português, ou em qualquer outro idioma, as palavras são basicamente arbitrárias. O nome para um objeto não tem uma conexão intrínseca com o objeto em si. Por exemplo, água é chamada de “água” não por que a palavra em si, ou suas letras componentes, têm qualquer conexão com o líquido. As pessoas simplesmente concordam em chamá-la de “água” para que possam se entender e se comunicar. E assim é com qualquer outro nome em qualquer outro idioma. Não é assim com o hebraico, o idioma sagrado, a linguagem com a qual D’us criou o mundo. As 22 letras do alfabeto hebraico representam 22 formas diferentes de D’us dar vida à energia. Através dessas letras, a energia Divina entra no cosmo e torna vivo tudo que há na criação. As letras

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Um lar para a alma

Um lar para a alma

Um lar para a alma Discussões sobre o futuro do Monte do Templo têm despertado sentimentos intensos entre judeus do mundo inteiro. Para alguns, o problema é a incredulidade de que o terceiro local mais sagrado do Islã deveria superar o direito de reter o local mais sagrado para o Judaísmo. Para outros, ainda, o problema é a violação de um sítio arqueológico que possivelmente contém a mais vívida autenticação da história judaica. E para a maioria, é simplesmente uma sensação intuitiva de que há algo extremamente especial sobre este lugar. Mas então ainda há outro lado, que nos incomoda também. Algumas poucas pedras valem uma guerra? Não olhamos com desdém para os sérvios e bósnios que não podem parar de se atacar mutuamente por causa de locais antigos “históricos” e “sagrados”? Nós os vemos encurralados cegamente pela história, em vez de insurgindo-se rumo a uma futuro belo e sem tropeços. Até no nível teológico, começamos a escutar algumas vozes contrárias: “O Judaísmo é sobre pessoas, não sobre coisas.” OU “Pagãos acreditam em pedras sagradas e terra; judeus acreditam num Divino transubstancial.” Na verdade, se o Judaísmo acredita num D’us incorpóreo, desprezando ídolos, quadros e imagens, então por que valorizamos esta pilha de pedras? O Santuário Na época do encontro com D’us no Monte Sinai, o povo judeu foi ordenado a fazer um micdash, “santuário”, para que D’us

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Conexão por tiras pretas

Conexão por tiras pretas

Conexão Por Tiras Pretas Todos os dias nos conectamos com pessoas por intermédio de redes sociais, celular, WhatsApp. Pergunte a seus amigos quantas vezes se conectam e quanto tempo investem nesses contatos. Quantos instrumentos utilizam para falar, transmitir emoções e ideias. Opinar. Agrupar. Compartilhar. E quantas horas são empreendidas nesse esforço ao final de cada dia. Tentamos buscar relações o tempo inteiro e nos tornar cada vez mais queridos e populares. Relações são buscadas em todas as redes pelos mais variados motivos seja para amizade, para empreender novos negócios, manter laços familiares ou simplesmente sentir-se amado ou útil nas mais diversas áreas da vida e em infinitas redes sociais. Mas na verdade nos tornamos seres solitários perdidos em conexões virtuais. Há um momento único em que cada um pode se conectar ao infinito, sentir-se vivo, dono de um objetivo, um tempo pequeno mas intenso para se comunicar. Trata-se de uma conexão confiável onde em nossa agenda no espaço de endereço consta o nome de um único Amigo. Ele está ali o tempo inteiro só esperando pelo nosso contato. Paciente. Atento, sempre pronto a ajudar. A conexão chama-se Tefilin e o Amigo chama-se D’us. Esta conexão foi idealizada pelo Eterno em Dt 11.18-19: “Ponde pois estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por testeiras entre os

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Doze tribos – doze caminhos

Doze tribos – doze caminhos

Doze tribos – doze caminhos Na parte Torah de Vayechi – que fecha o livro de Gênesis – lemos como Ia´aqov abençoa seus filhos, as doze tribos, em seus últimos dias. Nestas bênçãos encontram-se muitos segredos que prenunciam os eventos que virão. Como o versículo nos diz: E Ia´aqov chamou seus filhos, e disse: “juntem-se, para que eu possa lhe dizer o que vai acontecer com você no final dos dias.” Como um modelo para a vida, estas bênçãos têm muito para nos ensinar. Como um modelo para a vida, estas bênçãos têm muito para nos ensinar. Cada uma das doze tribos reflete um caminho único na vida. Como o versículo nos diz na conclusão das bênçãos: Todas estas são as doze tribos de Israel… cada uma de acordo com sua bênção ele abençoou-os. (Gn 49:28) Qual é o significado das palavras “cada um de acordo com sua bênção?” “Benção” em Hebraico também significa “elevar” (em Hebraico, ‘hamshocho‘, da raiz mavrich). Cada uma das tribos tem sua jornada particular, sua energia específica que ele deve manifestar neste mundo. Na verdade, nossos sábios ensinam que o Mar foi dividido em doze caminhos, fornecendo um caminho separado para cada uma das doze tribos. Para entender estes doze caminhos, temos de estudar as diferentes formas pelas quais as tribos são descritas na Torah. Encontramos três descrições para as tribos. Primeiro, quando

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Purim – Ficha Técnica

Purim – Ficha Técnica

Ficha Técnica Quando jejua-se Em 13 de Adar. Duração O jejum começa antes do amanhecer e termina após o anoitecer. Significado Mordechai, conselheiro do rei da Pérsia, Achashverosh, vestido de andrajos e cinzas, conclamou os judeus para retornar à Torá. Sua prima, a rainha Ester, jejuou em penitência por três dias e pediu ao povo judeu que fizesse o mesmo. Só então encaminhou-se até o rei para acusar Haman de querer matar seu povo. Os judeus obtiveram permissão para se defender e, em 13 de Adar, lutaram contra o inimigo, destruindo-o. Para relembrar este dia de prece e jejum que precedeu a vitória, nossos Sábios instituíram o Jejum de Ester. Costumes Antes da prece de Minchá é costume doar três moedas de meia unidade monetária para tsedacá, em lembrança do meio-shekel que cada um deveria doar para o Templo Sagrado. Para quem esquecer ou não estiver presente na sinagoga, poderá realizar este costume na manhã de Purim, antes da leitura da Meguilá ou durante o dia. Purim Quando Comemora-se Em 14 a 15 de Adar. Significado Origina-se da palavra “Pur”, sorteio. Referente a data em que Haman sorteou e marcou para o aniquilamento de todo o povo judeu. Na verdade, transformou-se na data de sorte do povo judeu, quando então foi salvo e saiu-se vitorioso. Esta data marcou para sempre o dia em que comemora-se com grande alegria

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Parasha Teruma

Parasha Teruma

TERUMA Um presente Ex 25.1–27.19 / I Rs 5:26–6:13 / II Co 9:1-15         Na Parasha desta semana falaremos sobre a construção do Tabernáculo de Moshe, os materiais utilizados e seus respectivos significados. Veremos a importância de cada coisa em seu devido lugar e a forma que o Eterno usou a fim de caracterizar, através de cada objeto, a forma de os objetivos do culto à Ele! Nossa porção desta semana tem início com o verso que diz: “Então falou o IHVH a Moshe, dizendo” (Êx 25:1). A palavra que define o Eterno em hebraico é o tetragrama: IHVH e que significa: “Eu me torno aquilo que me torno”. Novamente o Eterno se apresenta com a perspectiva de tornar-se algo que seu povo neste exato momento necessita: seu tabernáculo! Agora a palavra do Eterno chega a Moshe como uma ordenança, a fim de que os filhos de Israel possam, cumprindo-a, serem grandemente abençoados! Mais uma vez o Eterno está levando seu povo a envolver-se com Ele de forma íntima e definitiva. Porque D’us ordena ao povo de Israel que Lhe construa um Tabernáculo Um príncipe viajou de um país distante para casar-se com a filha única do rei. Quando quis partir com ela, o rei disse: “Não posso deixá-la partir, ela é minha filha única. Por outro lado, ela também é sua esposa, e não tenho o direito

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O rei sábio

O rei sábio

O REI SÁBIO Era um rei muito jovem e muito sábio, Salomão. Seu pai, o rei David, pouco antes de morrer, convocou a Corte e anunciou aos seus príncipes: “De todos os meus filhos (porque muitos me deu o Senhor), Ele escolheu Salomão para herdar meu trono”. O novo rei mal entrara na adolescência, como disse seu pai: “Ainda é moço e muito tenro”, e ele próprio, Salomão, implorando a proteção divina: “Sou ainda menino pequeno, não sei sair, nem entrar”. Compreendia, assim, a grande responsabilidade que teria de arcar, governando um povo numeroso, e recorria ao Senhor para que o orientasse. E foi ouvido. Uma noite, em sonhos, uma Voz lhe falou: “Pede o que desejares, que serás atendido”. Deslumbrado, o moço implorou: “Dá-me um coração entendido e sábio para julgar e discernir entre o bem e o mal”. Ouviu então a promessa do Altíssimo: “Já que não pediste grandezas, nem a morte de teus inimigos, terás um coração tão sábio que antes de ti, nem depois de ti, ninguém te igualará. E terás riqueza e glória como nenhum outro rei jamais teve ou terá”. Assim começou Salomão, imbuído da Centelha Divina, o seu reinado. Era um rei pacífico – “homem de repouso” – e logo conquistou a amizade e admiração dos outros reis. Cumulavam-no de presentes valiosos, que vinham acrescer as riquezas já abundantes no reino.

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