Reeh – o caminho da bênção
Reeh – o caminho da bênção
Re’eh (veja!)
Dt 11:26–16:17; Is 54:11–55:5; Jo 16:1–17:26
“Veja [re’eh], eis que hoje eu ponho diante de vós a bênção e a maldição” (Dt 11:26).
Na semana passada, na porção Eikev, Moshe prometeu aos israelitas que eles iriam prosperar na terra prometida se eles cumprissem os mandamentos da Torah. Ele também descreveu as recompensas de cumprir os mandamentos e o exílio associados ao descumprimento deles.
Esta semana, a porção Re’eh começa com um apelo para escolher o caminho da vida que leva à benção.
Esta porção revela que D-us dotou cada um de nós com a vontade e a capacidade de fazer escolhas — para o bem ou para o mal, para benção ou maldição. Estes são os dois caminhos apresentados a Israel, e cada israelita é livre para escolher.
O futuro da nação depende de sua decisão; Moshe só mostrar-lhes o caminho.
Uma vida de obediência a D-us e seus mandamentos levará a certa bênção, mas ao afastar-nos de D-us e virando-nos para a idolatria isso certamente trará maldições sobre os indivíduos e a nação.
D-us quer que tenhamos a visão para ver que as escolhas que fazemos na vida trazem consequências com as quais somos obrigados a viver.
Um futuro brilhante
D-us colocou uma vocação especial sobre a nação de Israel para ser uma nação Santa e sacerdócio real (Êx 19:6).
Eles não eram para adorar o Senhor no caminho dos pagãos, mas deveriam apagar todos os vestígios de paganismo na terra prometida, destruindo as imagens e os nomes de todos os deuses estrangeiros (Dt 12:2–3).
Uma das práticas pagãs proibidas para o povo de D-us é a comer ou beber sangue.
“Somente esforça-te para que não comas o sangue: pois o sangue é a vida: pelo que não comerás a vida com a carne” (Dt 12:23)
Esta proibição, que é encontrada em Deuteronômio 12:16, 23 e 24, impede a prática desprezível de comer alguma coisa enquanto está vivo e até mesmo o canibalismo. Sublinha a santidade da vida e a importância da compaixão para todas as criaturas grandes e pequenas.
O versículo 25 também repete este mandamento: “não comerás [sangue].”
E por que não? “… para que bem te suceda a ti, e a teus filhos, depois de ti, quando fizeres o que for reto aos olhos do IHVH” (Dt 12:25).
Observe aqui a conseqüência da obediência. Quando fazemos o que é certo aos olhos do Senhor, nós e nossos filhos teremos um futuro brilhante. O que é uma promessa! Isso é algo para se agarrar.
“Não o comerás; para que bem te suceda a ti, e a teus filhos, depois de ti, quando fizeres o que for reto aos olhos do IHVH“ (Dt 12:25) .
Libelo de sangue
O principal objetivo do método judeu da abate é salgar a carne e drenar o sangue, desde que carne seja kasher; então biblicamente deve ter todo o sangue drenado antes de comer.
É uma ironia que um povo cuja fé proíbe a ingestão de sangue que sofrem com as alegações de anti-semitas de “libelo de sangue”—alegações falsas por não-judeus que judeus executam assassinato ritual, usando o sangue humano para fins religiosos.
Uma mentira que foi inventada para incitar o ódio para com o povo judeu é que os judeus usam sangue humano para assar matzah (pão sem fermento) para Pessach!
Desde a idade média até os tempos recentes, este ficção foi usada para provocar indignação entre as massas, que levou para aos pogroms em que milhões de judeus foram massacrados.
Em 1935, líderes nazistas vergonhosamente usaram a mentira satânica de libelo de sangue em sua campanha contra o povo judeu para infectar a Alemanha com ódio da população judaica.
Relevância para os crentes
Para aqueles que se perguntam se o mandamento proibindo a ingestão de sangue é relevante para os crentes gentios, é interessante notar que tal proibição foi estipulada pelo Conselho de Jerusalém, que ocorreu em torno de 50 AD.
No livro de atos, Tiago, o meio-irmão de Ieshua, fez a seguinte decisão:
“Pelo que julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Elohim, mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da fornicação, do que é sufocado e do sangue” (At 15:19–20).
Este mandamento é tão importante que é repetido várias vezes nas Escrituras. Por que as escrituras dedicariam tanta atenção ao sangue?
Surpreendentemente, a Bíblia dá-nos um fato verificável científico como a resposta a esta pergunta: “… a vida do corpo está no seu sangue” (Lv 17:11).
Sangue transporta o oxigênio que mantém o corpo vivo.
Ele também ajuda a livrar o corpo dos resíduos prejudiciais, curar o corpo através das células de combate a doenças que ele carrega e a reparação de lesões no corpo, entre outras funções.
Mas D-us também dá uma razão adicional, talvez relacionada: sangue é o instrumento de expiação.
Em Levítico 17:11, lemos que “Porque a alma da carne está no sangue, pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas: porquanto é o sangue que fará expiação pela alma“.
Além disso, por causa do sangue que derramou Ieshua, o perfeito Cordeiro de D-us, pelo pecado, a expiação tornou-se perfeita por nossos pecados (Hb 9:28).
“Logo, muito mais agora, sendo já justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm 5:9, também Rm 3:25; Ef 2:13).
Cujo coração é leal?
“Porque, quanto ao IHVH, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com ele; nisto pois procedeste loucamente porque desde agora haverá guerras contra ti” (II Cr 16:9).
A palavra de D-us contém muitos outros mandamentos; no entanto, a mais alta expressão de nossa obediência a D-us é lealdade.
D-us está realmente à procura sobre toda a terra por pessoas leais e comprometidas.
Ele requer tal lealdade inabalável que ele diz na Torah que mesmo se os israelitas mais próximos, até parentes e amigos tentarem seduzi-los secretamente para procurar e servir outros deuses, o aliciador deve ser condenado à morte (Dt 13:6–11).
Qualquer tentativa de seduzir uma pessoa para longe do único e verdadeiro D-us levaria a punição mais severa na Tanach — morte por apedrejamento.
Uma vez que Ieshua é considerado pelo povo judeu para ser um falso D-us que os cristãos gentios adoram, especialmente quando ele é retirado de seu contexto judaico, é fácil compreender por que se opõem veementemente à qualquer atividade missionária.
A profecia messiânica de Zacarias diz que o dia virá, no entanto, quando Ieshua já não vai ser visto pelo povo judeu como um D-us estranho, mas como filho único, e eles chorarão por ele com grande pranto:
“E sobre a casa de David, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e o prantearão como quem pranteia por um unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito” (Zc 12:10).
É interessante notar que esta profecia messiânica afirma especificamente que as esposas se lamentarão separadamente (Zc 12:12–14).
Desde que somente a denominação de judeus ortodoxos têm o costume de separar homens e mulheres durante rituais religiosos e de culto, isto talvez sugere que os judeus ortodoxos virão a reconhecer que Ieshua é o Messias.
Um tesouro especial
O resto da Porção lida com as leis de santidade. Israel é uma nação santa para o Senhor.
A palavra hebraica para Santo é “kadosh”, que significa ser “conjunto separados” ou “santificados para serviço dedicado”.
Fora de todas as nações na face da terra, D-us escolheu Israel para ser o seu próprio tesouro especial (segulah).
Todos os verdadeiros seguidores de Ieshua também são segulah de D-us: “Mas vós sois a 
geração eleita, o sacerdócio real, a gente santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (I Pe 2:9).
Através do sangue de Ieshua, aqueles que eram não-judeus têm sido enxertados na Oliveira e participantes das bênçãos judaicas, tornando-se companheiros e herdeiros da Aliança de D-us (Ef 2:11–13; Rm 11:17).
Sha´ul orava para que os olhos do nosso entendimento fossem abertos para ver a esperança da nossa chamada em Ieshua:
“tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos” (Ef 1:18).
Mas em Efésios 4:1, ele exorta-nos “a andar de modo digno da vocação para qual você foi chamado“.
Isso significa que deveríamos estar fazendo escolhas deliberadas cada dia a andar nos caminhos de D-us. E quando andamos nos caminhos de D-us, vamos viver vidas santas.
Sou Kadosh — um povo santo
“Você não deve comer qualquer coisa abominável” (Dt 14:3).
Em termos de manter um estilo de vida Santo, um dos primeiros aspectos que D-us aborda na vida de seu povo Santo (kadosh am) é comida!
Leis dietéticas bíblicas (kashrut) servem para manter a separação do povo de D-us das Nações pagãs.
Certos animais são limpos (tahor) e outros são impuros (tamay). Carnes impuras podem ser vendidas para um estrangeiro, mas são não permitidas para o povo santo (Dt 14:21).
Mais tarde na porção da Torah, D-us revela que a santidade expressa-se em amor para com nosso vizinho. Ele ordena a Israel ser generoso em dar para os pobres e necessitados na terra:
“Quando entre ti houver algum pobre de teus irmãos, em alguma das tuas portas, na tua terra que o IHVH teu Elohim te dá, não endurecerás o teu coração, nem fecharás a tua mão a teu irmão que for pobre. Antes lhe abrirás de todo a tua mão, e livremente lhe emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a sua necessidade“ (Dt 15:7–8).
Os pobres sempre estarão conosco (Dt 15:11), e as Escrituras mostram claramente que devemos dar generosamente para os pobres e necessitados na terra.
D-us promete que se nós o obedecermos, então ele nos abençoaria em tudo o que colocamos nossa mão:
“Quando entre ti houver algum pobre de teus irmãos, em alguma das tuas portas, na tua terra que o IHVH teu Elohim te dá, não endurecerás o teu coração, nem fecharás a tua mão a teu irmão que for pobre. Antes lhe abrirás de todo a tua mão, e livremente lhe emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a sua necessidade. Guarda-te, que não haja palavra de Belial no teu coração, dizendo: Vai-se aproximando o sétimo ano, o ano da remissão: e que o teu olho seja maligno para com teu irmão pobre, e não lhe dês nada; e que ele clame contra ti ao IHVH, e que haja em ti pecado. Livremente lhe darás, e que o teu coração não seja maligno, quando lhe deres: pois por esta causa te abençoará o IHVH teu Elohim em toda a tua obra, e em tudo no que puseres a tua mão“ (Dt 15:7–10).
Crentes podem estar a perder a sua maior bênção se eles não conseguem perceber a importância deste mandamento.
Do mesmo modo, D-us fez uma promessa para Avraham, Itshac e Ia´aqov (Israel) e seus descendentes que ele abençoaria aqueles que abençoassem o povo judeu (Israel) e amaldiçoaria aqueles que amaldiçoassem o povo judeu (Israel) (Gn 12:3).
Na Brit Chadashá, o apóstolo Sha´ul exortou gentios crentes em Ieshua a dar materialmente em troca de tudo o que eles têm recebido espiritualmente através dos judeus (Rm 15:25–27).
“Nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus“ (Jo 4:22).
Tradução: Mário Moreno.