Parasha Tazria (ela concebe): Ajuste de tempo para D-us
Levítico 12:1-13: 59; Êxodo 12:1-20; Ezequiel 45:16-46:18; Lucas 5:12-15
Este Shabat é o último da Arba Parashiot (quatro porções) que têm leituras especiais da Torah em 
preparação para Pesach, que fica a apenas duas semanas de distância!
É chamado de Shabat Hachodesh (sábado [do mês] desde que cai na Nissan, no mês em que a Pesach é celebrada.
É, portanto, uma leitura especial, acrescentada de Êx 12: 1-20, que detalha as leis de Pesach, incluindo a preparação do cordeiro da Pesach.
Nesta leitura especial, Adonai também diz a Moshe que Nissan é o primeiro mês do ano, então este sábado marca o primeiro dia do primeiro mês.
Nissan foi feito o primeiro mês do ano porque é o mês em que o povo judeu foi libertado da escravidão no Egito, a casa da escravidão.
“E falou o IHVH a Moshe e a Aarão na terra do Egito, dizendo: Este mesmo mês vos será o princípio dos meses: este vos será o primeiro dos meses do ano.'”(Êx 12:1-2)
Na porção da Torah da semana passada, Shemini, D-us emitiu um fogo para consumir as ofertas no altar, e a presença divina veio para habitar no santuário recém-construído.
Na Parasha Tazria, D-us fornece Moshe as leis da purificação após o parto. Ele também dá as leis sobre aflições da pele.
O nome da porção da Torah desta semana, Tazria, está relacionada à palavra raiz hebraica Zarah (זרע), que significa “semente”; portanto, uma tradução alternativa do TaZria é que ela tem sementes ou sementes, em vez de conceber.
“Falou mais o IHVH a Moshe, dizendo: Fala aos filhos de Israel, dizendo: Se uma mulher conceber [Tazria] e tiver um varão, será imunda [Tameh] sete dias, assim como nos dias da separação da sua enfermidade será imunda [Tameh].” (Lv 12:1-2)
Ao considerar os rituais de purificação que D-us deu para mães após o parto, muitas questões surgem naturalmente:
- Por que uma mulher fica impura ritualmente quando dá à luz?
- Por que há necessidade de uma oferta?
“E, quando forem cumpridos os dias da sua purificação por filho ou por filha, trará um cordeiro dum ano por holocausto, e um pombinho ou uma rola para expiação do pecado, diante da porta da tenda da congregação, ao sacerdote, o qual o oferecerá perante o IHVH, e por ela fará propiciação; e será limpa do fluxo do seu sangue: esta é a lei da que der à luz varão ou fêmea” (Lv 12:6-7).
- Por que há 7 dias de isolamento após o nascimento de um menino, juntamente com 33 dias de pureza ritual?
- Por que há 14 dias de isolamento após o nascimento de uma menina, juntamente com 66 dias de pureza ritual?
“Mas se ela carrega uma menina, então ela será impura duas semanas, como em sua menstruação“. (Lv 12:5)
Essas questões sobre o quebra-cabeça do parto até mesmo os estudiosos judeus, já que a ser frutuosa e multiplicadora é a primeira de todos os mandamentos à humanidade, e uma mulher que dá origem a uma criança está cumprindo essa mitzvah dada por D-us (mandamento).
Além disso, segurando sua criança recém-nascida em seus braços pela primeira vez tem que estar entre os momentos espirituais mais estimulantes que alguém pode experimentar.
É também um dos mais transformacionais; tantos aspectos da vida, especialmente para a mãe, podem e mudam após o nascimento de uma criança, particularmente após o primogênito.
Na Brit Hadahash, vemos que Miriam observou esta lei após o nascimento de Ieshua.
“Quando chegou a hora dos ritos de purificação exigidos pela lei de Moshe, Iosef e Miriam o levaram a Jerusalém para apresentá-lo ao IHVH (como está escrito na lei do IHVH, “Todo homem primogênito deve ser consagrado ao IHVH “), e oferecer um sacrifício de acordo com o que é dito na lei do IHVH: “um par de pombas ou dois pombos jovens“. (Lc 2:22-24)
Alguns rabinos afirmam que a impureza de uma mulher após o nascimento se relaciona com o trauma e o medo relacionado ao nascimento, bem como, possivelmente, depressão pós-parto.
Quanto ao período de isolamento, novas mães devem receber o luxo de um tempo privado de vínculo com seus filhos, longe dos olhos desafortunados, bem como um tempo para refletir sobre a trajetória de sua jornada.
As diferenças no tempo de isolamento entre o nascimento de um menino e o nascimento de uma menina foram explicadas de várias maneiras; por exemplo, uma vez que os meninos judeus sofrem circuncisão no oitavo dia, a mãe deve se recuperar mais rapidamente.
Quanto ao período de isolamento de 14 dias após o nascimento, uma menina, o rabino Shlomo Riskin explica em sua coluna no Jerusalém Post que “tudo é dobrado para o nascimento de uma menina, porque o processo de vida e morte será repetido fisiologicamente na criança em sua própria vida e dentro de seu próprio corpo.”
A oferta queimada e a oferta do pecado que são dadas após o parto são vistas como um meio de transição de um momento de isolamento de volta para a comunidade pelo primeiro resultado de D-us. É um momento especial de ação de graças que tanto a criança quanto a mãe sobreviveram à dor e risco de parto.
Esta importante junção nos lembra que as transições importam; à medida que nos movemos de uma fase para a próxima em nossas vidas, primeiro nos aproximamos de D-us com o Dia de Ação de Graças.
Tempos de isolamento
A parasha desta semana também fornece as leis da purificação da antiga doença bíblica Tzara’at, que é traduzida imprecisamente como “lepra”.
A palavra hebraica pode ser derivada da palavra aramaica segiruta, que significa “isolamento” e ter uma raiz linguística que significa “sorrir‘.
Alguns consideram um termo coletivo para várias doenças de pele que podem incluir eczema, psoríase e micose. Tzara’at também pode aparecer em roupas como manchas verdes ou vermelhas e até nas paredes, como talvez mofo.
Isso causa a contrapetição espiritual e requer purificação e um momento de isolamento para evitar a disseminação da contaminação.
Se após um período de 7 dias de quarentena, o Cohen (Sacerdote) vê que a doença está se espalhando, o “leproso” deve ser isolado da comunidade, a fim de evitar contato e infectar os outros por contato.
“Também os vestidos do leproso, em quem está a praga, serão rasgados, e a sua cabeça será descoberta, e cobrirá o beiço superior, e clamará: Imundo, imundo. Todos os dias em que a praga estiver nele, será imundo; imundo está, habitará só, a sua habitação será fora do arraial“. (Lv 13:45-46)
Deixe o tempo de lado para D-us
Na Torah, isolamento ou tempo sozinho não se restringe a condições físicas ou contagiosas; também pode ser visto como um tempo necessário para oração, devoção e comunhão com D-us.
Nas palavras de um ditado judeu chassídico, “uma pessoa que não tem uma hora para ele ou ela todos os dias não é uma pessoa”.
D-us convida cada um de nós para passar o tempo sozinho com ele, a fim de aprofundar nosso relacionamento de maneiras que não podemos fazer em um ambiente de grupo.
Há muitos exemplos bíblicos para seguir também.
Moshe se reuniu apenas com D-us no arbusto ardente, bem como no Monte Sinai enquanto recebia os dez mandamentos.
David também passou muito tempo comungando com D-us.
O Profeta Elias experimentou a presença de D-us passada quando estava sozinho em uma caverna. Ele ouviu a voz de D-us como Kol Demamah Dekhah, uma frase que significa literalmente voz de silêncio fino; traduzido na King James como a voz pequena, suave.
Para ouvir uma voz tão magnífica, é útil deixar temporariamente o barulho de nossas vidas diárias e desfrutar de alguns momentos tranquilos com Adonai.
Mesmo Ieshua se certificou de que, apesar de todas as pessoas exigindo sua atenção, ele teve tempo para se isolar das multidões, a fim de orar e atrair perto de seu pai.
“E no início da manhã, enquanto ainda estava escuro, ele se levantou e saiu e partiu para um lugar solitário, e estava orando lá“. (Mc 1:35)
“Mas ele mesmo costumava escapar para o deserto e orava.” (Lc 5:16)
Certamente, se Ieshua precisasva escapar das demandas de todos, a fim de ter tempo sozinho, então também temos essa necessidade crucial.
Claro, todas as coisas devem estar em equilíbrio. A palavra de D-us nos adverte contra o isolamento excessivo, o que pode nos causar foco em nossos próprios desejos.
“Um homem que se isola procura seu próprio desejo; ele se enfurece contra todo julgamento sábio“. (Pv 18:1)
Embora as doenças contagiosas sejam definitivamente motivo de preocupação, a Bíblia mostra claramente que fomos infectados por algo que seja muito mais letal e contagiante do que qualquer doença física.
Desde o exílio de Adão e Eva do Jardim do Éden, todos nós fomos infectados com o veneno da serpente, e todos estão sujeitos ao pecado que nos separa de D-us. Estamos tão infectados pelo pecado que até a nossa justiça é como trapos sujos.
“Todos nós nos tornamos como alguém que é impuro, e todos os nossos atos justos são como trapos imundos; todos nós murchamos como uma folha, e como o vento nossos pecados nos levantam.” (Is 64:6)
Apenas o sangue do Messias, Ieshua, o cordeiro da Pesach, pode nos limpar de nossa confusão e impureza para entrar em verdadeira comunhão com o D-us vivo. Assim como Ieshua fez os leprosos puros e inteiros mais uma vez, também pode nos limpar e nos apresentar santo e sem defeito ao Pai.
“Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque o Messias, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.” (I Co 5:7)
Tradução: Mário Moreno.