Mário Moreno/ outubro 5, 2017/ Artigos

Quando Ieshua virá?

Quando percebemos quão grande é a sabedoria do Eterno ficamos realmente perplexos! O D-us Eterno nos fala através de toda a Escritura sobre os acontecimentos que precederiam o fim dos tempos.

Muitos seriam os sinais que “avisariam” à humanidade que algo diferente estaria prestes a acontecer! Para ilustrar a “normalidade” do tempo em que Ieshua viria buscar seu povo, ele mesmo conta uma parábola a fim de ilustrar como seria esse tempo.

A parábola nos diz o seguinte: “Então o poder soberano dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. E cinco delas eram prudentes, e cinco loucas. As loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo. Mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas. E, tardando o esposo, tosquenejaram todas, e adormeceram. Mas à meia-noite ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro. Então todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas. E as loucas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam. Mas as prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós, ide antes aos que o vendem, e comprai-o para vós. E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. E depois chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos. E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço. Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho de Adam há de vir” (Mt 25:1-13).

Vamos destacar alguns aspectos nesta parábola que merecem nossa atenção:

Ieshua compara o “Poder soberano dos Céus” – que é igual à sua Noiva – à um grupo de dez virgens. Todas elas esperavam pelo seu “esposo” e tomaram juntamente o azeite para lhe saírem ao encontro. Porém havia uma diferença crucial entre elas: metade (cinco) eram prudentes e o restante era composto por virgens “loucas”. Aqui já temos uma linha demarcatória. Isso define que em meio àqueles que professam sua fé em Ieshua existe, pelo menos, metade desse chamado grupo de “crentes” que são loucos ou insensatos! A palavra hebraica aqui utilizada é kasal que significa “tolo, simplório”. Essa pessoa ocupa-se tanto com a falta de conhecimento quanto com a falta de discernimento. Notemos que a tolice não é ignorância, mas sim um ato de rebelião contra D-us, pois a obediência é tida como a prudência daqueles que professam a fé em Ieshua! Isso nos traz um grande peso ao coração, pois se a Escritura está certa, pelo menos metade da Igreja que diz crer em Ieshua está em rebelião contra Ele por não obedecer à sua Palavra! Isso nos é demonstrado pelo fato destas pessoas não “carregarem” consigo o azeite! Temos também a palavra “prudentes” que vem do termo hebraico “tebuna” que significa “entendimento” e esta palavra relaciona-se ao homem que anda pela vereda da retidão em obediência aos mandamentos do Eterno. O entendimento é visto em paralelo com a sabedoria e assim leva a pessoa a tornar-se um mestre.

Mas o que significa isso? Isso nos fala sobre o abandono à Palavra do D-us Eterno juntamente com os preceitos nela contidos. Hoje temos uma Igreja que está totalmente alheia à Palavra de D-us! Nós além de não conhecermos as Escrituras – e consequentemente não a obedecermos – não procuramos conhecê-la com quem de fato possui a sabedoria, conhecimento e entendimento acerca da Bíblia: o povo de Israel! Temos teólogos e teologias das mais variadas fontes e linhas de pensamentos. Isso agrada à todos aqueles que querem corroborar suas posições – mesmo que sejam antibíblicas – e isso criou uma Igreja e um povo que não conhece as Escrituras e nem ao D-us que as inspirou! Hoje andamos como queremos, sem um padrão para nos guiar!

Outro fato importante é que ambas as virgens “adormeceram” com a demora do noivo em vir! Apesar de haverem pessoas “prudentes” estas também estavam “cochilando” quando o noivo se aproximava delas! Será que isso diz respeito à nossa situação nos dias de hoje? Se não, então vejamos: a Igreja (parte da Noiva) tem buscado uma identificação cada vez maior com o mundo e o contexto na qual ela está inserida. Podemos dizer sem qualquer medo de estar errando que a Igreja de hoje tem em muitos aspectos a mesma forma de conduta do mundo pagão! Nossos padrões – tanto de vida quanto de pensamento – nos foram dados por aquilo que herdamos do mundo ao nosso redor. Hoje já aplicamos estratégias – inclusive de marketing – para “divulgamos” o reino do D-us Eterno! Criamos organismos – e também modismos – que tem a finalidade de “espalhar” a palavra de D-us por toda a terra. Hoje temos acesso às melhores “ferramentas” de que a humanidade através da tecnologia dispõe para divulgarmos nossas ideias e ideais! Porém, isso tem funcionado? Todo esse “aparato” tecnológico tem trazido a presença de D-us pata dentro das nossas igrejas? Creio que bem sabemos qual é a resposta!

Agora vejamos uma outra coisa bem interessante: à meia-noite ouve-se um grito para que se saísse de encontro ao esposo! Ele finalmente havia chegado e agora era o momento de consumar a união tão esperada! O detalhe aqui é que Ieshua virá buscar seu povo num momento de grande obscuridade e de trevas pelo qual passará a humanidade! Ele virá à meia-noite! Isso nos fala que a escuridão já veio e já pairam densas trevas sobre a terra! À meia-noite a escuridão não está simplesmente se aproximando, mas ela já é fato naquele momento! Outra coisa interessante aqui é que, pela contagem de tempo bíblica, a meia noite é a hora Sexta! Aqui há algo de muito belo que o Eterno nos preparou.

Quando da criação de todas as coisas o Eterno deixou para criar o homem justamente no sexto dia! Nas Escrituras o número seis é o número do homem e também do mal. E é interessante notarmos que este mesmo número está ligado ao momento de sua redenção, pois estamos vivendo no sexto dia profético de D-us. Isso se dá pelo fato de a terra e a humanidade ter por volta de 6.000 anos! Antes de entrarmos no nosso descanso – sétimo dia – ainda há tempo de fazermos algo para tentarmos “acordar” um número ainda maior de crentes para que esse dia não os pegue de surpresa!

Outro fato importante a destacar aqui é que as virgens agora, ouvindo o grito do esposo tentam preparar-se rapidamente para saírem ao seu encontro. As prudentes carregam consigo um suprimento de azeite que lhes permite agora iluminar o caminho que leva ao encontro do Noivo. Mas as loucas não tem mais este azeite e solicitam às prudentes que se lhes dê um pouco para que possam chegar até a presença do Noivo! Nós bem sabemos que isso não é possível, e a Escritura deixa isso claro com a recusa das virgens prudentes em fazer isso. Elas aconselham às virgens loucas que vão e comprem o azeite para que possam completar seu intento e encontrarem-se com o Noivo. Nós bem sabemos que à meia-noite não há lugar para se comprar azeite! Mas mesmo assim as virgens loucas vão e compram o azeite de que tanto necessitam. Mas quando chegam já é tarde! As virgens prudentes entram para as bodas com o Noivo enquanto as loucas buscam o azeite para com ele poderem então entrar nas bodas com o Noivo!

Mas isso não foi possível! As virgens loucas não puderam entrar nas bodas como as demais, como convidadas, sendo levadas pelo Noivo de forma gentil e prazerosa! O que restou foi a dor da separação e a expectativa daquilo que ainda virá! Por isso creio que o conselho de Ieshua ao final da parábola é realmente muito relevante para nós no dia de hoje: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir” (Mt 25:13).

Que o Eterno D-us de Israel nos ajude a mantermos nossa posição de vigilância e de cuidado em relação ao seu Reino!

Mário Moreno.