Parasha Nitzavim
Nitzavim
(Postado)
Dt 29.9-30–30.20 / Is 61:10 – 63:9 / Jo 15:1-11
Na Parasha desta semana estaremos estudando a confirmação da promessa do Eterno quanto à validade de sua Palavra acerca de Israel.
O primeiro conselho novamente é muito claro: “Guardai, pois, as palavras desta aliança, e cumpri-as, para que prospereis em tudo quanto fizerdes. Vós todos estais hoje perante o IHVH vosso Elohim; os capitães de vossas tribos, vossos anciãos, e os vossos oficiais, todos os homens de Israel; os vossos meninos, as vossas mulheres, e o estrangeiro que está no meio do vosso arraial; desde o rachador da vossa lenha até ao tirador da vossa água; para entrardes na aliança do IHVH teu Elohim, e no seu juramento que o IHVH teu Elohim hoje faz convosco; para que hoje te confirme por seu povo, e ele te seja por Elohim, como te tem dito, e como jurou a teus pais, Avraham, Itshaq e Ia´aqov” (Dt 29:9-13). A palavra “prospereis” vem do termo hebraico sakal e significa “ser sábio, agir sabiamente, ter sucesso, perceber, entender”. Novamente, vemos que o que o Eterno quer nos dizer é que se o obedecermos e agirmos com sabedoria em todas as coisas certamente teremos sucesso como resultado de nosso trabalho! Todas as nossas atividades resultarão em eventos bem-sucedidos quando agirmos sabiamente… Isso não se aplica somente aos “grandes empresários” do povo de Israel, mas também àqueles tidos como “pequeninos” como os “rachadores de lenha e tiradores de água! Tal conduta os confirmaria como um povo que estava ligado ao Eterno através de uma aliança de sangue – berith – que significa pacto com derramamento de sangue, que fora feito com os patriarcas e agora é estendido àqueles que voluntariamente resolveram obedecer ao Eterno guardando – praticando, vivendo – as palavras da Torah… Essa atitude fará com que os povos vejam – percebam – que o Eterno é nosso D-us (e ele te seja por Elohim). A palavra D-us aqui vem do termo hebraico Elohim, que significa D-us Criador. Enquanto os homens estarão se debatendo com uma infinidade de problemas os servos obedientes de Elohim estarão usufruindo das bênçãos que lhes foram prometidas na Torah… Esta é a diferença entre quem serve ao IHVH e quem não o serve…
Há um outro fator interessante aqui: a aliança não era exclusiva daqueles que estavam ouvindo Moshe naquele momento. “E não somente convosco faço esta aliança e este juramento; mas com aquele que hoje está aqui em pé conosco perante o IHVH nosso Elohim, e com aquele que hoje não está aqui conosco (Dt 29:14-15). A aliança – berith – seria extensiva à todos aqueles que viessem depois daquele momento e, assim como eles, cresse nas Palavras que estão escritas na Torah. Assim como eles estavam em pé diante de IHVH Elohim, aqueles que viriam compartilhariam desta mesma presença e dos mesmos privilégios da aliança confirmada naquele dia. Em contrapartida, eles também teriam as mesmas obrigações que os “peregrinos do deserto” tiveram em cumprir aquilo que está escrito. Não haveria limite de tempo para que aliança do Eterno com Israel se mantivesse, sendo necessários apenas dois ingredientes para que esta aliança permaneça: a existência de D-us e a continuidade da existência de um judeu para que aliança tenha validade…
O Eterno estava dizendo aos israelitas que Ele lhes tem dado o padrão que deve ser seguido. Eles são lembrados ainda: “Porque vós sabeis como habitamos na terra do Egito, e como passamos pelo meio das nações pelas quais passastes; e vistes as suas abominações, e os seus ídolos, o pau e a pedra, a prata e o ouro que havia entre eles, para que entre vós não haja homem, nem mulher, nem família, nem tribo, cujo coração hoje se desvie do IHVH nosso Elohim, para que vá servir aos deuses destas nações; para que entre vós não haja raiz que dê veneno e fel; e aconteça que, alguém ouvindo as palavras desta maldição, se abençoe no seu coração, dizendo: Terei paz, ainda que ande conforme o parecer do meu coração; para acrescentar à sede a bebedeira. O IHVH não lhe quererá perdoar; mas fumegará a ira do IHVH e o seu zelo contra esse homem, e toda a maldição escrita neste livro pousará sobre ele; e o IHVH apagará o seu nome de debaixo dos céus. E o IHVH o separará para mal, de todas as tribos de Israel, conforme a todas as maldições da aliança escrita no livro desta lei” (Dt 29:16-21). O Eterno mais uma vez é muito claro para com seu povo quando relembra-lhes de onde eles foram tirados – do Egito – até chegarem à este momento de sua história. O Eterno lembra Israel que eles viram outros deuses que pertenciam às nações gentílicas e estes deuses nada puderam fazer por eles. Enquanto isso Israel passava por eles a caminho de Canaã sob a guarda do D-us Todo-Poderoso! Eles são advertidos para “que seu coração hoje se desvie do IHVH nosso Elohim, para que vá servir aos deuses destas nações”. Novamente o Eterno apresenta-se como IHVH Elohim! Não é um deusinho qualquer, mas sim o Criador de todo o Universo que trabalha como o Guia e Guarda de Israel! A desobediência faria com que surgissem raízes que dessem “veneno e fel” em Israel, levando-os a uma conduta tal que não mais desejariam obedecer ao Eterno por julgarem que isso não era mais necessário. A palavra “veneno” vêm do termo hebraico ro´sh e significa “bílis, veneno”. A sugestão é que esta palavra signifique a cabeça de alguma planta babilônica venenosa. Já a palavra “fel” vem do termo hebraico la´anâ e significa “losna”; e esta é uma planta extremamente amarga. Este texto nos indica que haveria uma relação de desobediência, incredulidade – no cumprimento das maldições quanto à desobediência – e uma postura de acomodação dizendo: “Terei paz, ainda que ande conforme o parecer do meu coração; para acrescentar à sede a bebedeira”. Esta frase demonstra que tal indivíduo pensava que poderia viver a vida a seu modo, com sua própria “sabedoria” e com suas convicções e tudo isso ainda lhe traria “paz” (shalom). A Torah nos informa que o Eterno não o perdoará. A palavra que define o Eterno é IHVH e isso nos informa que o Eterno se tornará aquilo que a pessoa em questão precisa que Ele se torne para ela. Neste caso o Eterno se tornará a concretização das maldições escritas na Torah contra este homem! Aqui a palavra “maldição” vêm do termo hebraico alâ e significa “jurar, fazer um juramento solene, maldição”. O termo é usado para expressar juramento solene entre dois homens e também com D-us; é usada também para o juramento que é quebrado, como uma punição. As consequências seriam muito claras para com eles: “e o IHVH apagará o seu nome de debaixo dos céus. E o IHVH o separará para mal, de todas as tribos de Israel, conforme a todas as maldições da aliança escrita no livro desta lei”. A punição pela desobediência seria tão grande que esta pessoa deixaria de existir. Isso parece um tanto quanto “duro demais”, mas não é, pois o Eterno não perdoa aquele homem – ser humano – que o conheceu, experimentou de seus milagres, sua presença, e depois deixa-se enganar pelo próprio coração dizendo: “Viverei minha vida como bem entender; farei tudo aquilo que desejar meu coração e minha alma e ainda assim viverei!” Esta é uma atitude aberta de rebelião para com o IHVH que certamente não tolerará tal coisa, pois esta atitude é a mesma que ha Satan teve no princípio ocasionando com isso a queda de um terço dos anjos juntamente com ele, pois creram em suas mentiras.
A desobediência traria uma devastação tão grande sobre a vida destas pessoas que mesmo os estrangeiros que por ali passassem diriam: “Então dirá à geração vindoura, os vossos filhos, que se levantarem depois de vós, e o estrangeiro que virá de terras remotas, vendo as pragas desta terra, e as suas doenças, com que o IHVH a terá afligido; e toda a sua terra abrasada com enxofre, e sal, de sorte que não será semeada, e nada produzirá, nem nela crescerá erva alguma; assim como foi a destruição de Sodoma e de Gomorra, de Admá e de Zeboim, que o IHVH destruiu na sua ira e no seu furor. E todas as nações dirão: Por que fez o IHVH assim com esta terra? Qual foi a causa do furor desta tão grande ira? Então se dirá: Porquanto deixaram a aliança do IHVH Elohim de seus pais, que com eles tinha feito, quando os tirou do Egito; e foram, e serviram a outros deuses, e se inclinaram diante deles; deuses que eles não conheceram, e nenhum dos quais lhes tinha sido dado. Por isso a ira do IHVH se acendeu contra esta terra, para trazer sobre ela toda a maldição que está escrita neste livro. E o IHVH os arrancou da sua terra com ira, e com indignação, e com grande furor, e os lançou em outra terra como neste dia se vê” (Dt 29:22-28). A dispersão e o cativeiro serviriam como “claros sinais” da desobediência geral da geração que os antecedeu. A terra – agora desolada e abandonada – também funcionaria como um sinal de que algo acontecera naquele lugar. E o detalhe está naquilo que leremos agora: “Por que fez o IHVH assim com esta terra? Qual foi a causa do furor desta tão grande ira? Então se dirá: Porquanto deixaram a aliança do IHVH Elohim de seus pais, que com eles tinha feito, quando os tirou do Egito; e foram, e serviram a outros deuses, e se inclinaram diante deles; deuses que eles não conheceram, e nenhum dos quais lhes tinha sido dado. Por isso a ira do IHVH se acendeu contra esta terra”. A principal causa da devastação é o abandono da aliança que fora feita entre o IHVH D-us e os patriarcas. A palavra “aliança” vem do termo hebraico berith que significa “pacto com derramamento de sangue”. Novamente o Eterno se auto-denomina IHVH Elohim! Isso significa que o pecado dos israelitas seria de não obedecerem – cumprindo – aquilo que fora acordado entre Avraham e o IHVH. Eles estariam abandonando ao Criador para servir à criatura. Poderíamos dizer que esta foi uma troca, no mínimo, estúpida, pois deixaram de lado Aquele que através de sua Palavra criou todas as coisas para servirem a um pedaço de pau ou pedra! É justamente por isso que a Torah nos informa que houve “grande ira” da parte do IHVH, pois o seu povo – aquele que se relacionou com Ele, experimentou – vivenciou – seus milagres, viu o deserto dando-lhes água, a céu dando-lhes comida e ainda assim o abandonam!!! Certamente, não há uma explicação lógica para tal atitude!
É por esta razão que a Torah termina este capítulo dizendo: “As coisas encobertas pertencem ao IHVH nosso Elohim, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei” (Dt 29:29). A palavra “encobertas” aqui vem do termo hebraico satar e significa “esconder, ocultar”. Isso significa que o Eterno reservou para si o direito de esconder, ocultar, algumas coisas que pertencem a IHVH Elohim! Estes são mistérios que muito provavelmente nos serão revelados quando estivermos para sempre com Ele na eternidade. Então o tempo e o local serão apropriados para que o Eterno nos revele aqueles segredos que ainda hoje nos estão ocultos. Porém, as coisas reveladas tem uma função clara: fazer-nos cumprir a Torah! A palavra “reveladas” vem do termo hebraico galâ e significa “descobrir, tirar; revelar”. Este termo nos indica que já existe algo que está bem patente aos nossos olhos – que é a Torah – e que ela deve ser obedecida; não há o que buscar mais; não há o que contestar, somente a obediência nos é requerida. Isso está explícito na declaração: “para que cumpramos todas as palavras desta lei”. Isso significa que aquilo que recebemos dia após dia faz com que tenhamos um conhecimento cada vez maior – está claro- revelado – e isso nos impele a uma maior obediência a cada fato que acabamos de aprender! Este é o propósito do IHVH, que a partir de nosso conhecimento – ampliado a cada dia – tenhamos um relacionamento mais estreito e carinhoso com Ele através da Torah!
Quando acontecesse a diáspora e o cativeiro, ainda ali o Eterno promete que faria algo para seu povo. “E será que, sobrevindo-te todas estas coisas, a bênção ou a maldição, que tenho posto diante de ti, e te recordares delas entre todas as nações, para onde te lançar o IHVH teu Elohim, e te converteres ao IHVH teu Elohim, e deres ouvidos à sua voz, conforme a tudo o que eu te ordeno hoje, tu e teus filhos, com todo o teu coração, e com toda a tua alma, então o IHVH teu Elohim te fará voltar do teu cativeiro, e se compadecerá de ti, e tornará a ajuntar-te dentre todas as nações entre as quais te espalhou o IHVH teu Elohim. Ainda que os teus desterrados estejam na extremidade do céu, desde ali te ajuntará o IHVH teu Elohim, e te tomará dali; e o IHVH teu Elohim te trará à terra que teus pais possuíram, e a possuirás; e te fará bem, e te multiplicará mais do que a teus pais. E o IHVH teu Elohim circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência, para amares ao IHVH teu Elohim com todo o coração, e com toda a tua alma, para que vivas” (Dt 30:1-6). Moshe fala sobre duas situações deferentes que sobreviriam aos judeus enquanto na diáspora: a bênção ou a maldição. A palavra “bênção” vem do hebraico barak que significa “dar poder à alguém para que seja próspero, bem sucedido e fecundo em tudo aquilo que fizerem”. Já a palavra “maldição” vem do termo hebraico qelalâ e significa “a ausência de um estado abençoado e justo e um rebaixamento a um estado inferior”. Isso significa que o Eterno estaria dando a Israel a opção de serem benditos recebendo a “unção” de prosperidade, sucesso e fecundidade através da obediência ou também teriam a opção de serem rebaixado a um estado inferior à este, que é sua antítese e assim viverem “cercados pelos inimigos” por causa de sua desobediência. Percebemos que isso é uma opção pessoal de cada israelita onde o Eterno não poderia interferir a fim de dar-lhes o bom ou o ruim; somente a obediência – ou desobediência – à Torah é que traria sobre eles uma coisa ou outra. A opção da desobediência traria aos israelitas o cativeiro. Esta palavra vem do termo hebraico shibiâ e dando “a ideia de uma força militar que subjuga um adversário e então se apossa de homens, mulheres, crianças, animais e bens da parte derrotada, levando-os (os cativos) para seu país de origem (dos vencedores)”. O cativeiro tem a finalidade de fazer com que os cativos lembrem-se do IHVH. É interessante que eles são enviados para lá por IHVH Elohim e ali lembram-se novamente de Quem é o IHVH! O sofrimento ”reaviva” as lembranças do povo e faz com que as pessoas voltem a buscar ao IHVH. Quando isso acontece então o Eterno pode “cumprir” aquilo que Ele disse, ajuntando novamente na terra aqueles que dali foram levados para o cativeiro! Não importa o quão longe eles tenham sido espalhados; não importa sua condição financeira, o número de pessoas de sua família, etc… O que importa é que quando eles voltam para o IHVH (IHVH Elohim) então o mesmo D-us que os espalhou com sua mão poderosa os ajunta e faz deles novamente uma nação na terra que havia prometido e dado à Israel como sua possessão perpétua. Tal profecia cumpriu-se diversas vezes, quando os judeus foram espalhados pelo mundo e novamente levados de volta à sua terra (principalmente no cativeiro Assírio, onde retornou apenas um remanescente à terra; no cativeiro Babilônico, onde retornaram a grande maioria dos cativos e na grande dispersão do ano 70 d. C. que fez com que Israel desaparecesse como nação, vindo novamente a renascer em maio de 1948).
Já na Torah temos uma promessa que vem se cumprindo ao longo dos séculos no meio do povo de Israel: “E o IHVH teu Elohim circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência, para amares ao IHVH teu Elohim com todo o coração, e com toda a tua alma, para que vivas”. O coração dos judeus tem sido marcado – circuncidado – com marcas de amor feitas pelo Mashiach Ieshua! Quantos judeus messiânicos pelo mundo afora tem sido usados pelo Eterno para trazerem de volta seus irmãos à presença de Ieshua! Um detalhe interessante é que a maioria destes “circuncidados de coração” são judeus que haviam perdido sua identidade e agora recuperam-na de forma gradativa, mas segura. Estes judeus mais os gentios crentes compõe a Noiva do Messias que em breve será arrebatada para estar para sempre com Ele na Eternidade! Percebemos que essa “circuncisão” faz com que o D-us de Israel volte a ser amado pelos judeus e seus descendentes! O Eterno só poderá ser amado de fato quando nos colocamos numa posição de plena obediência à Ele através de sua Palavra (Tanach + Brit Hadasha). A maior prova de amor que pode ser dada por uma pessoa é sua postura de obediência! Sem obediência não há amor e portanto não há como agradar ao IHVH!
D’us congregará Benê Israel
Moshe prometeu: “Se vocês pecarem, a maldição do exílio se realizará. Não obstante, D’us não guardará Sua ira para sempre. Quando vocês estiverem entre nações estrangeiras, farão teshuvá, e ouvirão a voz de D’us.”
A Torah prevê que Benê Israel farão teshuvá definitivamente. Talvez retornem a D’us por sua própria vontade.
“Quando vocês fizerem teshuvá com toda sinceridade, D’us extinguirá seu cativeiro. Terá misericórdia de vocês, e os congregará dentre as nações que Ele os dispersou. Se seu exílio for nos confins dos céus, de lá D’us, teu D’us, reunirá vocês, e de lá os tirará. Ele os reconduzirá a Erets Israel, a terra de seus antepassados, e vocês a herdarão.
De acordo com o Rambam (Maimônides), no futuro, o Rei Mashiach reinstaurará a dinastia de David, reconstruirá o Bet Hamicdash e reunirá os dispersos de Klal Israel (todo o povo). Aquele que não acredita em sua vinda, ou não anseia por ela, não nega apenas as últimas profecias, mas a própria Torah. Pois os versículos iniciais da Torah concernentes a este assunto são: “E D’us, teu D’us, te redimirá de teu cativeiro e terá misericórdia de ti… Se teus exilados estiverem nos confins dos céus… D’us, teu D’us, te levará para a Terra que teus antepassados possuíam, e tu a possuirá.” (Devarim, 30:3-5).
Nossos sábios nos contam:
D’us retornará da galut (exílio)
Maimônides menciona este versículo em seu livro de Leis.
A Torah não diz: “D’us retornará seus cativos da galut.” As palavras empregadas no passuk são: “D’us também retornará com seus cativos (Veshav).
Daqui aprendemos que a Shechiná, por assim dizer, também será redimida.
Após a destruição do primeiro Bêt Hamicdash, o general babilônio Nevuzaradan conduziu Benê Israel acorrentados para a Babilônia. O profeta Irmiyahu acompanhou os cativos em sua jornada.
Com tristeza Irmiyahu perambulava ao lado de seus irmãos. D’us, porém, tinha planos diferentes para ele. D’us disse a Irmiyahu: “Se você for com os judeus para Bavel (Babilônia), Eu ficarei com os poucos que ficaram em Erets Israel. Se você ficar em Erets Israel, eu irei com os cativos!”
Irmiyahu respondeu: “Que benefício traria minha presença a esses pobres
prisioneiros? Que o Criador os acompanhe; certamente Ele poderá auxiliá-los.”
Irmiyahu voltou e juntou-se ao pequeno grupo que ficara em Erets Israel. A
Shechiná, por assim dizer, foi para o exílio com Benê Israel.
A Shechiná está com os judeus em cada galut (exílio). Quando eles estão sofrendo, D’us, por assim dizer, também está. E quando a Redenção chegarda mesma forma D’us será redimido com eles.
“Quando você retornar a D’us com todo seu coração e toda a sua alma, você, Benê Israel, será abençoado com sucesso em tudo o que fizer. D’us se alegrará com você da mesma forma que Se alegrou com seus antepassados”.
Ansiando pela Redenção
A Torah promete claramente que D’us nos redimirá dentre as nações.
Poderíamos perguntar: “Como podemos esperar por Mashiach quando nos damos conta do longo tempo em que nosso povo já está no exílio?”
Ainda assim, não devemos nos desesperar. A Torah está repleta de exemplos mostrando como D’us conduz o mundo de acordo com Sua vontade.
Freqüentemente, Ele eleva alguém à grandeza no momento em que todas as esperanças pareciam perdidas.
Quando Avraham teve Yitschac? Na idade de cem anos, quando, de acordo com as leis da natureza, ele já era velho demais para ter um filho.
Quando Iossef tornou-se legislador? Após ter sido prisioneiro durante vinte anos.
Quando Ia´aqov tornou-se pai de doze filhos e ficou rico, mesmo tendo vencido a luta com o anjo? Apenas depois de ter fugido da casa de seu pai, sem um centavo (pois o filho de Essav o roubou), e ter servido a Lavan dia e noite, sem descanso, durante vinte anos.
Quem pensaria que aquele bebezinho, flutuando numa cesta no Rio Nilo, chorando de fome, um dia cresceria para tornar-se líder e tirar Benê Israel do Egito e dar-lhes a Torah? ! E tudo isto depois de ter crescido no cruel palácio do Faraó!
E você teria sonhado que o Faraó, que escravizou Benê Israel de maneira tão atroz e que se considerava um deus, se curvaria um dia perante Moshe e Aharon implorando-lhes que deixem sua terra?!
A Torah nos mostra repetidamente que D’us é quem comanda. Ao final, Ele enviará Mashiach e reunirá os judeus, conforme a Torah promete, não importa por quanto tempo eles esperaram.
Mas, o que acontece quando estamos na diáspora, porém andando em obediência ao IHVH? “E o IHVH teu Elohim porá todas estas maldições sobre os teus inimigos, e sobre os teus odiadores, que te perseguiram. Converter-te-ás, pois, e darás ouvidos à voz do IHVH; cumprirás todos os seus mandamentos que hoje te ordeno. E o IHVH teu Elohim te fará prosperar em toda a obra das tuas mãos, no fruto do teu ventre, e no fruto dos teus animais, e no fruto da tua terra para o teu bem; porquanto o IHVH tornará a alegrar-se em ti para te fazer bem, como se alegrou em teus pais, quando deres ouvidos à voz do IHVH teu Elohim, guardando os seus mandamentos e os seus estatutos, escritos neste livro da lei, quando te converteres ao IHVH teu Elohim com todo o teu coração, e com toda a tua alma” (Dt 30:7-10). A primeira cosa que acontece é que as maldições serão postas sobre os nossos inimigos e sobre aqueles que nos odeiam! A palavra “maldições” vem do termo hebraico ´alâ e significa “um juramento, uma declaração solene, maldição”. Esta palavra nos fala sobre a punição que vem a alguém pela quebra do juramento feito. As pessoas que receberiam este “prêmio” são, primeiro os nossos “inimigos”. Esta palavra vem do termo hebraico ´oieb que significa “ser inimigo, ser hostil, ser inimigo ou tratar alguém como tal”. E também aqueles que nos “odeiam” receberão este prêmio – as maldições. A palavra “odiar” vem do termo hebraico radap e significa “estar atrás, ir atrás de, ir ao encalço de, perseguir”. Vejamos então o que acontecerá para estas pessoas que conhecem a Escritura mas não vivem aquilo que está Escrito: elas atraem sobre si as maldições listadas em Deuteronomio 28. Estas pessoas são aquelas que agem como nossos opositores, que nos tratam com hostilidade e também são aquelas que de alguma forma nos perseguem por onde quer que andemos! É uma pena que a Igreja não conheça a Torah, pois com tal conhecimento evitaria uma série de problemas que está vivendo hoje!
Outra situação – é a que diz respeito aos obedientes – fala sobre ouvir à voz do Eterno e cumprir os mandamentos que nos foram ordenados. Tal atitude traria sobre estas pessoas prosperidade em todo o trabalho que fizesse suas mãos. A palavra “prosperidade” vem do termo hebraico iatar e significa “fazer sobrar, preservar“. Temos também em sua raiz a palavra iitrâ que significa “abundância, riquezas“. Isso significa que o Eterno – (IHVH Elohim) – fará com que haja sobra, abundância, riqueza, na vida daquele que lhe é obediente! Aqui não há nenhuma referência a algo espiritual, mas sim ao trabalho que geraria riquezas materiais a estas pessoas. Isso somente acontecerá quando fizermos aquilo que o restante da passagem nos ordena: “…quando deres ouvidos à voz do IHVH teu Elohim, guardando os seus mandamentos e os seus estatutos, escritos neste livro da lei, quando te converteres ao IHVH teu Elohim com todo o teu coração, e com toda a tua alma”. Percebemos que por duas vezes temos um condicional: “quando” com seus devidos complementos e também a palavra que diz respeito à nossa “volta ao IHVH” (conversão) com todo os nossos sentimento (coração) e também com todas as nossas faculdades mentais (alma). Destacamos ainda que isso é valido para quem andar “guardando os seus mandamentos e os seus estatutos, escritos neste livro da lei”. Para quem quer ser rico um conselho: guarde a Torah e ame à D-us com todas as dimensões de seu ser e quando isso acontecer de fato Ele desencadeará um processo que te fará receber esta promessa!
Outra coisa que é notável na Torah é sua “transparência” para com todos, pois está escrito assim: “Porque este mandamento, que hoje te ordeno, não te é encoberto, e tampouco está longe de ti. Não está nos céus, para dizeres: Quem subirá por nós aos céus, que no-lo traga, e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Nem tampouco está além do mar, para dizeres: Quem passará por nós além do mar, para que no-lo traga, e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Porque esta palavra está mui perto de ti, na tua boca, e no teu coração, para a cumprires” (Dt 30:11-14). Aqui temos algo extraordinário, pois a Torah nos diz que “Porque este mandamento, que hoje te ordeno, não te é encoberto, e tampouco está longe de ti”. A palavra “encoberto” vem do hebraico pala´ e significa “ser extraordinário, ser maravilhoso”; a ideia é “estar além da própria capacidade humana”. Em português faltou uma palavra: hoje! Então o texto ficaria assim: “Porque este mandamento, que hoje te ordeno hoje, não está além da tua capacidade, e tampouco está longe de ti”. A Torah continua dizendo que “esta palavra está mui perto de ti”. Em hebraico é há dabar – “a palavra, conversa, diálogo” – que está perto de nós! Temos acesso à ela a qualquer momento e podemos optar por retê-la em nosso coração ou então deixa-la no esquecimento.
Novamente temos uma proposição de dois caminhos que nos é dada pelo Eterno: “Vês aqui, hoje te tenho proposto a vida e o bem, e a morte e o mal; porquanto te ordeno hoje que ames ao IHVH teu Elohim, que andes nos seus caminhos, e que guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, para que vivas, e te multipliques, e o IHVH teu Elohim te abençoe na terra a qual entras a possuir. Porém se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, e fores seduzido para te inclinares a outros deuses, e os servires, então eu vos declaro hoje que, certamente, perecereis; não prolongareis os dias na terra a que vais, passando o Jordão, para que, entrando nela, a possuas; os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, amando ao IHVH teu Elohim, dando ouvidos à sua voz, e achegando-te a ele; pois ele é a tua vida, e o prolongamento dos teus dias; para que fiques na terra que o IHVH jurou a teus pais, a Avraham, a Itshaq, e a Ia´aqov, que lhes havia de dar” (Dt 30:15-20).
Moshe termina dizendo que o Eterno dá ao homem duas escolhas: “a vida e o bem” ou “a morte e o mal”. O livre arbítrio ará com que escolha aquilo que lhe convier. Mas há também algumas ordens aqui. A palavra “ordeno” vem do termo hebraico tsavâ que significa “ordenar, incumbir”. A raiz da palavra designa a instrução de um pai para um filho, de um fazendeiro a seus lavradores, de um rei a seus servos. Isso significa que é uma ordem que deve ser obedecida! Mas, qual é o conteúdo desta ordem?
- Amar ao Eterno – IHVH Elohim
- Andar em seus caminhos
- Guardar os seus mandamentos, estatutos e juízos (plural)
Quando isso for feito, a consequência será que:
- para que possamos “viver”
- para que o Eterno nos multiplique na terra
Porém, a desobediência trará consigo também uma série de coisas terríveis, que são: “Porém se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, e fores seduzido para te inclinares a outros deuses, e os servires, então eu vos declaro hoje que, certamente, perecereis; não prolongareis os dias na terra a que vais, passando o Jordão, para que, entrando nela, a possuas”.
O Eterno invoca como suas “testemunhas” o próprio reino espiritual e também a sua criação para que deponham contra Israel caso o desobedeçam não fazendo aquilo que está escrito na Torah, dizendo: “os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós”. Perceba que a palavra “céus” está no plural e isso indica não somente a parte física que conhecemos que é a chamada “camada de ozônio” que está sobre nossas cabeças a qual chamamos de “céu” e também o céu estelar onde estão os planetas, estrelas, cometas, asteróides, etc… Há aqui também a inserção do céu – morada do Altíssimo – onde estão os seres celestiais que certamente deporão contra Israel por terem desobedecido ao IHVH em suas palavras! Mas a terra – física – também testemunhará isso e o fará de duas formas: dificultando a vivência do homem enquanto aqui estiver e também “falando” contra ele pelos atos violentos cometidos contra essa mesma terra que é gradativamente destruída pelo homem pelo não cumprimento da Torah!
Finalizando, a Torah ainda nos conforta com as palavras: “escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, amando ao IHVH teu Elohim, dando ouvidos à sua voz, e achegando-te a ele; pois ele é a tua vida, e o prolongamento dos teus dias; para que fiques na terra que o IHVH jurou a teus pais, a Avraham, a Itshaq, e a Ia´aqov, que lhes havia de dar”.
Que saibamos fazer a escolha correta para que vivamos diante do IHVH desfrutando de suas promessas já aqui na terra!
Mário Moreno.