Shavuot – uma repetição do Sinai O dia em que os céus se abriram A Festa de Shavuot é uma das três principais festas anuais do calendário bíblico. Todos sabemos da importância e do significado desta festa dentro do calendário bíblico – judaico. Por isso a Bíblia também diz: «contem cinquenta dias», e é por isso que, na Brit Hadasha, o nome para o feriado foi geralmente traduzido como «Pentecostes», pois esta palavra grega está associada ao quinquagésimo dia. Portanto, os eventos dos dois primeiros capítulos do livro de Atos devem ser vistos dentro do contexto de Shavuot. Temos então as palavras de Ieshua em Atos 1:4 onde ordena a seus discípulos que não «partissem de Jerusalém», e somente entenderemos este mandamento se nos lembrarmos que Shavuot é uma das três festas bíblicas de peregrinação – shalosh regalim -, quando todos os Judeus deveriam subir a Jerusalém conforme está escrito na Torah: «Três vezes ao ano, todos os seus homens aparecerão diante do IHVH, seu Elohim, no lugar que ele escolher: na festa dos pães ázimos, na festa das semanas e na festa dos tabernáculos» (Dt 16:16). E temos então em Atos 2: “Ao cumprir-se o dia de Shavuot, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente veio dos céus um som como de um vento impetuoso, e encheu todas a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas como de fogo,
Shavuot – um só coração As palavras צַדִּיק כַּתָּמָר יִפְָרח (Tsadik katamar yif’rach – O justo florescerá como a tamareira) carregam um significado muito importante para a Casa de Israel e para Shavuot. Em Kol Hator 2:121, lemos: “Quando um justo צדִַּיק) – Tsadik) é mencionado, é na linha de Iosef, o justo. Da mesma forma, [a frase] ‘ele florescerá’ está relacionada a ‘seu cajado florescerá’, referindo-se ao Mashiach ben Iosef. Isso é confirmado na gematria, pois a palavra Mashiach (משִָיח)ַ é equivalente à frase מַטֵּהוּ יִפְָרח (o seu cajado florescerá), ambos com valor numérico de 358. O Tsadik é um dos nomes do Messias, como está escrito em Isaías 57:1: ‘Perece o justo.’” Ambos, Israel e o Messias, são chamados de Tsadikim (justos), pois compartilham o mesmo caminho e destino. Isaías 60:21 afirma: “Todos os do teu povo serão justos, para sempre herdarão a terra; serão renovos por mim plantados, obra das minhas mãos, para que eu seja glorificado.” É impossível separar o Messias, que é chamado de “o Filho de D-us”, de Israel, que também é chamado de “o Filho de D-us” (Êxodo 4:22, Oséias 11:1). Bava Batra 75b nos diz que o nome do justo levará o nome de D-us: “E o Rabá diz que o Rabino Yochanan diz: ‘No futuro, os justos serão chamados pelo nome do Santo, Bendito seja; como é registrado: “A
A Revelação do Espírito Os rabinos explicam-nos que a cada geração, cada pessoa deve considerar-se como tendo recebido pessoalmente a Palavra de D-us no monte Sinai. Na sinagoga, nos dias de Shavuot (dois dias na diáspora), o rolo da Torah é removido da Arca. No primeiro dia, a leitura é tirada de Shemot / Êxodo 19-20 que dá a narrativa sobre os Dez Mandamentos. A intenção é ficar de pé durante a leitura para enfatizar a importância do evento no Sinai e simular a experiência que ocorreu no Sinai quando o povo judeu se levantou para receber a revelação de D-us. O festival de Shavuot (festa das semanas) marca o ponto culminante da redenção de D-us. No decorrer da narrativa, as pessoas saíram do Egito, e essa libertação levou à revelação no Sinai, que era o objetivo final, dar ao povo a Palavra de D-us e tê-la escrita em seus corações. De acordo com o Midrash Sifrei Bamidbar 101, os rabinos dizem que as tábuas de pedra eram feitas de safira, um símbolo dos céus e do trono de D-us. (Bamidbar 12:3) “E o homem Moisés era extremamente humilde”: “humilde” em sua mente (isto é, complacente). Você diz humilde em sua mente, mas talvez (o significado é) “humilde” em sua riqueza; é, portanto, (negar isso) escrito (Shemot 11:3) “O homem Moisés, também, era muito grande” (no contexto, na
As sete espécies “Pois o IHVH teu D’us está te levando a uma boa terra: … Uma terra de trigo, cevada, uvas, figos e romãs: uma terra de oliveiras que emana azeite e [tâmara] mel.” (Devarim 8:8) Nossos sábios nos contam que, originalmente, todas as árvores tinham frutos, como também será o caso na Era de Mashiach. Uma árvore sem frutos é sintoma de um mundo imperfeito, pois a principal função de uma árvore é produzir frutos. Se “o homem é uma árvore do campo” e o fruto é a maior realização da árvore, há sete frutos que coroam a colheita humana e botânica. Estes são os sete frutos e grãos destacados pela Torah como exemplares da fertilidade da Terra Santa: trigo, cevada, uvas, figos, romãs, azeitonas e tâmaras. O 15º dia do mês hebraico de Shevat é o dia designado pelo calendário judaico como o “Ano Novo das Árvores.” Neste dia, celebramos as árvores do mundo de D’us, e a árvore dentro de nós, partilhando destes sete “frutos,” que exemplificam os vários componentes e modos de vida humana. Comida e forragem Os mestres judeus nos dizem que cada um de nós tem não uma, mas duas almas: uma “alma animalesca,” que incorpora nossos instintos naturais, egoístas: e uma “alma Divina” incorporando nossos desejos transcendentais – nosso desejo de escapar do “Eu” e relacionar-se com aquilo que
Fogo do Espírito o Santo em movimento em Jerusalém “Depois celebrarás a festa das semanas [Chag ha-Shavuot] ao IHVH teu Elohim; o que deres será tributo voluntário da tua mão, segundo o IHVH teu Elohim te tiver abençoado” (Dt 16:10). Hoje em Israel e em todo o mundo, é o dia de bíblico de Shavuot (Festa das semanas). Em Shavuot, as pessoas ficam acordadas toda a noite aprendendo a Torah. É um costume de séculos. Por causa da conexão do feriado com a colheita e a agricultura, é marcado por festivais gastronômicos e piqueniques, bem como visitas a um kibutz e ao Muro ocidental (Lamentações), um remanescente do muro antigo que uma vez rodeava o pátio do templo santo. Fica repleto de pessoas orando. As ruas de Jerusalém são preenchidas como há 2.000 anos atrás, quando o fogo do Espírito o Santo caiu sobre os crentes Unidos em oração, e naquele dia cerca de 3.000 observadores judeus se completaram. Biblicamente falando, Shavuot é o segundo Shelosh Regalim, as três grandes festas de peregrinações anuais do povo judeu a Jerusalém. “Três vezes por ano todos os teus homens devem comparecer perante o IHVH teu Elohim, no lugar que ele vai escolher: no Festival do pão ázimo [de Páscoa], o Festival das semanas [Shavuot] e o Festival dos Tabernáculos [Sucot]” (Dt 16:16). Em Shavuot, os israelitas trouxeram uma oferta das
O Verdadeiro Milagre de Shavu’ot Sempre que chega a ocasião de Shavu’ot, lembramos do episódio ocorrido em Atos 2, com a descida do poder do Espírito o Santo sobre os primeiros seguidores de Ieshua. “E de repente veio dos céus um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito o Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito o Santo lhes concedia que falassem” (Ma’assei HaSh’lichim/Atos 2:2-4). A cena acima sem dúvida alguma é muito impressionante, do ponto de vista da manifestação em si. Todavia, a maioria das pessoas para exatamente neste ponto, como se a manifestação sobrenatural fosse um fim em si mesma. Mas estava muito longe de ser assim. A narrativa continua: “E, quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses homens que estão falando? Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?” (Ma’assei HaSh’lichim/Atos 2:6-8) Observe que existia um propósito no milagre: Não era um simples show de pirotecnia, como muitos atualmente buscam, pelo simples prazer
Quem sabe 50? O número 50 é o número distinto de transcendência. A contagem até 50 é composta por dois estágios essenciais e distintos. A primeira fase é a progressão passo-a-passo, subindo de 1 até 49. Como o quadrado de 7 (7² = 49), 49 denota o ciclo completo dentro do universo físico.1 Este é um desenvolvimento natural, que atinge as extremidades das fronteiras externas. Este pode ser o limite mais distante no que diz respeito à natureza – mas não é o ponto final. Mas o destino final de um judeu é a sua chegada à segunda fase – uma onde ele de alguma forma consegue o salto sobrenatural de 49 para chegar à qualidade transcendental de 50. A progressão de 49 para 50 tem, como seu precedente, o trampolim de 7 a 8. A alma é comparada ao sétimo centro de santidade dentro do corpo que santifica as 6 direções do mundo físico em direção a buscas espirituais.2 Através deste processo, a alma é capaz de elevar-se, e o corpo com ela, em direção à perfeição.3 Em termos numéricos, o 7 é elevado além de atingir 8, o que é sinônimo de entrada no plano transcendental superior.4 E a chegada a 50 da mesma forma marca a entrada neste estado exaltado. Uma passagem para o Sinai Talvez a contagem para o número 50 encontre sua expressão
Shavuot Em meados do mês de Nissan, o povo de Israel saiu do Egito, da escravidão para a liberdade, e nem passados dois meses, os escravos hebreus chegaram ao Monte Sinai. Qual o motivo de tanta pressa? A Torah descreve a escravidão no Egito como algo brutal, cruel, que entorpecia a mente dos escravos. Ainda no deserto, libertos fisicamente, os hebreus continuaram a protestar e se lamentar, sem sair do seu torpor, e assim, sem compreender a grande transformação de suas vidas. Qual era o remédio necessário para que o povo pudesse entender o grande momento que viviam? Somente a Torah, com seus valores humanistas, com as Mitzvót práticas, éticas e morais nela apresentados, poderia elevar seus corações e atingir suas mentes doentias. Não foi uma tarefa simples e fácil manter esse ideal em um povo escravizado durante séculos. Mesmo no deserto ainda pleiteavam contra Moisés, com saudades dos tempos no Egito. Foram necessários quarenta anos, durante os quais os conflitos e o desejo de retornar ao Egito fossem eliminados, para que então estivessem aptos a valorizar sua liberdade. A liberdade da escravidão física e a liberdade espiritual deviam caminhar juntas, sem demora. E assim no Monte Sinai, a Revelação e os Dez Mandamentos, princípios fundamentais da fé judaica, valores estes que foram transmitidos a toda a humanidade civilizada, foram os elementos que uniram o povo e lhe
Shavuot: a romã
Shavuot Os Dez Mandamentos Shavuot, o sexto dia do mês de Sivan, é o dia mais importante do calendário judaico. Nessa data OCORREU a revelação inédita de D-us perante o povo de Israel e a outorga dos Dez Mandamentos, no Monte Sinai. Se esse dia histórico não houvesse ocorrido, não teríamos a Torah e seus mandamentos, as festas e preceitos religiosos. Seríamos um povo sem lei e sem propósito, sem princípios e sem a Terra de Israel. Enfim, seríamos pessoas sem rumo na vida. Os Dez Mandamentos foram entregues em duas tábuas de safira, conhecidas como as Tábuas da Lei. Porém, na realidade, a Torah contém 613 mandamentos, não apenas dez. Por que, então, diz-se que o Povo Judeu recebeu apenas os Dez Mandamentos no Monte Sinai? De acordo com Rav Saadia Gaon, os Dez Mandamentos sintetizam todos os 613 mandamentos do judaísmo. O grande sábio demonstrou em sua obra que todas as instruções contidas na Torah são ramificações dos Dez Mandamentos entregues no Monte Sinai. É, portanto, errôneo acreditar que a religião judaica se limita aos Asseret Hadibrot. O Baal HaTurim, sábio que fez uso da Guematria para revelar segredos da Torah, aponta que o texto dos Dez Mandamentos contém 620 letras hebraicas. Esse é o número de todos os mandamentos da Torah, pois além das 613 mitzvot há também 7 leis rabínicas que, como ensina o