Amor do companheiro judeu e da redenção
Amor do companheiro judeu e da redenção
A causa da destruição visitando o Povo Judeu, passado e presente – pois “toda geração em que o Templo não foi reconstruído em seus dias é como se tivesse sido destruída em seus dias” – é ódio sem causa. A esperada redenção virá no mérito do amor do próximo judeu, um amor que não depende de nenhuma causa e é dirigido a todo e cada judeu.
“Hillel disse”: Seja dos alunos de Aarão, ame a paz, busque a paz, ame as criaturas e aproxime-as da Torah. Qual é o caminho para a paz que devemos amar e perseguir? “Ame criaturas e aproxime-as da Torah”, ou seja, amor ao próximo é devolvê-lo aos caminhos da Torah através de meios agradáveis e pacíficos.
Mesmo quando devemos cumprir o mandamento de “repreender o seu companheiro” em relação a um judeu que tropeçou em uma transgressão contra as leis da Torah, devemos fazê-lo de uma maneira sensível, como este mesmo versículo continua: “… mas não cometa qualquer pecado com o seu respeito”. Para que a repreensão aberta e o protesto (quando eles são chamados) sejam efetivos, eles devem se originar de um lugar de amor.
É interessante que estas palavras oriundas da tradição judaica estão em completo acordo com as palavras de Sha´ul que diz: “Aos que pecarem, redargue-os diante de todos, para que também os outros tenham temor” I Tm 5.20; “Este testemunho é verdadeiro. Portanto, redargue-os asperamente, para que sejam sãos na fé” Tt 1.13.
A repreensão em amor é sempre algo desejável para os sábios, porém aos olhos do tolo ela causa tristeza e pode até mesmo separar pessoas!
O objetivo da repreensão – tanto a divina quanto a humana – é trazer a pessoa de volta ao caminho do Eterno e não a destruição! O que pode acontecer é que a falta de uma repreensão na hora certa ocasionará em grandes prejuízos à vida daquele que precisa retornar.
A questão é que vivemos em dias em que as pessoas não suportam mais serem “contrariadas” – nem digo “repreendidas” – pois quando alguém é contrariado em suas convicções reage de forma brusca e até violenta! Isso nos mostra a falta de maturidade e também de humildade que esta geração carrega consigo, pois apesar de ser uma geração altamente tecnológica é também uma geração altamente sensível.
O Eterno não busca pessoas frágeis, mimadas e egocêntricas; na realidade Ele busca pessoas que desejam ser tratadas e transformadas de dentro para fora, ou seja, que se permitam ser tratadas em seu caráter e possam então caminhar na direção da redenção a passos largos influenciando outras pessoas que estão ao seu redor.
Nossa obrigação é marcar nossa geração com o fruto do Espírito: “Mas o fruto do espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei” Gl 5.22,23; e finalmente fazer a diferença neste mundo tão conturbado e sinistro, onde a inversão de valores é a regra e a verdade é a exceção!
Em conclusão: A Redenção virá somente do modo predito pelo profeta: “Não por força, nem por poder, mas pelo Meu espírito, diz D-us dos Exércitos.” A Redenção não ocorrerá nem através de políticas de poder nem violência, D-us me livre, mas introduzindo um novo espírito em nosso povo e no mundo. “Meu espírito” se refere ao espírito da Torah em geral, e ao espírito da dimensão interna da Torah – a alma da Torah – em particular. É nosso dever disseminar o “espírito” da Divindade em todos os lugares, sempre de maneira graciosa e sensível, por amor puro ao próximo judeu e humildade inspiradora e genial.
Que o Eterno nos ajude através do Espirito o Santo a sermos transformados a fim de transformarmos aqueles que nos rodeiam e possamos finalmente colher os frutos da salvação em Ieshua!
Baruch há Shem!
Adaptação: Mário Moreno.