O Tempo do Trigo

O Tempo do Trigo

O Tempo do Trigo “Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou” (Cohelet/Eclesiastes 3:2). A passagem supracitada é bastante pertinente para a ocasião de Chag haShavu’ot (a Festa das Semanas), pois a Torah afirma: “Sete semanas contarás; desde o dia em que começares a meter a foice na seara, começarás a contar as sete semanas” (Devarim/Deuteronômio 16:9). E ainda: “Também guardarás a festa das semanas, que é a festa das primícias da ceifa do trigo, e a festa da colheita no fim do ano” (Shemot/Êxodo 34:22). Chag Shavu’ot era conhecida por esse nome (festa das semanas) porque a colheita do princípio da primavera, cujo principal elemento era a cevada, durava justamente cerca de sete semanas. Após isso, começava a colheita do trigo, cujas primícias eram entregues na ocasião de Chag Shavu’ot (festa das semanas). Sendo assim, Shavu’ot marca o fim de um ciclo, e o começo de outro ciclo. E a simbologia do número 7, que na Bíblia está associado à plenitude, reforça essa ideia. Após as sete semanas, um novo ciclo se inicia com a colheita do trigo. O interessante é que a palavra hebraica para a cevada é seorah (שערה), cuja raiz (שער) significa “cabelo” ou “pelo”. O nome é derivado do fato de que as espigas de cevada são bastante fibrosas, o que concede

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Pensando na Colheita

Pensando na Colheita

Pensando na Colheita “Cada um se fartará do fruto da sua boca, e da obra das suas mãos o homem receberá a recompensa” (Mishlei/Provérbios 12:14). O princípio evocado por Shlomo (Salomão) é de grande importância para a nossa saúde espiritual. Nem sempre nos damos conta do quanto as nossas palavras podem influenciar as nossas vidas, para o bem ou para o mal. O princípio da reciprocidade, que na física é chamado de lei da ação e reação, é algo que a Bíblia atesta em inúmeros lugares, tais como: “Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto” (Ap 13:10). Como esse princípio da reciprocidade, da ação e reação, se aplica às nossas palavras? É aí que entra a sabedoria de Shlomo (Salomão) que nos diz que seremos alimentados espiritualmente a partir das nossas palavras e ações. Isso pode acender a luz amarela para alguns tipos de pessoa: O primeiro tipo é aquela pessoa que se ocupa de se preocupar com o andamento da vida do outro. Ocupa-se de dar palpites sobre a vida espiritual de terceiros. Saibam as pessoas que plantam palavras que de conteúdo constrangedor e julgador que em suas vidas espirituais colherão juízo e constrangimento. Isso significa que podem adoecer, sob o jugo da sua própria severidade, que se volta contra ele próprio. Este princípio

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Parasha Matot

Parasha Matot

Matot Ramos Nm 30.2–32.42 / Jr 1:1 – 2:3 / At 9:1-22         Na Parashá desta semana estaremos bordando o tema do voto que é feito por alguém.Também falaremos sobre a divisão dos despojos de guerra e do pedido de duas tribos para estabelecerem-se onde eles estavam, aquém do Jordão. O nosso texto tem início com estas palavras: “E falou Moshe aos cabeças das tribos dos filhos de Israel, dizendo: Esta é a palavra que o IHVH tem ordenado. Quando um homem fizer voto ao IHVH, ou fizer juramento, ligando a sua alma com obrigação, não violará a sua palavra: segundo tudo o que saiu da sua boca, fará” (Nm 30:1-2). Moshe dá início ao seu discurso falando sobre o voto que era feito por um homem. A palavra “voto” vem do termo hebraico neder e significa “voto, oferta votiva”. A raiz tem a conotação do ato de consagrar verbalmente (dedicar ao serviço) a D-us. Este voto era feito “ao Senhor”, sendo que aqui a palavra que define o Eterno é IHVH (Eu me torno aquilo que me torno). Mas. O que significa isso? Isso significa que o Eterno se tornaria aquilo que aquele homem lhe houvesse pedido através desta “consagração”; caso ele não cumprisse, então receberia certamente algo que ele mesmo não estava esperando! Mas, porque isso aconteceria? Por que o Eterno permitiria que essa pessoa fosse

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As fronteiras da vida.

As fronteiras da vida.

As “fronteiras” da vida. “Acima de tudo guarde o seu coração, porque dele procedem as fronteiras da vida” (Pv 4:23). Portanto desde que o coração (isto é; emoções, sentimentos e desejos) é o “motor” que incita à vida, é vital que atender às necessidades do coração (לב), a fim de sermos pessoas saudáveis ​​… Note e observe que a palavra hebraica mishmar refere-se ao ato de vigiar alguém muito de perto, como um guarda prisional vigiando um prisioneiro. A frase traduzida como ‘Acima de tudo guarde’ (micol mishmar –מכל משׂמר) alude, literalmente, “mais do que qualquer coisa que possa ser guardada”, e é usado aqui, para intensificar o mandamento de exercer vigilância sobre as emoções, sentimentos e desejos (isto é; o coração). Esta é uma questão de prioridade da vida. Estamos quase sempre prontos para errar em nossas afeições, e, portanto, facilmente o coração (isto é; emoções, sentimentos e desejos) fica dividido, obstruído, e passível de fracasso… apesar de sua fragilidade, porém, a partir dele são as totze’ot chayim(תּוֹצְאוֹת חַיִּים) , ou seja, as “fronteiras” e os problemas da vida. Nas Escrituras Sagradas, a palavra totze’ot é usada para se referir às fronteiras de um território ou o limite de uma cidade. Em outras palavras, a partir do coração (isto é; emoções, sentimentos e desejos) o “mapa” ou a “geografia” de nossa vida está sendo desenhada, e que expressa

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O Agir do Eterno

O Agir do Eterno

O Agir do Eterno Eliyahu HaNavi (Elias, o profeta) estava angustiado. Tudo à sua volta havia se quebrado. O seu povo, seus próprios familiares, haviam abandonado o caminho do Eterno. E pior: Haviam perseguido até a morte aqueles que ainda se professavam como seguidores das Escrituras. A terra onde ele nascera, e crescera, já não era mais a mesma. Ele praticamente não conseguia reconhecer mais nada, talvez nem mesmo aqueles a quem ele amava, e que o retribuíam com ódio, e buscavam ceifar sua vida. Pode-se dizer que o mundo em volta de Eliyahu ruiu. Ele perdeu completamente o referencial, e se sentia totalmente desorientado, deprimido, sem nenhuma esperança. Ao ponto de dizer ao Eterno: “Agora basta, IHVH! Retira-me a vida, porque não sou melhor que meus pais.” (Melachim Alef/1 Reis 19:4) Imagine a frustração que vivia Eliyahu. Sua angústia, sua decepção, e sua vontade de não fazer mais nada, a não ser esperar a morte chegar. Esse era o cenário em que Eliyahu se encontrava. No mais profundo dos abismos. Mas, quando isso aconteceu? Foi justamente após uma grande vitória que ele teve contra os 850 falsos profetas que ameaçavam Israel que eram pagos por Jezabel para incitarem a nação a abandonarem ao IHVH. Sua vitória não foi somente “física”; no reino do espírito houve uma grande derrota das hostes malignas que nada puderam fazer quando o

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Parasha Pinehas

Parasha Pinehas

Pinehas Nm 25:10–29:40 / I Rs 18:46 – 19:21 / Jo 2:13-25         Na Parasha desta semana estaremos abordando como a atitude do sacerdote Finéias contra os inimigos do Eterno; também veremos que o Eterno ordena que os sacerdotes sejam contados e veremos a lei das divisões (heranças). Nosso texto começa com os seguintes versos: “Então o IHVH falou a Moshe, dizendo: Finéias, filho de Eleazar, o filho de Aharon, sacerdote, desviou a minha ira de sobre os filhos de Israel, pois foi zeloso com o meu zelo no meio deles; de modo que, no meu zelo, não consumi os filhos de Israel. Portanto dize: Eis que lhe dou a minha aliança de paz; e ele, e a sua descendência depois dele, terá a aliança do sacerdócio perpétuo, porquanto teve zelo pelo seu Elohim, e fez expiação pelos filhos de Israel” (Nm 25:10-13). A atitude de Finéias foi, na opinião de algunas, inclusive muito violenta, mas quanto à sua motivação ela foi correta, pois quando Finéias mata aquele casal que estava à caminho de prostituir-se, então ele estava fazendo algo que aplacaria a “ira” do Eterno! A palavra hema em hebraico significa “calor, desprazer intenso, indignação, ira, raiva veneno”. Esta palavra indica o rubor intenso do rosto quando alguém sente-se com raiva por causa de uma determinada situação. O resultado da ira é muitas vezes uma atitude radial

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Soldados da Torah e soldados de Mishkan

Soldados da Torah e soldados de Mishkan

Soldados da Torah e soldados de Mishkan Chumash Bamidbar [o livro dos Números] relaciona a conta da longa jornada do povo judeu através do deserto, do Monte Sinai até os portões da terra prometida. Depois de uma permanência prolongada antes de Monte Sinai, onde recebemos a Torah e onde o Mishkan (Tabernáculo) foi construído, Parasha Bamidbar começa com os preparativos rigorosos para a viagem à frente, conduzido com um espírito militar. Como um censo é tomado de todos os filhos de Israel e do campo é organizado de acordo com seus signos, o povo judeu literalmente se tornar o exército de Deus. O Zohar nos ensina que, O mundo não estava completo até que o povo judeu recebeu a Torah no Monte Sinai e o Mishkan foi construído. Então os mundos foram solidificados e completados, e os [mundos] superiores e os mais baixos [mundos] foram banhados em uma fragrância gloriosa. Uma vez que a Torah e o Mishkan foram estabelecidos, o Todo-Poderoso desejava tomar um censo dos soldados da Torah; quantos soldados da Torah estavam lá, quantos soldados do Mishkan estavam lá. Neste ponto da história, todo o povo judeu se alistou para a vida no exército de D-us, e o Zohar revela que o censo foi de fato duplo, enumerando quantos “soldados da Torah” e quantos ” soldados do Mishkan ” havia entre as pessoas. Qual é o significado desta distinção? Dois

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